REESCRITA Nossa Amada Sonserina escrita por Fantine


Capítulo 9
One Last Night In The Alley


Notas iniciais do capítulo

Lumus
"Juro não fazer nada de bom"
«A história da mulher é a história da pior tirania que o mundo conheceu: a tirania do mais fraco sobre o mais forte.»
Oscar Wilde



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Hogwarts terminou. Nunca mais falei com a Margot depois daquela discussão. A não ser uma vez, no beco. Ela fez me conhecer novos sentimentos: amor, desejo, paixão mas também perda, saudade e a tristeza infinita que agora preenche os meus dias.

Ela estava certa, Abraxas está vivo. Vivo mas redimido. Ele criou uma horcrux. Detesto admitir mas foi uma grande ideia. Gostaria que tivesse sido minha.

Agora trabalho no número 13B da Travessa do Tranco. Isso mesmo: na Borgin & Burkes.

Caractacus Burke não passa de um homem baixinho com um cabelo emaranhado que lhe cobre os olhos; e Borgin, um homem escorregadio, adulador e de voz baixa. Escorregadio, acima de tudo.

O senhor Burke, que a meu ver é o mais aceitável de ambos, foi quem me contratou após acabar os estudos.

O meu cargo não é apenas o de um simples vendedor, apesar do ordenado ser ainda mais baixo. Eu devo persuadir as pessoas a entregarem os seus tesouros para a loja vender.

Mas deixando um pouco o meu emprego de lado para falar sobre aquela última vez no beco.

Ela veio à loja numa tarde invernal. O frio dentro da loja era quase insuportável e eu estava tolhido nas minhas lãs mais quentes. Tentava em vão aquecer as mãos com a força do atrito. O ar congelava antes mesmo de ser inalado e eu podia jurar que estava ainda mais frio que o normal. A noite aproximava - se, e sendo esta uma tarde de inverno, a noite chegava mais cedo que o normal. Eram cinco da tarde e já os lampiões estavam acesos. Fecharia dentro de meia hora. O senhor Burke e o senhor Borgin mal tinha entrado na loja lá pelas duas da tarde e já haviam partido, a despeito do frio.

Sentei - me ao balcão e desenrolei o jornal folheando - o sem qualquer tipo de interesse. Detive - me um pouco, no entanto, naquela noticia. "União Entre Rosier E Valois" estava escrito em letras grandes e pretas. Por baixo uma foto dela, linda como sempre, coberta de pérolas. Ela sempre preferia pérolas. Envergava também um vestido muito decotado. Sorria e acenava. Parecia feliz, como se nunca tivesse acontecido nada entre nós. Dei por mim a imaginar estar ali, segurando - lhe o braço, num belo smoking preto. Mas não era eu quem ali estava, era o Rosier.

Pela primeira vez em tempos tinha noticias dela. E não eram as melhores. Ia casar, com o Rosier. Porquê? Ele era um idiota e ela merecia melhor. Qualquer pessoa merecia melhor do que aquilo. Ainda assim era um puro-sangue. Era isso que eles queriam. Puros - sangues. Nunca nenhum deles desposaria um mestiço ou um sangue - ruim. Queriam manter a pureza do sangue dentro da família.

Nesse momento ouvi a porta bater. Não olhei logo, concentrando - me por um pouco mais no que estava lendo. "O feliz casal irá fazer os votos no dia 14 de Dezembro na Igreja de São Martinho na Cantuária. Daí seguirão para a sua lua de mel em Nice, terra - mãe dos Valois." Igreja de São Martinho. Fui lá uma vez. Há muito muito tempo. É rodeado por túmulos. Lugar triste para casar.

– Vou casar.

Olhei para ver quem tinha entrado. Era ela. Estava ali, à minha frente, após todo este tempo. Estava linda, mas parecia um pouco mais velha. As rugas na testa notavam - se, embora que levemente. E tinha as olheiras um pouco maiores do que da última vez que a tinha visto. Ela tinha sempre olheiras. Contou - me certa vez que já tentara de tudo, incluindo medicina trouxa, para acabar com elas, mas persistiam em marcar - lhe o rosto. A realidade era que ficava muito fofa quando sorria.

– Eu sei. - respondi após uma breve análise. Empurrei - lhe o jornal para que ela visse. - Acabei de descobrir.

Ela deu um sorriso torto e pareceu embaraçada, antes de confessar o motivo de ali estar.

– Precisava de te ver.

– Vieste comprar ou vender?

– Ah, Tom! - resmungou enquanto se sentava sobre o balcão. - Não quero casar.

– Porque vais então?

– Não tenho alternativa. A minha família... há dividas.

– Lamento. - disse pela primeira vez com sinceridade.

– Uma última noite? - ela sugeriu angustiada enquanto enxugava os olhos.

– Tudo bem.

Fui eu quem tomou a iniciativa. Levantei - me, agarrei - lhe a cintura e beijei - a. Um beijo selvagem e dolorido. Tantas sentimentos contidos nele. Perda, acima de tudo. Perdi - a uma vez e agora que a tinha nos meus braços, estava prestes a perdê - la outra vez.

Fechei a porta da loja e comecei a despi - la. Continuava com aquele corpo lindo e fino. As ancas continuavam largas, as coxas grossas e os seios fartos. Ela estava ali e eu podia tocar - lhe. Seria minha.

Pela última vez.


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Notas finais do capítulo

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8b/Canterbury_St_Martin.jpg/481px-Canterbury_St_Martin.jpg - a igreja de São Martinho.
Último capitulo. Reescrevi a fic e cortei partes desnecessárias. Decidi concluir a fic após um longo HIATUS. Não revi o capitulo, acho que demorou demasiado a sair. Falta o epilogo e eu prometo dar um final feliz a esses dois. Se alguém ler por favor comente, eu ia ficar tão contente.
BEIJOS ♥
"Mal feito, feito."
Nox



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