A Little Help escrita por giuguadagnini


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

OI OI OI OI *-*
Eu demorei, eu sei. Minhas provas começam semana que vem e eu preciso estudar.
Mas o capítulo tá um pouquinho maior dessa vez, não tanto, só um pouquinho acima do que o costume.
Espero que gostem.
Boa leitura e nos vemos lá em baixo :)



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Enfim, chegamos ao McDonald’s. O lugar estava apinhado de gente, ficava até difícil de chegar ao balcão e fazer nossos pedidos. Gina, com cara de sono, topava com as pessoas o tempo todo.

- Desculpa – ela pediu a uma mulher que tinha cara de poucos amigos.

- Vê se abre esses olhos e presta atenção por onde anda – alertei a ruiva, a puxando pelo pulso para ficar na minha frente na fila.

- Não me amola Nott – ela revirou os olhos e cruzou os braços.

- Deixa de ser tão estressada, ruiva – a sacudi pelos ombros e ela se soltou um pouco. Fiquei a irritando mais um pouquinho, cutucando seu braço seguidamente e cantarolando uma melodia azucrinante.

- Lá lá lá lá lá lá... – eu cantava do jeito mais estridente possível.

- Para com isso garoto – ela se virou de frente para mim e tapou minha boca, totalmente irritada.

- Não – falei com a voz abafada por entre seus dedos – Lá lá ...lá ...lá – continuei, mesmo que minha voz tenha ficado mais baixa do que antes.

- Para com isso – ela aproximou o rosto do meu e me encarou profundamente, pressionando sua mão ainda mais sobre meus lábios - ou eu juro que te castro!

Arregalei os olhos e parei imediatamente de cantar.

- Você não faria isso – tirei sua mão da minha boca.

- É mesmo? – ela discordou e colocou uma mão na cintura - Com tantos irmãos mais velhos eu tive de aprender a controlar as coisas e a usá-las a meu favor. Se eu fosse você, não duvidaria disso.

- Você é má, Weasley – fiz cara de coitadinho.

- E o que vai ser para vocês? – a moça atrás do caixa perguntou. A fila andara e nem havíamos percebido.

Fizemos os pedidos e fomos comer lá fora. Não havia mesas disponíveis, e acabamos sentados em um banco do outro lado da rua. Era cercado por árvores e grama muito verde. Famílias aproveitavam o feriado fazendo piqueniques, tirando fotos e passeando com seus cachorros.

- Pensa rápido – joguei uma batata frita em Gina, que acabou ficando presa em seus cabelos.

- Seu idiota – ela veio para cima de mim, tentando parecer séria, mas acabou rindo.

- Hey, não! Não faz isso – me levantei rápido do banco. A ruiva pegou seu copo de refrigerante e ameaçou derramar em mim – Sai para lá com isso – tentei ser ágil, mas ela foi mais ligeira. Jogou a bebida em meu rosto e eu fechei os olhos, instintivamente.

- Como se sente? – ela perguntou sínica, se divertindo com a situação.

- Você vai ver só – andei até ela, que pressentiu minha ideia e fugiu de mim. Corri atrás dela, fazendo círculos em um poste de luz, desviando de algumas crianças que lançavam frisbees umas para as outras e quase atropelei uma velhinha que jogava migalhas para alguns pombos.

- Não Nott, sério, para com isso – ela corria na minha frente, já ofegante – Eu só estava brincando e...

Consegui alcança-la e a peguei pelas costas. Girei, tirando seus pés do chão e pelo impulso, acabamos caindo. Gina deitada ao meu lado, ria abertamente de olhos fechados.

Controlei minha risada e me sentei. A puxei pela mão e ela se sentou também.

- Olha só para mim – apontei para minha camiseta. Eu estava ensopado.

- Você mereceu – ela me olhou com um sorriso sínico, mas logo depois, ele se transformou em um sorriso natural.

- Mas me diga uma coisa, Gina – falei um pouco mais sério - Como eu vou chegar assim na escola? Desse jeito vão pensar que eu sou da equipe de natação.

Gina riu e pensou um pouco. De repente seus olhos se arregalaram e ela ficou animada de uma hora para outra. Fazia isso sempre que tinha uma ideia.

- Já sei. Minha casa não fica muito longe daqui. Podemos passar lá, eu pego algumas coisas de que eu preciso e te empresto uma camisa do Rony.

- Ah é, e o Rony vai querer mesmo me emprestar uma camisa. Tudo de muita boa vontade – fingi acreditar e ela insistiu.

- Deixa de ser bobo. Rony nem deve estar em casa. – Gina se levantou e ofereceu a mão para me ajudar a ficar de pé. Ela foi andando na frente e eu a segui.

- Só uma coisinha – parei de andar e ela se virou para me olhar – Venha aqui – pedi e ela, com uma certa relutância, veio até mim.

- O que foi? – perguntou.

Tirei de seus cabelos a batata frita, coloquei na boca e dei um beijo na sua bochecha.

Gina corou um pouco e sorriu sapeca. Voltou a andar e eu fui ao seu lado.

Caminhamos algumas quadras, ela me perguntando coisas sobre Astória, coisas essas que muitas vezes eu não sabia responder.

- É ali – Gina apontou para uma casa no fim da rua.

- Ei, não é melhor você entrar lá e eu ficar esperando aqui fora? – perguntei enquanto nos aproximávamos da casa.

- Ah é que eu vou entrar e te deixar aqui fora. Bem a minha cara mesmo.

- Mas Gina, eu não conheço sua família. Vão achar estranho você chegar com um garoto todo encharcado em casa.

- Relaxe, só minha mãe deve estar em casa – ela segurou meu pulso e me fez subir uma escadinha de cinco degraus.

Isso não vai dar em boa coisa. Nunca dá.

Gina tirou do bolso uma chave, a colocou na fechadura e abriu a porta.

- Mãe? Tem alguém em casa? – a ruiva gritou me puxando para dentro e batendo a porta com um pontapé. Eu ri disso. Deixou a mochila em um canto da sala e seguiu para a cozinha. Fui logo atrás dela.

- Gina, querida – uma senhora baixa, gorducha e tão ruiva quanto Gina, com um sorriso muito simpático no rosto, a abraçou forte – Que saudade de você, minha filha – se afastou apenas o suficiente para olhar Gina.

- Também estava, mãe.

A senhora dirigiu seu olhar para mim, um tanto curiosa.

- E vejo que trouxe um amigo – a senhora se aproximou de mim, sorrindo.

- É... Mãe, esse é Theodore Nott – Gina me apresentou enquanto eu recebia um caloroso abraço da Senhora Weasley.

- Muito prazer – sorri, a mulher se afastou um pouco, o rosto alegre e o olhar carinhoso.

- Pode me chamar de Molly, querido – se virou de frente para o fogão e de repente, voltou a nos olhar – Estão com fome? Fiz torta de maçã.

- Não mãe, já comemos – Gina tratou de informar.

- Então Rony vai comer tudo sozinho. Oh não, espere – ela pareceu se lembrar de algo – Vou oferecer à amiga dele também.

- Amiga? – Gina se colocou ao meu lado, estranhando um pouco o que sua mãe havia acabado de dizer – O Ronald veio passar o feriado em casa?

- Chegou não faz muito tempo – Molly colocou um par de luvas fofas e retirou a torta do forno. Estava com uma cara ótima.

- Bem, nós vamos lá em cima pegar algumas coisas e já vamos voltar para a escola. Vou ver se o Rony pode emprestar uma camiseta para ele – Gina apontou para mim.

- O que aconteceu? – a senhora Weasley olhou para minha camisa molhada.

- É... – Gina começou a enrolar. Obviamente não iria contar que me jogou um copo de refrigerante na cara – Ele caiu na fonte.

- Fonte? – Molly me olhou desconfiada. Fonte? A Gina só podia ter pirado mesmo.

- É, ele estava com calor e mergulhou a cabeça na fonte do parque – Gina inventou.

- Eu? – perguntei e Gina me lançou um olhar mortal – É... Eu fiz isso mesmo – tentei ser convincente – Tivemos de correr para pegar um táxi e eu fiquei com calor.

- Tudo bem – Molly assentiu, mas não creio que ela tenha acreditado na história. Lançou um sorriso cúmplice para mim antes de sairmos da cozinha.

Voltamos à sala e subimos as escadas para o andar de cima. Passamos por um corredor com várias portas, uma delas estava entreaberta.

- Fique quieto – Gina pediu aos sussurros. Obedeci.

Ela foi o mais silenciosamente possível até à porta. Eu estava logo atrás dela, meu tronco tocava suas costas. De leve, colocou a mão sobre a maçaneta e em um movimento rápido, a abriu com tudo.

Rony, que estava agarrando Lilá Brown, diga-se de passagem, a patricinha mimada e certinha que escrevia para o jornal da escola, se separou dela com um pulo.

- Rony, vou precisar de uma camisa sua emprestada – Gina disse na maior naturalidade. Eu me controlava tanto para não rir da cara dele que já sentia meu rosto fervendo.

- Que porra é essa, Gina? – ele perguntou, indignado. Lilá não sabia nem onde socar a cara – E por que ele está aqui? – Rony me olhou com raiva.

- Não é da sua conta – Gina abriu o guarda-roupa do irmão e tirou de lá de dentro uma camiseta verde clara – E a propósito, tomem cuidado – ela alertou. Lilá ficando roxa de vergonha se escondeu atrás de Rony – Mamãe vai vir oferecer torta para vocês.

- Se bem que nem será tão necessário assim. Os dois já pularam para a sobremesa há muito tempo – não me contive e tive de falar. Gina riu do meu comentário e me empurrou para fora do quarto.

- Ah, mais uma coisa – ela voltou a se pronunciar – Vocês sabem como são feitos os bebês, não é? – perguntou olhando para os dois – Então se comportem e não tentem ter um! Sou muito nova para ser tia.

E dizendo isso, saiu do quarto ao meu lado, com um sorriso vitorioso no rosto. Minha barriga doía de tantas gargalhadas trancadas. Olhei para trás e vi Rony com o celular no ouvido.

- Harry? É o Rony... – o ruivo me lançou um olhar furioso e fechou a porta do quarto com um baque estrondoso.

Gina abriu a porta do seu quarto e nós entramos. O cômodo era iluminado pela claridade que entrava pelas portas de uma pequena sacada. As paredes eram em um tom de creme clarinho e por ela, vários pôsteres e fotos estavam espalhados. Havia uma estante de livros em um canto, um tapete felpudo branco no chão, a cabeceira da cama encostada na parede. O teto era um azul escuro cheio de pequenas estrelas, como se fosse o céu à noite.

- Tome – ela me entregou a camisa e abriu seu armário. Pegou algumas peças de roupa variadas e as colocou dentro de uma mochila. Ficou pegando mais algumas coisas pelo quarto e entrou em uma porta, que eu deduzi que devia ser a do banheiro.

Tirei a camisa molhada e a pendurei em um cabideiro que ficava ao lado da estante. Livros de romance contemporâneo era a maioria ali. Retirei um da estante e dei uma olhada. Não era muito de ler, nunca me interessei tanto por livros. Olhei então para porta do banheiro e vi que Gina me observava. Ela desviou seu olhar de mim e foi até a cama, colocou mais algumas coisas na mochila.

Guardei o livro na estante e vesti a camisa de Rony. Gina terminou de arrumar suas coisas e se largou na cama, tapando a cara com o travesseiro.

- Eu podia hibernar Nott. Eu não me importaria nem um pouco em ser um urso.

Ri do seu comentário e me sentei na ponta da cama.

- Ei, Gina... – cutuquei a pena dela.

- O que? – ela descobriu seu rosto com o travesseiro e me olhou.

- Você gosta do Potter, né? – perguntei e suas pupilas de dilataram um pouco.

- Não – ela negou.

- Não minta para mim – pedi e ela se sentou de frente para mim, encarando as pequenas flores estampadas em sua colcha.

- Sou uma boba. Eu não sei me comportar como uma garota. Não sou bonita, não sei ser charmosa, não sei nem me vestir. Sou uma desengonçada, vivo de all star toda atrapalhada, pareço mais um cara. Cheia de magoas, choro por qualquer coisa. Sou patética e ridícula, não consigo dizer o que eu sinto, faço tudo errado e me sinto sozinha. Tenho ataques de raiva, crises depressivas, e bipolares. Me sinto um lixo.

- Você não é boba, Gina. Você é linda, tem estilo, sentimentos e mágoas. Todo mundo as tem. Você não parece um cara – eu ri e ela sorriu de lado, os olhos levemente marejados – Você não é ridícula e está muito longe de ser um lixo. Tipo, muito, muito longe mesmo – ela deixou o sorriso aumentar um pouco em seu rosto – E eu estou aqui com você, não precisa se sentir sozinha – segurei sua mão e a apertei.

- Obrigada – ela pediu de olhos fechados.

- Quer um abraço?

- Quero, por favor – ela fez uma voz de bebê e eu ri. A puxei para mais perto de mim e abracei forte. Ela respirou fundo, suspirando e uma fraca corrente de ar roçou em meu pescoço. Voltou ao seu lugar, se soltando do meu abraço e estava sorrindo de um jeito doce.

- Você se sente assim sobre a Astória?

- Assim como? – perguntei confuso, brincando com os dedos de Gina.

- Você consegue se imaginar ao lado dela daqui a uns anos? – me olhou inocente – Acordando ao lado dela de manhã, vendo filme e comendo pipoca abraçados no sofá?

Aquilo me pegou desprevenido. Astória seria tudo isso para mim?

- Sinceramente? – perguntei e ela assentiu – Não.

- Às vezes, a graça está só na conquista. Ela deve ser uma das únicas que diz não para você – a ruiva constatou, acertando em cheio.

- O que acontece com você e o Potter?

- Eu sempre gostei dele. Desde a primeira série, quando ele e Rony viraram amigos. Os anos foram passando e ele nunca deu bola para mim, nunca se importou. As coisas mudaram quando eu comecei a sair com Dino Thomas, decidida a esquecer do Harry. E então, de repente, ele começa a demonstrar interesse em mim, me faz voltar atrás quando eu estou quase me recompondo, me faz sentir um carrossel de sentimentos e isso não deu em nada. Ficava com garotas na minha frente, me provocava e garanto que nunca soube o quanto isso me machuca. E ele nunca foi nada fixo comigo, eu só me sinto uma...

- Uma idiota por sentir ciúmes de alguém que nunca foi realmente seu – falei naturalmente, como se eu estivesse passando pela mesma coisa.

O dia passou demorado, assistimos a um filme e comemos a torta de maçã da senhora Weasley. Conversamos mais um pouco e ela me deu algumas dicas para tentar com a Astória.

Lilá havia ido embora e Rony não deu as caras o dia inteiro, ficou socado em seu quarto o tempo todo.

Fomos para a sala nos despedir de Molly para voltar ao colégio.

- Cuidem-se – ela pediu, abraçando a mim e depois a Gina.

- Tudo bem. Te amo, mãe – ela se soltou do abraço da senhora Weasley.

- Também te amo filha. Cuide dela para mim, tudo bem? – Molly se dirigiu a mim – E nada de ficar enfiando a cabeça em fontes...

Rimos e de repente a campainha tocou.

Gina foi atender enquanto eu prometia à Molly que iria tomar conta de Gina.

Escutei a porta se abrindo e um tom de voz que eu conhecia muito bem.

- Harry? – a fala de Gina saiu fraca e quase inaudível.

Rony desceu as escadas com o celular na mão. Ele havia ligado para o Potter vir aqui.


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Notas finais do capítulo

E então, mereço reviews?
Gostaram?
Espero que sim.
Agora eu preciso ir meus amores.
Nos vemos no próximo.
Beijinhos, Giu ♥



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