A Little Help escrita por giuguadagnini


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Ô, meus amores!
Quase cinco da manhã e eu ainda não deitei, sendo que tenho dentista às nove. Sabem por que ainda estou acordada?
Hmmmm, acho que o fato de ter um capítulo novo explica um pouco as coisas, hahaha.
Pois é, foi só a Mari que me fez explodir de chorar e rir ao mesmo tempo com aquela recomendação linda!
MARI, ESTE CAPÍTULO É PARA VOCÊ, MEU ANJO.
Bom, eu nem ia postar um capítulo assim, mas decidi dar essa bônus para vocês, leitores de A Little Help, que me apoiam tanto.
Bom, como é um capítulo extra, decidi fazer diferente. Este é todo com o ponto de vista da Gina, para quem gostou quando ela narrou um pouquinho no capítulo 9, na festa da Pansy.
Eu amei escrever esse capítulo. Espero que vocês gostem de lê-lo também.
Música, nos colchetes! Ruuun :33
Boa leitura e nos vemos lá em baixo.



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POV Gina Weasley

[Ironic – Alanis Morisette]

– Venha – dizia Luna para mim enquanto seguíamos pelo corredor. – Quer que eu te ajude com essa mala?

Havíamos acabado de passar no meu “antigo” quarto – o que eu dividia com Lilá e Cho Chang – para pegar minha mala. Luna deixou que eu dormisse no seu quarto com Hermione, o que era algo pelo que eu devia agradecê-la pelo resto da vida.

– Não precisa, não – eu tratei de dizer logo, emendando um sorriso agradecido. – Está bem levinha.

Já não bastava ter me cedido uma cama no seu quarto, ela ainda se mostrava a disposição para me ajudar a carregar minhas coisas?

Acho que Luna devia ser um anjinho da guarda. Aqueles cabelos loiros com cachinhos nas pontas não deviam ser por acaso.

Nem preciso dizer que as lambisgoias da Brown e da Chang adoraram o fato de não me ter mais por perto. E eu adorei também ir para bem longe daquelas hienas que meu irmão e o besta do Harry chamam de peguetes.

Vejam bem: peguetes.

PEGUETES.

E a Lilá ainda acha que vai casar com o Ronald. Tá bom.

– Bem – disse Luna, parando na frente de uma porta enumerada como 614. – Chegamos.

Ela passou o cartão e a nossa entrada ao cômodo foi liberada. A primeira coisa que vi quando pisei lá dentro foi um corpo emaranhando nos lençóis cor de mogno da cama de casal.

– Hermione... – Luna acendeu a luzinha de um pequeno abajur. – Ei, menina. Me deixa ver seu rosto.

– N-Não – ela soluçou. – Eu dev-vo estar toda inchada e horrív-vel.

Eu não podia estar com uma sensação maior de que aquele não era meu lugar. Quero dizer, primeiro que eu nunca me senti à vontade em um lugar novo assim, tão depressa. Sou dessas que se apegam às coisas, mesmo que isso leve um pouquinho de tempo. Essas que sabem o lugar de tudo, mesmo que o quarto esteja uma verdadeira zona. Mas eu não conhecia nada por aqui, a não ser essas duas garotas. E segundo porque eu nunca tive uma verdadeira amizade com Hermione.

Quero dizer, há um tempo ela era apaixonada pelo meu irmão e, se tem uma coisa que eu aprendi, é que as garotas que se apaixonam por Rony sempre tem algo de errado nos miolos.

O garoto come feito um porco, é grosso feito um ogro e ainda é o maior galinha. Como pode alguém querer um bicho desses para chamar de namorado?

Bom, foi por isso também que eu nunca tive nenhum tipo de relação afetiva com as meninas que Ronald gostava de chamar de “a garota da vez”. Eu sabia desde o início que ele não gostava de ter nada sério com nenhuma delas, que quando ele resolvia mudar por estar “enjoado”, a garota era automaticamente excluída de tudo o que ele costumava fazer em seu dia.

Não gosto de ver pessoas sofrendo.

Então eu me mantinha indiferente com todas as que entravam para a listinha do meu irmão. Eu sabia como tudo iria acabar, e não foi diferente com Hermione. Bem, não até certo ponto. Não até Draco aparecer para ela e, como num filme desses de romance adolescente, ela notar que pode estar sentindo algo por ele. E então Ronald percebe que está perdendo uma de suas garotas, que sempre estiveram ali, a sua disposição.

E também teve aquele negócio entre ela e o Nott na aula de natação. Eu não sabia o que estava sentindo por ele naquele tempo, mas isso me deixou profundamente incomodada.

Mas agora eu convivia praticamente todos os dias com Hermione, graças a essa turma que formamos quase por acidente. E ela não era tão ruim assim, tenho que dizer. Ela até que era uma pessoa bastante inteligente para ter ao menos gostado do Ronald.

Isso sim é um desperdício de hormônios com a pessoa errada.

Deixei minha mala em cima de uma cama de solteiro - não sabendo ao certo o que eu deveria fazer para parecer normal - e me sentei ali.

– Ei – Luna havia sentado ao lado da barriga de Hermione, na cama. – Fique calma. Essas coisas de garrafa nunca saem bem. – ela estava limpando uma lágrima da bochecha da morena enquanto empurrava, como um carinho, os cabelos dela para trás. - Aceite isso como uma briguinha besta que só vai firmar vocês dois mais para frente. Não é, Gina?

Quase tive uma síncope ao ouvir meu nome. Hermione virou a cabeça no travesseiro para me olhar, o que me fez sentir ainda mais envergonhada de ter vindo dormir aqui.

– Ahn, acho que sim – acabei respondendo, olhando para o chão. – Você devia ouvir a Luna. Ela tem poderes mágicos.

Hermione riu, seu rosto ainda vermelho pelo choro. Luna franziu as sobrancelhas, confusa.

– O que foi? – eu sorri, tirando o all star e sentando feito um índio em cima da cama. – Você acha mesmo que para deixar Blaise daquele jeito é preciso pouca coisa?

Luna enrubesceu. Hermione pareceu um pouco melhor.

– Eu vi – disse ela, puxando o corpo para cima para sentar-se na cama. – O garoto ficou hipnotizado ou sei lá o quê.

– Para – Luna estava definitivamente envergonhada.

– Ele até queria traze-la aqui no quarto, sabia? – eu fofoquei para Hermione, que abriu a boca, chocada.

– Mentira!

– Verdade – eu confirmei, ao que Luna respondeu com uma revirada de olhos.

Mas ela estava sorrindo também.

E então, alguém bateu na porta. Três batidinhas rápidas, quase ritmadas.

– Deve ser o Blaise – eu brinquei. Hermione trancou uma risada.

Luna levantou de onde estava e foi até a porta, mandando que parássemos de rir e inventar essas bobagens. Quando abriu-a, Pansy estava ali, já de pijama, com uma cara envergonhada.

– Oi – disse ela, cruzando os braços num gesto de timidez. – Posso entrar um minutinho?

– Claro – Luna deu passagem para que ela entrasse, e ela assim o fez. – Está tudo bem?

– Está, sim. Não é nada comigo. – Pansy sentou-se ao meu lado, na cama de solteiro. - Eu só queria pedir desculpas, sabe... Pela Astória, dando uma de vadia.

Luna fechou a porta, Hermione baixou o olhar para o edredom. Pansy apertou o colchão com as duas mãos, bem forte, ao ponto de eu conseguir senti-lo afundando um pouquinho só por estar do lado dela.

– Olha, ela não era assim antes – Pansy disse, calma. – Astória até costumava ser a mais comportada entre as líderes de torcida... e, então, mudou de personalidade de repente. Até lembro do Draco me falando que tinha que chama-la para sair antes de sequer pensar em beijá-la. E daí, hoje, ela simplesmente o agarrou na sua frente.

Hermione continuava olhando para o edredom. Luna sentou no lado vago da cama.

– Eu só queria pedir desculpa – disse Pansy -, mesmo que eu não tenha nada a ver com isso. Ela é orgulhosa demais para ter amigas como vocês.

Hermione finalmente olhou para Pansy, que parecia realmente aborrecida.

– Você não tem que pedir desculpas – disse Hermione, por fim. – Você não fez nada, Pansy.

– Me chame de Pan – disse ela, sorrindo ladinamente. – Pansy é um nome muito feio. Parece pança, ou sei lá o quê.

Foi então que, ao mesmo tempo, nós quatro começamos a rir de um jeito muito contagiante, o que chegava a ser cansativo de certo modo, por rirmos por ver outra pessoa rindo, e não pela verdadeira parte engraçada da coisa.

Meu Deus, que confusão! Quanta risada.

Foi então que eu notei que, a partir daquele momento, eu comecei a me apegar àquelas garotas. Comecei a vê-las como minhas amigas, não só como colegas de classe.

Pansy era a líder de torcida que, à primeira vista, parecia uma menina metida e arrogante. Mas ela era divertida e humilde por baixo de toda aquela carcaça de sonserina.

Luna era a arte e magia em um corpo humano. Àquela garota exótica, que tem aquele olhar sonhador nos olhos, o coração cheio de bondade e a boca cheia de conselhos e palavras amigas.

E também tinha Hermione, àquela que por muito tempo eu considerei uma sabe-tudo irritante que vivia atrás do meu irmão, mesmo quando ele deixasse claro que não estava nem aí para ela. Mas ela tinha algo no rosto, o sorriso, talvez, que tinha o poder de me fazer sentir confortável. O som calmo da sua voz, ou de repente o jeito que ela não tinha medo de chorar na minha frente.

Sempre tive medo de chorar na frente dos outros, pois lágrimas são, muitas vezes, vistas como fraqueza pelos olhos alheios. Vistos como vergonha, ou até motivo de gozação por uma Lilá da vida, no seu jornaleco de fofocas para gente desinteressada.

Acabou que juntamos as camas para que elas formassem uma só, bem grandona. Pansy aceitou o convite de Hermione para passar a noite conosco e, depois de colocarmos nossos pijamas, dormimos, todas amontoadas umas nas outras, conversando sobre os garotos, o jogo contra Durmstrang que aconteceria dali a algumas horas e até mesmo sobre cólicas.

Irônico, isso.

Logo eu, que sempre pensei que essa coisa toda fosse muito fútil para me agradar. Quatro amigas em uma cama extra grande, abraçadas debaixo do edredom cor de mogno, conversando, rindo, contando segredos.

Acho que senti falta de algo que eu nunca tinha feito antes.


– - -




Umas duas horas mais tarde, acabei acordando. Pansy estava quase me empurrando para fora da cama, mas não me importei tanto assim.




Fiquei olhando para o teto, sem ter muito que fazer.


Pesquei o celular dentro da mochila e comecei a ver meus contatos. Não sei o porquê disso, mas vivo fazendo essas coisas sem ao menos perceber o quão idiota isso é.

Passei pelo A de Arthur - meu pai -, pelo C de Carlinhos – meu irmão -, F de Fred – o gêmeo de Jorge -, pelo J de Jorge – o irmão gêmeo de Fred -, pelo M de Molly e de Mãe – que é mesmo minha mãe, dã – até chegar ao N e não achar o número de Nott.

Não sei por que, mas fiquei desesperada.

Comecei a rolar e rolar os contatos para cima, tentando encontrar seu nome.

Talvez ele esteja no T, de Theodore.

Mas não precisei ir até o T, pois quando cheguei ao O, eu encontrei uma foto dele fazendo biquinho com a boca. O contato estava intitulado como “O cara mais lindo do universo”.

Não consegui não sorrir ao ver aquilo. Então foi para isso que ele pediu meu celular um dia desses, dizendo que precisava ver se as configurações dele eram parecidas com as minhas.

Mentiroso do caramba!

Sem querer, acabei clicando com o dedo em cima do seu número e... eu estava ligando para ele. No meio da madrugada.

Por que eu não conseguia apertar o botão de “encerrar chamada”? Por quê?

– Alô – disse a voz dele, meio grogue de sono do outro lado da linha.

– Oi, O cara mais lindo do universo – eu tive de brincar, o que o fez rir baixinho lá no quarto dele.

– Você viu – Nott disse feliz, entre um bocejo e outro.

Eu quase podia vê-lo na cama, de olhos fechados e sorriso no rosto, com o celular na orelha quase caindo pela falta de força na mão, como sempre ficamos quando acabamos de acordar.

– Você pode vir aqui? – meu desejo saiu em forma de fala, e eu quase dei um tiro em mim mesma, mentalmente.

– Já está com saudades, é? – ele brincou, fazendo um barulho como o de alguém se revirando na cama.

– Idiota.

– Esquentadinha.

– Bobo.

– Oh, quase faleci com esse aí, pegue mais leve – ele fez aquela sua voz sarcástica de que eu tanto gostava.

Ri baixinho, olhando as garotas pelo canto dos olhos. Todas com seus olhinhos bem fechados. Amém.

– Então, você vem ou não? – questionei, enrolando uma mecha de cabelo na ponta do dedo.

Meu Deus, estou parecendo uma Cho Chang da vida quando fica vadiando por aí.

Larguei o cabelo.

– Preciso mesmo ir? – ele bocejou de novo. – Está tão bom aqui, com o Blaise roncando no ritmo de “brilha, brilha estrelinha...”.

Ri de novo.

– É uma coisa importante – eu tentei convencê-lo.

Três segundos de silêncio. Meu coração apertando e apertando no peito.

– Chego aí em dois minutos.

Desliguei e levantei da cama com cuidado. Tudo o que eu menos queria era acordar alguém agora.

Corri até o banheiro do quarto, lavei o rosto e fiz um bochecho para tirar o gosto de cabo de guarda-chuva da boca. Dei uma ajeitada no cabelo com os dedos, mesmo, e fiquei esperando-o na porta.

E lá vinha ele, parecendo um zumbi pelo jeito sonolento e arrastado de andar. Cruzei os braços e esperei que ele parasse na minha frente. E ele parou.

– O que é importante? – ele perguntou, os olhos praticamente fechados.

– Você vai ver.

Puxei-o pela gola da camiseta do pijama e ele veio trotando, desequilibrado, para cima de mim.

Beijei sua boca de leve, ao que ele respondeu me agarrando dela cintura de um jeito apertado. Eu amava me sentir amassada desse jeito, segura entre os braços dele.

Logo ele já tinha me encostado na parede e me prensava ainda mais de encontro ao seu tronco, me deixando extasiada e extremamente feliz por sentir o cheirinho do shampoo vindo do seu cabelo.

Era algo cítrico, mas ao mesmo tempo forte. Cheiro de Nott.

– Você ainda vai acabar comigo, Weasley.

Rindo, sentindo-o arfar de encontro a mim, eu sussurrei no seu ouvido:

– Não tenha dúvidas, Cara mais lindo do universo.

Foi a vez de ele rir.

– Ruiva invocada.

– Senhor “eu sou sexy com minha cueca boxer preta”.

– Então você ficou olhando, é?

Quase desmaiei de vergonha. Tentei olhá-lo de um jeito despretensioso para disfarçar, mas acho que não colou.

– Olha só, ela está vermelha – ele apertou minha bochecha, rindo daquele jeito que só ele conseguia fazer.

– Bobo – eu mordi seu pulso, fazendo-o soltar minha bochecha.

– Ah, é? Vai pegar pesado? – ele me apertou de novo.

– Vou – eu olhei-o, aceitando a bronca.

– Então chega mais perto, ruiva, que o cara mais lindo do universo que usa cueca boxer preta vai te mostrar o que é ficar sem ar.

– Mal posso esperar.

Rindo, ele voltou a me beijar, me agarrando de todas as formas possíveis e impossíveis. E eu correspondi, de todas as maneiras que pude improvisar.

E mesmo que me doesse admitir, sim, eu estava com saudades.




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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
E essa foto????? Quase morri quando fiz a montagem e deu tão certo, hahaha.
Esse foi especial também para a Lírio, que disse que ficou triste por não ter tido beijo Gott no último capítulo.
E aí, Lírio? Consegui satisfazer suas necessidades desses dois? :DDDD
Enfim, me digam o que acharam.
Obrigado mais uma vez a Mari, pela recomendação.
Se vocês quiserem seguir o exemplo dela e deixar uma também, eu não vou achar ruim não, hahahaha.
Brincadeira, meus anjos. Mas quem quiser, pode deixar...
(Giu desesperada por recomendações saindo aqui, com licença! kkkk)
Bom, acho que por hoje é só.
Só de lembrar que vou ter de acordar daqui a quatro horas já me deixa mais cansada ainda.
Dentista do capeta, sempre marcando horário pela manhã quando me bate uma inspiração dessas! >.
Ok, eu vou embora antes que vocês me expulsem da minha própria fic.
Um beijo, um abraço... muito amor para vocês ♥
... É, eu estou precisando mesmo dormir O.õ
- Giu