Piloto De Fuga escrita por Blue Butterfly


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar!!! Boa leitura, conversamos melhor no fim ;)



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Eu percebi quando Edward começou a acordar, sua respiração ficou mais irregular e seu batimento cardíaco também. Sua mão ainda estava na minha, eu segurava seu pulso para ter certeza de que estava tudo bem, ele dormira como uma pedra e isso era muito bom. Sua mão se fechou na minha quando ele recobrou a conciência e suas pálpebras se abriram lentamente, sonolentas, seu olhar encontrou o meu com rapidez, um sorriso brincando na sua boca.

-Bom dia dorminhoco – eu brinquei jogando um pouco de chamas incandescentes para longe de sua testa.

-Que horas são? – ele perguntou, a voz molenga de sono.

-São nove da manhã – eu informei – Mas faz dois dias que você está apagado.

-Dois? – ele se espantou, os olhos abrindo e expulsando o sono para longe.

-Pois é. Mas isso foi bom, você já está bem melhor, seu machucado está cicatrizando e quase fechou por completo. Você se cura rápido.

-Dois dias… – ele ainda estava atordoado com aquilo, ou com o sono que o consumia aos poucos – Eu preciso sair daqui, deve ter um monte de coisa para fazer.

Ele estava se levantando quando eu o barrei pondo as mãos em seu peito e o obrigando a deitar de novo na maca. Estava exausta naquela manhã, ficara a maior parte do tempo acordada, pensando e cuidando dele. Carlisle, assim que chegara, me ajudara, mas a maior parte eu me encarreguei de fazer. Durante aqueles dias eu não saí da ala hospitalar e estava muito orgulhosa disso.

Como se ouvisse meus pensamentos, Carlisle entrou no quarto trazendo duas tigelas, uma com comida e a outra com um tipo de sopa bem rala, a única coisa que conseguíamos administrar no ruivo desacordado. Um sorriso irradiante apareceu na face cansada e velha de Carlisle enquanto ele caminhava até nós, me entregando a tigela com comida e indo para o lado oposto da maca.

-Então o senhor resolveu acordar – ele brincou afagando os cabelos ruivos de Edward.

-Achei melhor voltar ao mundos dos vivos, tem muita coisa que eu preciso cuidar antes de ir para o sono final – e piscou para mim, rindo.

Eu ri também, soltando sua mão e começando a me alimentar. Carlisle o ajudou a se alimentar, embora ele reclamasse o tempo todo do alimento ralo.

-Por isso que eu dormi sem parar. Como é que alguém consegue acordar vivendo a base de água e sal? – ele perguntou fazendo um biquinho – Mas, e os outros? Como estão os recém-chegados?

Olhei para Carlisle, só ele teria aquela resposta.

-Eles estão se adaptando, as crianças estão se dando bem com os demais. Se bem que o menino continua arredio, acho que eles o feriram muito antes de levá-lo para lá, ele não admite que ninguém o toque, estremece todo quando alguém se aproxima demais. O garoto, Seth, está relativamente bem, ajudando quando pode e não atrapalhando. Já a menina está na dela, muito quieta, sem conversar com ninguém. Reclama um pouco, mas não é nada com que não possamos lidar.

Eles voltaram a falar dos outros, mas como eu não conhecia mais ninguém, além de Peter, então prestei atenção na comida e em manter meus olhos abertos. Quando terminei peguei as duas tigelas e me comprometi em levá-las para a cozinha, Carlisle me dissera como chegar lá antes e eu precisava me movimentar. Saí da ala hospitalar e entrei no corredor estreito e ladeado de portas, indo até a terceira a minha direita.

Abri a porta e dei com uma espécie de refeitório, havia algumas pessoas ali, duas eu reconheci de cara: Seth e Alice, ele sentado no meio da grande mesa, olhando para a comida com desânimo, ela num canto, a expressão vazia. O silêncio reinou quando todos deram comigo ali, até que uma garota de cabelo curto e olhos verdes se levantou, furiosa, a mandíbula trincada enquanto o braço se erguia em punho. Antes que eu reagisse ela me deu um soco bem na face machucada, fazendo com que eu tombasse para trás.

-Hei! – alguém berrou com a garota.

Ela ia voltar a me bater, eu estava surpresa demais, assombrada demais, atordoada demais para me defender e ia apanhar quando alguém segurou a mão dela no ar com força.

-Não encoste um dedo nela – Seth ameaçou.

A menina enfurecida se voltou para ele, pensei que ela bateria nele dessa vez, mas a voz de Edward, fria e cortante, interrompeu nossa pequena discussão.

-Chega Tânia, já basta por hoje.

Ele vinha amparado por Carlisle, o braço envolvendo a região de seu machucado.

-Claro – ela disse furiosa – Vamos lá, defendam-na, cuidem dela, e quando ela os apunhalar pelas costas, eu não vou querer estar aqui para ver o que vai acontecer.

Ela saiu do refeitório, pouco a pouco as pessoas foram fazendo o mesmo, só sobrando Carlisle, Seth, Edward e Alice comigo. Para nossa surpresa, Alice começou a rir de onde estava, uma risada meio histérica e rancorosa, mas ainda sim uma risada.

-Você está bem? – Seth perguntou meio assustado.

-Bem? Estou. Só acho interessante como as pessoas podem ser hipócritas – ela disse rindo, o olhar ainda baixo – Fala sério, nenhum de nós quer ficar aqui racionando comida, quarto, luz, água quente… Se fosse para escolher, qualquer um daqui voltaria para sua casa aconchegante e seus bombons de chocolate com nozes, inclusive a idiotazinha ali que começou a confusão.

Alice se pôs de pé, os olhos frios enquanto ela revelava sua alma para nós naquele refeitório.

-Ninguém escolheu vir para cá, somos todos foragidos, todos fora da lei, independente se estamos do lado certo ou não. Então é muita, muita hipocrisia alguém falar de você, bater em você – e olhou para mim – Se você quiser voltar para o mundo de fantasias onde tudo é rosa chiclete e azul bebê. Por que todo mundo nesse inferno quer voltar para lá – ela berrou atirando um copo de vidro no chão – Então dane-se a liberdade de escolha, eu daria tudo para voltar para aquele mundo, assim como todos vocês.

Ela saiu da sala como uma borboleta, mil vezes mais leve do que antes.

-Caramba! Essa daí explodiu de vez – Seth comentou.

Eu não disse nada. Parte de mim concordava com ela. Apesar de estar com Edward, de saber a verdade, eu não podia negar que sentia falta do conforto e da segurança da mentira. Eu não era uma jovem necessitada, minha família era rica, tinha tudo do bom e do melhor. A melhor casa, a melhor escola, os melhores amigos…

Mas eu não voltaria, eu sentia falta de tudo aquilo, mas não iria voltar, dois dias pensando foram suficientes para eu entender que nada no mundo seria tão horrendo quanto ver a verdade e não aceitá-la. A verdade era cruel, desumana, mas mesmo assim era a verdade.

Eu sentei no banco, exausta, deitei minha cabeça na mesa e fechei os olhos. Ouvi quando alguém sentou ao meu lado, uma mão acariciando meus cabelos.

-Ela está bem? – Seth perguntou com interesse.

-Está cansada, só isso – Carlisle explicou – Ela quase não dormiu nos últimos três dias, isso afeta qualquer um.

-Tem que dormir garota – Alce me disse, sua mão sempre nos meus cabelos.

-Eu estou bem…

-Se quiser, ela pode ficar no quarto meu e da Laura, nós dois estamos bem acordados e nós não vamos dormir por enquanto.

-Não precisa – eu recusei – Não quero incomodar.

-Não vai, pelo menos não até a noite.

-Fique tranqüilo Seth, sei de um lugar para onde ela pode ir sem atrapalhar ninguém – Edward resolveu – Vamos Bella, você precisa dormir.

Eu pensei em discutir, mas estava realmente exausta, então só segui Edward e Carlisle, que o amparava. Nós passamos por uma porta no fim do corredor e descemos por mais uma escada, já me perguntava qual seria a profundidade daquela casa. Paramos em frente a uma porta descascada, o rasgo de uma pata de animal dando um ar selvagem a ela. Carlisle abriu a porta, revelando um cômodo diferente dos outros, mais amplo e com um ar mais carregado, um leve odor de mofo. As paredes eram brancas, algumas partes meio amareladas por infiltração, uma cama modesta mas confortável no meio, almofadas no chão e um pequeno aparelho de televisão. Sem esperar que eles dissessem alguma coisa eu me atirei na cama, esperando ansiosa para que o sono me arrebatasse e me desse um pouco de descanso.

-Quer subir? – Carlisle perguntou.

-Melhor não, estou com dor, vou ficar aqui, tem muitas almofadas para mim.

Carlisle se aproximou, deu um beijo na minha testa e me desejou bons sonhos, saindo silenciosamente e fechando a porta. Edward juntou as almofadas no chão, formando um colchão com elas, eu bocejei, me ajeitando na cama e puxando a coberta para meu corpo.

Edward começou a cantar baixinho a mesma música que ele cantara quando estava na minha casa e eu fui embalada por aquele som, meu subconsciente obedecendo a ordem do enfermeiro e me dando apenas sonhos.


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Notas finais do capítulo

Oi amores!!!
Quase não consegui postar, passei os últimos três dias fazendo trabalhos e mais trabalhos, estava sem condição alguma para postar. mas lembrei da minha ansiedade quando espero uma história ser postada e resolvi me esforçar para fazer algo decente para vocês, espero que tenham gostado,é curtinho mas é de coração.
Sei que prometi fazer meus agradecimentos hoje,mas não tenho condição, estou completamente esgotada. semana que vem,sem falta, eu prometo que faço. Bjinhus e comentem, seus comentários me motivam a prosseguir
Ps.: sei que estão ansiosas para que o romance Beward comece logo, mas espero que tenham paciência,há muita coisa para acontecer ainda.
Bjinhus, até semana que vem