The Catwoman Of Mystery escrita por Dener Burtory


Capítulo 2
Capítulo 2 Um Simples Desejo




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 Enquanto Selina sentada, esfregava o chão do corredor, Senhora Tutwalley passava por ali e disse:

-Limpe bem esse chão! Quero vê-lo brilhando quando eu voltar... Ei! Espere, o que é isso no seu pescoço? –

-Foi um presente do meu pai antes dele falecer. –Respondeu Selina.

-Dê-me ele agora! –Gritou a dona.

-Mas meu pai me deu ele de presente, por favor, deixe-me ficar ele. –Implorou Selina.

-Já mandei dar-me o colar, ou será punida agora mesmo!

 Aquela foi a gota d’água, Selina levantou-se, jogou a esponja com sabão em cima da dona e disse:

-Eu já disse que é meu! Não vou lhe dar nada! –

-Como ousa me desobedecer! Agora será punida com o chicote! –Gritou a dona.

 Agarrando Selina pelos cabelos, a Senhora Tutwalley levou-a para uma sala escura onde foi amarrada e presa em barras de ferro. Retirou um chicote em couro cru, e assim a castigou. Era possível ouvir os gritos e os estalos do chicote pelos corredores à fora. Todas as meninas mantiveram silêncio absoluto enquanto Selina sentia a dor causada pela teimosia. Ao fim do castigo, desamarrou-a, deixando-a presa naquela sala escura, para chorar de dor, seus ferimentos latejavam como se jogassem milhares de pedras em cima.

Durante a noite enquanto todas dormiam inclusive a dona, Jenny caminhou lentamente sem fazer nenhum barulho até a sala da Senhora Tutwalley para pegar a chave. Com algumas frutas na mão Jenny percorreu o caminho como um ninja se esgueirando em um telhado. Enfim chegou a sala da dona e conseguiu pegar a chave, agora só restava descer as escadas e correr para a sala obscura onde Selina estava. Finalmente chegou sã e salva. Selina escuta o barulho das trancas e rapidamente levanta ainda com um pouco de dificuldade.

-Oh, meu Deus Selina! O que ela fez com você?! –Perguntou Jenny chorando baixinho.

-Eu não quis dar meu colar, que ganhei do meu pai. Então ela me bateu, e me tirou ele enquanto estava desmaiada. –Disse Selina.

-Aqui estão algumas frutas que roubei do refeitório. Você deve estar faminta. –Argumentou Jenny.

-Sim, não comi nada a quase 2 dias, obrigada por me ajudar.

-Amigas são pra isso, mas agora tenho que ir, antes que alguém levante e nos veja aqui... –Disse Jenny se despedindo e trancando a porta. Então subiu novamente em silêncio, entrou na sala da dona e colocou a chave no mesmo lugar, saiu de lá o mais rápido possível e foi para o quarto tentar dormir, para no dia seguinte acordar e ir para a aula.

 O amanhã chegou, e Jenny se arrumou e foi para o refeitório, indo de lá direto para a sala de aula. Logo após as meninas foram liberadas para fazerem as tarefas diárias, mas Jenny não conseguia se concentrar sabendo que Selina ainda estava presa naquela terrível sala escura com medo. Mesmo assim tentou realizar as tarefas, quando ouve os gritos de Selina mais uma vez, porém não ficou parada, não desta vez, correu sobre as escadarias como um flash e viu Selina presa mais uma vez sendo torturada, não com o chicote, mas a dona esfregava com um bucha com álcool nos ferimentos de Selina, Jenny não suportou ver a cena, pegou um vaso de vidro, e atirou-o na cabeça da dona, desmaiando-a por um certo tempo. Jenny correu para desamarrar Selina e ajudou-a sair da sala.

-O que você está fazendo Jenny! Quando ela acordar ficará irada... –Disse Selina.

-Que se dane essa bruxa, já cansei de apanhar sem nenhum motivo, agora sim ela pode me bater com razão... –Respondeu Jenny.

 As duas correram pelos corredores até o quarto, e trancaram a porta. Os professores que trabalhavam dando aulas de várias matérias, ouviram o barulho e foram ver o que tinha acontecido, e quando chegaram, ficaram surpresos, a Senhora Tutwalley estava desmaiada, parecia morta, mas para a tristeza das meninas depois de um tempo a dona se recuperou.

 Após duas semanas, a Senhora Tutwalley se recuperou e continuou sua insistência com Selina durante um bom tempo. Ele foi se passando e cada vez mais Selina ganhava mais ódio da dona e habilidades especiais que não sabia que tinha como acrobacias. Então criou um plano perfeito para finalmente se libertar daquela maldita prisão, mas isso iria requerir um bom tempo para dedicar-se a educação física durante as aulas, para aprimorar seu dom.

 Cinco anos se passaram e Selina completou os quinze anos, já com uma mente mais ampliada de conhecimentos gerais, e técnicas aprimoradas, bastavam apenas algumas horas “roubadas” ao invés de cumprir as tarefas, tirava as horas para treinar escondido, sempre contando com a ajuda de Jenny. De acordo com o plano finalmente naquele exato dia ela escaparia usando suas habilidades atléticas, em busca de uma jornada com mais desafios e aventuras.

 A noite, quando todas foram dormir, Selina e Jenny tiveram uma pequena conversa:

-Selina preciso te perguntar uma coisa? -

-Diga Jenny... -

-Tem certeza mesmo que quer fazer isso? -

-É claro que quero! –Respondeu Selina exaltada, e completou:

-Eu esperei muito tempo por isso, já estou cansada de seguir regras, quem dita agora as regras, sou eu mesma... –

-Tudo bem então, mas não vou com você está bem? –Disse Jenny.

-Mas porque não?! Pensei que iríamos fugir juntas! –Respondeu Selina surpresa.

-Vamos até a sala da Senhora Tutwalley, para pegarmos alguma coisa que você possa usar para escapar. –Argumentou Jenny.

 Então foram até a sala em completo silêncio, desviando-se dos barulhos que a madeira velha fazia no chão, como sempre passavam despercebidas mesmo fazendo sombras nas portas dos quartos... Enfim chegaram e entraram, olhando em várias gavetas Selina encontra o colar dado por seu pai, e tomado pela dona foi posto de volta a seu pescoço, por coincidência Jenny encontra o chicote usado pela dona à anos atrás para castigar Selina, ela o puxou da gaveta e perguntou a Selina:

-Ei, Selina, se lembra disto? –

-Como eu poderia me esquecer, nunca soube como ela usava isto. –

-Quer descobrir? –Perguntou Jenny.

-Talvez. –

-Então leve com você para aprender a usá-lo, aposto que será bem útil. –

-Realmente, minha vontade era de amordaçar aquela bruxa e a matar sufocada com ele, mas sua idéia também vale. –Sorriu Selina.

-Agora vamos, se você quiser sair daqui a tempo, tem que andar depressa. –Disse Jenny.

 Imediatamente as duas saíram da sala e foram para o quarto onde de lá mesmo Selina iria fugir pela janela. Chegando ao quarto a despedida:

-Adeus Selina. Sentirei saudades... –Disse Jenny.

-Adeus amiga, também vou sentir saudade, mas ainda iremos nos encontrar por aí. –Disse Selina, saltando pela janela e usando o chicote, ainda meio atrapalhada, como corda. E assim seguiu seu caminho, escalando casas e correndo meio aos telhados sem barulho algum.

 Quando estava longe, o sol estava surgindo, Selina ainda caminhava pelos cantos dos telhados, rodando e aprendendo a estralar o chicote pela primeira vez. Resolveu fazer uma visita ao local onde morava, mas quando chegou lá, sua mansão não existia mais e no lugar foi construída uma grande fábrica. Desapontada, pela grande mudança na cidade, resolveu pensar em um lado bom, pois haviam muitas coisas novas na cidade.

 Ao caminhar pelas ruas, parava a cada minuto para olhar nas vitrines, as roupas e os sapatos de grife lhe enchiam os olhos, da mesma forma que começou pensar em como conseguir tais coisas. Um pouco mais distante dali havia uma casa abandonada onde viviam vários gatos, mas, Selina não se importou, pulou a janela e entrou quando ninguém estava olhando. Tirou sua mochila das costas onde carregava algumas frutas e roupas, quando uma gata chegou perto de Selina e ronronou subindo em seu colo. Ao olhar nos olhos gata Selina podia sentir e ter visões de ruas, lugares distantes e pessoas, foi quando viu a imagem de sua mãe conversando com seu pai sentados, Selina focou o olhar mais uma vez, e quando piscou, a gata havia sumido. Confusa ela se sentou novamente no chão e fechou os olhos, não demorou alguns minutos e quando abriu novamente os olhos, a gata estava parada na sua frente sentada com o olhar fixo.

-Quem é você? E o que fez comigo? –Perguntou Selina com medo.

 A gata entrou em um dos cômodos da casa, enquanto isso, os outros gatos, formaram uma fileira dos lados, esquerdo e direito de Selina, então a gata retornou com uma coleira em diamantes, com algo escrito. Passou pelo meio das fileiras lentamente e entregou a Selina a coleira no qual estava escrito: Meia Noite, com belas letras desenhadas suavemente na placa de ouro branco.

-É você! –Disse Selina espantada mas ao mesmo tempo feliz.

-Não acredito que todos esses anos você e todos sumiram... Por onde andaram seus travessos?! –Riu Selina levantando-se e pegando Meia Noite no colo para acariciá-la.

 Novamente a noite chegou, o trânsito nas ruas, cada vez mais diminuía, as lojas fechavam e todos iam para suas devidas casas, Selina não, num dos cantos das janelas do alto, ela observava as pessoas andando, e pensou:

-Não posso mais ser reconhecida pelas pessoas como Selina, não posso mais seguir minha vida aventureira com esta aparência. E não vou precisar de trabalho para conseguir isto.

Ela pula da janela rapidamente, e cai de pé com certa suavidade. Caminhando pelas ruas novamente, ela se depara com uma loja de sexy shop, e observa na vitrine um lindo traje em couro com máscara de gato cobrindo a cabeça por completo.

-Será este mesmo, irá me servir muito bem. –Disse Selina.

 Olhando para os lados e vendo que não havia ninguém nas ruas, arrombou a porta evitando fazer muito barulho. As trancas foram se rompendo a cada chute que Selina dava nas portas, até que se quebraram por completo. Ela rapidamente pega o traje, juntamente com a máscara, as botas e as luvas com pequenas garras e pôs dentro de sua mochila, saindo logo da loja e correndo para algum local escuro, para continuar com seus ataques.

 De volta em seu caminho pelas ruas, outra loja lhe interessou, porém uma loja de esportismo, assim novamente arrombou a porta com um pouco mais cansada pela adrenalina da loja anterior, mas depois de alguns minutos finalmente conseguiu entrar e roubar alguns materiais como: cordas, alguns pesos e etc. Antes de sair da loja, mais um item lhe interessou. Brilhantes visores, para proteção dos olhos, feitos de um material ultra-resistente e num tom de vermelho transparente. Assim, feito seu “trabalho” escalou os muros e correu por cima das moradias e demais lojas até a casa abandonada. E assim chegou pela janela.

-Olá meus amores, eu demorei? –Disse Selina com um enorme sorriso no rosto, e virando sua cabeça para direção a Meia Noite.

-Vamos dormir um pouco e torcer para que tudo amanhã dê certo, cruze as patas...


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