Dust Angels escrita por Nancy Boy


Capítulo 7
Capítulo 7 - Bad News...


Notas iniciais do capítulo

Então, oi :)
Sem Party e Fun nesse capítulo, só no outro .-.
Mas, ahn... espero que gostem. E até lá embaixo o/



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 Remote Heart e Show Pony pularam da cama imediatamente. De Kobra Kid não se ouviu mais nada.

— Vou mandar Stardust Rose buscar a menina, e vocês levem esse celular — Dr. Death avisou e saiu.

Os dois killjoys pegaram suas rayguns e correram para fora, montando na moto e saindo pela estrada em uma velocidade perigosa. De longe Remote Heart percebeu que a luta não acontecia na casa deles; pegou o celular e contatou Kobra Kid novamente.

— Onde vocês estão?

— Chegando na Rota Guano, ah, droga... JET, CORRE... CORRE MAIS ENTÃO, IDIOTA! Porra, o Party e o Fun tinham que ter ido com o carro na merda daquela festa?

— Quantos Dracs? — Remote Heart perguntou firmemente.

— Não sei, uns seis, talvez... Estamos correndo e nos escondendo, e onde você...?

Remote Heart desligou e acelerou novamente.

Não demorou para chegarem no local. Alguns Draculoids se viraram assustados ao ouvirem o barulho da moto vindo por trás deles, e mal tiveram tempo para respirar; Show Pony já atirava, acertando o máximo que a mira lhe permitia. Eles viram Kobra Kid e Jet Star saírem de trás de uma pedra, e um pequeno tufo de cabelos atrás deles mostrou que Grace ainda estava bem. Os quatro killjoys atiravam, Remote Heart agora já fora da moto, e logo todos os Draculoids estavam mortos.

— Demorou, hein? — Jet Star reclamou ao se aproximar, mas seu rosto exibia um sorriso, entrecortado por ofegos de cansaço.

Ouviram um barulho vindo do lado de Remote Heart, e a van de Dr. Death apareceu, com Stardust Rose na porta, a arma na mão. Sua decepção ao perceber que a luta terminara foi visível.

— Ah, droga, cheguei tarde... Mas que bom que estão todos bem. Ainda querem que eu leve a garota?

Grace apareceu tímida entre Jet Star e Kobra Kid.

— É melhor — disse Show Pony. — Vamos dar uma vasculhada pra ter certeza que tá tudo bem.

Grace de repente se virou e abraçou Kobra Kid, refazendo o ato em Jet Star depois de dois segundos.

— Ei, calma — Jet Star falou baixinho, agachando-se para ficar na altura da menina. — Estamos bem.

— Eu sei — ela respondeu, e os outros quase não conseguiram ouvir, já que sua voz estava abafada entre os cabelos de Jet Star. — Mas eu não quero ir, quero ficar com vocês.

— Você sabe que é o melhor, Grace, e nós queremos o melhor pra você...

— Por que vocês não param de se preocupar tanto comigo, pra variar?

Jet Star riu e a abraçou mais forte.

— Porque não dá.

Ele se levantou e a guiou até a van.

— Daqui a pouco nós vamos te buscar.

Ele piscou para ela, agradeceu Stardust Rose e, junto com os outros, acenou conforme o veículo se afastava. Assim que o mesmo sumiu de vista, eles todos se encararam e entraram em um acordo mudo de verificar as redondezas.

Remote Heart e Show Pony foram para um lado, sem se afastar muito de Jet Star e Kobra Kid, que caminhavam para o lado oposto. Sem a adrenalina do perigo a cercá-los, os pensamentos de ambos voltavam para os momentos que passaram pouco antes de serem chamados para a luta. Estavam claramente envergonhados, procurando olhar para todos os lugares menos para o rosto do outro.

Depois de alguns minutos, Show Pony decidiu quebrar o silêncio.

— Desculpa.

— Pelo quê?

— Por ter me afastado aquela hora.

— Ah — Remote Heart fitava o chão com muito interesse, esquecendo-se completamente de que deveria estar procurando por inimigos. — Tudo bem, eu acho que entendi errado.

— Não entendeu, não — Show Pony parou em frente a Remote Heart, e ele não teve escolha se não encará-lo. — O problema sou eu. Eu sou... complicado.

— Complicado como?

— Relacionamentos — Show Pony desviou o olhar. — Não gostam muito de mim.

Remote Heart sorriu; como não, vendo o semblante envergonhado — e, por isso, absurdamente fofo — de Show Pony?

— Mas e daí? — perguntou. — Relacionamentos são idiotas. Eu gosto de você, já não tá bom?

Show Pony riu, assentiu e olhou. Remote Heart sentiu pela segunda vez um estranho atordoamento ao ver seus olhos tão de perto.

— Mas será que você gosta de mim o bastante para...

— Pra quê?

— Para... me ajudar?

Remote Heart franziu o cenho, confuso, e Show Pony balançou a cabeça, como que expulsando os pensamentos.

— Esquece, estou falando demais.

Remote Heart abriu a boca pra responder, mas uma explosão repentina de luz o distraiu. Os dois se viraram a tempo de ver Kobra Kid atirando em um Draculoid cambaleante, o que os fez perceber que o primeiro disparo também fora do killjoy.

Correram para ele e viram Jet Star, andando rápido de costas e também atirando. Ao voltarem o rosto na direção onde eles olhavam, quase paralisaram de medo. Não porque tivesse mais cinco Draculoids lá, mas porque reconheciam a imponência de um homem que andava entre eles. Era alto, cabelos loiros cortados em estilo militar, e um sobretudo verde-musgo com um grande e perigoso símbolo na manga: o símbolo de um Exterminator.

Enquanto os Draculoids se ocupavam de Jet Star e Kobra Kid — e falhavam terrivelmente — o Exterminator percebeu a presença dos outros dois e não perdeu tempo. Quando eles já estavam quase alcançando os amigos, o homem atirou com uma arma da BLI duas vezes, acertando Remote Heart e Show Pony e os fazendo tombar no chão, suas armas voando para longe.

Nenhum dos tiros foi suficiente para desacordá-los, mas eles não conseguiam se mover. Sabiam que suas peles, na região da pélvis, estavam prateadas, e ficaram paralisados da cintura para baixo. Além disso, a dor era horrível. Tinham de se controlar, quase impossivelmente, para não gritar.

Jet Star e Kobra Kid foram empurrados contra o chão pelos únicos dois Draculoids que restaram, e estes pareciam muito orgulhosos de sua conquista; isso é, até o Exterminator se aproximar e lançar-lhes um olhar gélido de desprezo.

— Muito bem... — o homem disse, olhando de um killjoy para outro com uma expressão de superioridade. — O que temos aqui? Quatro idiotas... e nenhuma garota. Cadê ela?

— Ah, tá escondida ali atrás daquela pedra, estávamos querendo mesmo contar — Kobra Kid falou, a ironia pingando de sua voz. — Você não é muito inteligente, é?

Show Pony gemeu baixinho, sabendo que aquilo fora uma afronta e que não poderia resultar em algo de bom.

O Exterminator estreitou os olhos e se virou para onde a raygun de Remote Heart havia caído. Pegou-a e a analisou cuidadosamente, enquanto Jet Star e Kobra Kid lutavam para escapar, quase conseguindo.

— Eu gosto das suas armas — o homem comentou. — Elas resolvem o problema, né? Não é que nem essas porcarias que eles nos dão. Korse está certo, temos que poder eliminar, não importa o que aquela mulher metida a sabe-tudo pense.

Ele apontou subitamente a raygun para Kobra Kid e atirou, acertando no mesmo lugar em que acertara Remote Heart e Show Pony e arrancando um tenebroso grito de dor do killjoy.

— Opa, foi mal. Força do hábito. Esqueci que essa não paralisa... Essa tira sangue. Ou, melhor, como foi que você falou? — ele se voltou para Remote Heart. — Para Korse? “Corre, nossa arma mata”, ou algo assim. Pena que vocês não podem correr.

Ele apontou a arma para Remote Heart também, mas hesitou.

— Hmm... Vejamos, eu preciso de algum de vocês vivo, pra me dizer onde está a menina... mas todos, seria um exagero.

De repente, Jet Star conseguiu se livrar do Draculoid que o prendia, e começou a correr. Mas mal dera um passo quando o Exterminator disparou, fazendo o tiro pegar em suas costas e o derrubando.

— Mais uma coisa em que o Korse tem razão — ele falou, seu rosto contorcido em raiva. — Vocês não prestam para nada.

Inesperadamente, ele levantou a arma e matou os dois Draculoids. Passou, então, a brincar com a raygun, o que encheu Remote Heart de ódio. Havia algo de maligno no fato do homem estar com sua arma. O killjoy não podia acreditar que sua própria raygun estivesse causando aquilo tudo.

— E vocês dois — O Exterminator continuou, fitando Jet Star e Kobra Kid. — Acho que também não servem pra nada agora. Um vai sangrar até a morte, e o outro já deve estar morto.

Remote Heart virou a cabeça para ver os outros melhor. Kobra Kid realmente estava mais pálido, a expressão cheia de dor e as mãos tentando estancar, em vão, o sangue que saía de seu ventre. Jet Star parecia imóvel, mas prestando atenção, era possível ver o movimento lento de sua respiração.

— Então, qual de vocês vai me dizer onde ela está? — o homem parou em frente a Remote Heart e Show Pony, olhando com muita atenção para os dois.

Eles se fitaram por alguns momentos, e o olhar de cada um estava cheio de preocupação. O Exterminator riu.

— Ah, já entendi. É, acho que aquele curso que nos forçaram a fazer, de reconhecer sentimentos em expressões e aquela baboseira toda não foi tão inútil assim.

Ele deu mais uma olhada para eles e então agarrou Show Pony do chão pelo braço, colocando a arma em sua garganta, por baixo do capacete.

— Então, você já deve ter entendido — disse, ameaçador. — Ou você fala, ou o bonitinho aqui morre.

Remote Heart sentiu um peso como o de um avião cair sobre ele. Como ele poderia fazer isso? Sinceramente, ele já teve escolhas difíceis o bastante para uma vida. Isso não era justo, absolutamente. Não era.

Mas era só ver os olhos do Exterminator para perceber que justiça era a última de suas preocupações. E Remote Heart não podia perder Show Pony... Não agora... Nem nunca.

Ele abriu a boca, mas hesitou. Fechou os olhos, tentando juntar coragem, e quando os abriu, viu chocado um sorriso estampado em Show Pony. O killjoy piscou e, tão rápido que mal foi possível ver, jogou a cabeça para trás, machucando o Exterminator com o capacete. Ele disparou a arma, mas não acertou.

Show Pony caiu, trazendo o Exterminator junto, já que suas pernas ainda estavam paralisadas, mas conseguiu pegar a raygun antes dele. Não pensou duas vezes antes de atirar.

Eles passaram alguns segundos em silêncio, ainda sem acreditar que acabara, que o Exterminator estava morto. Mas quando perceberam a gravidade da situação, quase entraram em pânico.

Remote Heart e Show Pony se arrastaram até Kobra Kid. Jet Star estava bem próximo dele, e Remote Heart foi virá-lo para cima e trazê-lo um pouco mais para perto, tudo com muito dificuldade.

Show Pony pediu o celular para chamar ajuda, mas Kobra Kid, pálido como uma folha de papel, segurou seu braço.

— Não dá tempo — murmurou.

— Dá sim — Show Pony rebateu, quase gritando.

— Não, Pony. Não dá.

Show Pony se calou, observando o loiro caído ao seu lado, e não soube mais o que fazer se não abraçá-lo, tentando lutar contra as lágrimas que brotavam em seus olhos.

— Jet, vem aqui — a voz de Kobra Kid não era mais do um murmúrio.

Com gemidos de dor, Jet Star se virou e envolveu o outro com os braços. Show Pony se afastou, deixando que eles tivessem aquele momento só para eles.

— Como você tá? — Kobra Kid perguntou, a cabeça enterrada no pescoço de Jet Star.

— Tô que nem você.

— Um lixo?

— É, basicamente.

Eles riram fracamente e apertaram mais o abraço.

— Então você não vai precisar chorar por mim — Kobra Kid prosseguiu.

— Não, loirinho, não vou.

Jet Star beijou a testa do outro, carinhosamente, antes de voltar a falar.

— Desde que você prometa ficar lá esperando eu chegar.

— Você acha que eu não tenho nada melhor pra fazer, não?

— Não, não tem. Sua vida é um tédio, a morte vai ser também.

Kobra Kid o xingou, mas, assim que virou o rosto, foi possível ver um sorriso. Remote Heart percebeu que era a primeira vez que ele via Kobra Kid sorrir tão verdadeiramente.

— Vocês — ele falou, sua voz mais baixa ainda. — Falem pro Party que não teve nada de errado esse tempo todo. Ele foi perfeito em tudo, como irmão, como amigo, tudo. E o Fun também. Eu amo os dois, então no fim, foi tudo perfeito. Façam eles acreditarem nisso. E você...

Ele se virou novamente para Jet Star.

— Até daqui a pouco. Vou te esperar.

Ele suspirou e fechou os olhos.

— Até, Mi... — Jet Star murmurou, muito baixo, e Remote Heart achou que devia ter ouvido errado a última palavra.

Show Pony soluçou, não conseguindo mais esconder que estava chorando, e Remote Heart também percebeu em seu próprio rosto linhas quentes descendo até seu queixo. Não lhes deu atenção. Jet Star olhou para ele.

— Remote... ai — ele parou por um momento, distraído pela dor, mas logo se recuperou. — Você precisa me prometer uma coisa.

— Claro, qualquer coisa — a voz do outro saía mais fraca do que ele esperava.

— Você tem que cuidar da Grace.

— Claro, eu vou, eu já iria de qualquer jeito...

— Não, é sério. Você precisa me prometer com mais do que isso. Você precisa protegê-la. Não porque ela é importante para os killjoys... Mas porque ela é minha filha.

— Sua... — Remote Heart arregalou os olhos.

Show Pony permaneceu calado, agora coberto de surpresa.

— É, minha filha — Jet Star prosseguiu, e as palavras pareciam estar mais difíceis de serem pronunciadas. — Eu acho que não é bom ela saber... ela já perdeu a mãe. Mas o importante é você prometer. Você...

— Eu prometo, Jet. Eu prometo.

Isso pareceu convencer o killjoy. Ele sorriu e fechou os olhos, mas continuou a falar.

— Estou cansado... é uma sensação estranha. Até relaxante. Mas, antes... Falem pro Party e pro Fun que eu agradeço por tudo. Por terem sido meus melhores amigos... ah, o discurso do Kobra ficou mais legal.

Show Pony soltou uma risada rápida, porém triste.

— Mas digam isso — Jet Star prosseguiu. — E também, falem pro Fun que... ele devia parar de perder tempo.

Remote Heart e Show Pony não precisaram perguntar para entender do que o killjoy falava, e sabiam que Fun Ghoul também entenderia.

— Acho que é só isso — Jet Star murmurou. — Agora eu vou... dormir... só... dormir...

Ele se virou um pouco, passou o braço por cima de Kobra Kid e deu um último suspiro.


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM, NÃO ME ODEIEM, NÃO...
Quer saber, me odeiem sim, é o que eu tô fazendo. Eu sou um monstro T___T
Postei só hoje pra não estragar o niver do Gerard ontem '-'
Espero que o pseudo-Raykey tenha feito ficar um pouco melhor... não?
Ah, enfim. Comentem, estou preparado. *pega faca, colete a prova de balas e vai pra debaixo da cama*
Beijos, vou ouvir Sleep e me matar lentamente agora.