Dust Angels escrita por Nancy Boy


Capítulo 19
Cap. 19 - I'll turn it into some facts


Notas iniciais do capítulo

o/
Coisas pra falar antes do capítulo:
1- Era pra ser o último, mas eu me empolguei e fiquei escrevendo sem parar até que percebi que se colocasse tudo junto teria quase seis mil palavras -q Então eu dividi, o que significa: mais um capítulo antes do fim o/
Eu também dividi porque escrever o final foi foda e eu não quero postar ainda. É.
2- RECOMENDAÇÃO @_@ Da linda, fofa e perfeita da Ana *-------* Ficou linda, muito obrigado, mesmo. Eu também te amo ♥
E eu sei que o Nyah não está aprovando recomendações às vezes, mas não desistam! -q
3- Mastas of Ravenkroft agora porque eu precisava de uma música bônus e ela é agitada e combina -q
4- Tinha mais alguma coisa que eu esqueci :)
Boa leitura!



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 — Agora? — Party Poison perguntou. — Mas... não estamos preparados...

— Então se preparem!

— E a Missile?

Dr. Death olhou para a menina como se a estivesse vendo pela primeira vez.

— Ah... merda. Bom, ela vai ter que vir junto.

— Tá louco? — Fun Ghoul exclamou. — Deve estar um caos lá!

— É, mas não temos com quem deixá-la. Invisible e Stardust vão vir com a gente.

— Então vamos deixar ela sozinha mesmo.

Dr. Death sorriu de leve e se virou para Missile Kid.

— Você vai ficar sozinha se mandarmos?

— Não mesmo.

Fun Ghoul suspirou e Dr. Death voltou a falar.

— Então é isso, vai todo mundo, e que seja o que Deus quiser. Deixem as coisas do Pony na sua casa, peguem seus coletes e sei lá mais o que vocês precisam e vão direto pra Battery City, sem distrações, entenderam?

Party Poison assentiu por todos e disparou estrada a fora. Não demoraram cinco minutos para descarregar as malas de Show Pony e entrarem no carro de novo, com rayguns e coletes, apesar de não acharem que esses últimos seriam muito úteis. As armas paralisantes não deviam estar sendo usadas agora.

Não sabiam o que esperar da luta que viria. Dr. Death ia logo à frente deles, no carro que eles lavaram, com Invisible Star e Stardust Rose. Depois de reclamarem pelo rádio do trabalho em vão, já que a poeira do deserto estava sujando o veículo completamente, eles passaram a conversar e pensar em possíveis táticas. Mas não havia muito o que planejar; era chegar e ver o que estava acontecendo.

Perto da entrada de Battery City, eles notaram mais dois carros e três motos se aproximarem. Ninguém teve problema nenhum no caminho, pois os túneis e estradas estavam todos vazios, sem nenhum Draculoid ou guarda de qualquer tipo.

Assim que adentraram o local, entenderam porque.

Uma multidão estava parada em frente à base central da BLI, gritando tantas coisas diferentes que era impossível entender. Draculoids os continham, e um Exterminator observava de um ponto seguro, com uma expressão ameaçadora no rosto. Ele viu os killjoys chegarem e falou algo em um rádio, o que não podia ser bom. Toda a guarda da BLI estava por lá.

Dr. Death desviou para a esquerda e os Dust Angels o seguiu, sem ter certeza do que estavam fazendo. Tiveram que ir bem mais devagar, já que tinham muitas pessoas nas ruas, algumas parecendo raivosas, outras só curiosas. Pelo retrovisor eles perceberam que os outros killjoys que chegaram com eles pegaram caminhos diferentes.

Assim que a quantidade de obstáculos começou a diminuir, eles foram acelerando, sempre seguindo Dr. Death onde quer que ele fosse. De repente, precisaram parar; uma barricada de Draculoids estava à frente.

Livraram-se do imprevisto com facilidade, e Remote Heart nem precisou sair do carro, cuidando de permanecer abraçado com Missile Kid o tempo todo.

Rapidamente, prosseguiram, e viram pela primeira vez como era o interior de Battery City.

As casas eram padronizadas, o que poderia lembrar por um momento um governo socialista. Mas os killjoys sabiam que o objetivo de deixarem os lares todos iguais não era fornecer real igualdade à população, e sim impedi-la de conhecer algo diferente. Era sempre a mesma coisa: uma jardim discreto, paredes brancas e impecáveis, portas de madeira bem-cuidada e janelas limpas. Parecia uma representação perfeita do melhor do “sonho americano”.

De repente, Dr. Death parou e saiu do carro, gesticulando para que eles o seguissem. Ficaram apreensivos de deixar seu veículo lá fora, na rua agora deserta, e pela primeira vez se arrependeram do grande símbolo killjoy pintado no capô; mas não tinham escolha.

Pararam em frente à porta de uma das casas e Dr. Death bateu, impaciente. Um homem de aparência muito sóbria e educada os atendeu, com um sorriso estranho.

— Sim?

— Engrenagem — disse Dr. Death., como se fosse uma senha. E, bem... era.

Sem deixar de sorrir, o homem se afastou para deixá-los passar, e os killjoys entraram.

O interior era agradável e aconchegante, apesar de não muito grande. Sem dar tempo para que eles avaliassem o local, Dr. Death subiu rapidamente as escadas e todos os seguiram, até que ele, sutilmente, abriu uma porta no fim do corredor do primeiro andar.

— Mad Gear? — perguntou, incerto.

— Podem entrar — respondeu uma voz suave e rígida ao mesmo tempo.

Encontravam-se em um quarto de tamanho médio, com uma cama arrumada, um guarda-roupa de madeira rústico bem grande e uma mesa de trabalho perto da janela, onde um homem que estava sentado em uma cadeira se virou.

Mad Gear devia estar em seus quarenta anos; tinha os cabelos mal penteados e uma leve barbar por fazer, com fios brancos despontando em alguns lugares. Sua expressão era cansada, mas alegre e acolhedora. Era um tanto musculoso, mas nada que um pouco mais de roupas não pudesse esconder; e, por falar em roupas, as suas não estavam melhores que as de nenhum killjoy.

— Grace? — ele perguntou quando Missile Kid entrou.

Ela foi rapidamente até ele e o abraçou.

— Sou Missile Kid agora — anunciou, satisfeita. — E eu não contei pra ninguém o que eu ouvi até ontem, eu juro.

Mad Gear sorriu.

— Muito bem, Missile Kid. E eu soube do que você fez quando seus amigos estavam quase matando um dos meus killjoys lá na base. Se não fosse por você, estaríamos perdidos.

Ele piscou para ela, que corou de leve e voltou para perto de Remote Heart e Party Poison.

— Então, acho que vocês já viram o que está acontecendo aqui — Mad Gear falou, levantando-se e apertando a mão de todos.

— Sim, deu pra perceber. A propósito, sou Party...

— … Poison, eu sei, tenho o registro dos killjoys.

— Nós temos um registro? — Fun Ghoul questionou, perplexo.

— Aham. Achei que seria útil, especialmente pra saber quem compareceria quando esse momento chegasse.

Mad Gear fez um gesto para que esperassem e se virou para a janela. Cobriu-a com cortinas e trancou a porta antes de se aproximar do guarda-roupa. Então ele o abriu, entrou no meio dos casacos e desapareceu de vista. Para a surpresa de todos, Dr. Death o seguiu. Missile Kid deu de ombros e foi a próxima, e logo todos os killjoys estavam entrando pelo guarda-roupa e desaparecendo.

Ou, melhor, aparecendo em outro lugar. Tinham entrado no que parecia um centro de comando. Mais cinco killjoys estavam lá, conversando e, pelo jeito, trabalhando. As paredes estavam cobertas de câmeras, não só todas as da BL/ind, mas também algumas que eles tiveram certeza de que foram instaladas pelo próprio pessoal do Mad Gear, em pontos estratégicos de Battery City.

Assim que Invisible Star apareceu, Mad Gear se voltou para eles.

— Bem, então... ahn, você ficou com alguns pelos na sua blusa, Invisible.

Invisible Star riu e bateu para se livrar do que ficou dos casacos em sua roupa.

— A culpa é sua de fazer sua passagem secreta ser a passagem de Nárnia.

Mad Gear riu também.

— Sabia que alguém ia lembrar.

— O que é Nárnia? — Missile Kid perguntou baixinho para Remote Heart.

— É um lugar lindo. A BLI não quer que ninguém conheça, porque nos faz perceber que podemos sonhar. Mas um dia você vai conhecer.

— Então, como eu ia dizendo — Mad Gear prosseguiu um momento depois que Remote Heart parou de falar. — Estamos em um momento crítico. Depois que vocês mataram Korse, os Exterminators foram discutir a unidade de segurança da BLI com a direção, e isso distraiu todos por um bom tempo. Eles nunca são distraídos por coisas de fora, pois sabem que pode ser uma armadilha, mas como a discussão era entre eles mesmos, o que poderia acontecer, né? E por isso foi a hora perfeita para que meu infiltrado na base conseguisse finalmente trocar as pílulas. Ele foi até o último lugar em que era possível ter acesso a elas antes de serem copiadas e irem para a distribuição, e quando os nobres cidadãos de Battery City foram comprar sua dose matinal de controladores mentais hoje, seus cérebros foram limpos.

— Mas funcionou com todo mundo? — Show Pony perguntou.

— Não. Os que estão dependentes há mais tempo aparentemente só desmaiaram, mas os jovens tiveram uma recuperação plena, pelo menos até agora.

— É verdade, a maioria que está na frente da base é de adolescentes — Remote Heart comentou. — E acho que até vi algumas crianças.

— Exato. São o futuro da nação, não é, Missile?

Missile Kid se limitou a sorrir e assentir.

— Bem — Mad Gear continuou, assumindo uma posição séria. — Não temos muito tempo a perder. Daqui a pouco a BLI vai decidir abrir fogo contra os protestantes lá na base, e não podemos deixar isso acontecer. Por isso chamei os killjoys. Eles estão tendo reuniões como essa para entenderem o que aconteceu em diferentes pontos de Battery City, assim os Exterminators não vão saber quem devem atacar.

— Mas o que você quer que façamos? — Party Poison quis saber.

— O que vocês sabem fazer de melhor — Mad Gear sorriu. — Revolucionar.

— Atacar? — Stardust Rose perguntou, animada.

— Com todas as forças. Agora vamos ao plano...

Eles acharam que o melhor era se livrar dos Exterminators primeiro. Se iam realmente tomar o controle, tinham de fazer direito. Todos os killjoys iriam para a unidade SCARECROW e tomariam o controle dela. Assim que tivessem as informações sobre quem eram e onde estavam todos os Exterminators, fariam uma caça que não acabaria até que todos estivessem mortos.

— Quantos deles existem aqui? — Fun Ghoul questionou, assombrado.

— Por volta de cinquenta, acredito, e mais uns trinta em treinamento.

— Ah, Deus... — Invisible Star murmurou.

— E quantos killjoys? — perguntou Party Poison, sem se abalar.

— Se todos já chegaram, devemos estar com mais de oitenta. Sem contar as crianças, claro.

— E o que as crianças vão fazer? — Missile Kid cruzou os braços.

— Eu já pensei nisso — uma outra killjoy falou, aproximando-se. — Aliás, meu nome é Fuzz Face, prazer. Todos os grupos que tem crianças vão deixá-las num lugar seguro...

Missile Kid bufou.

— … mas não ficarão só lá, paradas — Fuzz Face prosseguiu, sorrindo. — As mais velhas ficarão com rayguns para se protegerem e cuidarão das mais novas. Missile, você vai ser uma das que vai montar guarda. Se algum Draculoid aparecer, você vai ter que atirar. Acha que pode fazer isso?

Missile Kid ficou subitamente rígida.

— Posso.

— Ótimo.

— Esperamos que isso não aconteça — interferiu Mad Gear, ao ver as expressões bravas de todos os adultos que vieram com a menina. — Mas é o melhor que podemos fazer. Então, estão todos esclarecidos?

Assentiram e, depois de Mad Gear mandar mensagens para outras pessoas avisando que poderiam começar a missão, saíram pelo guarda-roupa novamente, um por um, apressados, incluindo os killjoys que já estavam lá dentro.

Ao descerem a escada, viram novamente o homem sorridente que os atendeu, e Dr. Death decidiu fazer uma pergunta.

— Ahn, Mad... por que você não deu a pílula restauradora pra ele?

— Ah, ele é um idiota — Mad Gear falou, exasperado. — Algumas pessoas ficam melhores sem cérebro do que com um que só fabrica porcaria.

Isso era indiscutível.

Saíram e foram para seus carros; Mad Gear com os outros cinco killjoys entraram na garagem. Com um GPS que Mad Gear dera para Dr. Death, já programado com o destino, eles foram para o ponto onde deixariam Missile Kid.

— Lembre-se, não há nada de errado em se esconder, ok? — Party Poison falava, não deixando Missile Kid simplesmente pegar uma raygun e entrar na casa.

— Se você achar que não tem jeito, pode correr, não tem problema — Show Pony assegurou.

— E se você errar o tiro, tudo bem, isso acontece muito nas primeiras vezes — Remote Heart disse.

— Gente — Missile Kid os cortou. — Se vocês não forem logo se livrar dos Exterminators, eu que vou ter que fazer isso.

Ela sorriu, mas ninguém estava disposto a acreditar que fora só uma brincadeira. Despediram-se e partiram novamente.

O caminho para o quartel da SCARECROW não foi tão fácil. Encontraram muitas barricadas; às vezes desciam do carro para lutar, às vezes atropelavam quem estivesse na frente. Aos poucos, outros veículos de killjoys e até mesmo alguns à pé começaram a aparecer, e logo eles estacionaram o veículo, a um quarteirão de distância do destino. Quando chegaram em frente, surpreenderam-se com a quantidade de killjoys que viram; nunca imaginaram que fossem tantos.

Com a ajuda de dezenas de cabelos coloridos e rayguns disparando loucamente, eles arrombaram a entrada. Os Exterminators que estavam por lá reconheceram a desvantagem numérica logo e fugiram. No térreo, os killjoys começaram a discutir por onde iriam primeiro, até que chegaram à conclusão de que precisavam de alguém para falar por todos. Um líder momentâneo para todos os grupos.

Os Dust Angels se viraram para Mad Gear, mas ele balançou a cabeça negativamente.

— Quase ninguém aqui sabe que o plano é meu. Vocês não me conheciam até ontem, lembram?

Assentiram. De repente, uma mulher deu um grito um tanto histérico e se aproximou deles.

— Você... — ela falou, olhando para Party Poison admirada, e pareceu que poderia desmaiar quando avistou Fun Ghoul. — VOCÊ! Não acredito, vocês... eu virei killjoy por sua causa! Por causa das suas músicas! Onde estão...?

— Não estão — Party Poison falou logo, sabendo que ela perguntaria por Kobra Kid e Jet Star.

— Não...? — lágrimas apareceram subitamente nos olhos da mulher, mas ela as impediu de descer. — Bem, então acho que não há nada mais justo do que vocês nos guiarem, Party Poison e Fun Ghoul. QUEM CONCORDA COMIGO?

Os outros killjoys prestaram atenção neles pela primeira vez e vários tiveram uma reação surpresa semelhante à da mulher.

— Vocês tinham muitos fãs, né? — Remote Heart comentou.

— É, e nós sempre fomos ótimos fãs — Show Pony disse, orgulhoso.

Party Poison estava um pouco envergonhado, mas não tanto quanto Fun Ghoul.

— Vai lá, Party. Eles querem você.

— Nós, Fun.

— É, mas vai só você, tá?

Party Poison riu e foi para frente da multidão, fazendo todos se calarem.

— Então eu digo o que faremos — ele falou logo, olhando para todos. — Esse lado vai pelas escadas da direita e esse pela esquerda. Não vamos usar o elevador, eles podem desligar e nos travar lá dentro. Vamos nos encontrar no primeiro andar e matar quem estiver lá. Vocês aqui do meio, fiquem aqui no térreo e descubram como desligar a energia do prédio. Entendido?

Todos assentiram, rayguns em mãos.

— Então... — Party Poison sorriu, como se mostrasse que não conseguiria se conter. Levantou a arma com uma das mãos e soltou a plenos pulmões: — KILLJOYS, MAKE SOME NOISE!


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Notas finais do capítulo

Deixei em inglês porque fica mais legal -q
Acho que todo mundo já sabe qual é banda que eles tinham, né? Ok -q
Ana, obrigado de novo ♥
X-O-X-O ;D
E até... o próximo T_T