Three Broken Words escrita por marinaflima
- Cala a boca Marc! – disse ele tentando me imitar, forçando uma voz fina e profundamente irritante. Tentei permanecer impassível, mas logo explodimos numa contagiante gargalhada.
- É sério, você nunca atirou antes? – zombei – Você é uma vergonha para o povo Texano...
- Me desculpe Senhorita “Tiro ao Alvo”. – encenou ajoelhando e abrindo os braços – Atire! Atire se tem coragem de ferir um pobre homem sem coragem e dignidade!
- Cala a boca Marc! – disse enquanto o puxava pela blusa para sentar novamente.
- Tudo bem, tudo bem! Não é necessário uso de violência!
Enquanto ele se deitava, ajeitando-se na grama verde do campus, eu podia admirá-lo. A maneira como o seu queixo se flexionava enquanto ele sorria; a maneira que sua sobrancelha se tornava rígida quando estava perdido em pensamentos; a maneira que seus cabelos castanhos brilhavam ao sol e como ficava irresistivelmente sexy naquela calça jeans.
- Hey, Joanna. – falou enquanto cruzava as pernas e colocava um braço atrás da cabeça. Acenei com a cabeça, fazendo-o prosseguir. – Você já se apaixonou alguma vez?
Ah, aquela pergunta... Nunca fui muito boa em distinguir exatamente o que estava sentindo da mesma maneira que sou péssima em esconder o que sinto.
- Já. Algumas vezes. – respondi seca. – A primeira vez, foi pelo meu pai. Acho que toda garota se apaixona pelo que o pai é, ou representa.
Senti que Marc me escutava atentamente, e apesar de não olhá-lo, tinha absoluta certeza de que ele me olhava.
- Tive uma paixonite no jardim de infância, uma no fundamental e uma no ensino médio.
- Foi o seu primeiro beijo? – falou esboçando um meio sorriso.
- Sim. – olhei no fundo dos seus olhos e por um momento cheguei a esquecer o que estava fazendo ali.
- Quem é ele? – disse cortando a conexão visual.
- Ele? Quem?
- A sua última paixão. O cara pelo qual você ainda está apaixonada.
Várias coisas passaram pela minha cabeça naquele momento, mas o predominante era: “Como você sabe?”Mas meu lado racional sabia que Marc apenas estava blefando.
- Ele trabalhava na caça com você, não é?
- Er... Sim. – disse com certa incerteza.
- Qual é, pode falar dele. Prometo que não sai daqui. – falou beijando os dedos cruzados.
- Bom, ele era filho de um dos amigos da família. Eu sempre curti o estilo cafajeste... – Marc gargalhou, mas mesmo assim decidi continuar. – E ele sabia falar as coisas certas, mesmo sem dizer uma palavra. Era o tipo de cara que te deixa desconcertada com um olhar...
- Mais ou menos como eu, não é? – falou semicerrando forçadamente seus olhos.
- Exatamente assim Marc. – ironizei.
- Eu também tive um grande amor, Joanna. – Olhei profundamente em seus olhos e ao contrário da alegria que sempre pareceu transbordar, havia uma imensa e profunda angústia. – Ela se foi. É meu anjo agora.
- Sinto muito.
- Não sinta. Eu já senti o bastante. – sorriu e retribuiu meu olhar.
Nos beijamos de maneira terna e doce, maneira suave e marcante, maneira afobada e desesperadora... Este desespero foi se transformando em luxúria, prazer e carência, e nenhuma porta ou maçaneta foi obstáculo importante o bastante para nos fazer parar. Foi o que aconteceu naquela noite. Na minha primeira noite. Primeira e inesquecível noite de amor.
Acordei parcialmente descoberta e desnorteada. Meus dedos apalpavam a outra metade da cama e os meus olhos procuravam fervorosos aquele que havia me feito mulher. Ao invés do calor brando e aconchegante que procurava, recebi uma ligação. Aquela que mudou para sempre a minha vida como caçadora e como mulher.
Marc estava morto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Tudo muito rápido, eu sei... Tem um propósito, juro, rs.
Comente, por favor. Gostaria de saber seu palpite... beijo!