Bianca Voorhees escrita por Millatxf


Capítulo 1
Bianca Voorhees-A garota solitária




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/21053/chapter/1

Era uma manhã nublada e fria, apesar disso as ruas de Londres estavam cheias de pessoas que andavam de um lado para o outro, atrasados para seus compromissos diários.

         Porém em alguns lugares o dia não começava tão normal assim, como na bela mansão da família Voorhees, a maior e mais antiga mansão da cidade de Londres.

         Bianca Voorhees acordou com sua elfo doméstica, Lili, ao lado de sua cama.

         - Senhorita...sua mãe está chamando...o café da manhã está pronto.

         - Obrigada Lili, diga que já vou – disse Bianca se levantando.

         E com um estalo de dedos a elfo desapareceu.

         Bianca Voorhees tinha onze anos, era uma garota de cabelo preto e comprido, olhos negros e pele muito pálida. Quem a visse pensaria que ela era apenas uma garotinha normal, como todas as outras. Mas ela não era, Bianca era diferente, ela podia realizar feitos que nenhuma outra criança normal poderia, ela era uma bruxa, como toda sua família e milhares de outras famílias bruxas.

         Bianca se sentou na cama e olhou envolta de seu quarto. Era um quarto bem espaçoso, com grandes janelas com vista para o belíssimo jardim na frente de sua casa, os moveis eram de prata com detalhes em ouro, havia uma estante com ursinhos e bonecas de porcelana com às quais Bianca nunca brincava. Havia outra estante que chegava até o teto de seu quarto, essa estava repleta de livros, com os quais Bianca estudava e passava seu tempo livre.

Ela se arrumou e desceu à escada que levava até o hall principal, o corrimão da escada tinha detalhes de ouro e terminava em uma cabeça de serpente com a boca aberta. O hall principal era uma sala grande e circular, Bianca foi até uma das portas de madeira polida com a maçaneta de prata em forma de cabeça de serpente, indo para a sala de jantar, que também era bem grande como todos os cômodos da mansão Voorhees, havia uma mesa comprida e dourada, e vários quadros nas paredes com alguns membros da família Voorhees que ainda estavam vivos, uma Bianca tímida usando um longo vestido negro olhada para a Bianca real do alto de seu quadro, também havia quadros do Sr. e Sra. Voorhees, dos tios de Bianca, de seu avô e de seu único primo, as imagens nos quadros podiam se mover e até falar. Sua mãe, Vivian Voorhees, já estava lá sentada à mesa olhando a correspondência. Na mesa havia talheres e xícaras de prata, todas com o brasão da família Voorhees.

Vivian Voorhees era uma mulher muito bonita de olhos e cabelos negros e pele branca. Bianca se parecia muito com ela, exceto pelos olhos, que eram iguais aos de seu pai, Vivian vestia um belo vestido vermelho.

- Bom dia mamãe – disse Bianca se sentando à mesa enquanto um elfo doméstico com uma cara rabugenta, servia-lhe um copo de leite.

- Bom dia filha. Sua carta de Hogwarts chegou.

Ao ouvir isso os olhos de Bianca brilharam.

- Você foi aceita, seu pai ficará orgulhoso – disse a Sra. Voorhees entregando um envelope pardo para Bianca.

No envelope havia um emblema com uma cobra, um leão, uma águia e um texugo.

Dentro havia duas cartas. Bianca leu a primeira que dizia:

 

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

 

Diretor: Alvo Dumbledore.

(Ordem de Merlin, primeira classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos).

 

Prezada Sra. Voorhees.

 

Temos o prazer de informar que V.s.a tem uma vaga na Escola

De Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Estamos anexando uma lista de livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

 

Atenciosamente

Minerva McGonagall.

Diretora substituta.

 

 

         Depois de ler, Bianca pegou a segunda carta e leu:

 

 

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

 

Uniforme:

 

Os estudantes do 1º ano precisam de:

1-    Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas).

2-    Um chapéu pontudo simples (preto) para uso diário.

3-    Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou similar).

4-    Uma capa de inverno (preta com fechos prateados).

As roupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome.

 

Livros:

 

Os alunos devem comprar um exemplar de cada um dos seguintes:

    - Livro de feitiços (1ª série) de Miranda Goshawk.

    - História da magia de Batilda Bagshot.

    - Teoria da magia de Adalberto Waffling.

    - Guia de transfiguração para iniciantes de Emérico Switch.

    - Mil ervas e fungos mágicos de Fílida Spore.

    - Bebidas e poções mágicas de Arsênio Jigger.

    - Animais fantásticos e seu hábitat de Newton Scamander.

    - As forças das trevas: Um guia de autoproteção de Quintino Trimble.

 

Outros equipamentos:

 

    1 varinha mágica.

    1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2).

    1 conjunto de frascos.

    1 telescópio.

    1 balança de latão.

Os alunos podem ainda trazes uma coruja Ou um gato Ou um sapo.

 

Lembramos aos pais que os alunos do 1º ano não podem usar

vassouras pessoais.

 

 

            Assim que ela terminou de ler um homem entrou na sala de jantar, era um homem de aparência imponente, alto, muito pálido, de olhos negros e penetrantes, seu cabelo era preto e comprido um pouco abaixo dos ombros, preso com uma fita de seda preta, ele vestia roupas negras e uma longa capa.

         - Bom dia papai – disse Bianca.

         - Vejo que você recebeu a carta de Hogwarts – disse Willian Voorhees friamente, se sentando à mesa.

         - Sim – respondeu Bianca animada.

         - Willian querido, amanhã você poderia levar a Bianca até o Beco Diagonal e comprar o material dela? – perguntou a Sra. Voorhees.

         - Sim, irei aproveitar para comprar um livro a mais para ela.

         - Que livro papai? – perguntou Bianca tomando um pouco e leite.

         - Um livro sobre a arte das trevas – respondeu o Sr. Voorhees.

         - Mas papai, eles já pediram o livro ‘As forças das trevas: um guia de autoproteção’ – disse Bianca lendo sua carta.

         - Não estou falando de proteção contra a arte das trevas, e sim de com usá-la – disse o Sr. Voorhees tomando um gole de café.

         - Mas papai...eu não quero...

         - Sem mas, Bianca – disse o Sr. Voorhees – Você vai estudar a arte das trevas com toda nossa família.

         Bianca não questionou, apenas terminou seu café e foi para seu quarto.

         Ela se sentou na cama e continuou a ler um livro que sua mãe havia lhe dado chamado ‘A Arte das Trevas: na visão do poder’.

         A família Voorhees era conhecida por sua riqueza e por sua atração pela arte das trevas, não houve um só Voorhees na história que não tenha sido um bruxo das trevas, um bruxo que odiava e às vezes até matava os Trouxas, que eram as pessoas normais, não-bruxas, que não sabem da existência dos bruxos.

         Mas Bianca não queria ser assim, ela era ambiciosa, como todos os Voorhees, queria se tornar mais do que uma simples bruxa e queria ser poderosa, porém ela era uma boa garota que queria ter amigos, o que não tinha por causa da fama da sua família.

         Bianca passou o resto do dia em seu quarto estudando e brincando com seu gato, Salazar, um gato preto e de olhos vermelhos.

         Quando a noite chegou, ela não conseguiu dormir, imaginando que daqui a um mês ela estará na maior escola de bruxaria. O primo de Bianca, Bryan, havia lhe contado coisas fascinantes sobre Hogwarts, que foi fundada a milhares de anos atrás por quatro bruxos famosos: Godric Grifinória, Helga Lufa-Lufa, Rawena Corvinal e Salazar Sonserina. Cada um fundou uma casa com seu nome.  

         Toda a família Voorhees, desde a fundação de Hogwarts, pertenceu à Sonserina.

         Bianca adormeceu pensando no que aconteceria se ela não fosse escolhida para a Sonserina, seus pais ficariam decepcionados.

         No dia seguinte Bianca acordou bem cedo, se arrumou colocando um vestido preto e uma capa, e desceu para o café da manhã. Seus pais já estavam lá e os três tomaram café em silêncio, quando terminaram o Sr. Voorhees se levantou – Está pronta Bianca?

         - Sim senhor – respondeu Bianca se levantando.

         - Nós vamos viajar através do pó de flur.

         - Sim, papai – disse Bianca – Tchau mamãe.

         - Tchau filha – disse Vivian Voorhees dando um beijo no rosto da filha e um beijo em seu marido.

         Bianca e seu pai foram até a lareira da sala de visitas, o Sr. Voorhees pegou um pouco de um pó de dentro de um vaso de prata, entrou na lareira, disse “Beco Diagonal” e ao mesmo tempo jogou o pó no chão. Então chamas azuis o envolveram e em seguida se apagaram e Willian Voorhees desapareceu.

         Em seguida, Bianca fez o mesmo e também desapareceu.

         Bianca havia viajado pelo pó de flur apenas algumas vezes, era uma viajem rápida, Bianca passou por várias lareiras, até que saiu em uma e logo viu seu pai.

         Eles estavam em uma rua comprida, não muito larga e havia uma placa, muito gasta pelo tempo, que dizia: ‘Beco Diagonal’.

         As ruas estavam cheias de bruxos e bruxas de todo o tipo, com chapéus pontudos e coloridos. Nos dois lados da rua havia varias lojas, de doces, livros, vassouras e todo tipo de coisa que um Trouxa nunca viu.

         - Primeiro vamos a Gringotes pegar o dinheiro de seu cofre – disse o Sr. Voorhees.

         - Eu tenho um cofre só pra mim? – perguntou Bianca.

         - Sim, desde que você nasceu sua mãe e eu estamos depositando dinheiro para você ter seu cofre pessoal.

         Eles caminharam pela rua e Bianca não parava de olhar para os lados, olhando as lojas e pessoas.

         O Beco Diagonal era incrível, Bianca já havia visitado o Beco apenas uma vez. Seus pais não a deixavam sair muito de casa.

         Eles andaram até o final da rua onde havia um enorme prédio branco, com uma placa dourada escrito: ‘Banco Gringotes’.

         Por dentro o banco parecia ser maior, era um salão enorme com o chão dourado, havia mesas e escrivaninhas, e o banco estava cheio de duendes, criaturinhas com narizes tortos e orelhas compridas, olhos pequenos e um rosto inteligente.

         Esses duendes comandavam Gringotes e estavam todos ocupados pesando Galeões, que eram moedas de ouro, Sicles que eram de prata e Nuques de bronze, olhando e assinando documentos e escrevendo em pergaminhos, e havia outros bruxos lá, conversando com alguns duendes.

         O Sr. Voorhees foi até um duende que estava desocupado, Bianca o seguiu de perto, pois sabia que os duendes não eram muito amigáveis. Sr. Voorhees pegou uma chave dourada e entregou para o duende.

         - Vim fazer uma retirada do cofre pessoal de minha filha.

         O duende olho do Sr. Voorhees para Bianca.

         - Qual o número do cofre, senhor? – perguntou o duende.

         - Oitocentos e oitenta e oito – respondeu o Sr. Voorhees.

         - Muito bem – disse o duende devolvendo a chave – Zibb irá levá-los até o cofre.

         Zibb estava atrás dos Voorhees, era um duende aparentemente jovem.

         Zibb os levou até um carrinho, eles entraram e o carrinho começou a andar sozinho por um trilho. E começou a descer cada vez mais rápido, ele fazia curvas que deixavam Bianca enjoada. Quanto mais fundo iam mais frio ficava.

         Até que finalmente o carrinho parou, eles desceram e estavam em frente a uma porta redonda e dourada, acima da porta havia uma plaquinha com o número 888.

         - Chave, por favor – pediu o duende.

         O Sr. Voorhees lhe entregou a chave.

         Zibb colocou a chave na fechadura e girou, ele tirou a chave e se afastou.

         A porta se abriu e lá dentro havia montanhas de moedas de ouro. O Sr. Voorhees pegou uma boa quantidade e colocou em uma bolsinha de seda verde.

         Zibb fechou o cofre, devolveu a chave ao Sr. Voorhees e eles voltaram para superfície e saíram do banco.

         Os olhos de Bianca arderam com a claridade. 

         - Vamos comprar suas vestes – disse Sr. Voorhees.

         E eles foram até uma loja chamada ‘Madame Malkin: vestes para todas as ocasiões’ e entraram.

         No momento em que Madame Malkin viu o Sr. Voorhees entrar na loja, ela ficou pálida.

         - B-bom dia Sr. Voorhees – disse ela – A jovem Voorhees vai para Hogwarts?

         O Sr. Voorhees apenas acenou com a cabeça.

         Bianca percebeu que a Madame Malkin parecia estar assustada com a presença de seu pai.

         - Venha comigo Srta. Voorhees – disse a Madame Malkin.

         Ela levou Bianca até a parte inferior da loja, onde tirou às medidas de Bianca, o que foi difícil, pois Madame Malkin não parava de tremer.

         - Pronto senhorita, pode esperar lá com seu pai.

         Bianca foi até seu pai e ficou esperando. Depois de vinte minutos Madame Malkin apareceu com quatro caixas.

         - Aqui está, Sr. Voorhees, t-todo o uniforme, vestes da melhor qualidade que eu possuo – disse a madame Malkin entregando as caixas para o Voorhees – São cinco galeões.

         O Sr. Voorhees pegou cinco moedas de ouro, entregou para Madame Malkin e saiu da loja.

         Eles compraram todos os livros e equipamentos, só faltava um animal e uma varinha mágica, instrumento usado pelos bruxos para fazer incríveis magias. Então foram até o Olivaras, a loja que fabricava às melhores varinhas.

         Era uma loja pequena e escura, com varias prateleiras cheias de pequenas caixas.

         - Sr. Voorhees, é um prazer vê-lo novamente – disse o Sr. Olivaras educadamente – Ah! Jovem Voorhees, venha comigo vamos escolher sua varinha, ou melhor vamos deixar uma varinha escolher você.

         O Sr. Olivaras era um velho bruxo de aparência bondosa, com cabelo muito branco e olhos azuis profundos.

         Ele subiu em uma escada, pegou uma das caixinhas na prateleira, abriu e tirou uma varinha marrom.

         - Vamos ver, pelo de cauda de unicórnio...vinte e dois centímetros, experimente.

         Ele entregou a varinha para Bianca, ela fez um movimento com a mão mas nada aconteceu. Ela experimentou umas dez varinhas, porem nenhuma tinha o efeito esperado por Olivaras.

- Ande logo com isso, tenho coisas mais importantes para fazer – disse o Sr. Voorhees mal-humorado.

 Depois de experimentas mais seis varinhas, na décima sexta quando Bianca a segurou ela sentiu algo diferente, como se calor saísse da varinha e tocasse sua mão.

         - Muito bem – disse o Sr. Olivaras contente, pegando a varinha de cor preta da mão de Bianca e recolocando na caixa – Uma ótima varinha para feitiços de ataque, corda de coração de Dragão, vinte e nove centímetros. Realmente uma ótima varinha.

         O Sr. Voorhees pagou oito galeões pela varinha e eles saíram da loja.

         - Bianca você quer algum animal? – perguntou o Sr. Voorhees.

         - Sim papai, eu queria uma coruja – respondeu Bianca – Porém eu também queria levar o Salazar, e eu só posso levar um animal.

         - Não se preocupe, você levará quantos animais quiser. Vá até o Empório das Corujas, eu irei comprar outro livro para você. Depois eu te encontrarei lá – disse o Sr. Voorhees entregando à bolsinha de dinheiro para Bianca.

         Bianca foi até o Empório das Corujas, era uma loja não muito grande e escura, havia varias gaiolas com todo tipo de corujas e havia vários bruxos e bruxas com seus filhos comprando corujas.

         Bianca andou pela loja, procurando alguma coruja que a agradasse, até que ela viu uma bela coruja negra com grandes olhos amarelos. Essa coruja não estava presa em uma gaiola como as outras, estava solta em cima de um poleiro.

         - Eu não te aconselharia – disse uma voz atrás de Bianca.

         Era um bruxo alto, de cabelo castanho todo bagunçado. Era o dono da loja.

         - Por que? – perguntou Bianca.

         - Porque ele é um pouco arrisco, até hoje ninguém conseguiu nem chegar perto dele sem levar umas boas bicadas.

         - Eu gostei dele senhor, vou levá-lo.

         - Acho melhor não, você vai se arrepender – disse o bruxo – Escolha outra coruja.

         - Mas eu quero essa – disse Bianca.

         - Não posso deixar você levá-lo, ele ira te machucar, não posso ser responsável por isso.

         Mas Bianca tirou quatro galeões do bolso.

         - É o dobro do preço dele, eu vou levá-lo.

         - Tudo bem, já que você insisti – disse o bruxo pegando o dinheiro – Mas eu duvido que ele vai deixar você se aproximar.

         Bianca olhou para a coruja, pegou uns biscoitos em uma das gaiolas e se aproximou estendendo o braço.

         A coruja a fitou com aqueles grandes olhos, abriu e bateu as asas e voou até a Bianca, pousando em seu ombro e comendo os biscoitos.

         - Isso é realmente incrível – disse o dono da loja – Acho que ele gostou de você. Mas eu tenho que avisar que ele não gosta de ficar preso.

         Bianca comprou ração e uma gaiola dourada apenas para transportar à coruja.

         Ela saiu da loja e ficou esperando seu pai com a coruja em seu ombro. Ela esperou quase uma hora, já estava quase escurecendo quando seu pai apareceu, saindo de um beco onde havia uma velha placa que dizia ‘Travessa do Tranco’.

         - Bela coruja – disse o Sr. Voorhees segurando um grosso embrulho nas mãos.

         - O que é isso papai? É o livro? – perguntou Bianca.

         - Sim, em casa eu lhe mostro, vamos embora. Suas coisas e a coruja vão primeiro – disse o Sr. Voorhees pegando sua varinha e tocando levemente na coruja e nos materiais de Bianca, que desapareciam assim que tocados. Até que só restou o embrulho nas mãos do Voorhees.

         Então eles voltaram para casa pelo pó de flur.

 

        

 

Chegando em casa, Bianca foi direto para seu quarto, todas suas coisas estavam lá e a coruja estava em cima do quarda-roupa.

         Bianca colocou água e comida para a coruja na gaiola. A coruja entrou na gaiola, comeu e saiu, e ficou voando pelo quarto.

         - É, pelo visto você realmente não gosta de ficar preso – disse Bianca.

         A coruja de um pio de afirmação.

         - Não tem problema...mas como eu vou te chamar? – Bianca se sentou na cama com Salazar em seu colo – Hum...já sei! Seu nome vai ser Tenebrus...

         Alguém, então, bateu na porta.

         - Pode entrar – disse Bianca.

         E a elfo doméstica entrou no quarto.

         - Senhorita, o Sr. Voorhees está lhe chamando...ele...ele está na sala de estar.

         - Muito obrigada Lili – disse Bianca saindo de seu quarto.

         A sala de estar era maior do que a sala de jantar e havia um belo lustre no teto em forma de serpente, e nas paredes havia castiçais de prata, que também eram forma de serpentes.

         Seu pai estava de costas para Bianca, ele estava olhando uma velha tapeçaria que estava na parede.

         - Com licença papai, o senhor queria falar comigo?

         - Sim, venha até aqui Bianca.

         Bianca se aproximou de seu pai, ele segurava o embrulho que comprou no Beco Diagonal.

         - Sabe o que é isso? – perguntou ele apontando para a antiga tapeçaria.

         - Sim senhor, é a árvore genealógica da nossa família.

         - Exatamente, e todas esses bruxos e bruxas são do mais puro sangue, como nós, e todos eles praticaram a Arte das Trevas, isso é como uma herança de nossa família.

         Havia centenas de nomes na tapeçaria, bordados com uma fina linha de ouro, e havia uma linha prata que ligava os nomes, e por ultimo havia dois nomes, o de Bianca abaixo do de seus pais, e de Bryan Voorhees abaixo de John e Verônica Voorhees.

John Voorhees era irmão de Willian Voorhees, e Verônica irmã de Vivian Voorhees. Como não havia tantos bruxos puros sangue, as famílias bruxas eram quase todas ligadas. Bryan Voorhees, primo de Bianca havia terminado o sétimo ano no ano passado, e estava na Transilvânia, morando com o avô de Bianca.

- E aqui em baixo está você – disse Willian – Filha, você não vai querer ser diferente de todos nós, vai?

- Não, papai.

- Ótimo, pois eu não quero me decepcionar com você Bianca – Willian se virou para Bianca e entregou o embrulho - Esse livro é para você, não deixe ninguém em Hogwarts ver isso, Dumbledore não iria gostar, entendeu?

- Sim papai – respondeu Bianca pegando o grosso livro com uma capa preta e estava escrito ‘O livro das Trevas’, com letras vermelhas, parecia ter sido escrito com sangue.

         - Quero que você leia esse livro pelo menos uma vez por semana, ai tem tudo o que você precisa saber por enquanto – disse o Sr. Voorhees.

         - Mas papai...eu não quero...eu não gosto da arte das trevas.

         - Não fale besteira, Bianca, você diz isso porque ainda é jovem e não sabe o que é certo, mas você vai descobrir...e eu espero que seja logo.

         - Sim, papai – disse Bianca.

         - Pode ir para seu quarto agora.

         - Com licença, papai – disse Bianca voltando para seu quarto.

 

 

 

         Um mês se passou, Bianca estava muito ansiosa, ela já havia lido quase todos os livros da escola e se interessou especialmente por Poções. Ela já havia aprendido com o livro de Feitiços a fazer alguns feitiços simples com destrancar portas e fazer uma luz sair da ponta de sua varinha.

         E Bianca também já tinha começado a ler ‘O livro das Trevas’.

         Bianca acordou cedo no dia primeiro de setembro, ela se levantou, se arrumou e desceu para tomar café. Suas malas já estavam na sala de visitas e Tenebrus voava pela sala de jantar

         - Bom dia mamãe, bom dia papai – disse Bianca.

         - Bom dia - respondeu o Sr. Voorhees.

         - Bom dia filha – disse a Sra. Voorhees – Você terá que dar um jeito de colocar essa coruja na gaiola.

         Bianca tentou, tentou e tentou até que finalmente conseguiu convencer Tenebrus a entrar na gaiola.

         - Papai, eu vou poder levar o Salazar?

         - Sim – respondeu o Sr. Voorhees lendo o jornal Profeta Diário.

         - Que bom.

         Bianca tomou café rapidamente.

         - Papai, mamãe vamos?

         - Seu pai não vai poder ir – disse a Sra. Voorhees – Eu vou te levar até a estação King’s Cross.

         - Tudo bem, mas por que o senhor não vai papai? – perguntou Bianca colocando sua capa.

         - Tenho coisas mais importantes para fazer – respondeu o Sr. Voorhees sem tirar os olhos do jornal.

         Bianca concordou chateada.

         - Mas antes de você ir tenho uma coisa para te dar – disse Willian dobrando o jornal, se levantando e tirando uma caixinha preta do bolso.

         Bianca pegou e abriu a caixinha, dentro dela havia um belo anel com o brasão da família Voorhees. Era um anel de prata, com o brasão com uma serpente entrelaçada na letra V.

         - Espero que você mereça usar isso – disse Willian se sentando e abrindo o jornal novamente.

         - Obrigado papai...eu não vou decepcionar o senhor – disse Bianca colocando o anel no dedo indicador.

         - Então, vamos filha? A elfo, Lili, vai conosco para levar as malas.

         Bianca pegou Salazar no colo e sua mãe a segurou pelo braço, e com um barulho de um estalo elas desapareceram.

         Bianca sentiu tudo rodar e rodar, até que elas pararam em um beco escuro, iluminado apenas por uma lâmpada. Em seguida elas ouviram um estalo e a elfo doméstica apareceu com a gaiola de Tenebrus e as malas de Bianca em um carrinho.

         - Pode ir agora elfo, antes que um Trouxa nojento te veja – disse a Sra. Voorhees.

         - Sim Sra. Voorhees, Srta. Voorhees bons estudos – disse a elfo.

         - Obrigada Lili – respondeu Bianca.

         Lili estalou os dedos e desapareceu.

         Bianca e sua mãe saíram do beco e estavam em frente à estação King’s Cross. Elas entraram e foram até a plataforma nove.

         - Você sabe como fazer? É só andar até a parede entre as plataformas nove e dez – disse a Sra. Voorhees – Deixa que eu levo o carrinho.

         Bianca segurou bem a gaiola e Salazar, e foi andando rapidamente na direção das plataformas nove e dez, quando estava quase chegando ela fechou os olhos e sentiu como se um balde de água gelada tivesse sido jogado nela. Bianca abriu os olhos e viu um enorme trem vermelho e na plataforma havia uma placa dourada: ‘Plataforma 9 ¾, Expresso Hogwarts’.

         A plataforma estava cheia de bruxinhos e bruxinhas com suas famílias.

         A Sra. Voorhees apareceu pela mesma parede que Bianca passou.

         - Então, o que achou? – perguntou a Sra. Voorhees.

         - É...incrível - respondeu Bianca olhando para a magnífica Maria-Fumaça.

         - Vamos logo, o expresso já vai partir – disse a Sra. Voorhees colocando as malas de Bianca no bagageiro – Filha, mande Tenebrus assim que for escolhida para Sonserina.

         - Mas mamãe, e se eu não for escolhida para a Sonserina?

         - Não diga bobagem, todos os Voorhees pertenceram à Sonserina. Tenho certeza que irei me orgulhar de você.

         - Ok...tchau mamãe.

         - Tchau filha – respondeu a Sra. Voorhees.

Bianca Voorhees se despediu de sua mãe e entrou no trem, havia várias cabines e Bianca procurou uma vazia, assim que encontrou, ela entrou, colocou a gaiola no chão e se sentou com Salazar em seu colo.

         Um apito soou e o trem começou a andar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bianca Voorhees" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.