A Caçadora Da Lua escrita por Zoë Nightshade


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

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Pelo caminho em direção ao Olimpo tivemos algum tempo para discutir sobre o que havia acontecido, mas todas nós tínhamos a mesma opinião: havia pouco tempo. Isso era óbvio, mas infelizmente era verdade. Katie ainda se recusava a dizer a que deusa servia e eu parei de insistir. Não precisava saber de alguém que odeia Ártemis.

Horas se passaram, e finalmente chegamos em Nova York. A cidade era a mesma, mas o Empire State parecia morto, já que haviam nuvens negras rodeando por perto e alguns raios caindo do céu, como se quisessem… atacar. Esperei até o fundo de minha alma que a névoa fosse forte o bastante para enganar os mortais. Não seria legal ser apresentada montada em um dragão. Descemos de Mary e Katie ordenou que ela partisse. Olhei para ela e Katie deu de ombros.

- Acho que não iremos mais precisar dela. - ela olhou para o céu e gritou: - Obrigada, Mary!

Entramos no edifício e antes que pudesse dizer algo ao recepcionista, Katie já conversava com ele. O homem assentiu e deu uma chave a ela, que foi correndo a um elevador. Nós a seguimos.

Logo que olhei para o tamanho do elevador, fiz uma careta.

- É meio pequeno para todas nós, não?

Ela sacudiu a cabeça negativamente.

- Entrem. Todas vocês.

Obedecemos, e de alguma forma conseguimos ficar todas lá dentro. Katie entrou por último e quebrou o vidro onde fica o botão de alerta de incêndio. Para minha surpresa, ela retirou o botão e lá surgiu uma fenda para colocar a chave. Katie virou a chave e o elevador subiu em uma velocidade impressionante, que logo parou, mas a porta não se abriu. Katie pareceu perceber, porque começou a apertar botões loucamente e a forçar a porta.

Então tudo explodiu na nossa frente.

-

Era um pesadelo. Pelo menos sete caçadoras, minhas e de Katie estavam caídas, inconscientes. Mas isso era o máximo que eu podia ver, pois tudo estava muito iluminado, podendo causar cegueira em qualquer um.

Katie, eu e as caçadoras que ainda estavam de pé prepararam os arcos e atiramos. Para onde? Ninguém sabia. 

Então a luz cessou, seguida pela fumaça, que logo se foi também. 

A cena que foi possível ver me fez quase desmaiar: era a cidade dos deuses, e ao mesmo tempo não. Eu via templos destruídos e deuses lutando. Atena e Poseidon, que eu achei que nunca os veria trabalhando em equipe, lutavam contra pelo menos quatro ciclopes. Ordenei que algumas caçadoras fosse ajudar os deuses (coisa que eu achei que nunca faria) e Katie fez o mesmo. Agora você se pergunta: por que eu e ela não saímos para ajudar?

A resposta foi uma grande nuvem negra que nos fez cair.

-

Katie gritou. E eu também. Acho que todos no Olimpo gritaram, mas eu, Katie e Ártemis ganhávamos. Então a nuvem tomou forma: uma mulher de 1,70 de altura, magra, cabelos negros e pele extremamente pálida. Mesmo não parecendo ser nada demais, ela tinha uma aura de poder. Boa? Não mesmo. Má? Talvez.

Então ela abriu a boca e todo o Olimpo se calou. Deu um sorriso forçado.

- Katie.

Katie tentou pronunciar algo, mas não conseguiu.

- Não pronuncie meu nome para quem não merece, minha querida.

Ela engoliu em seco. E eu já soube quem era aquela mulher: a deusa a quem Katie servia.

Então Ártemis surgiu. Quis ficar ao seu lado, mas ela sacudiu a cabeça, como se lesse meus pensamentos. Tinha a mesma forma de antes: uma menina de doze anos, cabelos ruivos e olhos incansáveis.

- Você. - disse ela.

A mulher riu, desgostosa.

- Ah, claro. Ártemis, a queridinha do Olimpo. A fofinha do voto de virgindade eterna. Claro.

Hesitando, sussurrei para Katie:

- Katie… do que elas estão falando?

Outra explosão, e Katie me puxou para um canto.

- Não tenho muito tempo agora, Zoë - disse ela, espiando. - Na verdade ela não é uma deusa, é apenas uma filha de Apolo. E Ártemis nunca nos fez nada, ela apenas nos fez acreditar que sim.

Suspirei.

- Tudo bem. Qual o nome dela? - perguntei. Se fosse assim o único jeito de derrotá-la era assim.

Hesitando, Katie disse:

- Jasmine Khan.

E tudo explodiu novamente, e eu só consegui ver poeira.

Katie! - gritou Jasmine. Eu estava atordoada, não pude ver muita coisa.

Então alguém gritou. Katie, mas não soube de onde.

Cuidado! 

Me virei e gritei: um ciclope gigante, que deve ter assustado até os deuses que ainda estavam ali.

Rapidamente, preparei meu arco e atirei em direção ao olho do gigante. Felizmente, acertei, mas não pareceu ter efeito algum.

Jasmine! Pare! - gritou Apolo. - Não é isso que você quer, eu sei. Por favor…

Jasmine nem pareceu ter ouvido, porque estava lutando com Katie, eu percebi. Chamei algumas caçadoras em condições de luta e começamos a tentar derrotar o ciclope.

Vendo que as caçadoras conseguiam dar conta do ciclope, corri para ajudar Katie. Peguei uma espada no chão e comecei a inferir ataques em Jasmine.

Um tremor correu pelo chão, e todos caíram, exceto por Jasmine e alguns deuses. Era o ciclope derrotado, que virara pó.

O silêncio governou por alguns instantes, até que eu percebi que a espada que eu segurara fora tirada de minha mão, mas era tarde demais para fazer alguma coisa.

Um grito percorreu o Olimpo. Eu me virei e lágrimas vieram aos meus olhos.

Jasmine jogara a espada no peitoral de Katie. 

-

Sem pensar, peguei minha faca de caça e enfiei-a na costa de Jasmine, que caiu e ficou imóvel. Tinha de me lembrar de perdoar Hermes.

Me ajoelhei ao lado de Katie, que de alguma forma ainda estava viva. Puxei a espada dela, e o ferimento estava muito feio.

- Katie…

- Você… - disse ela, com esforço. - Você é uma verdadeira caçadora. Seja a melhor delas… sempre…

E fechou os olhos para sempre.

Eu chorei. Não tenho vergonha em admitir isso. Mesmo sendo irritante as vezes, Katie era uma boa amiga.

Apolo e uma mulher vieram em minha direção.

Olhei, desconfortavelmente para Apolo.

- Senhor, eu…

- Não tem de se desculpar. Você fez o que era certo. - ele olhou para o corpo de Jasmine. - Me dói muito, mas foi necessário.

Assenti e vieram recolher o corpo de Jasmine. A mulher, que reconheci como a deusa Íris se dirigiu a mim.

- É triste saber que minha filha, uma menina tão doce, tenha se juntado a ela.

Olhei fixamente para a deusa.

- Espere, Katie era sua filha? Mas…

- Não sei o que ela pode ter dito, mas sim. Ela era minha filha. Obrigada por tudo.

Balancei a cabeça.

- Eu que agradeço. Ela foi uma ótima estrategista. Ela era incrível.

Íris assentiu e se retirou, e o corpo de Katie foi retirado.

Fui ver as minhas caçadoras e as que foram de Katie. Felizmente não havia nenhuma morta, apenas leves ferimentos. Todas nos reunimos e fomos falar com Ártemis. Me curvei diante dela. As outras fizeram o mesmo.

- Minha senhora.

Ela sorriu. Estava, realmente do jeito de sempre: uma menina linda de doze anos.

- Olá, Zoë. Vejo que quase todas estão bem.

Assenti, triste.

- Não se culpe pela garota, Zoë. Ela escolheu seu destino, sabia dos riscos - disse Ártemis, então dirigiu-se as outras caçadoras. - Caçadoras da Lua, se alguma de vocês quiser juntar-se a nós, pode se apresentar.

No mesmo momento, todas fizeram o juramento. Tínhamos pelo menos mais sete caçadoras. 

Ártemis se retirou com um aceno de cabeça para ajudar a reorganizar o Olimpo.

-

Estávamos acampando numa floresta, eu e as caçadoras. A morte de Katie nos abalou muito, então não falamos muito, apenas comemos em silêncio e fomos dormir. 

Logo de manhã, fomos acordadas por um barulho alto e conhecido.

- Mary! - gritei. O dragão bufou e abaixou-se para eu acariciá-la. Ela balançou a cabeça, como se para a gente subisse nela, e obedecemos logo depois de pegar nossas malas, e seguimos em direção que indicava o amanhecer.


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