Nova Geração escrita por AliceTully


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei pra postar, e tal... mas eu tô sem tempo. Desculpa.



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Pov.: James

Eu não acredito que minha avó fez isso comigo. Quer dizer, eu estou tentando evitar Elena para esquecê-la de uma vez, e ela faz isso? Só vai dificultar mais ainda. Eu agia como se não me importasse com Elena, mas estava preocupado com o fato de que ela não vinha comer, nem que falava alguma coisa. Nunca a vi assim. Será que é minha culpa?

Não, impossível. Ela me odiava. Nunca ficaria assim por minha culpa.

Vovó arrumava o prato dela. Ou pratos. Era um só de pudim e outro com as comidas favoritas dela. Quase todo domingo ela comia isso. Era estranho. Mas divertido ao mesmo tempo. Às vezes ela mudava o frango assado por carne assada.

Quando ela terminou de arrumar o prato, ela me disse:

- Jay, querido, você vai ficar lá até ela terminar de comer, por que vai me trazer os pratos e para ter certeza que ela vai comer tudo está bem?

- Tudo bem. – eu resmunguei. Já não bastava ter que ir lá, e teria que esperar a garota terminar de comer?!

Fui para a escada e subi. Quando cheguei ao quarto que ela dividia com Rose e Amanda, eu bati. Uma, duas, três vezes. Nada.

Estranho. Geralmente ela abre a porta na primeira vez que alguém bate. Eu a chamei:

-Elena? Você tá ai?

Silêncio.

Eu resolvi entrar no quarto. Talvez ela estivesse dormindo.

Abri a porta.

Ela não estava perto das camas, mas a porta do banheiro estava entreaberta. Deixei os pratos em cima da cama que eu sabia ser dela. Ela tinha um leão de pelúcia, que foi presente meu, um dos poucos que ela aceitou. Mas só o aceitou por que achou bonitinho.

Fui até a porta do banheiro. E a encontrei.

Deitada no chão, com o braço cortado, rodeada de uma poça de sangue.

Eu gritei por ajuda enquanto sentava ao seu lado e tentava avaliar o que tinha acontecido.

Meus tios chegaram correndo e logo depois deles todos os outros. Meu pai entrou em choque:

- O que ela estava pensando? Ai meu Merlim!!

As garotas, minha mãe, e minhas tias e avós estavam desesperadas. Ninguém sabia o que fazer. Aí eu gritei:

- A GENTE TEM QUE LEVAR ELA PRO SAINT MUNGUS! SE ELA CONTINUAR ASSIM ELA PODE MORRER! VOCÊS NÃO PENSAM NÃO?

Eu estava realmente desesperado. Como eu viveria sem ela? Era impossível. Só de imaginar isso, meu peito doía.

Quando eu gritei, eles pareceram acordar.

-James, pegue-a no colo, agora! Nós vamos ao Saint Mungus aparatando mesmo! Pode ser perigoso, mas é mais rápido. – disse tio Gui. – Eu faço aparatação acompanhada com vocês dois. Qualquer um de vocês, avise os pais dela, agora! Meninas sem choro, rapazes, acalmem-nas. Venha James.

E desceu as escadas, e eu o segui com Elena nos braços. Ela era tão leve. Como aguentava ser uma batedora eu não sei. Se bem que ela era quase perfeita.

Nós aparatamos, eu só não caí por que minha preocupação com Elena e o medo de machucá-la mais ainda era muito grande.

Quando vi Draco Malfoy eu o chamei. Ele veio correndo ver o que tinha acontecido e ficou pálido. Pediu que eu o seguisse. Paramos apenas no andar dos machucados mais graves. Eu a deitei em uma mesa. E Senhor Malfoy pediu que eu saísse. Eu disse que não sairia do lado dela nunca.

Tio Gui me arrastou porta afora enquanto eu protestava.

Os outros chegaram, as mulheres, sem exceção, estavam com os olhos vermelhos e desesperadas. Mas pelo menos todos se sentaram. Exceto eu. Eu não parava de andar de um lado para o outro. Os pais dela chegaram, apenas ficaram em silêncio, esperando noticias da filha. Passou-se mais de duas horas disso. E Draco Malfoy saiu da sala.

Pelo menos, parecia aliviado.

- Ela tá bem? Tá viva pelo menos? Eu posso vê-la? -  eu disse desesperado. Desesperado mesmo. Você não consegue imaginar o quanto. Eu nunca amei uma garota como a amo.

Draco sorriu para mim e disse:

- Acalme-se garoto. Ela está bem.  Conseguimos cuidar dela. Mas Elena não poderá ir para a escola amanhã. Apenas daqui a uma semana. Ela esta muito frágil e perdeu muito sangue. Mas quer vê-lo James. Ela ainda esta fraca, então não se aproveite, a não ser que ela diga isso expressamente entendeu? Mais uma crise dessas  e a garota não sai daqui em menos de dois meses.

- Ela quer me ver? Tem certeza? – ela não me odiava? Isso não fazia sentido nenhum.

- Sim. Ela disse “James”. Só tem um James que ela chamaria num caso desses, creio eu. -  ele sorria pra mim.

Eu sorri de volta, e entrei no quarto.

Ela estava deitada, mais pálida que nunca. Mas sorriu quando me viu entrando.

- Oi Jay. -  pera ai! Jay? É isso mesmo produção?

- Oi docinho. – ela  fechou a cara na hora. Eu ri.

- Não me chame de docinho Potter. – aah não! Potter de novo não!

- Ok, desculpe, Eleninha.

- Escuta aqui, ou você para de me chamar de apelidinhos idiotas ou sai daqui. -  ui, ela estava brava.

- Desculpe meu amor. – eu sorria largamente.

- POOOOOTTER! NÃO ME CHAME ASSIM!

Ai não. Ela gritou. Ferrou tudo agora.

- Xiii, não grita! Eles vão me expulsar daqui.  – eu disse tapando sua boca. Ela me mordeu. -  ai garota! Não me machuca!

-  Desculpe, foi reflexo. – ela disse sorrindo maldosamente.

Aquela sim era a minha Elena.

- O senhor Malfoy disse que você queria falar comigo. -  eu disse.

- É eu quero... – ela parecia um tanto atrapalhada, eu sorri

-Diga, Elena.

- Eu estou engolindo todo o meu orgulho para lhe falar isso ok.. então valorize por que só vou falar uma  vez. Me desculpe por ter batido em você ok? Você não merecia, mas eu fui por impulso, e me sinto culpada.

Ahhh era isso? E eu crente que ela ia dizer que me amava.

- Eu perdoo você, linda. Eu sei que você é nervosa, e não devia ter te beijado.

- Na verdade, eu não bati em você por causa do beijo. Mas está desculpado por isso.

- Espera! Como assim não bateu por causa do beijo? Pode me explicar?

- O que me deixou nervosa foi o que você disse, não o beijo. Eu ia pedir para você não contar pra ninguém. Só isso. Eu ia fazer o que tinha te falado. Mas você não sabe ficar quieto, e olha o resultado.

- Então você gostou do beijo, foi? – eu estava gostando cada vez mais daquela conversa. Principalmente agora que ela ficou rosa. Muito rosa.

- Talvez sim, talvez não... – por que ela não falava nada claramente? Agora eu ia passar noites em claro pensando nisso!  E ela ainda tinha que dar aquele sorrisinho vitorioso? Isso me deixava maluco. – James, vamos tentar uma trégua? Não preciso ficar te abraçando sempre e fingindo ser amiguinha. Eu só não quero brigar mais.

-Está bem. Mas convenhamos.. Nós formaríamos um belo casal não acha?

- Potter.... -  ela quase rosnou.

- Aaah não me chama de Potter. Vou tentar me conter ok? Mas então, amigos?

- Amigos – ela sorria.

- Eu vou sair daqui a pouco, para seus pais te verem. -  ela fez uma careta quando eu disse que os pais estavam aqui. – então eu quero saber: por que você se cortou? Não devia ter feito isso. Nós ficamos desesperados.

Elena começou a chorar. Eu era um idiota. Não devia ter falado nada daquilo.

- Elena calma. Não chora, por favor. Eu só queria saber. – eu estava desesperado, ela não podia chorar por uma coisa que eu disse.  Não era certo. Eu queria vê-la sorrindo, e não triste.

Ela foi se acalmando aos poucos. Quando parou de chorar ela disse:

- James, eu me cortei por que eu me odeio. Eu me senti culpada por tudo o que fiz com você esses anos. Eu queria sumir. Talvez a vida de todos vocês fosse melhor se eu ali para atrapalhar. Mas Draco disse que você chegou comigo no colo, parecendo desesperado, e que era bem provável que você tivesse me encontrado pela quantidade de sangue na sua roupa. Eu infernizei sua vida, fiz você de gato e sapato e você se preocupou comigo mesmo assim. Eu sou uma pessoa horrível.

- Não é não, Elena! Pare com isso. Não fique mal pelo o que já aconteceu. Não tem volta. Agora, eu vou ser seu amigo, você querendo ou não!

Ela sorriu.

-Está bem. Você é meu amigo agora. E eu vou confiar em você, mas acho bom que você mereça. Não quero me arrepender disso, entendeu?

- Claro. Vou chamar seus pais. Tchau docinho.

Eu precisava provocá-la. É impossível não fazer isso.

- Potter! Sai daqui! Tchau. Chama os meus pais.

Eu a olhei, ela sorriu e mostrou a língua para mim. Eu quase voltei e a beijei de novo. Quase. Ela é minha amiga agora, então eu vou ter que me controlar.

POV.: Alvo

Estávamos muito preocupados com Elena. Quando soubemos que estava bem, mas que queria falar com Jay, nós saímos um pouco. Fomos na lanchonete do Saint Mungus, comer alguma coisa e conversar sem adultos por perto. Pelo menos os da nossa família.

- Vocês acham que acontece alguma coisa entre Jay e Elena? Ela nunca pediu pra falar a sós com ele. – Disse Scorp.

- Não sei. Mas ela deve estar percebendo que é apaixonada por ele. Ou então pedir desculpas pelo tapa. -  disse Amanda.

- Pera aae! Elena apaixonada por James? Impossível. Ela odeia ele. – eu disse.

- Não odeia não. Ela odiou vocês também, quando os conheceu, sabia? Mas vocês eram legais com ela. James só infernizava vida dela. Até se apaixonar por ela. Ela odiava isso. E Elena é meio ceguinha para perceber algo assim tão depressa. Não é a toa que ela levou quase dois anos para perceber isso.

- Como vocês sabem que ela é apaixonada por ele há tanto tempo? – disse Hugo, curioso.

- Bom, ela falava o nome dele, enquanto dormia. E o xingava muito. Especialmente quando saía com alguma garota. Por isso ela odeia Jessie Gibson. Ela é apaixonada por ele, corre atrás dele, faz de tudo por James... Na cabeça de Elena, mesmo que ela não veja isso claramente, James é só dela, de mais ninguém. – disse Rose.

- Como vocês conseguem ver tudo isso? – disse Scorpius, impressionado.

- Ela é nossa melhor amiga. Mesmo que ela não conte tudo, nós a conhecemos bem demais. Eu acho que ela ainda vai tentar pedir desculpas a Jay, ela parecia muito culpada em ter batido nele. – disse Lily.

- Tomara que dê tudo certo.. – eu disse. Ainda estava preocupado com os dois.

- E aae cambada!

- James! Você voltou! Não é mais aquela coisa depressiva que eu chamava de amigo ! – disse Amanda pulando em cima do Jay. Pessoalmente, eu não gostei dessa cena. Não que eu tenha sentimentos que não sejam nada além de fraternos em relação à ela. Nada disso. É que estávamos num hospital e tudo o mais. As pessoas olhavam... Mas ainda assim eu ri da reação dela. Amanda era divertida. Às vezes certinha demais, mas eu achava legal. Uma das gêmeas Tully tinha que ser responsável, e obviamente, não seria Elena.

- E ai, cara. Como foi a conversa? – eu disse.

- Ahh, ela pediu desculpas por ter me batido e fizemos um acordo de paz. E nós somos amigos agora

Para tudo! Acordo de paz? Sério mesmo? Estou começando a acreditar naquele papo de Elena apaixonada. Ela nunca faria algo assim em sã consciência. E outra, amigos? Ela queria matá-lo às vezes. Ok. Elena está apaixonada. Que lindo. Ela odiava ele, mas se apaixonou. Igualzinho a vovô e vovó Potter. Só falta dar em casamento também.

- Só isso James? Mais nada? Tem certeza? – Disse Lily, desconfiada.

- Vocês são mesmo curiosos não é?

- SIIM! – dissemos em coro.

- Ok, né. Ela me disse que não me bateu por que eu a beijei, mas por causa do que eu falei. Isso não faz sentido algum. E quando eu perguntei se ela não tinha ficado brava por que tinha gostado, ela disse que talvez sim, talvez não... Ela ainda me mata! E ainda deu um sorrisinho vitorioso, o que ela usa sempre quando me deixa confuso ou acaba comigo! Alguém me explica isso? – ele parecia confuso mesmo, coitado.

- Jay..  não tem como explicar. Ela nos disse quase nada sobre isso. Nós também estamos confusas com ela. Elena é totalmente imprevisível. – disse Rose.

- Eu percebi isso. – James estava emburrado agora. E de repente, sorriu. – Mas pelo menos ela é minha amiga agora.

Ficamos lá mais um tempinho e fomos pra casa, afinal iríamos para Hogwarts amanhã.

POV.: Fred

Nós já estávamos na Kings Cross. Íamos passar pela barreira, quando Amanda e Rose berraram:

- MADGE!

Eu me virei tão rápido que quase caí. Ela estava mais perfeita que o normal hoje. Abraçou as meninas, Alvo, James, Hugo, Scorpius e finalmente, eu. Eu amava o perfume dela.

- Oi Fred. – ela disse, suavemente.

- Oi Madge. – eu disse, sorrindo para aquela menina linda, que eu ainda ia chamar de minha namorada.

Todos os meus primos e meus amigos olhavam maliciosamente para nós dois. Meu pai estava roxo de tanto segurar a risada, e minha mãe tinha aquela expressão que faz quando acha que eu vou fazer alguma coisa. Bobos. Madge era só minha amiga. Ainda.

- Ué, cadê a Elena? – ela parecia tão confusa e procurava tanto pela amiga que até olhou Jay atentamente, tentando ver se Elena estava “escondida” atrás dele. Bom, Madge só se convenceu que ela não estava lá, depois de rodear James.

- Mas aonde ela foi então? Será que aquele corvinal, que estuda com Jay veio atrás dela? – o problema não foi ela ter falado isso. Foi ela ter falado isso alto.

- Pera aeee! Que corvinal? Não to sabendo de corvinal nenhum!!! – James estava vermelho. Eita criatura ciumenta. A garota nem é namorada dele, por enquanto, e ele já tá assim... – Acabei de mudar de ideia. Eu não vou azarar sonserino nenhum. Vai ser esse corvinal mesmo. Qual o nome dele, Madge?

Silêncio. Nossos pais até se afastaram para rirem a vontade do Jay.

- Qual o nome dele?? Se vocês não me falarem, eu descubro... – Ele estava nervoso mesmo. As mãos estavam fechadas em punhos, com as veias saltando. E eu crente que era o mais ciumento de nós.. Comparado a ele, eu sou completamente indiferente.

E do nada, esse tal corvinal aparece. Ele é moreno, de olhos claros. Alto, mas não como James.

Eu o conheço. O nome dele é Matheus. Ele estava se agarrando com Elena uma vez.

- Oi, vocês viram a Elena? Eu queria conversar com ela...

- Ela não veio. Mas qualquer coisa que você queira você pode falar a qualquer um de nós. Ou a todos, caso preferir. -  Merlim, James é mesmo possessivo. Ele não quer esse garoto perto dela. E foi bem grosso com o moleque.

- Não. O que eu quero dizer é só entre eu e ela. – Ele estava nervoso também. Isso  não vai prestar. -  Então, onde ela está? Por que não veio? Não suportou você Potter?

Ele não devia ter dito isso. James ia esmurrar o garoto, se eu e Scorpius não o tivéssemos segurado, e provavelmente teria machucado as garotas também, mas Hugo e Alvo as puxaram para trás.

O menino foi embora. Mas eu tinha quase certeza que ele se arrependeria por ter dito isso a James, por que meu primo ia azará-lo na escola, eu tinha certeza. E Elena não ficaria quieta. Ninguém fala com os amigos dela assim. E como Jay se encaixa na função amigo agora...

É esse Matheus tava ferrado.

Fora isso, o resto do dia foi bem sossegado.


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