Laços Indestrutíveis escrita por Mari May


Capítulo 3
Capítulo 3




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           Lentamente, a kunoichi de cabelo rosa abriu os olhos. Fitou o teto do que seria o quarto. Lembrou-se do seqüestro e rapidamente se sentou, reparando que estava num saco de dormir. Olhou para os lados. Notou as várias estantes repletas de livros, deduzindo estar no que seria uma biblioteca. Ali também havia uma mesa baixa e algumas almofadas em volta dela, indicando que era para se sentar numa delas diante daquela mesa.

            Mas a questão era: onde estava? Quem a seqüestrou? Qual o objetivo de seu seqüestro?

            Viu a porta do recinto. Correu até ela e tentou abri-la, mas estava trancada. Resolveu bater na porta e gritar:

- ME TIREM DAQUI, SEUS MISERÁVEIS! ABRAM A DROGA DESSA PORTA! ABRAM!!!

- Cala a boca, garota! - uma voz masculina falou do outro lado da porta.

- Se não vai por bem, vai por mal! Vou apelar pra força bruta!

- Hahahaha, essa é boa! Uma fracota que nem conseguiu se defender de uns seqüestrad...!

            Antes que pudesse terminar, um estrondo.

            Com pedaços da porta espalhados pelo chão, a kunoichi, ainda com a mão em posição de soco, falou:

- Fui surpreendida enquanto estava distraída, e por isso me descuidei.

            Fitou o rapaz boquiaberto à sua frente, sentado na cama do aposento. Ele vestia o uniforme da Akatsuki.

- Suigetsu, que barulho foi esse??? - perguntou Karin, ao chegar na porta.

            “Então... Foram esses Akatsuki?”, Sakura pensou.

- O que você fez, seu idiota???

- Eu não fiz nada! Vim vigiar a garota, como “ele” pediu, e a maluca simplesmente acorda e quebra a porta!

- “Ele”? Quem é “ele”?

- Huhu... “Ele” está bem aqui. - a ruiva respondeu, apontando para a sua esquerda.

- Hã???

            De repente, ouve-se uma voz masculina dizendo:

- O descuido é o pior inimigo.

            Sakura estremeceu com aquela voz. Reconheceu na mesma hora.

            O dono da voz surgiu na porta. Os olhos de Sakura se arregalaram ainda mais. Ficou perplexa.

- Pensei que tivesse aprendido o que Kakashi nos ensinou durante nosso primeiro treinamento... Sakura.

            Assim como na primeira e última vez que haviam se visto, Sakura só conseguiu balbuciar:

- Sa... Su... Ke... -kun...

            Da outra vez, eles não se viam havia dois anos e meio. Dessa vez, meses haviam se passado, mas a reação de Sakura foi a mesma. O que mudou foi a situação, o lugar, as pessoas presentes, o por quê deles estarem ali... Aliás, era justamente isso que Sakura queria saber.

- Por favor, vocês poderiam se retirar? - pediu Sasuke, adentrando o aposento.

            Quando Suigetsu saiu e foi embora com Karin e Juugo, que também tinha ido ver o que acontecera, Sasuke encostou a porta e voltou-se para Sakura.

- Você continua escandalosa como sempre. Mas não esperava que tivesse essa força descomunal. Olha o trabalho que você deu quebrando essa porta e sujando meu quarto... Agora, vai ser preciso limpar de novo... Putz, você só dá trabalho...

- É, além de escandalosa, também continuo sendo um estorvo. - a kunoichi respondeu, irônica, e com certa mágoa.

            Sasuke olhou-a fixamente, surpreso com o que ela dissera - e com o tom sarcástico com o qual dissera - e ficou calado.

Sakura prosseguiu:

- E, pra quem decidiu cortar os laços, sua memória está boa demais, não acha?

            Sasuke franziu o cenho, ainda encarando-a. E permaneceu calado.

            Pela primeira vez em três anos, Sasuke e Sakura ficaram a sós. Não tiravam os olhos um do outro.

            Como o rapaz continuava em silêncio, Sakura resolveu voltar a falar.

- Quando penso que não dá mais pra me decepcionar com você... - seu semblante é de total desapontamento - Descubro que você é um Akatsuki e que faz parte do grupo Akatsuki que me seqüestrou. O que vocês estão tramando? Por que justo eu?

            Sasuke, impassível, apenas fecha os olhos e abaixa a cabeça, como se estivesse se recusando a dizer.

- Hein??? Me responda!!!

            Ele volta a encará-la.

- No momento certo, você vai saber.

- Que história é essa de “momento certo”??? Você vai falar, e vai ser AGORA!!!

            Concentrando chakra numa das mãos, ela corre até Sasuke, ameaçando socá-lo. Este, percebendo o movimento, segura-a firmemente pelo pulso antes de ser atingido. Então, com o rosto muito próximo do dela, diz:

- Apenas confie em mim.

- Há! Com que audácia você me pede pra confiar em você vestido desse jeito?!

- Se o que te impede de confiar em mim é a capa, tudo bem, eu tiro.

- Engraçadinho!!! Você sabe muito bem o que eu quis dizer com...!!!

            Ele coloca o dedo indicador sobre os lábios dela.

- Shhh... Você fala demais. - a garota ruboriza com aquele toque repentino - Fica quietinha no seu novo quarto que eu vou levar seu almoço. Aliás, almoço que eu estava quase terminando de preparar.

            Dito isso, ele retira o dedo dos lábios de Sakura e solta-lhe o punho. Virou-se e voltou à cozinha. Mandou Suigetsu continuar a vigiá-la.

            Ao chegar no quarto, deparou-se com uma Sakura de pé, estática. E corada.

- Ei, não entendeu o recado, menina? Volta pra lá! - disse o rapaz, apontando para a entrada que antes tinha uma porta.

            A kunoichi voltou a si e resolveu que, por hora, acataria com as ordens de Sasuke. Mas não deixaria de cogitar a possibilidade de fugir daquele lugar.

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            Quando Sasuke trouxe a comida e a depositou sobre a mesinha, Sakura arregalou os olhos ao constatar que Sasuke fizera seu prato favorito.

- O que foi? Que cara é essa?

- É que... Você... Você lembrou...

- Lembrei do quê?

- N-nada... Esquece...

- Hunf... Não sei por que perdi meu tempo perguntando.

            Então, o Uchiha também dá um prato a Suigetsu e se retira dali. Suigetsu começa a comer.

            “Deve ter sido apenas coincidência...”, Sakura pensou, enquanto saboreava o almoço. “Ou será que não? Hum... Definitivamente, isso é MUITO estranho.”

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            Enquanto Sasuke almoçava com Karin e Juugo, a ruiva perguntou:

- Sasuke, quais são as instruções para hoje?

- Primeiro, descansar da viagem, que foi muito cansativa... Afinal, voltamos agora há pouco. Mas alguém tem que ficar acordado para vigiar a Sakura... Posso deixar isso com o Juugo, porque aí eu, você e Suigetsu dormimos agora, e Juugo acorda você e Suigetsu quando anoitecer para vocês dois irem até Konoha investigar que atitude eles tomaram em relação ao seqüestro de Sakura. Eu vou dormir mais um pouco para depois trocar de lugar com o Juugo e ele descansar.

- O quêêê? Ah, não, quero ir com você, Sasuke!

- Você vai com o Suigetsu e ponto final.

- Aaah...

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            Quando Sakura acabou de almoçar, Suigetsu pegou o prato dela e levou até a cozinha junto com o seu.

            A divisão do esconderijo era assim: a entrada da caverna (que quem estava de fora não podia ver por causa do genjutsu) dava direto para a sala. Tomando a sala como referência, havia duas portas à esquerda, que davam para dois quartos: um que pertencia a Itachi e virou o quarto de Karin, e outro que pertencia aos pais Uchiha e virou o quarto de Suigetsu e Juugo. Mais uma vez com a sala como referência, à direita, havia a porta que dava para a cozinha. Tomando a cozinha como referência, aos fundos ficava o banheiro, à esquerda tinha a porta que dava para a sala e, em frente, havia a entrada que revelava um pequeno corredor. Seguindo em frente neste corredor, à esquerda ficava a porta que dava para o quarto de Sasuke. Ficando de frente a esta porta, mais à frente ficava a entrada da biblioteca que virou o quarto improvisado de Sakura, e como ali obviamente não tinha cama, foi preciso comprar um saco de dormir para a refém. Antes, havia uma porta nessa entrada, que Sakura destruiu após despertar. Os pedacinhos da porta ainda estavam no chão. Juugo iria limpá-los depois, quando tomasse o lugar de Suigetsu.

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- Oooi, Kakashi-sensei! - o loiro disse ao adentrar o quarto do hospital - Vim te visitar!

- Ora, ora, muito obrigado!

- Hehe!

            Naruto se aproxima da cama do sensei.

- Tá melhor?

- Sim. Acabei de fazer fisioterapia.

- Hum... Que bom!

- Naruto...

- Hum?

- Sei que está se esforçando para sorrir, mas... Não se force muito.

- Ah...

            O semblante do loiro perde a alegria.

- Eu... Ainda estou digerindo o que a vovó Tsunade nos disse pela manhã... Mesmo sendo otimista, não consigo deixar de me preocupar...

- Hum...

- Sabe, quando saí de Konoha pra treinar com o Ero-sannin, todos os dias ele tinha que me dizer exatamente o que você me falou agora... Eu sofria por causa do Sasuke, e até hoje sofro por isso, mas já “melhorei”, digamos assim... E, agora... Também sofro pela Sakura-chan...

- Espero que você não fique com raiva de mim...

- Quê?! E por que eu ficaria?!

- Se eu estivesse 100%, hoje mesmo já podíamos ter saído atrás deles... O time do Kiba está em missão, senão eu pediria para ele ir com você, porque ele e Akamaru poderiam fazer o papel dos meus cães farejadores... Mas...

- Aaah, que isso, Kakashi-sensei! Até parece que eu ia ficar com raiva de você por isso! Além disso, você nunca mais viu o Sasuke... Você TEM que vir comigo, Kakashi-sensei!

            O mascarado sorri, feliz com o que ouvira.

- Bom, agora vou almoçar pra depois voltar ao trabalho... Tem muitos escombros por aí, e fui escalado pra ajudar a tirar esses troços do chão... Bye, bye!

- Tchau!

            Kakashi pensou: “Naruto... Esse menino tem um coração muito bondoso, e é muito sincero quanto aos seus sentimentos... Sakura também é assim, apesar de agora ter aprendido a se conter mais... O Sasuke, porém, sempre foi muito fechado... Me pergunto como ele deve estar... E espero que Sakura esteja bem...”

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Quando Suigetsu chegou na cozinha, Sasuke, Juugo e Karin já estavam quase terminando de almoçar. Sasuke lhe deu as instruções do dia.

            Então, Suigetsu e Karin foram descansar, conforme Sasuke havia dito.

            Quando Sasuke e Juugo adentraram o quarto do Uchiha, viram que Sakura estava deitada para o lado oposto ao da entrada, o que os impedia de ver seu rosto.

- Será que ela dormiu? - Juugo perguntou.

- Sei lá. Mas você não pode dormir. Não agora.

- Pode deixar.

            Então, Juugo limpou os pedaços de porta que haviam na entrada da biblioteca e sentou-se ali para vigiar Sakura, enquanto Sasuke deitou-se em sua cama para dormir.

            “Espero que o que planejei dê certo...”, o Uchiha pensou, antes de adormecer logo. O cansaço tomava conta de seu corpo.

                Juugo estava morrendo de sono, mas tinha um dever a cumprir, e jurou a si mesmo que não seria impedido pelo cansaço.


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