Capitol Hunger Games escrita por Azula, AnaCarol


Capítulo 20
Casa.


Notas iniciais do capítulo

Perdoem os erros de gramática.



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Acordo em uma sala completamente branca e me pergunto se estou sonhando novamente. Coloco a mão na minha cabeça e apalpo uma atadura. Meu joelho e meu tórax não doem quase nada mais. Olho por dentro da camisola de hospital e só vejo que a área está vermelha, mas está cicatrizando.

Dan está morto.

Não posso acreditar nisso. Lágrimas brotam nos meus olhos e não faço esforço para prendê-las, deixo-as correr livremente, choro tão alto que começo a soluçar. Eu estava viva, mas Dan estava morto, eu não podia lidar com isso. Um homem moreno entra no meu quarto, suas vestes são brancas, como o resto do ambiente.

- Ahn... Oi. – digo tentando chamar sua atenção e limpando as lágrimas – Você sabe me dizer quando eu volto para casa?

- Não.

É tudo que ele diz antes de sair do meu quarto batendo a porta. Nossa, porque tanto mau humor? Fui eu que quase morri.

Olho para o teto esperando o tempo passar, mas com a demora decido sair do quarto. Abro a porta tentando não fazer barulho e me apoio na parede ainda tonta pelo machucado na cabeça. Procuro uma recepcionista, balconista, ou algo do tipo, mas tudo que eu vejo são funcionários, todos de branco, andando rapidamente como se eu não existisse.

- Moça? – chamo a mulher loira que parece ser simpática e ela me olha. – Onde eu posso achar uma recepcionista?

- Pode falar comigo, querida. – Ela diz amável. – Aposto que quer saber quando vai para casa, estou certa?

- Sim, está.

- Creio que ainda hoje, você já está aqui há um dia, tempo suficiente para te observarem.  – Ela diz já se virando. – Seus parentes virão buscá-la.

Meus pais e Dean, eu ia revê-los! E Hasse? Será que ele também viria? Estava tão animada que nem pude voltar para o meu quarto. Andei o corredor inteiro para depois achar uma cozinha.

A porta está aberta e quando entro me deparo com uma trança marrom. Era ela. A pessoa com quem ela conversava me vê, se despede rapidamente e vai embora. Ela se vira para mim.

- Katniss Everdeen. – sussurro para mim mesma.

Ela me encara com seus olhos cinzentos. Não tenho medo.

- Os pesadelos já começaram? – ela termina de engolir a comida e pergunta sorrindo com um ar cruel.

- Muito antes dos seus. – rebato.

- Com o avô que tinha, é claro que sim. – ela provoca.

- Demorei a perceber, mas não era só ele quem atormentava meu sono. Sabe quem mais? Você. Sempre seu tordo queimando na neve, esse sempre foi o fim dos meus pesadelos. – respiro fundo e prossigo. – Afinal, o que eu fiz de tão grave para merecer esse ódio?

Não sei se consigo deixá-la sem fala ou se ela só não quer responder, mas ela demora um tempo, morde um biscoito e então se vira novamente para mim.

- Eu fiz isso pela minha irmã. – ela diz, seus olhos estão brilhando, parecem lágrimas, mas ela as segura.

- Aquela que morreu para salvar as crianças que você tanto odeia? – digo, sinto pena de sua irmã, mas sacrificar outras vidas não é certo. – Eu sinto muito pelo que houve com ela, mas vingança? Já não bastou o meu avô morrer e você matar a Coin? Para que matar mais 23 pessoas? Pessoas que eu convivi e aprendi a amar, e que nunca vou esquecer. Você sabe o que é isso.

Agora sim consigo deixá-la sem fala. Ela me lança um olhar de desculpa e vai em direção a porta.

- Sei como é perder pessoas que você ama, sei muito bem como é isso. Agora sim sei pelo que está passando. – Ela diz e vai embora.

Não sei bem o que foi isso. Pego alguns biscoitos e volto para o meu quarto. Começo a pensar nos amigos que perdi, obrigo-me a não chorar, eles agora serão apenas uma lembrança. Uma lembrança da parte mais marcante da minha vida. A pior, porém, eles a tornaram melhor.

Ao pensar neles o tempo passa rápido e alguém bate na porta. Finalmente alguém que tem educação.

- Pode entrar. – digo baixo. A mesma mulher loira entra no meu quarto.

- Trouxe essa roupa para você receber seus familiares, eles estão na sala de espera. – Ela sorri e me entrega a caixa.

É um vestido branco florido, leve, como meu estado de espírito. Calço sandálias e prendo o meu cabelo num rabo alto. Ainda manco um pouco por causa do joelho e as tonturas ainda existem, por isso a mulher me ajuda com a locomoção.

A sala de espera, assim como o resto do prédio, é inteiramente branca, possui quadros de enfermeiras pedindo silêncio e flores por todas as partes. Inspiro o cheiro dos lírios e agradeço mentalmente por não serem rosas. Dean, minha mãe e meu pai correm para me abraçar, todos com lágrimas nos olhos.

- Ah, minha Lynn. Você está bem. – Meu pai diz enquanto beija minha testa, competindo com os beijos de minha mãe.

- Nem por um segundo duvidei de você, maninha. – Dean fala, me abraçando. Como eu sentia falta do seu abraço.

Eles me soltam e olham para o sofá ao lado da porta. Ao lado do sofá, em pé, está Hasse, parado como pedra. Quando nossos olhares se cruzam, esqueço todos os meus ferimentos e vou ao seu encontro. Dou-lhe um abraço forte, quase o enforcando.

- Eu não disse para cortar as cabeças literalmente, mas fez um bom trabalho. – ele sussurra no meu ouvido, olha nos meus olhos, isso me lembra que quero comer chocolate há séculos, e me beija.

Como da primeira vez, sinto como se na sala só nós dois existíssemos. Eu o amava e sentia que era correspondida.

- Finalmente. – eu digo.

Alguém finge uma tosse, Dean, é claro. Sinto meu rosto corado e pego na mão de Hasse. Vamos todos em direção a saída e agora sim sinto que estamos indo para casa.


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Notas finais do capítulo

TEM MAIS ASIJDKSALP UHUL. reviews?