Nada teria me preparado para aquilo.
Nenhuma brincadeira, nenhuma provocação causou aquela sensação em mim. Nada se compara aquele beijo.
O beijo começou muito intenso, quase violento - nós tinhamos ficado muito tempo sem aquilo, e nossos lábios se reconheceram no primeiro toque, e tudo que nós queriamos era matar a saudade, suprimir todo o tempo em que ficamos longes.
Depois nós entramos no nosso ritmo, muito mais suave , bem devagar, mas ainda assim incrivel - borboletas voaram no meu estomago quando ele mordeu de leve o meu lábio inferior.
Nenhum espaço separa a gente agora, nossos corpos estavam completamente colados um ao outro - eu sentia a respiraçao acelerada dele, seu coração batendo rápido contra o meu peito, suas mãos traçando todo o contorno das minhas costas enquanto tudo o que eu fazia era tentar puxar o cabelo dele o mais leve possivel.
Eu queria me concentrar totalmente nele, no seu beijo , no seu toque, mas eu nao conseguia parar de lembrar daquele dia, no elevador.
Como nós tinhamos decidido que era melhor nos terminarmos, pelo bem da nossa amizade, pelo bem da nossa amizade com a Carly, pelo bem do nosso web show. Parecia realmente a melhor solução.
Como aquilo tudo parece estúpido agora - é claro que não daria certo.
Estava claro que nós precisavamos um do outro - não só como amigos.
Sim , a gente brigava sempre. Mas a gente , do jeito mais estranho possivel, cuidava um do outro, se preocupava um com outro.
Dane-se mundo, dane-se o que as pessoas pensam. Eu amava aquele nerd, e eu precisava dele comigo.
Eu voltei a me concentrar somente naquele garoto que eu amava - e o nosso beijo se acelerou mais uma vez. Nossas linguas brincavam uma com a outra , e aquela sensação de fogo percorreu meu corpo mais uma vez.
Por um momento nós ficamos sem folego - e cedo demais pro meu gosto, nossas bocas se separaram pra que a gente pudesse respirar.
Eu pousei minhas mãos no seu rosto, olhando pra ele , enquanto nós tentávamos recuperar o folego. Eu queria dizer várias coisas pra ele , mas por onde começar ?
– Freddie ... - eu comecei a dizer, mas não consegui continuar. Palavras não eram o meu forte.

Então eu apenas aproximei meu rosto do dele outra vez, encostando nossas testas uma na outra. Eu olhei nos olhos dele e deixei que ele interpretasse o meu olhar.
Eu te amo, eu pensei. Eu implico com você, eu te bato , eu te xingo , mas é o meu jeito demonstrar isso. Eu te amo. Eu quero ficar com você.
Ele sorriu pra mim e eu vi que ele tinha entendido.
Eu pude ver nos olhos dele o que ele estava pensando.
Eu te amo tambem , por mais louca que você seja... eu não só quero , como preciso ficar com você. Eu preciso da sua loucura pra ser feliz.
Ele me beijou de novo - apenas um selinho demorado dessa vez.
Nós nos olhamos outra vez, sorrindo um pro outro , sem dizer nada.
Nós erámos assim. Não precisavamos de muitas palavras, muitas declarações - um sabia o que o outro sentia, só pelo nosso olhar. Nossos corpos , nossas ações diziam muito mais do que nossas palavras.
Eu deitei - pela milesima vez naquela noite- minha cabeça no seu ombro. Os braços deles me envolveram e eu me senti como nos velhos tempos - totalmente confortável ao estar ali, com ele. Eu olhei pro seu pescoço e lembrei de uma coisa.
– Freddie ? - Eu chamei , levantando minha cabeça mais uma vez, pra poder olhar pra ele.
– O que ? - ele me olhou de volta, com um sorriso bobo no rosto. Eu nao pude evitar de sorrir de volta, e eu tinha certeza que o meu sorriso era ainda mais bobo do que o dele.
– Eu quero fazer uma coisa. Com o seu corpo. Posso ? - eu ia fazer de qualquer jetito , ele deixando ou não, mas eu deixei ele achar que eu estava pedindi permissão.
– Com o meu corpo ? Eu devia realmente ficar preocupado com isso .. mas seus pedidos tem gerado bons resultados... então .. vai em frente.
Eu lembrei de quando eu pedi ele pra me ajudar, e mesmo sem saber o que era, ele tinha prometido me ajudar. E de novo agora, ele lá deixando que eu fizesse o que eu quisesse com ele. Deus , como ele era inocente!
Ou talvez, ele apenas confie demais em mim.
– Espera .. - ele disse - Vai doer ?
– De um jeito bom.
– Como assim de um jeito bom ? Sam, não tem como uma coisa doer de um jeito bo...
Antes que ele pudesse continuar, eu fui em direção ao seu pescoço, beijando, mordendo, soprando , tudo o que eu podia , bem na sua pintinha.