love. escrita por Taengoo


Capítulo 9
Chapter 9: Big Mistake




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♫ It's just a big mistake

Such a big mistake

Well, it won't be the first

It definitely won't be the last one you make… 

A maioria de nossos erros, os maiores em parte, são o resultado de permitir que o movimento anule a lógica. Sabemos a escolha certa, mas não queremos seguir. Quando cometemos um erro, há apenas três coisas que podemos fazer; admitir, aprender e nunca repetir-lo... Mas nem sempre realizamos esse ultimo.

— Do Contra. Fev11

[...♥...]

Mônica e o tal garoto se abraçavam como se fossem dois melhores amigos, ou até mais do que isso. Aquilo acabou gerando inveja entre as meninas com a aproximação da dentuça com aquele ser misterioso, confusão na cabeça de Magali e Cascão que também não entendiam nada, e fúria em Cebola que já estava achando aquele abraço demorado demais.

— Quem é esse cara, Magali? – perguntou o sujinho.

— Não faço ideia...

— Como não sabe? Ela não é sua melhor amiga? – disse Cebola com ódio no olhar.

— Sim, mas eu não conheço esse garoto... Nunca vi na vida, aliás.

— Pois vamos descobrir é agora – disse ele começando a caminhar até os dois.

— Não acredito que você tá aqui! – disse a dentuça animada. – Seu maluco! Como você me achou?

— Não foi difícil de descobrir... Dona do bairro – disse o garoto apertando seu nariz, fazendo Mônica rir envergonhada.

— Ex dona do bairro – disse Cebola sério. – Não vai apresentar o seu amigo, Mônica?

— Ahm.. Lucas, esse é o Cebola – revirou os olhos. – Magali e Cascão.

— Olá – disseram os dois.

— Prazer – o garoto respondeu com um sorriso realmente muito encantador.

— Esse é o Lucas, um amigo meu. Conheci ele durante ás férias com os meus pais.

— Ah é esse o Lucas... – disse Magali sorrindo pra dentuça que retribuiu dando uma piscadinha.

— E ele está aqui porque... – disse Cebola.

— Eu vim visitar a minha tia, e logo lembrei que a Mônica disse que morava no bairro do Limoeiro, vim correndo vê-la – respondeu enquanto acariciava as costas da garota.

— Minha mãe vai adorar te ver... Quer almoçar lá em casa?

— Só se for agora – disse entregando outro capacete pra ela.

— V-você não vai subir nessa moto, vai? – disse Cebola.

— Por que não? – Mônica respondeu colocando o capacete na cabeça e em seguida soltou um beijo pros amigos.

— Tchau pessoal! - disse Lucas,  Cascão e Magali acenaram com as mãos quando a moto arrancou em alta velocidade, deixando pra trás apenas poeira. Cebola ficou visivelmente irritado com que o que tinha acabado de acontecer.  

— É careca... Primeiro o DC, agora esse cara bonitão ai... Tá complicado, hein? – disse o sujinho fazendo a comilona rir.

— Cala boca, Cascão! Quem disse que a Mônica tem alguma coisa a ver com esse maluco?

— Bom, se você acha que não... – respondeu Magali.

— Quem somos nós pra dizer o contrário... – continuou Cascão.

— Ei esperai! V-vocês sabem de alguma coisa que eu não sei? – os dois amigos se entreolharam e sorriram, deixando Cebola ainda mais paranoico. – Estão me ouvindo?! O que vocês não querem me contar, hein?!

E assim foi a caminhada toda até em casa, Cascão e Magali rindo enquanto o careca os enchiam de perguntas. É claro que eles não sabiam de nada, aquela era só uma maneira de provoca-lo e de deixa-lo ainda mais louco do que já estava. A comilona até ficou com um pouco de pena, mas sabia que aquele poderia ser o único jeito para Cebola finalmente ir atrás da dentuça e resolver as coisas entre eles.

Magali chegou em casa louca pra tirar um cochilo, mas ao sentir o cheirinho da comida que sua mãe estava preparando mudou de ideia no mesmo instante. Tomou um banho gelado, vestiu uma roupa aconchegante, e quando voltou pra cozinha já estava tudo pronto para almoçar. Não se lembrava da ultima vez que comeu tanto, se sentiu uma criança de sete anos novamente, quando devorava tudo tão rápido que quase não chegava a sentir o gosto das coisas.

Subiu pro seu quarto para descansar, quando se lembrou imediatamente do que tinha combinado com Do Contra na escola. Eles iam ter aquela conversa, qual ela queria tanto evitar. Provavelmente ele iria perguntar se ela realmente não se lembrava do que tinha rolado no show, mas dessa vez não ia poder esconder. Esse era um dos momentos em que ela adoraria saber mentir. Tudo bem que seria apenas uma conversa, mas não era isso que o seu coração dizia. Antes era tudo tão mais fácil, pois sua amizade com ele era leve, agradável, especial... Mas durou pouco. Agora as únicas coisas que ela conseguia sentir ao saber que ia ter que encontra-lo era ansiedade, nervosismo, e não sabia como ia conseguir encara-lo falando sobre o assunto que ela mais queria esquecer.

[...♥...]

~ Praça / 16:02 ~

Ao sair de casa e chegar na rua, Magali olhou em volta e não encontrou Do Contra, mas sim Mônica e Lucas em um banco, e Cebola com Cascão em outro um pouco mais afastado. O careca só observava os dois conversando animados, aquilo lhe torturava por dentro. O seu nível de ciúmes por Do Contra não chegava nem aos pés do que estava sentindo agora por aquele loiro, pois sabia que antes era apenas provocação, e com esse cara já não parecia o mesmo. Podia ver em seus olhos o quanto ela gostava de sua companhia.

— O que estão fazendo? – perguntou a comilona se aproximando deles.

— Virgiando a Mônica...

— Cala boca, Cascão! N-nós estamos só curtindo esse lindo dia.

— Ahã, claro... – ela riu baixo. – Parece que eles ficaram próximos mesmo nessas férias, hein?

— Até demais – murmurou Cebola.

— Relaxa careca, ouvi dizer que esse cara não vai ficar aqui por muito tempo.

— E no tempo que ele estiver aqui?

— Eles só são amigos, Cebola... Para de noia. Deixa eu ir lá falar com eles  – respondeu a comilona, e começou a caminhar até Mônica.

A dentuça que estava tão distraída com a conversa, nem tinha notado a presença do seu ex do outro lado do banco observando-a.

— Oi amiga.

— Oi Magali! – abriu um sorriso ao vê-la. – Você já conhece o Lucas, né?

— Sim. E aí? – cumprimentou.

— Nossa Moniquinha... Todas suas amigas são lindas assim mesmo? – perguntou fazendo as duas rirem.

— Então você que é o famoso Lucas?

— Famoso?

— A Mônica falou de você com tanto entusiasmo que até eu fiquei com vontade de conhecer logo – disse dando um empurrãozinho de leve na dentuça.

— Olha só – Lucas sorriu e olhou para Mônica que ficou envergonhada. – Mas eu também adorei encontrar essa baixinha... Minhas férias foram maravilhosas graças a ela.

— E não vão me contar porquê? – arqueou uma das sobrancelhas.

— Bom, é meio longa a historia, sabe? – disse Mônica.

— Eu tenho tempo...

Do Contra finalmente apareceu na praça, e Magali logo mudou de expressão. Percebeu que ele não estava carregando seu skate como sempre, e deduziu que realmente a única coisa que ele queria fazer nessa dia, era conversar.

— Ahm.. quer dizer, eu tenho tempo sim só que mais tarde... Você vai ficar aqui até quando?

— Eu tenho que voltar hoje à noite, mas a Mônica pode te contar com mais detalhes.

— Tudo bem então – Magali sorriu e esticou a mão. – Eu tenho que ir agora, mas prazer em conhece-lo, Lucas.

— Prazer... Magali, né?

— Isso – a comilona se virou pra amiga e fez um gesto de ‘tô de olho’ fazendo a dentuça rir. Do Contra viu que Mônica estava na praça conversando com ela, e decidiu ir na frente.

[...♥...]

Chegando ao skatepark, Magali viu seu amigo sentado em uma das altas rampas. Parou um segundo para respirar fundo por estar um pouco nervosa, e subiu. Ele ouviu os passos da garota, mas continuou olhando pra frente. Devagar, ela sentou ao seu lado, e sem dizer nada os dois ficaram olhando pro céu, que estava coberto por nuvens. Do Contra não sabia como começar aquela conversa, tampouco ela, mas ouvir o seu suspiro decidiu quebrar o silêncio.

— O dia tá lindo né? – perguntou, mas ela não respondeu, apenas assentiu com a cabeça. – Quem era aquele cara conversando com vocês?

— Um amigo da Mônica...

— Amigo?

— É... um amigo que ela conheceu nas férias. Por quê? Tá com ciúmes também? – ela perguntou finalmente olhando pro moreno.

— Não – Do Contra riu com aquela pergunta. – Foi só curiosidade, porque nunca tinha visto ele aqui antes. Mas por que ‘também’?

— Por causa do Cebola.

— Ah o Cebola... falando nisso, a Mônica me usou bastante hoje na escola pra fazer ciúmes nele.

— É, eu sei disso... você não se incomoda?

— Não... – disse ele dando de ombros. – Acho até divertido. Ele bem que merece, depois do que aprontou com ela.

— O Cebola não fez nada, DC... a Mônica que exagerou um pouco.

— Como não Magali? A turma toda viu.

— Foi um acidente.

— Não pra mim... se eu fosse a Mônica teria voltado a dar aqueles socos que só ela sabe dar, nele.

Soco. Aquela palavra veio rapidamente com flash na cabeça de Magali. Se lembrou do machucado de Quim na escola, e da mão de Do Contra, que parecia já está melhor.

— Foi você...? – ela pensou alto, mas foi alto o suficiente e ele ouviu. 

— Eu o que?

Magali parou um minuto e analisou o rosto do amigo, que olhava pra ela sem entender muita coisa. Suspirou em seguida e decidiu finalmente perguntar.

— DC, foi você que... foi você que bateu no Quim?

— Que? C-como assim?

— Eu vi que ele estava com o rosto machucado. Foi você ou não?

— Por que eu faria isso?

— Não sei... mas ele viu quando a gente se.... – Magali pausou a frase, notando que falou o que não devia. Do Contra pareceu assustado, pois realmente tinha acreditado no fato de ela não ter se lembrado de nada do que aconteceu com eles. Era bem possível, já que tinha bebido um pouco demais.

A comilona só queria morrer.

— Er... e-esquece, deixa pra lá – ela começou a se levantar.

— Perai, você se lembra então?

— Me lembrar do que? – Magali apressou os passos para descer da rampa, enquanto o moreno a seguia. Ela não sabia porque estava fugindo se eles tinham ido até lá justamente para falarem sobre isso. 

— Você sabe muito bem do que.

— Sei?

— Magali, dá pra ficar quieta? – Do Contra puxou seu braço pra que ela pudesse olhar pra ele. – Você se lembra ou não do que aconteceu?

— Tudo bem, tudo bem – ela se rendeu. – Eu me lembro sim, só que... – suspirou. – Desculpa DC, mas eu não queria discutir sobre isso... então eu acho melhor a gente esquecer.

— Esquecer?

— É DC, esquecer! Deslembrar, ocultar, apagar da memoria!

— Mas... Por quê? – ele pareceu desapontado.

— Como por quê? Aquilo nem devia ter acontecido pra começar... Nós somos amigos.

— É... – disse ele, suspirando. – Somos amigos...

— E por sermos amigos que a gente deve esquecer... fingir que não rolou nada... porque se rolou, foi só por causa do álcool que abusamos demais... É, é isso... O álcool. Aquilo podia acontecer com qualquer um, não é?

Do Contra ficou quieto. Continuava com a mesma expressão, mas concordou com a comilona. Ela estava certa. Aquilo não era pra ter acontecido por eles serem apenas amigos. Uma amizade que estava crescendo a cada dia, e que consequentemente foi interrompida por um erro. Um erro dois dois. Ela não o culpava em nenhum momento, pois foi um ato que veio de ambos. O melhor seria que eles simplesmente fingissem que nada ocorreu.

— Você ta certa...

— Não vamos deixar nossa amizade acabar por conta de um erro nosso, Do Contra.

— Eu sei, você tem razão. Vamos esquecer.

— Que bom... – ela abriu um pequeno sorriso. – Até fiquei um pouco mais aliviada.

— É, eu também – disse ele coçando a nuca.

— Mas voltando ao assunto sobre o Quim... foi você? – Magali arqueou uma sobrancelha.

— É... – ele colocou as mãos no bolso, baixando o olhar. – Fui eu sim.

— Por quê? O que ele fez?

— Eu não sei se eu devia te falar isso...

— Mas vai.

— Bom, ele sabe você viu ele com... outra... e no inicio ficou meio chocado de ver a gente junto, mas depois disse que te conhece o suficiente pra saber que você perdoaria ele no dia seguinte.

— Que cretino... – Magali negou com a cabeça.

— É, eu também achei isso... Taí o resultado.

A morena se deu conta que o moreno só queria lhe defender e finalmente abriu um sorriso. Pensou em abraça-lo mas com certeza aquilo seria estranho depois do que aconteceu, optando apenas por dar umas batidinhas em seu ombro como forma de agradecimento.

— Valeu DC... por ter me defendido. Mas ainda te acho um completo maluco.

— Seria estranho se não continuasse achando...

— Obrigada.

— Não há de que, magricela...

Normalmente a comilona ficaria irritada com aquele apelido que ele tinha inventado pra ela nas férias, mas dessa vez não disse nada e continuou sorrindo. Voltaram pra onde estavam conversando, finalmente deixando p constrangimento de lado pela primeira vez. Para Magali, aquilo sim era a coisa certa a se fazer. Esquecer de tudo e continuarem amigos como sempre. Apesar de ter concordado, Do Contra não estava muito feliz com a decisão, afinal aquilo não pareceu somente um beijo sem importância para ele. Sentiu algo mais. Algo estranho... Incerto... Não seria algo fácil de tirar da memória, como ela pediu. Magali também sabia que tampouco conseguiria, mas preferiu fingir que sim.

[...♥...]

~ Praça / 18:21 ~

— Então é isso... – suspirou Lucas. – Te vejo daqui a algumas semanas.

— Certo... Vê se não fura, hein? – riu Mônica.

— E você acha que eu vou perder essa festona? – perguntou ele sorrindo, dando um beijo na testa da garota. Eles se despediram e finalmente o loiro partiu com sua moto em alta velocidade. A dentuçinha suspirou, acenando pro garoto.

Quando ele finalmente sumiu das suas vistas, ela se preparou para voltar pra casa, mas foi impedida por uma mão que tocou no seu ombro de repente.

— Mas que pena... O seu amiguinho já foi embora tão cedo?

— Não enche, Cebola... – disse Mônica se esquivando do garoto.

— Falei o que de errado?

— Não estou afim de brigar com você hoje, ok?

— E quem disse que eu vim aqui pra brigar? – sorriu ele. – Vim te perguntar se você não quer ir no cinema comigo no domingo...

— Cinema? Com você? – perguntou ela, franzindo a testa.

— Qual o problema?

— O problema é que você não é o tipo de cara que faz essas propostas, principalmente pra suas ex-namoradas...

— Como assim? Você foi a minha primeira namorada, Mônica. E o que tem a gente sair? Nós terminamos, mas continuamos amigos...  Ou não?

— Sim... e por que logo agora você quer sair comigo?

— Não é como se eu tivesse tido muita chance pra fazer isso ultimamente...

— Sei, mas pra mim esse seu convite tá me cheirando a um dos seus planos.

— Eu não faço planos há muito tempo... e você sabe disso. Vai Mônica larga de besteira... Vamos tentar sair como dois amigos normais... Eu não quero que nossa relação esfriei por conta de um namoro mal resolvido.

Mônica parou um minuto e pensou. Estava achando muito estranho toda aquela mudança repentina. No primeiro dia de aula, a única coisa que Cebola fez foi tentar provoca-la com a professora de educação física, e com Denise. Agora que Lucas apareceu, ele decidiu chama-la para sair. Estava muito desconfiada, mas mesmo assim não quis dar pra atrás, pois no final das contas ela sabia que tinha sido um pouco injusta por ter terminado com ele por um motivo tão bobo e insignificante. O mais sensato agora, seria parar com as brigas e tentar levar amizade adiante.

— Tudo bem, Cebola... Eu aceito sair com você, mas...

— ...mas?

— Será só como amigos, então nada de mão boba, ou qualquer coisa do tipo.

— Eu sei, eu sei... Pode deixar que eu vou me comportar – ele sorriu alegre. – Domingo de noite eu passo pra te buscar então.

Mônica afirmou com a cabeça ainda meio séria, mas quando se virou pra ir embora, abriu um sorrisinho. Estava contente, pois ‘paz’ com seu ex, era tudo que ela mais queria dês de que voltou das férias.

[...♥...]

A noite seguiu, Magali já tinha ido pra casa logo depois que os amigos de Do Contra chegaram ao skatepark para praticarem. Ele não ficou, pois não tinha levado seu skate, sua mãe ainda estava pegando em seu pé por conta do acidente que teve que não fazia nem uma semana. Sua amizade com ele parecia ter voltado ao normal, mas apesar disso, não se sentia totalmente a vontade, era como se o conforto que eles tinham antes não fosse mais o mesmo.

Seu coração ainda dava sinal de que a presença dele lhe deixava tensa, pois seus batimentos cardíacos nunca estavam na velocidade normal quando ele chegava perto dela. As mãos continuavam suando, e olhar diretamente em seus olhos era uma função muito custosa. Ele conseguia agir com total naturalidade, embora não soubesse o que estava passando em seu coração. Magali sentia que ele não ia esquecer aquele beijo, mas também sabia que provavelmente eles nunca mais iriam falar sobre o assunto novamente, o que lhe deixava mais tranquila.

Mônica havia ligado para a comilona umas três vezes para que ela pudesse ir em sua casa conversar. A morena tomou um banho quente, e ao se jogar na cama pegou o celular, finalmente vendo as mensagens e as ligações perdidas da amiga. Não demorou muito até chegar em sua casa, e logo elas já estavam rindo e fofocando no quarto.

— Até agora espero você me contar onde e como conheceu esse Lucas...

— Ah – Mônica disse e abraçou seu coelhinho de pelúcia, Sansão. – Conheci ele em uma festa da cidade que teve no réveillon, meus pais não sei que milagre, me deixaram ir sozinha com a minha prima Rebeca. Encontrei ele dançando com uns amigos, e quando vi já estávamos conversando muito.

— E se beijando também pelo visto... – Magali sorriu com malicia.

— É... Digamos que rolou uns beijinhos. Mas foi só nesse dia... O Lucas é comprometido graças a mim.

— Graças a você?

— Sim... Depois desse dia ficamos muito amigos, saímos praticamente todos os dias, fomos a praia, ele acompanhou a gente no acampamento, foi muito legal... E por isso ele começou a ter intimidade pra me contar algumas coisas.

— E que coisas seriam essas?

— Ele me confessou que estava perdidamente apaixonado por uma pessoa, e eu podia ver isso nos olhos dele, sabe? Porque já estive em uma situação parecida... – Magali assentiu com a cabeça, se lembrando de quando Mônica começou a se apaixonar por Cebola, era quase impossível não notar isso nos seus olhos. – Então eu decidi ajudar... Nós bolamos alguns planos já que os meus são sim infalíveis – disse rindo.

— E quem era garota por quem ele estava apaixonado?

— Bom... Não era uma garota... – Mônica levantou os ombros já esperando a reação da comilona, que não foi nada diferente do que ela imaginou que seria. Magali arregalou os olhos e colocou a mão na boca.

— O Lucas é gay?!

— Não – ela riu ainda mais alto. – Ele é bi. Se ele fosse gay não teria ficado comigo né, amiga.

— Meu deus... Tô chocada – Magali disse, abrindo um sorriso em seguida. – Mas e o lance de vocês?

— Nós só ficamos pelo mesmo motivo... Carência. Eu tinha acabado de terminar com o Cê, e ele também estava triste por causa desse cara... Então, por conta de algumas bebidas, rolou. Mas eu e ele não temos nada a ver.

— Não foi isso que o Cebolinha achou.

— Ele me chamou pra ir no cinema no fim de semana, acredita?

— Sério? E o que você disse?

— Aceitei né... mas só porque eu não quero perder a amizade dele.

— Fez bem, amiga. Ele gosta de você, e mesmo que vocês não estejam mais juntos, ele faz questão de ter por perto.

— É, eu sei – ela sorriu de lado.

— Mas que pena que o Lucas foi embora tão rápido. Queria conhece ele melhor...

— Vocês ainda vão ter essa chance. Ele volta aqui no bairro só pra vim no meu aniversário.

— Falando nisso... Já pensou no que vai fazer esse ano?

— Meu pai disse que vai alugar um espaço... Mas ainda não decidi o tema, quer me ajudar?

— Claro! – elas então passaram o resto da noite conversando sobre a grande festa de aniversário de Mônica, que faria dezessete anos, que com certeza daria o que falar...


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