love. escrita por Taengoo


Capítulo 21
Chapter 21: No Surprise Pt. 2




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~ Boate / 03:21 ~

Magali levou o maior susto, porém não mexeu nada além das mãos. As pessoas em volta, inclusive Mônica e Marina também se assustaram com aquele ato.

Cascão tinha pego a comilona de surpresa e a beijava com intensidade, mas ela não saia do lugar, pelo contrário. Continuou retribuindo o beijo, mesmo espantada, e sem entender.

Do Contra viu a cena... Mas não fez nada. Sentiu todo tipo de sensação ruim ao mesmo tempo, mas raiva e ciúmes eram os principais. Ele fechou o punho e rangiu os dentes, sem tirar os olhos dos dois. Ver Magali beijar outro cara, ainda mais esse cara sendo Cascão, era demais. O moreno sentiu vontade de interromper, mas sabia que não tinha esse direito.

O jeito era esperar pra que a própria Magali se afastasse, e é exatamente o que ela faz poucos segundos depois...

A comilona sabia que ele não estava no seu estado normal, e se afastou respirando exaurida. Ele tenta beija-la de novo, e ela o empurra. Mas não satisfeito, tenta outra vez.

— Cascão, me solta!

Ao ouvir aquilo, Do Contra resolveu interferir, empurrando Cascão com mais força. Mônica e o resto da turma ainda estavam chocados.

Magali foi puxada pelas meninas, e o moreno leva o sujinho pra outro.

Com aquele beijo, a festa acabou para Magali. Ela não entendia como nem porque Cascão foi capaz de fazer isso justamente com ela. Tinha tantas outras garotas naquele lugar, e ele foi escolher logo a melhor amiga.

As meninas faziam perguntas que a comilona não sabia responder. Ela estava tão confusa quanto elas, e tudo que mais queria era entender como isso foi acontecer. Mônica que era a única mais sensata dali, pediu pra que não a enchessem mais com o assunto, pois a morena só queria ficar quieta e tentar raciocinar.

Como já eram três da manhã, e já tinha se divertido e feito tudo que queria, Magali decidiu ir pra casa. Estava bastante cansada, mas agradeceu a todos que compareceram, e que organizaram a sua noite. Não estava bêbada, mas se sentia um pouco tonta, então Franja e Marina se ocuparam de leva-la até em casa.

Chegando lá, ela subiu e sem nem ao menos ligar as luzes do quarto, tirou os saltos e jogou-os em algum canto. Sua raiva pela atitude de Cascão ainda era evidente. E quando estava prestes a se jogar na cama, com roupa, com maquiagem, com brinco, com tudo, ouviu um barulho vindo da sua janela.

Magali se assustou por um momento, achando que poderia se tratar de um ladrão. Abriu a cortina lentamente e se aliviou quando viu Do Contra lá em baixo.

— Quer me matar de susto? – perguntou ela quando colocou a cabeça para o lado de fora.

— Posso falar com você?

— Agora?

— Sim... É importante.

Ela olhou para dentro, e suspirou.

— Perai que eu vou descer...

— Não precisa – impediu ele.

— O que vai fazer? – perguntou a garota quando vê ele se aproximando de uma escada.

Do Contra a usou para subir até a janela de Magali.

Ela ficou apreensiva e nervosa, pois estava achando arriscado demais o fato dele invadir a sua casa daquele jeito, porém não fez nada pra para-lo e em poucos segundos, ele já estava dentro do seu quarto.

Ela se afastou e se encostou em sua cômoda, baixando o olhar, com os braços cruzados.

— Por que saiu da festa?

— A aniversariante foi embora... o que eu ia continuar fazendo lá?

— Não estava mais no clima... A festa acabou pra mim.

— Eu sei.

— Cadê a Mônica?

— Não achei ela depois que você foi embora.

— Ah... e o que... você quer tanto falar comigo?

— Não é bem falar o que eu vim fazer aqui – respondeu ele, sério.

Magali engoliu em seco, e continuou olhando pra baixo. Ela entendeu exatamente o que ele quis dizer com aquilo.

— Do Contra...

— Eu já te disse uma vez, Magali. – o moreno começou a dar os primeiros passos até a comilona. – Se você não quiser... vai ter que me parar.

Ela nada diz. Seu coração volta a disparar, e suas mãos gelam. Sem conseguir olhar diretamente em seus olhos, Magali ouvia uma voz que gritava, pedindo pra que ela o empurrasse antes que fosse tarde demais, porém ela não o faz. Ela não atende aos pedidos da sua consciência, pois o desejo era muito maior do que a razão.

Pelo silêncio, Do Contra teve a certeza que ela não o iria impedir. Então, ao puxar a nuca da morena com uma das mãos, arrancou dela um beijo.

Era sereno, suave e sem nenhuma pressa. Magali apertou com força a camisa do garoto, sentindo seus lábios roçarem nos dele lentamente. Do Contra demonstrou o quão ele podia ser carinhoso durante um simples beijo.  

 Sem abrir os olhos, e sem desgrudar da morena, ele sussurrou:

— Você tem noção... do que tá acontecendo entre a gente?

Para sua surpresa, a morena concordou, balançando a cabeça. Após um tempo em silêncio ele se afastou por completo e deu um passo pra trás.

— E o que vamos fazer?

— Nada – ela soltou um longo suspiro. – Não vamos fazer nada.

— Como assim nada?

— Você está com a Mônica, esqueceu?

— Eu não posso ficar com ela, gostando de... – os lábios do garoto foram tapados pela mão fria da morena.

— Eu já disse que o melhor é esquecer o que aconteceu entre a gente e cada um seguir a sua vida como deve ser.

— Até quando?

— DC... – ela disse e fechou os olhos. – Se a Mônica souber do que aconteceu entre nós dois, ela nunca vai nos perdoar. Ela nunca vai me perdoar.

— Então, o que você sugere? – perguntou ele colocando as mãos no bolso. – Que eu fique com ela, enquanto você fica com o Cascão, é isso?

— Cascão? Eu não vou ficar com o Cascão!

— Não foi o que aquele beijo mostrou hoje...

Magali soltou um ar pelo nariz e baixou a cabeça como se estivesse exausta.

— Ele estava bêbado, DC. O Cascão é só meu amigo.

— Eu também era só o seu amigo.

Sem querer entrar em uma daquelas discussões de sempre, Magali foi até a janela e apontou para fora.

— Vai pra casa, eu não quero brigar hoje...

— Vamos ficar mesmo sem fazer nada?

— Não tem nada o que ser feito. Além do mais... Nós nunca íamos dar certo juntos...

Do Contra encarou a morena por longos segundos e de repente seus lábios se formaram em um pequeno sorriso, deixando ela sem entender o motivo da graça.

Ao ver a expressão maliciosa que ele tinha no olhar, tentou por um pé pra trás, mas ele impediu, empurrando-a contra parede para beija-la novamente. Dessa vez, todo carinho que tinha acorrido no beijo anterior, sumiu por completo. Acabou a delicadeza, acabou o romance, acabou a calma, acabou tudo. Do Contra agora beijava a comilona intensamente.

As coisas que haviam em cima de seu criado-mudo foram todas jogadas no chão (sem querer) por ela durante o ato. Magali estava morrendo de medo que seus pais aparecessem, porém não conseguia para-lo. Ela retribuía, e eles se beijavam como se o mundo fosse acabar a qualquer momento.

Do Contra quis mostrar com isso que sim, eles dariam certo... E como dariam. A atração química que tinham era tão forte, que conseguiam se comunicar apenas com o olhar. O moreno sabia exatamente o que Magali queria quando o encarava. Conhecia os seus gestos, as suas manias, os seus desejos...

Ela pediu por ar, e ele concedeu, descendo para sentir pela primeira vez a sensação de beijar o seu pescoço quente. Do Contra devorava o perfume da garota, enquanto ela lutava por dentro para não soltar qualquer tipo de som por causa de seus pais.

Eles voltaram a se beijar rapidamente, e em um movimento rápido, o skatista a levantou pela perna e a colocou sobre a cômoda, tomando a liberdade de toca-la em diferentes partes do seu corpo.

Magali sentia que estava pegando fogo por dentro, ela nunca tinha beijado ninguém daquele jeito. Quim, foi o seu primeiro e único namorado e mesmo estando com ele por anos, nunca descobriu novas sensações como aquela que estava vivendo. Estava ciente de que era errado. Estava ciente do que fazia, mas parecia que o moreno tinha algum poder sobre ela no qual não tinha a menor capacidade de controlar. 

A excitação de Do Contra era explícita, mas ele sabia que tinha que ir devagar com ela, embora sua vontade fosse de joga-la diretamente na cama. Ele mordia o lábio da morena diversas vezes, que parecia gostar.

Com tanto calor envolvido, ele acabou tirando bruscamente a jaqueta que estava usando e a jogou em um canto.

Os dois estavam experimentando coisas novas durante toda aquela agarração, pois jamais tinham se beijado dessa forma antes.

[...♥...]

Sem carona pra ir pra casa, Mônica decide chamar um táxi com seu celular. Marina e Franja tinham levado Magali, mas ela quis ficar mais um pouco. Quando tentou encontrar seu namorado, ele já tinha sumido, não conseguido localiza-lo nem em seu celular que parecia estar desligado.

Ela ficou do lado de fora esperando sozinha, pois o resto da turma ainda estava lá dentro.

— Môniquinha... – apareceu alguém ao seu lado. – Você por aqui...

— Ai meu deus... – ela colocou a mão no rosto não acreditando. – Você não!

— O que tem eu, Môniquinha? Minha presença não te agrada?

— Para de chamar assim seu bêbado nojento. E sim, você realmente não me agrada!

— Por que tanto ódio? – perguntou ele rindo. – Ainda não conseguiu me perdoar?

— Não, e se você continuar aqui, vai demorar ainda mais pra isso acontecer – disse ela empurrando-o e fazendo uma careta por causa de seu cheiro. 

— Por quê Mônquinha?

— Para de falar assim, Cebola! Af, cadê essa droga de táxi que não chega? – perguntou olhando para os lados.

— Olha, se isso faz você se sentir melhor... Eu ainda não te esqueci não, tá? – respondeu ele sorrindo e meio tonto.

— Nossa, que bom pra você.

— Não me trata assim Môniquinha... eu te amo... sério...

Mônica tentou mas não conseguiu conter um sorriso. Ele poderia ser um babaca, ridículo, mas... Estava muito engraçado daquele jeito e dizendo aquelas coisas.

— Amo mais que a lua! Não, não... Amo mais que GTA...

— Uau... Agora sim me sinto lisonjeada...

— Por quê você não perdoa? Hein? – Cebola tropeçou e caiu nos braços de Mônica. Ela o segurou a tempo, e suspirou alto.

Nesse momento o táxi chega, parando em frente aos dois.

— Cebola, eu preciso ir pra casa...

— Não! Fica... A gente ainda pode dançar umas músicas... Lembra daquela que você adora? Vai tocar daqui a pouco...

Mônica começou a rir de verdade dessa vez e olhou pra ele com lástima. Cebola estava realmente mal, e sabia que não tinha ninguém que pudesse cuidar dele, pois Cascão também estava mais do que travado, porém Xaveco iria se ocupar dele.

— Vem, entra aqui... – Mônica abriu a porta do táxi e ajudou Cebola a entrar. Ele não protestou e fez o que ela mandou.

[...♥...]

~ Quarto / 04:11 ~

Do Contra não sabia por quanto tempo ia aguentar continuar naquela situação com Magali. Seus hormônios estavam gritando com desespero e ele podia sentir que se não saísse dali, ia acabar fazendo besteira.

No meio de um dos beijos, ele próprio interrompe, segurando os ombros da garota, afastando-se dela.

— É melhor a gente parar por aqui.

Ele caminhou até a janela meio agitado, e a comilona percebeu na hora qual era o problema, decidindo não questionar nada.

— É, eu... Também acho.

Magali desceu da cômoda e consertou a alça do cropped que tinha sido praticamente arrancada por ele, tentando recuperar o fôlego que tinha perdido.

— Se eu continuar aqui...

— Eu sei – ela o interrompeu – não precisa explicar. Eu... eu acho melhor mesmo você ir pra casa. 

— Certo... – ele olhou para os lados, ainda meio agitado. – Mas antes...

Do Contra procurou pela sua jaqueta, e quando encontrou, tirou de lá uma caixinha. 

— ...queria te dar isso. 

— Pra mim? – ela abriu um sorriso meigo e ele lhe entregou.

— É... seu presente. Eu comprei já faz uns dias, mas... Só quis te dar hoje. Enfim... Feliz aniversário

Magali abriu a caixa cor-de-rosa e de lá tirou um lindo colar prata com um pequeno formato de gatinho.

— Nossa... É lindo, DC... – disse com seus olhos brilhando. Ela adorava qualquer coisa que fossem voltadas aos felinos.

— Nem me pergunte como eu sei desse seu amor por gato, porque é segredo... – ele disse fazendo-a rir, afinal ele estava sendo irônico. Magali tinha praticamente tudo de gatos, inclusive seu material escolar. Até o quarto da garota era completamente decorado com gatinhos de todas as cores e tamanhos, que Do Contra só foi perceber depois que eles se afastaram. 

— Obrigada DC... eu amei.

— De nada... – disse ele olhando diretamente em seus olhos.

Quando o moreno se virou para descer, ela o chamou.

— Eu... não mudei minha decisão... em relação ao que conversamos.  

— Como assim Magali? Depois de tudo que aconteceu aqui, você...

— Eu... – ela o interrompeu novamente. – Eu não quero magoar a minha amiga, DC. Eu prefiro... que a gente continue amigos.

— É isso que você quer?

Magali sentiu seu coração apertar com aquela pergunta, mas não podia dar pra trás. Sabia que essa era a melhor escolha. Para os dois.

— É...

Do Contra respirou fundo e após um longo silêncio, afirmou com a cabeça e começou a descer a janela pelas escadas.

Magali o observou ir embora com o pingente ainda em sua mão.  

Como Mônica tinha dito... aquela noite realmente prometeu. E muito. 

[...♥...]

— Espera só um minutinho aqui tá? – pediu Mônica ao taxista ao chegarem na frente da casa de Cebola.

Ela o conduziu até a porta e o ajudou a ficar em pé.

— Chegamos Cebolinha. Agora é por sua conta... Vê se não acorda seus pais, porque se eles te verem assim vai sobrar pra você.

— Não quer ficar comigo essa noite? Tem espaço na minha cama, sabe?

— Deixa de palhaçada, garoto... Entra, vai.

Cebola soltou um muxoxo e procurou suas chaves com muita dificuldade dentro do bolso na calça.

— A Denise não recusaria...

— Denise?!

— É... A Denise. Ela nunca recusaria dormir comigo...

— Ah é? Então por que não chama ela pra vim aqui cuidar de você?! – Mônica empurrou o garoto, mas antes que ela se virasse, ele a puxou com braveza jogando-a contra porta.

— Mas não é a Denise que eu quero e você sabe.

— Cebola, me solta... – disse a dentuça com seus olhos arregalados. Estava assustada com aquela ação feita por ele.

— Não antes de fazer isso... – sem deixar Mônica protestar, Cebola lhe prendeu ainda mais na porta, pressionado seus lábios contra o dela.

Por estar bêbado, sua postura estava muito diferente. Cebola não tinha consciência nenhuma sobre seus atos, e se encontrava incrivelmente corajoso. Sóbrio jamais teria feito algo daquele gênero, ainda mais com Mônica.

A dentuça que ainda se mantinha no mesmo lugar, estava em choque, e rebatia com as mãos e os pés. Podia sentir Cebola muito mais forte do que de costume e com o tempo, ela parou e passou a retribuir aquele beijo “forçado”, enquanto sentia o forte cheiro de álcool vindo dele.

Ele tirou as mãos, que estavam segurando a nuca da garota, começando lentamente a deslizar para baixo e apertando sutilmente as suas coxas.

A raiva e a indignação de Mônica foi repentinamente absorvida pelo desejo de tê-lo naquele instante. Ela não teve a menor coragem de para-lo, e continuou retribuindo o seu beijo, que tinha sentido tanta falta.

Porém como nada é flores... Sua ira foi retomada quando Cebola soltou:

— Seu beijo me deixa louco... Nem com a Denise senti isso antes...

Aquela frase foi a gota d’agua. Mônica chutou a sua região sensível com toda força que tinha –  que não era pouca – e saiu caminhando as pressas até o táxi, deixando-o sozinho.

Com confusão no olhar, Cebola gemeu de dor e em seguida tentou colocar a sua chave na fechadura, que acabou durando alguns minutos...


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