love. escrita por Taengoo


Capítulo 20
Chapter 20: No Surprise Pt. 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/209976/chapter/20

♫ Shouldn't have to give a reason why
It's no surprise I won't be here tomorrow
I can't believe that I stayed till today ♪

“Nossas vidas são definidas por momentos. Principalmente aqueles que nos pegam de surpresa.- Bob Marley”

— Magali. Mai10

[...♥...]

Quase duas semanas se passam. Com a chegada das provas, os alunos ficaram sem tempo para fazer ou até pensar em outras coisas. Magali como a garota mais nerd da sala, passou todos os sete dias de revisão, no quarto estudando.

Mônica achava um exagero, afinal ela já era muito inteligente, mas a desculpa da comilona era que sua inteligência se dava ao fato dela estudar muito. A morena passava tanto tempo fazendo formulas e cálculos, que acabava pegando no sono em cima dos livros. Sua mãe tinha que acorda-la para tirar as coisas de cima da cama.

O tempo passou voando, e felizmente graças ao seu esforço Magali tirou as melhores notas da sala em cada prova que fez. Até Mônica que não tinha exagerado tanto que nem ela, ficou satisfeita o resultado das suas. Apesar de não serem tão altas, eram boas o suficiente para se orgulhar.

Do Contra como todo garoto rebelde e desleixado, não foi tão bom quanto a comilona, mas passou em todas também. Ele odiava estudar em casa, então tudo que aprendia, aprendia na escola e ponto. Se recusava a perder tardes e noites lendo aqueles livros de escola que lhe dava um tremendo sono. Ao invés disso, durante a semana de revisão e a semana de prova, foi andar de skate com seus colegas e com Cascão.

O moreno finalmente parou de perseguir Magali. Depois do que aconteceu dias atrás com os dois no banheiro, decidiu pelo bem de seu namoro se afastar dela de verdade, pois percebeu que aquilo estava ficando cada vez mais perigoso. Podia adorar viver uma aventura, mas preferia uma aventura que não fosse machucar ninguém no final.

Magali por um lado se aliviou, mas isso não fez com que o esquecesse, e nem ele dela. Pelo contrário, as vezes se pegavam pensando um no outro, e nos benditos beijos que tinham dado. Não só aquele sentimento parecia crescer, como os ciúmes também...

Cascão conseguiu se controlar e parar de ir pro bar, com a ajuda de Magali. Eles passavam a maior parte do tempo juntos, e isso fazia com que ele se distraísse mais. Sua vontade em voltar a falar com Cascuda era imensa, principalmente quando a encontrava sozinha nos corredores da escola. Porém sabia que ela não ia desistir da ideia de separa-lo da comilona, e isso ele não iria fazer de jeito nenhum.

Mônica e Do Contra continuavam namorando, e tudo parecia ficar cada vez melhor com o tempo. Por ele tentar tirar Magali da cabeça, começou a dar mais atenção a dentuça, e isso lhe fazia bem. Mesmo que seu coração ainda não fosse totalmente dele, Mônica tentava a todo custo esquecer de Cebola, mas era quase inútil...

Já ele e Denise continuavam se vendo em segredo. Um encontro melhor do que o outro. Cebola fez coisas com a ruiva que nunca nem tinha pensado em fazer com Mônica antes. Quando estavam juntos era um fogo incrível, fazendo o careca até se esquecer da dentuça quando estava com ela.

Denise era bastante ilimitada. Permitiu que Cebola fosse seu primeiro, mesmo mentindo pra ele que não. Por trás da máscara de folgada e desinibida, ela era romântica e gostava dele, mas sabia que a relação dos dois era apenas sexual e que ele nunca a assumiria como namorada. Como não queria perdê-lo, deixou que as coisas levassem pra outro nível.

Nada de muito interessante tinha acontecido durante essas duas semanas... Até agora.

[...♥...]

~ Sala de aula / 08:23 ~

— Magali... Eu não vou deixar que essa data passe em branco – dsse Mônica batendo na mesa da comilona.

— Mônica, eu já disse que tô muito exausta pra pensar nisso... E outra, meus pais estão sem dinheiro sobrando esse mês.

— E daí? – disse Marina. – Não precisamos fazer nada muito grande, mas precisamos comemorar de alguma forma. 

As meninas estavam discutindo com a comilona sobre seu aniversário que seria em cinco dias, porém a morena se recusava a querer comemorar esse ano.

— Ok. – disse ela. – Fazemos um bolo, batemos parabéns e todo mundo fica feliz. Tá bom assim? 

Mônica encarou a amiga por poucos segundo, e se virou para Marina ignorando-a completamente.

— Então o que você acha de alugarmos um espaço, Mari?

Magali soltou um ar pela boca, e apoiou sua testa na mesa. Elas não iam desistir mesmo...

— Acho uma boa, mas como faremos isso?

— Eu posso falar com meu pai, e vê se ele pode falar com o dono do mesmo lugar que rolou a minha festa. Eu adorei e o espaço, é ótimo.

— Perfeito. Eu me encargo das músicas. Você sabe que tenho as melhores playlists pra festas.

— Claro que sei... agora um tema... você acha que deveria ter algum tema?

— Melhor não... não vai dar tempo pra pensar nisso agora.

— Ok. Então, eu tenho que preparar logo os convites pra...

— Meninas! – exclamou Magali. – Eu já disse que não quero festa!

— Desculpe, mas você não tem querer.

— O que tem de mal em não querer comemorar o aniversário?

— Tudo! Você nunca passou um aniversário sem festa. Não vai ser esse ano que vai passar.

— Mas Mônica, as provas terminaram nessa sexta. Eu não tô com cabeça pra isso, preciso descansar.

— Justamente por terem acabado que precisamos comemorar, você não acha?

— Não!

Ouvindo a discussão das garotas, Cascão, Cebola e Do Contra se aproximaram da mesa delas.

— Qual a boa meninas? – perguntou o sujinho.

— Essa maluca que não quer comemorar o próprio aniversário... – disse Marina.

— Sério Magá?

— Ué, o que quê tem? – pergunta Do Contra.

— Você também, DC? – reclamou Mônica. – O que vocês dois tem contra festa?

— Nada, só acho que não é tão grave assim né...

— Viu ai? – disse Magali se levantando. – Obrigada DC. Sua namorada é meio biruta das ideias.

— Eu acho que seria triste se você não fizer nada... – disse Cebola. – Afinal, ninguém faz dezessete anos duas vezes.

— Pois é – disse Marina. – Essa festa tem que ser grande, que nem a da Mô.

— Eu. Não. Quero. Festa. – disse a comilona entre pausas.

— E quem disse que precisa ser festa? Podemos te levar em algum lugar com a turma.

— Ai, Cascão! Não fala besteira... – disse a desenhista.

— Não, não! – disse a dentuça colocando a mão na frente. – Essa ideia até que não é ruim. Já que ela não quer festa, podemos levar-la pra um parque, ou um show.

— Ou uma boate... – sugeriu o sujinho.

— Isso! Perfeito! – comemorou Mônica.

Magali resmungou, jogando a cabeça pra trás com as mãos no rosto. Ela não queria festa, não queria show, não queria boate, não queria nada. A única coisa que precisava era passar pelo menos cinco dias se recurando das provas extremamente cansativas que tinha feito. Podemos chama-la de anti-social e caseira? Talvez. Porém a ultima vez que tentou sair pra se divertir, foi até um show e acabou dando em besteira. Uma enorme besteira.

— Meu deus, como vocês são chatos! – reclamou e saiu da sala, fazendo seus amigos rirem com o mal-humor.

— Cascão, você que conhece mais esses lugares, providencia os ingressos, ok? Marina e eu só precisamos tentar convencer a Magali, mas isso não vai ser difícil... – disse Mônica sorrindo feliz.

Do Contra aproveitou que eles estão distraídos conversando sobre o aniversário da comilona, e foi até o lado de fora procurar por ela. A encontrou sentada em um banco com os braços cruzados e uma cara emburrada.

— Nem vem você também – disse ela quando ele se aproximou.

— Eu nem falei nada... – se defendeu.

— Mas eu sei o que vai falar.

— Ah é? – perguntou sentando ao seu lado. – E o que eu ia falar?

— Que eu devia tirar essa cara feia, que devia dar uma chance a eles e blá blá blá. 

— Errou feio – ele riu, fazendo ela revirar os olhos. – Embora a parte da cara feia fosse verdade...

Ela continuou em silêncio, séria e ele suspirou.

— Não, eu não ia falar isso. Esqueceu que eu concordei com você sobre esse lance de comemorar?

— Claro. Você é do contra.

— Sim, mas eu realmente estava falando sério... até porque eu também não sou muito chegado a essas coisas.

— E o que você quer aqui então?

— Vim te ajudar.

— Me ajudar? – ela franziu o cenho, confusa. – Me ajudar a que?

— Se quiser, te ajudo a fugir no dia... digamos que é uma forma de agradecimento por ter me ajudado a fugir quando teve o meu campeonato.

— Ah... – ela finalmente abriu um sorriso. – Nem lembrava mais disso.

— Pois eu lembro... e aí? Quer fugir?

— Não – ela negou com a cabeça. – Não estou tão desesperada a esse ponto ainda...

— Tem certeza? Olha que com meu métodos, vai ser impossível de te acharem.

— Eu não duvido – respondeu ela rindo. – Mas obrigada de qualquer forma. 

Ele sorriu e ela se levantou do banco, deixando-o sozinho.

Do Contra suspirou e coçou a cabeça se sentindo um perfeito idiota. Queria tanto voltar a ser amigo daquela “magricela”, mas sabia que ainda era cedo pra isso. Seu namoro estava indo bem, melhor do que pensava até. Mas tinha algo que faltava... E esse algo ele só conseguia achar nela.

[...♥...]

A semana passou depressa, e com ela, a paciência de Mônica também. Magali continuava se recusando a ir pra essa boate, mesmo quando Cascão já tinha comprado os ingressos. Felizmente, com muita insistencia e enchação de saco, a dentuça chamou o resto das meninas e elas finalmente conseguiram convence-la a ir.

Pensou em vários tipos de desculpas que poderia dar quando chegasse o dia, mas eram todos em vão. Nada do que ela dissesse ia colar. Mônica já tinha comprado seu novo figurino, e obrigou a comilona fazer o mesmo. Seu presente de aniversário seria qualquer roupa que ela escolhesse no shopping. A comilona viu o esforço que a amiga estava fazendo para que seu dia fosse perfeito, então decidiu deixar seu mal humor de lado e aproveitar com seus amigos a grande noite.

[...♥...]

Nove de maio finalmente chega.

Cascão consegue arranjar ingressos pra festa da comilona apenas para dez pessoas. Dentre eles estavam, Mônica, Cebola, Do Contra, Marina, Franja, Aninha, Titi, e Xaveco. Porém graças a Denise que mexeu os seus pauzinhos quando soube da festa pelo seu ficante, arranjou ingressos para ela, Cascuda e Carmem que resolveram comparecer, mesmo não sendo mais tão íntimas da morena.

Mônica e Marina ficaram na casa da comilona para poderem se certificar que ela não fugiria para lugar nenhum (se ela se tivesse aceitado a ideia de Do Contra, provavelmente não teria dado certo).

Os pais de Magali mesmo sabendo que a festa seria tarde, e acabaria de madrugada, não se recusaram em deixa-la sair com os amigos, pois iriam comemorar com ela no dia seguinte, durante o almoço.

Terminado de passar o batom, a morena entrou no quarto e deixou as amigas de boca aberta. Magali estava realmente muito linda. Usava um short preto, cropped e salto também pretos. Seu cabelo que andava sempre liso, hoje estava ondulado e solto. A maquiagem então, pode-se dizer que foi uma das suas melhores obras até hoje. Lápis, rímel, delineador e batom vermelho. Era a primeira vez que Magali se vestia daquele jeito.

Vendo o silêncio que tinha causado nas meninas, virou-se para o espelho achando que tinha algo errado.

— O que foi? Não gostaram?

— Amiga, você...

— Tá linda... – continuou Marina.

— Sério? – ela se aliviou após o comentário.

— Seríssimo – Mônica se levantou da cama e o mesmo fez Marina.

— Nós nunca vimos você desse jeito antes, Magali. Você tá incrível.

— Vocês disseram que eu devia caprichar por ser o meu aniversário... E bem, eu caprichei, né?

— Muito bem caprichado – disse a dentuça ainda meio chocada com o look da morena.

— Então, vamos?

— O Franja já deve tá chegando pra buscar a gente – disse Marina.

— Ótimo – disse Mônica. – O DC vai com o Titi, então vamos nos encontrar lá mesmo 

Uma buzina interrompeu a conversa das garotas e Marina vai até a janela.

— É ele!

Elas sairão do quarto, e tentaram não fazer barulho durante o caminho, pois os pais de Magali já tinham ido dormir por ser quase onze da noite.

Já dentro do carro, o namorado da desenhista parabenizou a comilona e começou a dirigir para o seu destino.

— Essa noite promete! – gritou Mônica da janela.

Os amigos riram de sua euforia e Marina a puxou para dentro.

Algo dizia para Magali que talvez ela estivesse certa.

[...♥...]

Rhythm Of The Night’. A música favorita de Magali estava tocando quando eles chegam a tal boate indicada por Cascão.

Estava um pouco abafado quando entraram, e havia muitas pessoas dançando e bebendo. Quase nem enxergaram direito devido as luzes coloridas que piscavam diversas vezes. Estava bastante movimentando, e tinha um clima muito bom.

Quando avistaram o resto da turma, Magali abriu um sorriso e foi até eles, segurando a mão da dentuça para não se perderem.

— Magali! – disse Aninha quando ela aparece, abraçando-a.

A comilona começou a ouvir elogios dos amigos que estavam ali, principalmente de Cascão que não esperava vê-la daquele jeito. Até Cebola e Xaveco ficaram admirados com sua beleza aquela noite.

— Nossa, tá bem cheio aqui – disse Marina.

— Essa é a melhor boate da cidade.

— Você já veio aqui? – perguntou Franja.

— Várias vezes com a Cascuda – disse Cascão.

— Falar nisso, será que ela vem? – perguntou Mônica, puxando o sujinho para um canto. – Soube que ela e a chata da Denise também iram aparecer aqui. Cascão, você não convidou aquelas duas não né?

— Claro que não Mônica, tá louca? Se elas vem ou não, eu não sei, e nem quero saber. Vem cá, cadê o seu namorado?

— Ele ainda não chegou?

— Só vi o Titi até agora.

— Mas eles combinaram de vir juntos. Será que aconteceu alguma coisa? – Cascão deu de ombros e ela tirou o celular da bolsa. – Vou ligar pra ele.

A dentuça foi para algum lugar afastado e Cascão aproveitou para ir até o open-bar. Após pedir uma bebida, a comilona apareceu exatamente no mesmo momento em que ele estava prestes a dar o primeiro gole, lançando-lhe um olhar de reprovação.

— Só hoje Magá, vamos comemorar... é seu aniversário.

Ela continuou com a mesma expressão e ele riu tocando em seu queixo.

— Tira essa cara, vai. É só hoje, eu prometo.

— Tudo bem... só não exagera – disse com o dedo indicador à sua frente. Ele afirmou com a cabeça sorrindo.

Quando Cascão foi finalmente dar o seu gole, a garota tirou o copo de suas mãos e ela mesma bebeu, fazendo uma careta.

— Argh! Que troço é esse?

— Kriptonita – responde ele sorrindo. – Não gostou?

— Odiei – disse e deu outro gole. Fez mais outra careta e se virou levando o copo junto com ela, fazendo o sujinho soltar uma gargalhada.

Quando voltou pra onde estava, não encontrou mais a turma, mas continuou no mesmo lugar pois deduziu que eles tenham saído pra tirar foto, coisa que ela não queria fazer no momento.

Durante outro gole, um ser muito charmoso, diga-se de passagem, se encostou na parede ao lado dela, com o celular na mão. Com aquele penteado ela logo percebeu de quem se tratava e se surpreendeu, quase engasgando.

O garoto ao sentir alguém se aproximar dele, virou o rosto e também fez a mesma expressão de surpresa que ela.

Do Contra quase deixou o celular que estava segurando, cair. Seus lábios se afastaram um pouco, e ele paralisou. Nunca tinha visto Magali daquele jeito, embora ela já fosse bonita ao natural... Vê-la assim, tão diferente foi quase um choque.

— Er.. Oi – ela sorriu se aproximando envergonhada. Pôde notar que por mais que tentasse falar alguma coisa, o moreno não conseguia. – Você veio...

— Nossa... você... você tá muito...

— Muito...? 

— Gata.

Ela apertou os lábios tentando não corar e respondeu:

— Obrigada. Você.. também.

Do Contra não tirou os olhos da morena por nenhum segundo, deixando-a ainda mais constrangida. Tudo bem que ela tinha se arrumado bastante, porém não sabia que ia deixar todos tão surpresos.

— Er... – disse ela olhando para os lados para disfarçar. – A Mônica estava te procurando.

— Ah... – ele finalmente despertou. – Eu cheguei faz pouco tempo com Titi. Também estávamos procurando por vocês.

— E-então acho melhor a gente tentar encontrar por eles, e dizer que você está aqui – a comilona tentou passar por ele, mas sentiu o moreno segurar de leve o seu pulso. Ambos tinham as mãos geladas. 

— Espera.

Magali se virou novamente, mas sequer conseguiu olhar diretamente em seus olhos. Estava nervosa de novo. Odiava ficar assim.

— Queria te dar meus... parabéns.

Magali riu sem graça e ele fez o mesmo.

— Ainda não é meia noite, DC...

— É, eu sei mas... posso te abraçar?

A morena engoliu em seco, sem saber o que responder.

Claro que ela queria abraça-lo, mas não sabia se era certo. Mônica podia chegar a qualquer momento. E se sentisse ciúmes? Por outro lado, talvez não teria problema, afinal era seu aniversário e eles não estariam fazendo nada demais.

Ela decidiu não recusar, e afirmou com a cabeça. Ele então se aproximou devagar, e posicionou suas mãos nas costas da garota. Magali pôs as suas em torno do pescoço dele, formando assim um abraço amigável, porém um pouco desconfortável.

O coração de Magali estava batendo muito rápido pra quem não estava fazendo nada demais...

Sentir o perfume que ele usava foi como um deja-vú. A ultima vez que sentiu aquele cheiro foi no banheiro na casa de Mônica, onde eles tinham ficado "presos". A lembrança deixou Magali ainda mais perturbada, e seu coração acelerava a cada segundo que mantinha seu corpo perto do dele. 

O abraço durou mais tempo do que pensaram, pois nem Magali e nem Do Contra conseguiam dar o primeiro passo para se afastar. Contudo, alguém fez isso por eles.

— Ah achei vocês! – disse Mônica aparecendo atrás deles, que rapidamente se desgrudaram. – Onde você estava? – perguntou a dentuça olhando pro namorado. 

— Eu... cheguei nesse instante... e vocês? – respondeu cumprimentando Franja, e o resto da turma.

— Fomos procurar o Xaveco que se perdeu.

— Ei, eu não me perdi! Só fui no banheiro!

— E por que me ligou desesperado, dizendo que não conseguia achar a gente? – perguntou Cebola.

Xaveco não respondeu ficou envergonhado, arrancando risos dos colegas.

— E aí, vamos dançar? – Mônica sugeriu para a turma, e todos concordam. – Vem amiga! – disse se virando para a comilona.

— Já vou Mô. Podem ir indo na frente...

A turma então sumiu entre a pista de dança, e Marina aproveitou para ir falar com Magali.

— Eu vi o clima, tá?

— Que clima? – perguntou dando um gole da sua bebida, observando o moreno dançar com a dentuça.

— Não se faça de desentendida. Aposto que se não tivessemos aparecido, rolaria outro beijo...

— Não fala besteira, Marina – disse ela suspirando.

— Quero ver só até quando vocês vão conseguir fingir que não sentem nada um pelo outro...

— Vamos dançar – a comilona ignorou completamente o comentário da desenhista e a puxou para a pista, dando seu ultimo gole da bebida.

 [...♥...]

~ Boate / 02:49 ~

Do Contra observava Magali dançar, encostado em uma das caixas de som. Ele estava ao lado de Titi que xavecava alguma garota que encontrou por lá. O garanhão aproveitou que sua namorada Aninha estava ocupada demais dançando com as amigas.

Do Contra também era um garoto comprometido, mas a maioria das garotas que estavam lá não sabiam, e várias tentaram ficar com o moreno que deu desculpas todas as vezes, sendo alvo de piada pelo seu amigo depois.

— Qual é DC? Por que dispensou aquela gostosa? – perguntou o dentuço após mais uma ser rejeitada.

— Titi, eu estou namorando.

— E desde quando isso foi um problema pra você?

— Desde que essa garota é a Mônica. Não sou louco de trair ela... ainda mais a poucos metros distância – disse sem usar muita verdade na palavras. Se sentia cada vez mais culpado quando falava essas coisas.

— Não consigo engolir esse namoro de vocês até hoje. Você disse que a Mônica era passado, que não gostava mais dela... e do nada começam a namorar. Qual foi?

— Nada Titi... só quis tentar alguma coisa pra ver no que ia dar, qual o problema nisso?

— Nenhum – respondeu ele querendo rir. – Só não se enrola. Não quero te perder.

Do Contra soltou uma risadinha pelo nariz e voltou a olhar pra frente. Naquele momento as meninas fizeram sinal para que eles se aproximarem, pois faltava apenas um minuto para meia noite.

Os amigos da comilona começaram a abraça-la e a desejar felicidades por mais um ano cumprido. Ao chegar na vez do moreno, ela hesita pois já tinha feito isso e não queria causar outro tipo de clima entre eles novamente.

[...♥...]

Todos agradeciam aos céus pelo DJ ter um ótimo gosto pra música. Durante ‘What is Love’ de Haddaway, Magali dançava tanto, junto com suas amigas, que nem percebeu que já tinha tomado mais de três copos de ciroc. E muito menos percebeu que seu amigo Cascão já estava no décimo quinto. Estava se divertindo muito, e acabou esquecendo de vigiar o sujinho como tinha prometido pra si mesma. 

Cascão quase nem dançava direito, a voka virou a sua melhor amiga aquela noite, e ele não conseguia ficar longe do open-bar por muito tempo. Com a liberação de Magali para beber, ele não perdeu tempo e quis aproveitar o quanto podia. A comilona pediu pra que ele não exagerasse, mas a palavra ‘exagerar’ foi esquecida por ele de repente.

Com mais de dez copos, o garoto começou a se soltar bastante. Ele achava graça de praticamente tudo que acontecia ao seu redor, e Cebola – que também não estava bom da cabeça – ria junto com ele.

Quando o careca encontrou Denise na boate, abandonou Cascão e foi com a ruiva pra algum lugar.

Cascuda que também tinha vindo com ela, viu o namorado bêbado, e se aproximou para debochar.

— Impressionante... não sei se você consegue ser mais patético bêbado, ou sóbrio.

Cascão ergueu os olhos e a encarou como se ela fosse uma desconhecida. 

— Isso é comigo?

— Tem algum outro cachaceiro por aqui?

— Pra sua informação... – Cascão colocou o dedo no rosto da loira, que se esquivou – Eu só estou bebendo hoje... por ser aniversário da minha amiga, Magali... – ele falhava durante a frase, fazendo Cascuda negar com a cabeça, achando tudo aquilo ridículo.

— Sei. Até parece. Você nunca vai conseguir parar de beber, Cascão.

— Perai... o que... você quer dizer... com isso? – perguntou ele, forçando as vistas para encara-la.

— Exatamente o que você ouviu – ela riu irônica. – Eu te seguia toda vez que a gente brigava. Você sempre ia pra aquele bar nojento e ficava horas enchendo a cara. Duvido que você consiga parar um dia. 

Cascão ficou sério por tempo, com sua cabeça rodando, mas em seguida começou a rir.

— Você tá blefando.

— Não estou blefando. Inclusive, foi até bom a gente ter terminado. Ninguém merece ter um namorado alcoólatra feito você!

Cascão se irritou com o comentário e se aproximou da ex de forma agressiva.

— Olha aqui sua... – ele deu uma pausa, pois mesmo bêbado sabia que poderia se arrepender se continuasse a frase. – Quer saber? Não vou perder meu tempo com você... sua loira insuportável...

O sujinho saiu andando meio desequilibrado, e a garota cruzou os braços com raiva.

— Quem ela pensa que é... pra fala assim comigo? – disse ele pra si mesmo enquanto passava por várias pessoas dançando. Algumas até o empurravam sem querer. – Ela vai ver só...

De repente, ele avistou Magali de longe e teve uma ideia...

— E é agora.

Cascão deu um grande gole da sua vodka e foi até ela.

A morena que não tinha visto seu melhor amigo se aproximando, pois continuava sorrindo e dançando com suas amigas até ele aparecer em sua frente.

— Oi Cas – ela abriu um sorriso ao vê-lo, mas ao prestar atenção em seus olhos, pôde ver que estava um pouco vermelhos e que ele não parecia bem.

— Queria te pedir uma coisa.

— Pode falar...

Sem dizer nada, ou sem esperar mais, Cascão a agarrou e lhe beijou violentamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "love." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.