Por Toda A Eternidade escrita por Giinossaura
Agora eu treinava todos os dias e me tornava cada vez melhor. Lucia e Susana saiam comigo do esconderijo pra espiar o exército de Tarant. Subíamos nas árvores e passávamos quase o dia todo observando os passos e planos.
O que eles queriam na verdade era descobrir como sair de Nárnia. Eles achavam que o bosque era amaldiçoado por lendas antigas e que se alguma delas aparecesse pra eles, eles atacariam.
Mesmo pra quem fazia pouco de lendas, eles estavam muito mais que fortemente armados. Eles não pareciam muito simpáticos e Tarant parecia um modelo mal humorado que lutava desde o útero.
Ele era muito musculoso. Seus olhos escuros pareciam uma fenda com a cara carrancuda. Uma barda desenhava sua boca, quase cor de sangue. O cabelo espetava sob um elmo. O peitoral dele era muito destacado por baixo de um manto estilo grego vermelho. Por que ele usava um manto grego?
-Vamos voltar por onde entramos. Eu cansei desse monte de mato que não muda. Eu quero meu palácio de volta. -Sua voz grave e autoritária parecia arrogante e muito, muito mimada.
-Mas senhor Rei Tarant, já tentamos de tudo sair daqui.
-Se tivessem tentado de tudo já estaríamos fora dessa selva.
-Char -Lucia sussurrou. -Acho melhor irmos agora. Se eles olharem pra cima e nos acharem estamos ferradas.
Nos afastamos pelas árvores e quando estávamos perto to esconderijo, descemos delas. A árvore do esconderijo era muito mais que qualquer outra que estivesse ali. Mas não dava pra imaginar que era um esconderijo.
Entramos e Edmundo estava dormindo e Pedro estava lendo algum livro de histórias narnianas. Fui pro meu quarto, me arrumar. Depois de um tempo ali em Nárnia (pelas nossas contas, estava ali há um mês, e o exército de Tarant se afastava pra extremo leste, em uma semana estariam fora de Nárnia) a costureira de Nárnia decidiu me fazer algumas roupas. Pedi-lhe uma calça mais justa que as que eu tinha, umas camisetas e blusas e claro, um belo vestido rendado e bordado.
Coloquei uma das minhas calças pretas e uma blusa roxa que ela havia feito e fui acordar Ed. Tínhamos saído há mais de duas horas, e ele tinha ido dormir antes de sairmos. Entrei no quarto, sentei no pé da cama e fiquei encarando ele. O sono dele era absurdamente leve. Ele ia acordar pelo simples fato da porta ter rangido. Ele abriu só um pouco o olho e sorriu.
-Sabia que era você.
-Como poderia saber? Você tava dormindo.
-Meu coração acelerou.
-Sem me ver?
-De sentir sua presença boba.
Eu sorri. Ele sentou na cama e bagunçou o cabelo, seu modo habitual de arrumá-lo. Eu pensei que ele se levantar, mas ele me abraçou e me fez deitar na cama. Ele continuou sentado me encarando e sorrindo enquanto eu arrumava meu cabelo.
-Sabia que você fica linda até com o cabelo bagunçado amor?
-Sabia que você é bobo?
-Mas você me ama mesmo assim não?
-Claro que sim.
Ele se inclinou e eu levantei. Nos demos um beijo e descemos. Logo na cozinha estavam as meninas explicando a situação pra um exército narniano que havia se reunido de emergência. Os planos de Tarant mudaram. Agora era incendiar Nárnia.
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