Por Toda A Eternidade escrita por Giinossaura


Capítulo 2
Capítulo 2




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Virei-me assustada. O menino era bonito. Branco pálido, olhos castanhos. Cabelos pretos bagunçados. Boca vermelha esboçava um sorriso. Ele devia ter um e oitenta de altura. Magro e usava uniforme de internato.

-Por que você está usando um vestido de princesa? Nem minhas irmãs, que são rainhas, usam um tão bonito quanto esse.

-Eu não sei como eu vim parar aqui. Acordei no meio da floresta e já estava com esse vestido. Não sei de nada. Perdi totalmente a noção do tempo. 

-Você vai se acostumar com isso. Então, como você se chama?

-Charlotte.

-Belo nome. Você deve se lembrar da idade não?

-Sim. Tenho 15 anos.

-Sou mais velho que você. -Ele disse num tom animado.

-Você tem cara de uns 17.

-Tá certo, em parte. Agora acrescenta dois mil na frente do 17.

-Você tá brincando comigo. Ninguém consegue ter 2.017 anos. 

-Bem... Sou rei. Eu fico pouco tempo em Nárnia. Quando vim pela primeira vez, tinha uns 13 anos. Da segunda vez, tinha mais de mil, e só se passou um ano na Terra que eu não vinha.

-Você disse que aqui é Nárnia?

-Sim. Você precisa de muito mais tempo pra entender isso. Vem comigo. Vou te levar pro meu esconderijo com os meus irmãos.

Eu não devia ter aceitado. Ele era totalmente estranho pra mim. Mas o que eu tinha a perder? Estava num mundo totalmente paralelo, com um menino dois mil anos mais velho que eu. E ainda estava com fome. Ele me levou até uma floresta mais amigável. Flores coloridas enfeitavam a vista, pássaros gorjeavam delicadamente. Eu não pude me segurar e sorri. Edmundo percebeu e sorriu também. Caminhamos em silêncio total. Ele parecia ser tímido. Ele abaixava a cabeça e parecia estar pensando em algo pra falar. Eu fazia o mesmo. Estava me sentindo intimidada com a presença dele. 

Em certo momento da nossa caminhada initerruptamente silenciosa, ele tocou minha mão. Foi um acidente, mas o toque dele me arrepiou. Depois disso, ele deu um passo a mais para o lado, para evitar novos acidentes. Ele deve ter uma namorada. Ou como é rei, deve ser um rei casado com alguma bela narniana. 

Paramos em frente a uma árvore com uns 20 metros de altura e tão larga quanto a Casa Branca. Ele me levou até um buraco na raiz, parecia um escorregador em meio ao barro. Ele pegou uma folha larga o suficiente pra eu me enrolar e fingir que era um cobertor. Sentei na folha, e para minha surpresa, ele se sentou atrás de mim. Um metro de distância de mim, mas sentia seus pés amassando a folha atrás de mim. Ele deu o impulso e entramos em baixo na árvore. Eu nem precisei abaixar a cabeça para passar.

Era um senhor esconderijo. Três andares altos foram incrivelemente esculpidos no interior do tronco. Tinha escada com corrimão em todos os andares. 

No térreo, uma espaçosa sala de estar, uma biblioteca e uma cozinha. No segundo andar, contei 5 dormitórios muito confortáveis, e todos com camas de casal esculpidas, com folhas e flores como colchão. Parecia confortável. No último andar, uma arena de treinamento. E ainda tinha uma escada levando aos troncos mais grossos da árvore, que dava vista à floresta e de noite, ao luar. 

Estava começando o por do sol. Edmundo gritou um "Ei!" e três rostos apareceram da cozinha. Um de uma garota de uns 14 anos. Outro de uma garota de uns 20. E um de um menino de 21. Ele não se parecia com as meninas, nem com Edmundo. Ambas meninas tinham olhos verdes, cabelos escuros e lisos, presos num rabo de cavalo. A mais velha usava um belo vestido laranja. E a mais nova, um rosa com borboletas desenhadas. O garoto usava uma roupa de principe. Calças folgadas de um tecido que eu desconheço azul escuro, camisa de linho que marcava os fortes braços e um manto de veludo azul escuro. 

-Olá. -Disse a menina mais nova.

-Oi. -Eu estava me sentindo muito tímida. Três rostos sérios me encaravam e só um, o de Edmundo, esboçava um sorriso ao ver toda aquela situação.

-Pessoal, essa é a Charlotte. Ela apareceu aqui hoje de manhã, eu acho. Eu a encontrei nas ruínas de Cair Paravel. Char, esses são meus irmãos. Rainhas Susana e Lúcia e Rei Pedro.


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