Burlesque escrita por Rita de Cássia


Capítulo 5
The Lounge Burlesque


Notas iniciais do capítulo

Oi... ♥



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| Ponto de Vista: Esme |

 - Está ouvindo isso Esme? Isso é a prova de que eu sempre, sempre, estou certo!

Aro e eu estávamos andando em direção ao meu camarim, retocar a minha maquiagem. O barulho a que ele se referia eram palmas que ainda se ouviam por causa da primeira apresentação. A minha apresentação. Aro estava cantando glória há vários minutos. Enquanto eu trocava de roupa, enquanto eu tirei a maquiagem... Eu realmente estava começando a me cansar.

- Certo, certo, Aro! Entendi. Você foi um sucesso! Era isso que você queria ouvir?

- Não querida... Você foi um sucesso! Eu apenas tive a ideia genial. Toma essa, Einstein!

Às vezes eu me perguntava à idade mental de Aro. Quando ele queria, se comportava feito uma criança.

- Mas, se eu não me engano, não era para você, minha eterna dama da noite, estar feliz? – Aro perguntou – O quê há? Vai me dizer que não gostou do show?

Sentei-me frente a minha penteadeira, peguei uma escova e comecei a pentear os meus cabelos.

- Mas é claro que eu gostei Aro. Mas, feliz? Isso pode demorar um pouco mais para acontecer. – respondi, olhando o seu reflexo no espelho.

- O quê há? – ele repetiu novamente, com a voz bem mais suave.

Dei um suspiro e comecei a falar.

- É o que não há Aro. Dinheiro. – soltei a escova, abri uma gaveta que havia na mesa do camarim e peguei um papel. – Recebi hoje outra intimação da hipoteca.

- São apenas números. – Essa era sua única resposta. Sempre que havia alguma coisa relacionada a dinheiro, não importa o que fosse Aro apenas falava isso.

- Nostalgia. – continuei citando os motivos do eu desânimo. – Fazia anos que eu não subia em um palco ou cantava, e hoje tive que voltar a fazer tudo isso e sentir tudo o que eu nunca mais pensei que voltaria a sentir.

- Recordar é viver.

- Tânia. Até agora, nenhum sinal da nossa dançarina principal! Ela quase arruinou o começo das apresentações, onde ela, obrigatoriamente, deveria estar!

- Ela deve ter tido um motivo suficie...

- Não me venha com desculpas descabidas, Aro. Você e eu sabemos muito bem que não seria nada surpreendente se ela aparecesse aqui embriagada.

Não era segredo no clube os problemas de Tânia com a bebida. Antes, ela até que bebia socialmente, nada que atrapalhasse o seu desempenho, mas de uns tempos para cá, as coisas começaram a piorar. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu teria que tomar alguma providência sobre isso.

- Olha Esme, eu sei que as coisas não estão muito boas nesse instante, mas você não pode deixar que essa nuvem negra fique estacionada em cima de você. Em relação à Tânia, um dia essa menina vai cair em si e ver que esse caminho que ela está seguindo não é bom.

- E eu espero que não isso não aconteça muito tarde e que, quando acontecer, ela seja egoísta o bastante, a ponto de abandonar tudo o que ela está construindo em volta de si.

- E sobre a nostalgia, isso vai passar! Não dou duas semanas para que você nem se lembre que essa palavra existe. E quanto ao dinheiro, como eu sempre digo, são apenas números. Não deixe que eles te dominem.

- Falando assim, você está parecendo uma cigana... – falei, enquanto terminava de retocar a maquiagem.

Aro soltou uma gargalhada e disse.

- Eu sempre sonhei em ser um! São livres, nômades e bonitos. Há coisa melhor que isso?

- Posso deixar para responder essa depois? – perguntei, levantando-me da cadeira que ficava de frente a penteadeira. – Tenho umas roupas para ajeitar... E, se eu não me engano o senhor também!

- Não – Aro disse, segurando o meu ombro e me forçando para baixo, de forma que eu voltasse a sentar na cadeira. – O que a senhora... Ops... Você... – Aro sabia o meu ódio a ser chamada de senhora. Algumas mulheres adoravam. Eu, pelo contrário, detestava. –  precisa é de uma boa massagem relaxante. Precisa descarregar toda essa tensão chefinha – ele concluiu, começando a fazer uma massagem em meus ombros.

Eu já ia expulsar Aro e suas mãos nervosas dos meus ombros, quando eu sinto uma calma fenomenal se arrastando pelo meu corpo. E não é que ele tinha jeito para ser massagista?

- Huumm... Aro, onde você aprendeu a massagear tão... huum... bem...?

- Vi umas dicas na internet. Tá gostando é?

- Tá tããão boooomm... – respondi, sentindo o meu corpo começar a ficar mole. Eu não estava nem ligando para o que as outras garotas poderiam pensar ou no quanto Aro iria me atormentar depois. Aquilo era mesmo muito bom! – Pelo menos você está estragando a sua vista com algo que presta...

- Te ignoro. Agora você quer que eu continue ou vai continuar falando mal do meu doce vício?

- Se parar está demitido!

- A senhora que manda – Aro falou, dando um aperto um pouco mais forte nos meus ombros, chegando a ser um pouco dolorido.

- Cachorro! – resmunguei, e Aro apenas emitiu um “auau”.

Eu já ia mandá-lo a merda, quando, eis que me surge Caius, com toda a sua educação, levando quem passasse a sua frente até que chegasse a minha frente, dizendo:

- Esme, você já leu a carta do banco?

Reprimi um suspiro. Caius foi meu namorado, e era sócio no clube. Nosso namoro não deu certo porque, além de sermos muito jovens, Caius sempre foi o cara dos negócios, e isso arruinou completamente a nossa relação. E, pelo o que eu estou começando a notar, a nossa amizade.

- Já te falei. Nada de negócios no expediente. – respondi, ainda tentando aproveitar a massagem relaxante de Aro. Eu só não comecei a me irritar imediatamente, porque Caius foi, depois de Aro, o que mais me ajudou quando tudo começou a desmoronar.

- Jacob Black virá aqui hoje.

Aro parou a massagem. Ele sabia que massagem nenhuma no mundo iria me acalmar quando Caius falava sobre o Black. Senti-o se afastando e tive certeza de que estava indo para o depósito onde guardávamos as roupas, com certeza tentando nos dar mais privacidade e ajudar algumas garotas que parecia perdidas. Eu sabia que a minha calma estava prestes a se despedir de mim, eu só não comecei a me irritar imediatamente, porque Caius foi, depois de Aro, o que mais me ajudou quando tudo começou a desmoronar, então, por consideração, tentei encerrar logo esse assunto.

Jacob Black é apenas um das dezenas de empresários em ascensão que estavam “dispostos” a comprar o meu clube para depois transformá-lo em um estacionamento, ou um prédio comercial ou residencial. A única diferença dele e dos outros, é que Black era bem mais insistente. Para não dizer, irritante.

- E daí?

- Isso não vai acabar? – ele reclamou. – Você não fala comigo antes do show ou depois do show. Parece que está me evitando.

Sempre admirei a intuição certeira de Caius.

- Não me terminei de você para passar mais tempo com você – eu disse, me levantando da cadeira e indo para onde Aro estava. Esse doido sempre me acalmava. E além do mais, eu ainda tinha algumas roupas para ajeitar.

- Eu ainda sou dono da metade disso daqui.

Não pude deixar de dar uma risadinha.

- Huumm... Dando uma de selvagem... Que excitante.

- Legal. Mais não paga as contas.

Eu sabia que, se eu desse mais corda para a conversa de Caius, eu estaria totalmente ferrada, então decidi simplesmente fugir dele, novamente, indo em direção ao meu camarim novamente. Ainda não tinha terminado de me maquiar quando tinha iniciado a minha conversa com Aro e com Caius. Aro estava na cômoda ao lado, ajudando Louise a se pentear. Quando ele me viu, perguntou.

- E aí?

- O mesmo de sempre.

Ele sabia o que era “o mesmo de sempre”. Caius e eu trocávamos apenas umas palavras e quase sempre, tinha alguma coisa haver com as palavras “banco”, “dinheiro”, “dívida” e “Black”.

- Quer que eu dê um bom discurso relaxante vindo do mesmo site que eu acho os que eu falo para você?

Dei uma risada. Não sei o que seria da minha vida sem Aro para me distrair.

- Escolhe um pensando em mim! – falei, enquanto me virava novamente para o espelho, terminado de me maquiar.

- Com licença, estou procurando a Esme – ouvi uma voz feminina perguntar ao Aro. Soltei um suspiro. Essa noite vai ser bem longa. Olhei pelo reflexo do espelho Aro indicando onde eu estava para uma garota jovem, deveria ter uns vinte vente e três anos, de cabelos longos e castanhos. Ela era meio pálida, mas não com aquele aspecto doentio horrível. Ela era baixa, mas não tão baixa como Alice e se ela se arrumasse mais, ficaria ainda mais bonita. Dava para notar de longe que ela não era daqui. Certamente de outra cidade ou do interior. Ela chegou perto de mim, ocupando espaço no meu espelho e disse:

- Oi, você é a Esme?

 - E você está no meu espelho porque...? – perguntei, enquanto terminava de colocar o gloss.

A garota pareceu levar um choque, se afastou um pouco e se explicou.

- Desculpe. Sou amiga do Edward e estou procurando trabalho.

Amiga do Edward? Notei pelo reflexo do espelho, Aro erguendo uma sobrancelha. Será que ela era a garota de ontem?

Deixei essas perguntas tolas e fui direto ao ponto.

- E onde já dançou?

- Ahñ... Em casa. Mas eu sei me mexer – ela respondeu.

Olhei para ela com divertimento. Ela poderia ser até bonita, mais como eu poderia contratar uma dançarina que não sabe dançar? Apesar do seu provável fracasso como dançarina, eu fiz o que toda empresa faz:

- Certo. Dê seu nome e telefone para Aro – disse apontando onde ele estava. – E ele te avisará quando fizermos os testes.

- Ahñ... Quando será isso, exatamente?

- Aro! – fingi que não a escutei. – Onde diabos está a Tânia?

Essa frase está virando o meu mantra. Eu esperava que, com o tempo que eu perdi falando com Caius, Tânia tivesse aparecido. Aro era o responsável pelas dançarinas, então ele, quase sempre sabia onde elas estavam. Mas com Tânia, a resposta sempre era diferente.

- Eu não sei. Atrasada de novo.

- Eu nunca me atraso. Nunca. – comentou a garota-amiga-do-Edward. Eu realmente tinha me esquecido que ela estava lá.

- Isso é ótimo – respondeu Aro, antes que eu tivesse a oportunidade de responder algo. – Estamos tentando fazer um show aqui. Volte outra hora – ele falou se desvencilhando de uma roupa que ele havia acabado de pegar para arrumar, e guiando a garota até a saída. Aro também sabia ser profissional quando era preciso.

- Nunca vi nada igual – dizia a garota enquanto Aro a levava para fora do backstage. – Quero trabalhar aqui.

- Ótimo entusiasmo. Péssima hora. Deixe seu nome e telefone com o seu amigo Edward, lá embaixo e te ligaremos. Está bem? Prometo. – Aro falou enquanto deixava a garota de frente à escada e voltava a costurar a roupa.

Nesse momento eu fiquei até com um pouco de pena da garota, mas não poderia fazer nada. Eu já havia terminado de me maquiar e logo me juntei a Aro para ajeitar as roupas.

- Pode me ajudar com isso? – perguntei a Aro, mostrando uma das fantasias que estava com um rasgo enorme na lateral. Com o canto dos olhos notei que a garota continuava lá, parada de frente a escadas, com uma carinha triste. Ela já estava indo embora quando trombou com ninguém mais ninguém menos do que a dançarina desaparecida, Tânia, fazendo com que a sua bolsa caísse no chão, derrubando algumas coisinhas.

- Olha para onde anda! – repreendeu Tânia.

Antes que a garota replicasse, eu me adiantei.

- Oh meu deus, Tânia! Provavelmente não vai acreditar, mas estávamos falando sobre você e Aro disse...

Aro rapidamente entendeu a brincadeira e entrou no jogo.

- Eu disse: “É triste que a Tânia não possa estar conosco no número de abertura, mas seria ótimo se ela se juntasse a nós, no próximo!”

Eu só esperava que ela fosse esperta o suficiente para que entendesse essa.

- Garras e unhas. Levou mais tempo do que eu esperava – ela respondeu, mostrando as unhas. Ainda no canto, observei que a garota terminava de pegar as suas coisas que haviam caído no chão.

- Levará tempo também para achar um novo emprego.

- Sim, certo. – ela respondeu, sarcasticamente.

- Agora se arrume – completou Aro.

- Sim. - Ela respondeu, indo para a sua cômoda.

Eu já esta voltando a arrumar a peça de roupa rasgada, quando eu ouço.

- Me traga um Martini. Extra seco, puro, três azeitonas. E rápido.

Vir-me-ei em direção a Tânia e vi-a pedindo uma bebida à garota do Edward, como se ela fosse uma garçonete. O que mais me incomodou foi o fato de que Tânia sabia que ninguém poderia beber em horário de trabalho. Eu já ia lhe passar um sermão sobre bebidas, quando Georgia, que chegou por trás da garota e disse:

- Ela não trabalha aqui.

- Mas ela não está ocupada. – Tânia respondeu, como se isso fosse uma justificativa muito convincente.

Eu já estava novamente com o sermão na ponta da língua, mas algo no rosto da garota me fez engoli-lo. Ao contrário do que eu pensava, ela parecia olhar, admirada para Tânia, como se estivesse olhando uma coisa inacreditavelmente perfeita. Estranho. Tânia pareceu captar o olhar da garota, quando disse:

- Sua mãe não disse que é feio ficar encarando? – ela perguntou mal humorada. Ela parecia particularmente não gostar da garota. Agora saber as razões disso...

- Você tão bonita, eu... – falou a garota. Agora eu estava verdadeiramente espantada. Tânia pareceu ficar espantada também, mais isso durou pouco, e falou, atrapalhando o que a garota iria falar.

- Nesse caso, dane-se a sua mãe, e encare.

Tão Tânia!

- Ninguém vai saber! – exclamou a garota, parecendo perplexa.

- Sabe o quê? – perguntou Tânia, desconfiada, se virando para encarar a garota de frente.

- Que você é um cara... – ela respondeu, descendo vagarosamente as escadas e arrancando uma risada de algumas meninas que haviam prestado atenção na conversa. Até de mim, para falar a verdade. Ela era a única pessoa que eu vi encarando Tânia de frente. E, falando em Tânia, ela ainda estava virada de frente para escada, com uma cara incrédula. Nesse momento, Scarlett chegou perto do camarim da Tânia e pediu:

- Posso usar isso? – falou pegando para um lápis de olho.

Tânia pareceu despertar com isso. Ela se virou rapidamente e deu um tapinha na mão de Scarlett, fazendo com que ela soltasse o lápis e disse:

- Droga! Não toque nas minhas coisas!

Tânia era assim. Egoísta e mimada. Mas uma ótima dançarina. Não sei se me valeria muito dispensar ela. Todas as garotas já sabiam como era ela e a evitavam.

Acordei dos meus devaneios como alto falante anunciando que faltava apenas cinco minutos para o próximo show. Peguei novamente a roupa rasgada, que eu não havia notado que tinha largado, e recomecei a costurar. O show tinha que continuar.

| Ponto de Vista: Bella |

Loira aguada! Quem aquela mulher pensava que era para me tratar como se eu fosse uma desocupada? Mesmo que eu fosse, isso não era da conta dela e nem de ninguém! Foi por causa disso que eu abri Mao da minha educação e lhe dei uma bela resposta. Saí de lá ouvindo as risadas de algumas dançarinas e me deliciando com a cara de taxo da tal da Tânia. Mais um motivo para que eu não gostasse dela.

Mas, nem isso me animava. Eu não havia conseguido o emprego Mas eu queria tanto trabalhar aqui... Eu tinha que trabalhar aqui. Eu ainda estava pensado em um jeito de conseguir isso quando, quando estava me direcionando novamente para o bar, quando notei que um dos clientes chamava a atenção da garçonete, a mesma que flertava insistentemente com um outro cara em um canto do bar.

Foi nesse momento que eu tive uma idéia. Todo mundo tem que começar de baixo um dia, não é? Essa era a minha única oportunidade eu tinha que aproveitá-la. Então, tirei o meu casaco e o coloquei em cima do balcão, peguei uma bandeja, e fui em direção a mesa em que o cara ainda tentava chamar a atenção da garçonete distraída. Recolhi os copos já usados e anotei os pedidos, fazendo o mesmo com uma mesa ao lado que não havia ninguém, mas estava cheia de copos. Depois, fui em direção ao bar e parei bem em frente a Edward. Esperei que ele notasse a minha presença e lhe falei os pedidos.

- Uma vodka, uma dose de Patron, e o machão de chapéu ali que um cosmo.

Ele me olhava de um jeito desconfiado, claramente se perguntando o por quê de eu estar fazendo isso. Vendo que não conseguiria nada me encarando, perguntou:

- O quê está fazendo?

Tá na hora de implorar Bellz....

- Uma noite. Se eu não for melhor que a peituda ali, – falei apontado para a Jéssica. Se é que o nome dela era esse mesmo... – não precisa me pagar.

Depois de falar foi que eu notei que havia falado. Trabalhar sem receber? Como é que eu vou conseguir o “pão de cada dia”? Eu só podia estar louca.

- Tem certeza? – Edward perguntou, espantado.

Pensei. Ser garçonete é um dos empregos mais fáceis do mundo. Apenas anotar o que as pessoas pedem e agüentar algumas cantadas sem graça e depois servir o que é pedido. Eu tinha experiência e tinha certeza de que não tinha como eu me dar mal. Deveria ser que nem era em Elwood. Então, por que não?

- Sim!

Edward pareceu notar a certeza da minha afirmação e depois de dar uma leve aceno negativo com a cabeça, preparou os drinks que eu havia falado e colocou-os na bandeja.

- Então que vença a melhor...

- Quanto é que eu vou receber mesmo? – perguntei certa de que esse emprego já era meu.

Edward apenas deu um sorriso e preparou os pedidos. E assim foi passando o resto da noite. Eu me esforçava ao máximo para conseguir da conta do recado. Ao contrário do que eu pensava, dava muito trabalho cuidar de tantas mesas. Haviam apenas seis garçonetes e a maioria delas estavam seguindo o mesmo exemplo de Jéssica, ou seja, mais flertando do que trabalhando. Uma oura diferença com o meu antigo emprego era que não havia gente fazendo escândalos ou completamente embriagadas. Não posso negar que havia alguns engraçadinhos que vinham tentar alguma coisa, mais eu sabia me virar muito bem com eles.

Enquanto eu servia as mesas, acabei encontrando novamente Alice, e seu eterno entusiasmo constante. Trocamos algumas palavras enquanto mais um grupo de dançarinas se apresentava. Essa era à hora mais calma, pois todos paravam de fazer o que estavam fazendo para prestar atenção às apresentações. Ela estava quase quicando de curiosidade para saber onde eu havia conhecido Edward e por que não falei para ela antes. Contei exatamente o que havia acontecido, sobre o acidente no meio da rua e sua gentil proposta de do café e que não havia como eu saber que eles eram conhecidos. Quando terminei de contar tudo, só faltava Alice chorar de emoção. Eu não estava entendendo nada até que ela começou a falar em como Edward e eu “formávamos um casal tão lindo” e que nossos filhos iriam “nascer para serem modelos da Calvin Clain ou Victoria Secrets”. Nesse momento foi que eu entendi que ela estava praticamente me casando com ele.

Longe de mim, reclamar... Edward é um dos tipos de homem que você só encontra uma vez na vida... Se tiver, muita, mais muita, sorte. Só que, bem, as coisas não são bem desse jeito. Ele poderia ser bonito, mas também poderia não ter nada haver comigo. Ciumento demais, romântico de menos, essas coisas... Por isso, neguei veementemente a Alice qualquer teoria de que eu e Edward teríamos algum tipo de relacionamento mais forte do que a amizade. Mas quem foi que disse que Alice compreendeu?

Horas mais tarde, eu já estava completamente esgotada. O clube já estava fechando, e felizmente não havia mais nenhum cliente. Estávamos arrumando as cadeiras, quando eu vejo a dona do clube, Esme, vindo em direção ao bar. Rapidamente voei para o banheiro e esperei alguns minutos, até que voltasse a espiar, e ver se ela já havia saído. Eu sabia, que se ela me visse, qualquer esperança de ter o emprego estaria acabada. Abri a porta, e espiei cautelosamente se ela já havia ido. Mas ela ainda estava lá e parecia dar algumas instruções para o grupo de barman’s. Felizmente, ela não demorou muito e, saiu com algumas roupas debaixo do braço. Quando não a vi mais, tive certeza de que havia ido mesmo embora, então voltei e terminei de ajeitar as cadeiras. Depois, fui até Edward que estava conversando com o cara, loiro, Jasper.

- E aí? Consegui? – perguntei logo, na lata. Nunca tive paciência para suspenses ou surpresas.

Edward respirou fundo e abaixou-se para pegar algo no balcão. Quando ele se levantou novamente, havia em suas mãos uma roupa.

- Essa é a sua nova farda. Agora fique atenta aos horários: O clube abre às oito da noite, mais tudo tem que estar pronto o mínimo as sete. Há dias que você terá que chegar bem mais cedo e sair muito tarde. Seu salário é o salário comercial e não temos folga. Especialmente nos sábados e domingos. Eu estou arriscando o meu emprego botando você aqui sem a permissão de Esme, então, por favor, não faça com que eu me arrependa disso, está certo? – ele terminou o discurso com o seu sorriso torto.

Segurei um grito de alegria. Eu havia conseguido. Agora eu tinha um emprego e tinha certeza que não demoraria até que conseguisse chegar onde eu queria chegar: Ao palco. Então com um sorriso que provavelmente daria para se ver até de costas, murmurei um “Muito Obrigado Edward” e saí a caminho para o hotel. 


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Notas finais do capítulo

Gente, me desculpem! Sério, eu não queria demorar tanto para postar, mas é que eu fui rentar reativar a minha antiga conta e acabou que eu não consegui acessar nada no Nyah! Faz uma semana que não consigo atualizar nem ler nada. Mas isso acabou agora.
Uma das minhas leitoras me perguntou quando eu vou continuar onde eu parei e só depois dela me perguntar isso, foi que eu percebi que eu estava indo devagar demais! kkkkkkkkkkkkkkkk
Por isso, não se preocupe, Ciss, que essa capítulo daqui a pouco está chegando e depois, finalmente novos episódios!
Obrigado para todas que comentaram e que leem!
Bjoos e até semana que vem!
;)



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