Depois do choque inicial, os ânimos até que pareceram se acalmar no Buckingham, pelo menos assim que Amy via a situação.

                Depois do incidente conhecido como “Chafariz” Virgínia se distanciou do grupo, com sorte (que eles não tinham), talvez não estivesse tramando nada.

                A menina também estivera ocupada demais para pensar em Ian, o que era um alivio, em parte.

                Até agora, toda vez que o vira, ele estava acompanhado dos amigos o que era ótimo, já que assim poderia ignora-lo.

                Ou melhor ela tentava.

                O menino estava decidido que já era tempo de ver qual impacto que o beijo havia causado na menina.

                Estava tentando de tudo.

                Na aula de geografia, decidiu começar a fazer algo.

                Escreveu rapidamente em um rascunho as palavras “Precisamos conversar.” e jogou sobre a mesa de Amy fingindo que havia deixado a caneta cair.

                Ele viu quando ela encontrou o bilhete e rabiscou alguma coisa e jogou de volta para ele.

“NÃO!”

                Primeiro ele encarou o papel, mas ele não estava disposto a desistir.

                Aula de Inglês, no dia seguinte.

                O que ele fez? Mensagem por celular com o texto: “Acha mesmo que vai me evitar assim para sempre?”.

                Ela recebeu, porém não fez a mínima diferença.

                Ela continuava ignorando-o como se nada tivesse acontecido.

                Até que chegou a aula de biologia.

                Essa, para Amy, era uma das piores. Afinal, Ian era seu parceiro de estudos e mais cedo ou mais tarde teria que falar com ele.

                Graças aos deuses, por algum motivo, ele não havia chegado e por alguns instantes ela achou que ele não viria.

                Claro, ela se enganou.

                Ele veio, afinal era dia de trabalho, que para Amy, não havia problema algum se ele faltasse.

                Pelo menos, havia uma coisa boa em ser dia de trabalho, o silêncio que se formava enquanto os outros tentavam resolver os vários exercícios.

                O único som que se escutava era o de canetas escrevendo no papel.

                Depois de um certo tempo, Ian decidiu que era hora de agir.

                 Aproveitou-se do silêncio e debruçou-se silenciosamente e cochichou com seu sotaque britânico, quase sem emitir nenhum som, no ouvido de Amy:

                - Sentiu saudades?

                Simples duas palavras que fizeram-na perder o fôlego e que fez arrepios percorrem o seu corpo.

                Qual seria o problema com esse garoto?

                Ou melhor dizendo, qual era o problema dela?

                Por que simplesmente perdeu o ar com a voz dele?

                Ela fingiu que não havia escutado (o que era mentira, já que, como não poderia escutar algo sussurrado em seu ouvido?) e voltou sua atenção para a atividade.

                O nervosismo tomou conta dela, que fez com que começasse a bater a caneta impacientemente na mesa.

                Será que faltava muito para essa aula acabar?

                Ela começou a escrever rápido as questões que faltavam.

                Ian, ao seu lado se divertia com a cena.

                Ele até riu,o que certamente atraiu alguns olhares.

                Quando viu que ninguém estava olhando, foi sua vez de provoca-la ainda mais.

                Foi até o ouvido da ruiva e sussurrou com um sorriso novamente:

                - Acho que você esta um pouco nervosa.

                Dessa vez, ela se virou por impulso, ficando frente a frente com ele.

                Ele sorriu abertamente.

                Ela se virou novamente mas ele segurou seu pulso, impedindo-a de voltar a escrever.

                - Senhor Kabra,- disse a professora ajustando seus óculos no nariz.- Algum problema?

                Ele soltou o braço dela.

                - Nenhum, professora.

                Ele se voltou para a atividade e começou a escrever na atividade.

                Amy então não teve alternativa senão fazer o mesmo.

                ----------------X----------------

                Antes mesmo de o sinal tocar, Amy já havia entregado o trabalho, de maneira que sair rapidamente foi fácil.

                Pode ser também pelo fato de sair correndo da sala para a aula de química.

                Química.

                Sim, ela estava realmente desesperada.

                Pelo menos, essa aula não era com Ian.

                Ela poderia pensar.

                Isso, é claro, se as amigas a deixassem respirar.

                - OK,- disse Larissa se sentando atrás dela.- O QUE FOI ISSO?

                - Isso,- disse Amy.- Foi eu sentando.

                - Sei, sei.- disse Charlote.- Acho que ela queria dizer antes disso.

                - Eu andando.

                - Antes disso.- disso Emily sorrindo.

                Quando até Emily malicia, a situação ta feia.

                - Olha, eu não me lembro muito antes de eu começar a andar.

                - Me engana não Amy!- disse Larissa brincando com o cabelo da menina.- Todo mundo viu que o clima tava tenso e que daqui a pouco...

                - Será que o clube da Luluzinha quer dividir algo com a turma?- pergunta o professor entrando na sala.- Larissa?

                - Não,senhor.- disse Larissa.- Mas isso  não acabou, ainda.