Após sair do salão comunal da Sonserina, Cathy dirigia-se ao grande salão distraidamente em seus pensamentos tentando arrumar uma maneira de sair da escola sem ser vista.
- Cathy! – chamou de novo aproximando-se mais.
- Oi Neville! Desculpa, estava distraída.
- Tudo bem! – sorriu. – Então, amanhã é nossa primeira aula juntos, né?
- Argh! Nem me lembre! Herbologia! – fez uma careta, fazendo Neville rir.
- Que foi? Ron disse que você bem em todas as matérias do teste.
- Sim, porque estavam relacionadas entra si, mas herbologia isoladamente sou um desastre.
- Como sabe? Afinal nunca deu essa matéria, não é mesmo?
- Mas dei botânica, é quase a mesma coisa. – disse fazendo biquinho e cara de emburrada.
- E se eu te ajudar? Particularmente sou muito bom nessa matéria. – disse inflando o peito. – podemos sentar juntos.
- E pode? Afinal, somos de casas diferentes.
- Bem, não é usual, mas também não é proibido. Posso falar com a professora Spot antes da aula.
- Seria perfeito! Eu adoraria. – sorriu, deixando Neville encabulado.
Chegando ao grande salão ela foi à mesa da Sonserina e ele para a da Grifinória.
- Harry!
- Oi Neville.
- Posso te falar?
- Claro! – Harry percebeu o receio de Neville assim como Hermione.
- Promete que não vai ficar bravo? É que eu fiz algo que talvez você não vá ficar muito feliz, mas, mas agora já está feito.
- O que foi? Que você fez? – Harry já estava ficando com medo da resposta que receberia.
- É que eu... Bem...
- Fala logo Neville! – apressou Hermione.
- EuFaleiComACathyESugeriDelaSentarComigoAmanhãNaAulaDeHerbologiaJáQueElaNãoÉMuitoBoaNessaMatéria. – De tão nervoso com qual pudesse ser a reação do amigo ele falou muuuuito rápido, - E ela aceitou. – terminou num sussurro.
Hermione, Neville e Rony estavam olhando par Harry, esperando pela reação dele. Harry começou a ficar com um tom avermelhado e pressionava seus lábios, os três achavam que ele iria começar a esbravejar e a xingar, quando ele começou a rir chegando a gargalhar.
- Harry? – perguntaram Neville e Hermione ao mesmo tempo.
- Desculpa. – disse tentando controlar o riso. – É que pelo modo que você chegou aqui achei que tinha colocado fogo no quarto ou coisa parecida.
- Quer dizer que não está bravo comigo?
- E porque ficaria? Acho até bom, assim ela não precisa sentar com aquele McMille, não consigo gostar dele! Por mais que ela fale que ele é legal.
- Ta legal! Quem é você e o que fez com o Harry? – perguntou Hermione.
- Que foi Mione?
- Sério Harry, antes de ir ao escritório do diretor você mal estava olhando na cara dela, agora até parece que está com ciúmes do McMille. O que houve?
- Digamos que passei a ver as coisas a partir de outro ponto de vista.
- O que houve? Bateram na sua cabeça? Foi enfeitiçado? Você está muito estranho, cara.
- Deixa disso Ron. – riu.
oO.Oo
Campo de Quadribol - 00:15
- Aquela trouxa dos infernos. Não acredito que vai me deixar plantado aqui nesse frio! – murmurou furioso enquanto esfregava os braços com as mãos.
- Está falando sozinho? – Ouviu a voz dela por detrás dele.
- Está atrasada! – disse furioso enquanto a olhava e via que ela estava confortavelmente aquecida com um grosso, sobretudo de lã, preto uma blusa de lã verde musgo de gola alta e uma calça preta reta e a mesma boina preta de manhã.
Ela percebeu que ele a olhava e o olhou de cima a baixo, vendo-o apenas com uma capa não muito grossa por cima do uniforme e que tremia de frio. Levantou levemente a sobrancelha direita dando-lhe um ar de ironia.
- Você é um bruxo! – constatou o óbvio. – Porque está passando frio desnecessariamente? – disse fazendo com que ele reparasse no óbvio também, irritando-o mais anda.
Num movimento rápido de varinha ele já estava vestindo um grosso casaco também de lã e na cor preta.
- Quero explicações! – exigiu.
- Sobre o que exatamente? – riu divertida. – Não lhe devo satisfações da minha vida, Malfoy!
- Que história é essa de me chamar de primo?
- Ora, você é meu primo! Seu pai é primo de terceiro grau de meu avô.
- O quê? – ele estava incrédulo.
- Pois é! Era só isso? Então estou indo dormir! Boa noite! – disse começando a se virar.
- Espera! – disse em tom mais calmo que no inicio da conversa fazendo com que ela o olhasse novamente.
- Que foi? – disse um pouco desanimada.
- Porque não me disse? Que era uma bruxa. – diminuiu a distância entre eles, impondo sua altura sobre ela.
- Simples, não tive oportunidade. Mas deveria ter desconfiado ao me encontrar no Beco Diagonal e acompanhada de vários bruxos, não? – disse matreira.
- E no Pub? Também não teve “oportunidade”? – disse num misto de raiva e malicia, aproximando-se mais deixando um espaço mínimo entre eles.
- Foi no dia que descobri. Não tinha porque dizer, não te conhecia. – tentou se afastar, sendo segurada pelos braços, agora sem distancia alguma entre eles. – E você também não foi de todo verdadeiro, “Thomas”. – Acusou se impondo apesar da diferença de altura.
- Eu achava que era uma trouxa! Não podia simplesmente sair falando do nosso mundo para uma trouxa! – a segurou mais forte.
- E pelo que me conste, também não poderia usar magia fora da escola, muito menos na frente de “trouxas”. – disse provocativa sem disfarçar a raiva.
- Preferia que eu tivesse deixado você ser atacada por aqueles vermes? – riu sarcástico.
- Eu não quis dizer isso... – virou o rosto que estava muito perto do dele. – Mas gostaria de saber o motivo. – disse olhando para o chão.
Draco a soltou por um instante. Segurou seu queixo com a mão esquerda, aproximando seu rosto ao dele.
- Porque você tem uma linda voz! – disse sorrindo.
- Estou falando sério! – disse num tom baixo de quem não aceita brincadeiras.
- Eu também! – sussurrou antes de colar seus lábios nos dela.
Por algum tempo ela deixou-se beijar, relembrando o beijo anterior depois de ele tê-la salvo de possíveis comensais. Até que lembrou, que não podia, afastou-o interrompendo o beijo.
- Não! – falou num quase sussurro.
- Por quê? – disse colocando sua testa sobre a dela, sua mão esquerda ainda sobre seu rosto e a direita em sua cintura. – Sei que você também quer, pude sentir.
- Somo primos! – sussurrou.
- Sobre isso. – pausou. – De onde tirou essa maluquice?
- Do seu pai.
Draco afastou-se dela numa postura rígida e cara de desgosto.
- Seu pai me contou quando foi ao Brasil para tentar ser meu tutor e de minha prima. Enquanto tomávamos um lanche.
- Você... Tomou um lanche, com meu pai... No Brasil? Enquanto ainda era trouxa? – Draco estava com uma expressão de incredulidade absurda. – E ele quis ser seu tutor? Seu e de sua prima?
- É...
- De duas trouxas? – agora ele estava quase gargalhando.
- E você que salvou uma e depois a beijou? – disse fazendo-o calar.
- Não é a mesma coisa! – fez uma careta, contrariado.
- E porque não? A “trouxa” é a mesma.
- É, mas eu não sou o meu pai! – disse com um pouco de raiva na voz.
- Pode até ser, mas os dois têm o dom de me irritar e a incrível capacidade de falar mal dos meus amigos.
- Por falar nisso, porque você anda com o Potter e os amiginhos dele? – disse levantando a sobrancelha direita, voltando a ficar com sua habitual expressão de arrogância.
- Porque são meus amigos! E não fazem de tudo para me ofender ou magoar. – gritou nele em resposta e virou-se para voltar ao castelo.
Draco a segurou novamente pelo braço puxando-a para si e prendendo-a pela cintura.
- O que quer dizer com isso? – perguntou nela perigoso.
- Você é meio esquecido, não? Agora me solta! – Exigiu.
- Por que você não me lembra? – aproximou-se mais ainda dela (como se fosse possível!)
- Ofendeu meus amigos, minha prima e a mim magoando-me profundamente. – disse num tom mais alto.
- Em primeiro lugar, não devia andar com gentinha.
- Em segundo, - Continuou. - sua prima deveria saber respeitar os mais velhos e responder quando lhe perguntam algo. E principalmente a não me enfrentar! - disse arrogante.
- Você só pode estar brincando! - disse afastando-se dele. - Você e aqueles dois patetas que vivem te seguindo, empurraram-na contra a parede e só não bateram nela ou algo pior porque os meus amigos chegaram!
- Foi assim que te contaram? - disse num tom cínico e levantando uma sobrancelha.
- Não precisei falar com nenhum deles sobre o acontecido! Eu sei!
- E quando eu lhe ofendi?
- No beco diagonal, quando me puxou para dentro daquela loja e praticamente expulsou o vendedor de lá!
..::Flashback::..
Cathy sairá da loja dos gêmeos depois de deixar as encomendas com Vivian e a senhora Weasley e seguira para a loja de animais, quando de repente é agarrada pelo braço.
- Você vem comigo agora! - disse o loiro.
Entraram na primeira loja que estava vazia.
- Oh! Senhor... - foi interrompido.
- Saia! - gritou – e não interrompa! - avisou perigoso.
- Sim senhor! - disse saindo da loja e colocando a placa de fechado, assim nenhum desavisado entraria na loja.
- Agora você vai me dizer o que está fazendo aqui! E como tinha encomendado algo naquela loja. - apertava mais ainda o braço dela.
- Está me machucando! Disse entre os dentes.
- E posso machucar mais ainda se eu quiser! - apertou mais.
- Me solta! - disse com os olhos molhados com lágrimas que começavam a cair.
Foi quando ele a soltou percebendo o modo como estava agindo, mas ainda estava furioso.
- Estou aqui com amigos, e as encomendas são presentes e alguns vestidos e conjuntos que comprei para mim!
- E porque defendeu o Weasley? - falou furioso.
Ela podia ver a raiva em seus olhos cor de prata, fazendo-os brilhar mais. E o tom ao falar o nome do bruxo.
- Não que eu lhe deva satisfação Thomas, mas o Ronald é meu amigo. Ele, os irmãos e os amigos dele.
- O que?
- Os conheci depois que nos conhecemos e viramos amigos!
Ele a agarrou novamente pelo braço, mais furioso ainda.
- Eu não quero você perto deles, muito menos sendo amiga deles, entendeu?
- Pelo fato de ter me ajudado, não lhe dá o direito de mandar em mim! Agora me solta!
- Obrigue-me! - disse maldoso.
Nesse momento ela deu-lhe um tapa no rosto que o desorientou fazendo com que a soltasse, já que ele não esperava por isso. Aproveitou que ele a soltará e foi em direção a porta saindo pela mesma com ele em seguida em seu encalço.
- Sua trouxa! Quem você pensa que... – dizia enfurecido enquanto saia da loja, mas parou ao ver com quem ela estava.
- Potter! – seus olhos brilharam de raiva.
- Malfoy. – respondeu Harry num tom de desafio.
- Hunf! – resmungou e foi embora dando as costas a eles.
..::FIM - Flashback::..
- Quando mexeu nas minhas coisas, fazendo com que alguém que me defendia pegasse detenção e perdesse pontos.
- McMille... - Grunhiu entre os dentes.
- Quando ROUBOU a carta de minha mãe, lendo-a em voz alta. - sua foz estava furiosa. - E fez menção em queimá-la.
- E principalmente quando sujou o nome de meu pai unindo-o ao de seu pai e dizendo que ele era um comensal. ISSO, Malfoy eu nunca vou perdoar. - disse se desvencilhando dele.
- Agora, se me der licença vou dormir, temos uma maldita aula de Herbologia amanhã! E já me estressei demais por hoje! - disse dando as costas a ele e voltando ao castelo sem esperar por ele ou por uma resposta.
Malfoy ainda ficou alguns momentos parado absorvendo tudo o que ela havia dito, o que seu pai havia dito em suas cartas e principalmente lembrando das conseqüências de não ter ido ao encontro dele, para vigiar uma certa trouxa que chegará de volta a Londres, dando um sorriso de satisfação ao lembrar que na realidade ela é uma bruxa e não uma trouxa como pensará.