A Princesa Aprisionada no Inferno escrita por slytherina


Capítulo 3
Ato dois


Notas iniciais do capítulo

Sobre sonho, dragão, princesa e inferno pessoal.



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                            Seqüência de Sonho:

                            Helena estava sentada em uma cadeira dourada. Ela estava usando pouca maquiagem. Apenas um rouge, batom e pó de arroz. Seus cabelos dourados estavam presos por um pente cravejado de pedras preciosas, no alto da cabeça, deixando pequenos cachos penderem na parte de trás.

                            Seu vestido tinha um belo corpete bordado com fios de ouro, uma saia rodada e armada sobre infindáveis camadas de anáguas. Seus sapatos eram de veludo verde com uma fivela dourada, calçando delicados pés com meias de tecido acetinado. Ela estava enfeitada com um colar de pedras preciosas, um pequeno anel de camafeu, e brincos de pingente dourado.

                            Helena estava entediada. Abanava-se com um leque artístico, ricamente desenhado e decorado. Levantou-se de sua cadeira dourada, estilo Luís XV. Andou em círculos pelos seus domínios. Uma sala forrada com tapeçarias de temas pastoris. O chão atapetado abafou o ruído de seus passos. Ela olhou para as paredes encobertas por tapeçarias e cortinas. Decidiu abri-las. Foi até uma extremidade e puxou a corda acetinada com berloques. No mesmo instante as cortinas se separaram mostrando o que havia por trás daquelas paredes improvisadas. Grades.

                           Todo o seu luxuoso quarto era circunscrito por grades de ferro, ou outro material resistente. Até o teto era coberto por grades. Helena suspeitou que até o chão devesse ter grades num nível mais profundo. Ela estava engaiolada. Presa como uma criminosa ou uma refém. Ela sabia que está sonhando e não se importou. Olhou para o exterior da sua jaula.

                           Lá fora a atmosfera era pesada, densa como se estivesse em um nevoeiro. Não havia luz. Sendo que o que estava mais longe da sua cela era indistinguível da escuridão que a cercava. A pouca luz existente provinha do candelabro da sua prisão. Freqüentemente ela ouvia sons horríveis. Choros, gritos, urros, etc. Nestas horas ela agradecia pelo fato de estar atrás das grades. Temia aquele ambiente hostil que a circundava.

                           Por vezes estranhas criaturas apareciam como se fossem expelidas pela escuridão. Seres monstruosos, deformados, que pouco lembravam humanos. A maioria emitia sons animalescos que a assustavam. Outros falavam, mas não gostavam dela. Diziam-lhe coisas ruins e insultos, que ela respondia no mesmo tom. Lembrando sua outra persona, a garota Hell do mundo real.

                           Então ele surgiu. Em um instante não havia nada, no outro ele estava lá. John. Era alto, magro, com cabelos negros e macios. Tinha uma franja que lhe cobria as sobrancelhas. Usava uma blusa simples com gola indiana de tom pastel, sobre jeans e mocassims. Seus olhos eram ternos e seu sorriso tímido. Na primeira vez em que ele aparecera, Helena sentiu desprezo por aquele homem tão inexpressivo. Atualmente ele era a razão de ser de sua existência.

                          _Como vai Helena?

                          _Estava impaciente para vê-lo.            

                          _Você devia saber que eu viria. Não precisava ficar ansiosa.

                          _Venha aqui.

                          John aproximou-se e colocou o rosto entre as grades. Beijaram-se. Quando o beijo acabou Helena continuou bem próxima dele, tendo apenas as grades para separá-los.

                          _Diga-me de onde você vem.  

                          _Venho de um lugar muito bom. Você iria gostar de lá.

                          _Eu quero conhecê-lo na vida real e não apenas em sonhos. Pode dizer-me como posso achá-lo?

                          _Sabe Helena, existem vários locais no universo. Existem locais em sonhos, locais em outros mundos. Eu não venho do lugar que você chama vida real.

                          _Isso quer dizer que eu nunca poderei encontrá-lo em carne e osso?

                          _Isso quer dizer que isso seria muito difícil de acontecer.

                          _Pois eu gostaria de encontrá-lo fora daqui.

                          _Você já parou para se perguntar Helena, do por que está aqui?

                          _Eu estou aqui por que... Sou prisioneira do dragão. Ele não me deixa sair dessa jaula onde eu vivo.

                          _No início eu também pensei que fosse assim.

                          _Você não pensa mais assim?

                          _Penso que existem muitas coisas que deveríamos levar em consideração.

                          _O que por exemplo?

                          _Que lugar é esse Helena?

                          _Esse é o inferno. Eu vivo aqui. Aquele maldito dragão me mantém aqui, contra a minha vontade.

                          _Por que você usa essas roupas?

                          _Por quê? Eu não sei! Sou obrigada a usá-las. Elas até que não são feias, embora ridículas. Se... Se você visse como eu sou realmente... Você não iria me apreciar tanto.

                          _Como você é realmente?

                          _Bem eu não sou essa... Princesa. Eu sou uma porcaria. Você realmente não iria gostar de mim.

                          _O importante não é se eu gosto de você.

                          _Não me venha com baboseiras. Digo... Desculpe, eu não deveria ter falado desse modo.

                          _Eu prometo que irei visitá-la na sua vida real.

                          _Mas... Quando?

                          _Em alguns dias.

                          _Aonde a gente vai se encontrar?

                          Um forte barulho ecoou naquele local lúgubre. O chão tremeu e todos os objetos da prisão de Helena ficaram trepidando.

                          _Eu preciso ir Helena, mas eu volto.

                          _Não esqueça que eu o amo, John.

                          John saiu correndo e sumiu na escuridão. Isso foi um pouco antes do ar ficar carregado de enxofre. Tudo ficou desagradavelmente quente. Um gigantesco lagarto adentrou aquele local. De sua boca saía um hálito sulfuroso. Seguido de um jato de fogo que aquecia o ar e derretia pequenos insetos ao redor.

                          O dragão aproximou-se da cela de Helena e abaixou sua cabeçorra bem próxima dela. Olhava-a com seus olhos reptilianos, frios e insensíveis.

                          _Eu não tenho medo de você seu idiota. Quer me matar? Venha, faça-me esse favor.

                          Helena abriu os braços e ficou de frente para o dragão. Este continuou imutável.

                          _Por que você me mantém aqui, hein?

                          Helena ficou esperando inutilmente por uma resposta que não veio.

                          _Um dia eu vou conseguir sair daqui e você não vai me impedir, seu ... Monstro.

                          Então o dragão abriu a bocarra e o som que ele emitiu parecia à sirene dos bombeiros.

                          _PAN, PAN, PAN...

                          _Que merda... ?

                          Hell sentou-se na cama e procurou a fonte daquele barulho irritante. Achou seu celular e desligou o despertador. Pensou em voltar a dormir, mas raciocinou que já havia passado tempo demais no inferno.

 

                           Fim do Capítulo

 


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Notas finais do capítulo

Outro capítulo curto. Como não tive boa recepção para esta história, eu praticamente estou escrevendo para mim mesma. Talvez ela fique muito louca e sem sentido. Neste capítulo não incluí o cast de tarot café, mas farei o possível em trabalhar pelo menos com Pamela no próximo.



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