It's art too! escrita por Arpus


Capítulo 7
No Place


Notas iniciais do capítulo

Oi Galera, eu percebi que desde o terceiro capítulo os nomes dos capítulos começam com D, louco né kkk. Parei. Foi uma coisa totalmente não programada, mas... deixando de lado essa bobeira a minha faculdade voltou com força total e isso me atrasou um pouco (demais) pra postar o capitulo, talvez fique um pouco mais dificil de postar, mas vou me esforçar o máximo pra ser rápido. Eu espero que aproveitem o novo capítulo(eu estou realmente convencido que ALGUÉM nesse mundo lê essa fic).
Músicas:
— Home - Raisse(Original The Wiz)
— There's no Place like home - Tiago e Bruno(Original Marianas Trench)
— A House is not a Home - Daniele(Original Dionne Warwick)
— Keep Holding On - Coral(Original Avril Lavigne)



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Tiago e Raisse estavam indo para a usual sala do Coral. Ela com os dois enlaçados no pescoço do moreno e cochichando alguma coisa em seu ouvido, ele sorrindo bobamente. Assim que chegaram à frente da sala perceberam que todos os participantes do clube estavam do lado de fora, sentados e com cara de poucos amigos.

– Até que enfim, pensei que nunca ia aparecer. – esbravejou Augusto.

– Desculpem o atraso, nós ficamos conversando na sala e quase esquecemos que hoje tinha coral. – explicou Tiago enquanto Raisse soltava o moreno.

– Uau. Nunca imaginei ouvir isso de você. – falou Daniele sem emoção.

– Esquece isso! Temos problemas maiores. – Augusto estava nervoso.

– O que? – Tiago perguntou, mas não obteve resposta, todos se entreolharam, mas ninguém falou nada.

– O que aconteceu? – perguntou novamente, desta vez com certo nervosismo pelo silencio dos colegas.

– Bem... destruíram a sala do Coral! – respondeu Bruno devagar.

– Como?! – perguntou Tiago aturdido.

Raisse ergueu a sobrancelha e olhou para as amigas incrédula, elas acenaram. Tiago olhou para Daniele e dela para Aline e depois para Augusto e por fim para Manuella com um olhar de descrença esperando que alguém gritasse: “Mentira!” E começassem a rir da cara dele. Ao invés disso Bruno, que estava escorado na porta da sala, se afastou e abriu a porta.

– É melhor você mesmo ver.

O moreno hesitou um pouco, mas entrou na sala seguido por Raisse. Assim que entrou apertou o interruptor na intenção de acender as lâmpadas, não aconteceu nada. Ele correu até as janelas e as abriu deixando a luz do sol iluminar o ambiente.

Destruído. Tudo destruído, o armário de ferro no canto da sala estava escancarado e amassado, as portas caídas no chão em frente ao móvel. O quadro branco pichado. As cadeiras de madeira estavam estraçalhadas no chão. As paredes também estavam pichadas. Ele olhou para cima e entendeu por que as lâmpadas não acendiam, estavam quebradas.

Raisse caminhou por entre os destroços das cadeiras e cacos de vidro provenientes das lâmpadas e se agachou próxima do armário de metal. Tiago olhou para ela e viu que a garota juntava vários papéis jogados no chão.

– Todas pichadas! – ela falou, a voz vacilando.

Só então ele percebeu que ela estava segurando as partituras de todas as músicas normalmente ficavam dentro do armário.

– Quem fez isso? – ele perguntou. Sem resposta.

O garoto saiu em disparada pela porta ignorando os colegas que chamavam seu nome.

– Vamos atrás dele. – falou Daniele e foram seguindo o moreno.


–- --



– VOCÊ TEM QUE FAZER ALGUMA COISA! – o garoto entrou como uma bala na sala da professora de Biologia.


– Desculpe?! – a professora escrevia algo no diário de aula e nem levantou o rosto para olhar o moreno – Não ouvi nenhum de vocês bater. – falou secamente.

Tiago olhava para a professora com fúria e ofegava muito, sentia vontade de arrancar aquele diário das mãos da professora e rasgar ao meio. Antes que realizasse seu desejo os integrantes do Coral entraram apressados.

– Desculpe professora, mas estamos com um pouco de pressa. – falou Daniele e se colocou entre o amigo e a professora.

– O que aconteceu? – ela suspirou e ergueu o rosto para encarar os alunos.

– Destruíram a sala do Coral. – Tiago cuspiu as palavras com raiva.

– O que? – perguntou incrédula e abrindo seu usual sorriso sarcástico.

– DESTRUÍRAM A SALA DO CORAL! – ele explodiu. Bruno avançou e segurou em seu braço para impedir qualquer desastre.

– Não. Não destruíram. – ela falou secamente – E escute aqui rapaz... se gritar comigo mais uma vez você vai ser suspenso.

– Destruíram sim professora. – falou Daniele calmamente – Picharam as paredes, quebraram o quadro branco, o armário, nossa partituras estão arruinadas, até as lâmpadas foram quebradas.

– Como?!

– Foi o time de Futebol. – Aline falou em um sussurro esperando que ninguém ouvisse, mas os ouvidos treinados da professora não perdoaram.

– É uma acusação muito forte. Você tem provas para essa acusação?

– Eles nos ameaçaram semana passada, à Daniele e a mim. – ela falou rapidamente. A amiga acenou a cabeça em concordância embora um pouco hesitante.

– Só pode ter sido! – falou Tiago entre dentes, a raiva voltou com força – Ou um desses times que a direção inútil dessa escola protege!

Ele não pode continuar, pois a professora bateu com força na mesa de madeira e se levantou em um ímpeto assustando a todos os presentes.

– Chega! Está suspenso! – ela falou sem paciência.

– Não professora, por favor. – Raisse se colocou ao lado do moreno – Ele... ele só esta nervoso. Por favor, não o suspenda.

Profª.Yanne encarou a garota por alguns segundos, desviou o olhar para Tiago, que mantinha as mandíbulas travadas e apertava as próprias mão com força como se tentasse conter a raiva.

– Eu entendo, mas controle-se, não vou dar uma terceira chance.

– O que a senhora vai fazer? – Aline perguntou um pouco apreensivo por conta da situação.

– Você esta acusando pessoas sem provas, e não posso levar isso para as mãos do diretor sem nenhuma prova concreta. – ela suspirou cansada e voltou a sentar-se – Não me olhe desse jeito, você sabe e eu também sei que ele não vai fazer nada a não ser que tenhamos provas realmente boas contra os acusados.

– Com todo o respeito, mas eu acho que a senhora não ta nem ai para o Coral. – para a surpresa de todos não foi Tiago que falou, mas Bruno.

– Não esqueça que eu sou a conselheira do Coral. – ela alertou – Eu cansei das palavras arrogantes de vocês... falando como se entendessem das coisa. Mais uma palavra sua e esta expulso do Coral.

– Não pode! – protestou Manuella.

– Posso. E quanto à sala... - Podem usar qualquer outra sala até que os reparos na sua sala sejam feitos. – ela pegou seu diário e folheou um pouco até achar o que queria – Aqui. Usem a sala de artes, o clube esta em recesso por que a professora conselheira esta doente.

Ela abriu uma as gavetas de sua mesa e retirou dela uma chave, entregou para Daniele. A morena assentiu e olhou para os amigos em um pedido mudo para que todos saíssem. Tiago foi o primeiro e logo a sala estava vazia exceto pela garota e a professora.

– Controle eles! Eu não quero nenhuma noticia de que vocês estejam envolvidos em alguma encrenca. – Yanne falou voltando a sua atenção para o diário e retornando ao que fazia antes de ter a sala invadida.

– Ou isso pode significar o fim do Coral.

A morena assentiu novamente e saiu.


–- --



– Então vamos ficar nessa sala enquanto a nossa sala é arrumada. – falou Tiago sem animação alguma.


– SE ela for arrumada. – falou Augusto.

A sala de Artes era do mesmo tamanho que a sala do Coral, mas a quantidade excessiva de cadeiras, cavaletes e os dois armários de metal, e claro, a presença da banda do colégio com seus instrumentos ocupavam bastante espaço.

– Vai ser. – falou Tiago tentando animar os colegas, mas seu tom de voz não era muito convincente. – Bom... – ele continuou - Eu tinha planejado um exercício para essa semana, mas devido as circunstâncias ele vai ser adiado.

Raisse levantou o braço com rapidez.

– Pode falar Rai.

Ela pigarreou, levantou da cadeira onde estava sentada e ficou a frente dos amigos, ao lado de Tiago.

– Graças à fatalidade que nos acometeu... – ela começou.

– Provocada pelo seu irmão e os amiginhos dele. – interrompeu Augusto, mas ela o ignorou.

– Eu resolvi cantar uma música que me parece adequada para esse momento difícil pelo qual passamos. Posso? – ela perguntou para Tiago com um sorriso no rosto.

O moreno assentiu e foi se sentar. Ela acenou para a banda que começou a tocar uma musica lenta, com certa dificuldade por causa do espaço.

[RAISSE]

When I think of home
I think of a place where there's love overflowing
I wish I was home, I wish I was back there
With the things I've been knowin'
Wind that makes the tall grass bend into leaning
Suddenly the raindrops that fall they have a meaning
Sprinkling the scene makes it all clean

Maybe there's a chance for me to go back
Now that I have some direction
It would sure be nice to back home
Where there's love and affection
And just maybe I can convince time to slow up
Giving me enough time in my life to grow up
Time be my friend, let me start again

Living here in this brand new world
Might be a fantasy
But it's taught me to love
So it's real, real, real to me
And I've learned
We must look inside our hearts
To find a world full of love
Like yours
Like mine
Like Home


– Foi ótimo Rai. – Tiago aplaudia, e apesar de sorrir não parecia muito feliz – Como sempre.


Ela se sentou e ele voltou ao seu lugar na frente dos amigos.

– Hoje não vai dar para fazer mais nada pessoal. – ele suspirou – Eu vou ver se alguma partitura se salvou, organizar tudo e quarta nos encontramos aqui mesmo.

Raisse se ofereceu para ajudar, ele concordou e depois de despedirem saíram de mãos dadas.

– O que ta acontecendo? – Daniele perguntou para Aline assim que os dois deixaram a sala.

– Eu não te contei? Eles são tipo um casal agora.

– Sério? – a morena ergueu uma sobrancelha em descrença.

– Serio, bem... eu não vi muito bem quando eles foram embora do restaurante, mas saíram juntos. – ela falou desapontada.

– O que aconteceu?

– Ah, a Isa e eu ficamos enroladas no restaurante, até ameaçaram chamar a policia... – ela corou – Mas deixaram a gente ir.

– Eu disse que essa história de seguir os dois não ia acabar bem

– O que não vai acabar bem é esse relacionamento dos dois, para nós é claro. Já viu né. Augusto se intrometeu na conversa – Qual é gente! Hoje é um solo, amanhã outro na competição só ela vai cantar enquanto vamos ficar de coro.

– Eu não vou deixar isso acontecer. – falou Daniele.

– E o Tiago vai ouvir quem? Você ou a namorada? – ele riu com sarcasmo.

– Você ta falando como se a Rai só ganhasse um solo por que agora ela esta com o musico. – dessa vez foi Thais que se intrometeu.

– E não é? – Augusto perguntou totalmente descrente, mas ainda mantinha o sorriso no rosto.

– Claro que não! – ela esbravejou – Ela tem solos por que ela é a melhor cantora daqui.

– Aham. – ele riu – E quem te iludiu desse jeito Cláudia?

A garota já ia revidar quando Bruno apareceu e cochichou alguma coisa em seu ouvido. Ela olhou para Augusto e depois para Bruno, assentiu com a cabeça e os dois saíram da sala.

– E esses dois? – perguntou Daniele.

Augusto bufou com raiva e saiu da sala, sendo seguido por uma Manuella completamente irritada e que batia os pés com força ao andar.

– Que foi? – Daniele perguntou assustada com a reação dos amigos – O que eu falei?

Isabelle deu de ombros e saiu também.

– Não liga pra isso Dani... – falou Aline.

– Daniele. – corrigiu.

– Vamos? – ela ignorou a amiga – Meu pai vai nos levar no shopping hoje.

A morena fez uma careta.

– Podemos passar na livraria do shopping.

– Ta. – ela falou a contragosto – Mas você vai me comprar um livro.

Aline riu.

– Só se você me comprar aquele lenço verde abacate com estampas de margaridas rosa.

– Feito.

A duas riram e foram embora.


–- --



Quarta feira assim que as aulas terminaram os integrantes do Coral foram direto para a sala de aula. Tiago e Raisse conseguiram salvar algumas partituras, muito poucas. O moreno foi o primeiro a entrar na sala e se deparou com uma destruição parecida com a da sala do Coral.


– Eu não acredito! – ele exclamou com raiva.

As paredes estavam pichadas com mensagens do tipo: “Caiam fora!” ou “Perdedores”. As lâmpadas quebradas assim como as janelas, mas os instrumentos dos alunos de arte estavam intactos.

– Meu deus! – exclamou Raisse ao entrar na sala.

– Temos que fazer alguma coisa! – exclamou Manuella.

– Eu concordo. – falou Bruno – Não podemos ficar parados enquanto tiram o nosso canto de nós!

– O que podemos fazer? – perguntou Aline tentando decifrar as frases escritas na parede.

– Eu ainda não sei.

– Pois eu sei bem. – falou Tiago.

– Não vão arrumar briga com esses garotos, por favor! – Daniele interveio – Se acontecer alguma coisa o Diretor com certeza vai proteger eles.

– Não interessa! – berrou Tiago – Eu estou cansado de ser jogado de um canto para o outro. Eles destruíram a nossa sala! O nosso lugar! E agora estão nos expulsando daqui!

– Não vai adian... – a morena começou a falar, mas foi interrompida pelo acesso de fúria do amigo.

– CHEGA DANI! – ele gritou e a morena recuou assustada – Eu to cansado de você dizendo que nada vai acontecer e por causa disso nem se mexer para ajudar. – todos olhavam pasmos para o moreno – Pode ser que você goste de ser jogada de uma sala para outra, mas eu não!

– Nem eu! – Bruno se intrometeu.

– Só não quero que façam alguma coisa que coloque vocês em problema. – Daniele falou ainda em choque.

Tiago respirou fundo e Raisse se aproximou entrelaçando suas mãos.

– Eu acho que as atividades estão suspensas até a nossa sala ficar em ordem, ou até acharem esses arruaceiros não é? – ela perguntou calma, mas com certo receio.

– É. – ele respondeu - Não adianta nada ficar mudando de sala em sala. Eles vão destruir todas as salas em que estivermos.

A sala foi se esvaziando aos poucos, Manuella e Augusto saíram primeiro, logo depois Aline e Daniele, Isabelle e Thais. Raisse se dirigiu para porta, a mão ainda enlaçada com a do moreno, mas ele não se moveu.

– Não. – ele falou calmo – Eu vou depois.

Ela assentiu, não queria discutir com o garoto naquela situação, e foi embora. Somente Bruno ficou na sala, ainda observando a destruição.

– Você ta pensando a mesma coisa que eu não esta. – ele falou.

– Com certeza. – respondeu – Eu não vou deixar esse povo sair impune.

[TIAGO e BRUNO]

There's no yellow bricks to follow back and run from that disaster.
Familiar sins come crashing in,
And sever forever and after.

My old friend, its time I leave you here,
For once for all in frozen alabaster.
Believe me...

Eles saíram da sala rumando pelos corredores indo direto para o Auditório. A banda estava em cima do palco e começou a tocar a música.

[TIAGO]

There's no place like home.
There's no place like home.

[TIAGO e BRUNO]

A shallow grave,
Where I can keep it safe,
For hideaway, for just in case I need it.

My old friend,
It's time to say goodbye again.
No need to tell me where you've been,
I feel it.

[BRUNO]

Shallow graves for shallow hearts,
For pick-me-ups and fall-a-parts,
For promises that never started right…

Bruno pegou uma guitarra no canto do palco e começou a tocar.

[TIAGO]

Carolina, Carolina,
Tell me, how am I gonna get down from here?
You only ever just disappear,
But I can't let you go...

[TIAGO e BRUNO]

Carolina, Carolina
Tell me, am I getting the ending right?
I know I started it wrong, but I,
I think that it's as easy as 1, 2, 3,
Do you see what I do?

Truth or dare?
Yes, I double dare you.
You, you, me now, I think you got it right...

[BANDA]

There's no place like home
There's no place like home
There's no place like home
There's no place like home
There's no place like home

[BRUNO]

Oh, another day on the assembly line,
Everybody better march in time,
Cause the factory don't care why,
You been sayin', coulda, shoulda, woulda...

[TIAGO]

Oh, another day on the assembly line,
Everybody better march in time,
Cause the factory don't care why,
You been sayin', coulda, shoulda, woulda...

[TIAGO e BRUNO]

Oh, another day on the assembly line, (Banda: Toy soldiers, will you follow?)
Everybody better march in time, (Banda: Toy soldiers, will you follow?)
Cause the factory don't care why, (Banda: Toy soldiers, will you follow?)
You been sayin', coulda, shoulda, woulda... (Banda: Toy soldiers, will you follow?)

[TIAGO e BRUNO]

Toy soldiers, will you follow? (Banda: Oh, another day on the assembly line)
Toy soldiers, will you follow? (Banda: Everybody better march in time)
Toy soldiers, will you follow? (Banda: Cause the factory don't care why)
Ahhhh
Face the music when it's dire...

[TIAGO]

This is true love, ever after...
This is true love, ever after...

[BRUNO]

True love, ever after...
This is true, love ever after
This is true… love,

[TIAGO]

Ever after!!!

Once upon a time,
This place was beautiful and mine,
But now it's just a bottom line
(Banda: There's no…)
Yellow bricks,
And happily...
Ever after we,
Lived, the end...


– O que vamos fazer? – Tiago perguntou assim que a música acabou.


– Sábado! – ele respondeu – Depois das aulas extras nós vamos dar o troco. – e então sorriu.


–- --



Daniele caminhava sozinha pela sala do Coral. Os destroços tinham sido retirados, mas as paredes e o quadro branco continuavam pichados e as lâmpadas ainda não haviam sido trocadas. Ela caminhou até a janela da sala e ficou encarando as árvores do pátio externo que balançavam calmamente por causa do vento.


[DANIELE]

A chair is still a chair
Even when there's no one sitting there
But a chair is not a house
And a house is not a home
When there's no one there to hold you tight,
And no one there you can kiss good night.

A room is still a room
Even when there's nothing there but gloom;
But a room is not a house,
And a house is not a home
When the two of us are far apart
And one of us has a broken heart.

Now and then I call your name
And suddenly your face appears
But it's just a crazy game
When it ends it ends in tears.

Darling, have a heart,
Don't let one mistake keep us apart.
I'm not meant to live alone.
Turn this house into a home.
When I climb the stair and turn the key,
Oh, please be there still in love with me.


Aline bateu na porta da sala chamando a atenção da morena. Daniele girou os calcanhares e encarou a amiga.


– Está ai há muito tempo?

– Desde a metade da música.

A morena assentiu e caminhou até a janela onde começou a admirar a paisagem.

– Dani? – Aline perguntou se aproximando.

– Oi Aline? – a morena desviou os olhos da para amiga.

– Por que você me chamou aqui? – ela se escorou na parede ao lado da morena – Linda música, aliás.

A morena voltou a encarar a paisagem por alguns segundos, depois seu olhar percorreu a sala e por ultimo se prendeu na amiga. Respirou fundo antes de falar:

–O Tiago está certo.

– Como? – perguntou Aline surpresa.

– Ele está certo! – ela repetiu – Não podemos ficar paradas enquanto aquele time de brutamontes fica nos ridicularizando. – ela continuou a falar sob o olhar desconfiado da amiga – Normalmente eu não me importo, mas eles fizeram algo contra as regras e eu não vou deixar isso passar assim!

– Você só esta com raiva dele ter acabado com a sala do Coral né? – Aline perguntou. Um sorriso se formando.

– Isso também. – ela respondeu sem olhar para a outra – Eu preciso provar que os culpados da destruição da sala são os rapazes do time de futebol.

– O que vamos fazer?

– Algo... contra as regras. – ela falou com dificuldade e logo depois fechou os olhos com força como se arrependesse das palavras.

– Vais ser perigoso?

– Podem expulsar a gente se nos pegarem.

Aline sorriu e estendeu a mão.

– To dentro.

Daniele apertou a mão de Aline.

– Sábado à noite!

Aline assentiu.


–- --



Segunda-feira, final de aula. Manuella e Augusto acabavam de sair pela porta da escola, como não tinham nenhuma atividade no coral até que a sala fosse consertada e os culpados encontrados eles estavam indo para a casa da Latina de onde iriam para o shopping depois. Manuella falava alegremente sobre o final de semana para o garoto.


– ...E depois fomos numa festa no centro da cidade.

– Que bom que pelo menos o seu fim de semana foi bom. – ele falou sem animo.

Ela rolou os olhos.

– Relaxa, se não tivermos coral essa semana você pode ir lá em casa e nós vamos ao shopping de novo.

– A semana inteira? – ele perguntou.

– E qual o problema? – ela riu. Augusto sorriu e concordou.

Já estavam cruzando a rua quando alguém agarrou Augusto pelo braço e o jogou no chão.

– HEY! – Manuella gritou.

Roni puxou o garoto pela gola da farda e o imprensou contra a parede da escola.

– Foram vocês não foram? – o maior perguntou com fúria.

Augusto olhava assustado para o agressor e não conseguia formular uma frase. Manuella não sabia o que fazer, estava apavorada e sequer se mexia.

– RESPONDE! – berrou Roni.

– EU? – ele gritou assustado – Eu o que?

– Não se faz de desentendido viadinho! – ele levantou a mão e se preparando para socar Augusto – Vocês destruíram nosso equipamento! – berrou.

– Solta ele! – gritou Manuella.

Ela correu e segurou a mão do maior, mas ele a empurrou.

– Fica na tua ai!

Ele olhou novamente para Augusto.

– Ei colega.

Alguém cutucou o ombro de Roni e quando ele se virou para ver quem era levou um soco. O golpe foi tão forte que o desnorteou e ele caiu no chão sentado. Bruno já estava ao lado de Augusto e o ajudava a ficar em pé.

– Filho da... – começou Roni.

– Ei ei, controla a língua ai flor. – falou Bruno com raiva contida.

– Eu acho que quem tem que controlar alguma coisa aqui são vocês. Eu sei que foi o seu grupinho idiota que destruíram as nossas coisas

– Não fomos nós. – falou Tiago e só então ele percebeu a presença do moreno que estava ao lado de Manuella – Mas se tivesse sido seria apenas o troco pela destruição da nossa sala.

– Então vocês confessam.

– Não me ouvi confessando nada. – ele falou cínico – E você Bruno?

– Não ouvi nada também.

– Ora seus...

Ele avançou contra Tiago, mas o moreno girou o corpo e acertou seu peito com um chute. Roni foi para o chão novamente sem conseguir respirar.

– Acho melhor nem tentar de novo. – falou Tiago calmamente, mas era possível notar certo prazer em sua voz.

Nesse momento os amigos de Roni apareceram desesperados. Um deles já ia avançar em Tiago quando o maior impediu.

– Não! Não façam nada. – falou ele recuperando o fôlego – Vamos ver o director… tenho certeza que arrumar briga nas dependências da escola vai custar aos dois uma bela detenção. – ele sorriu vitorioso.

– Foi você que começou! – exclamou Manuella nervosa.

– Vamos ver em quem ele acredita, nos perdedores do Coral... – ele começou a rir e foi acompanhado pelos amigos – Ou no capitão do time de futebol, vencedor do campeonato interescolar e com dois hematomas como prova.

– Vamos ver. – desafiou Tiago.

– Vamos embora.

Roni e seus amigos foram embora.

– Você estão ok? – Bruno perguntou para Manuella e Augusto, os dois assentiram – Onde você aprendeu a lutar daquele jeito? – dessa vez ele perguntou para Tiago.

Ballet fortalece bem o nosso corpo sabe, fora as aulas de Karatê, Jiu Jitsu e Kung Fu que tive quando era criança. – o moreno respondeu displicente.

Bruno riu.

– Você acham que eles vão mesmo contar ao diretor? – perguntou Augusto, assustado com a possibilidade de ser suspenso ou expulso.

– Eles que arrumaram essa confusão. – falou Tiago dando de ombros. – De qualquer forma, vamos procurar o pessoal e ir atrás deles. – ele olhou para Bruno e suspirou – Isso tem que acabar agora!


–- --



Roni estava sentado em um sofá azul que ficava na recepção do escritório do Diretor, seus colegas de time estavam em pé ao seu lado. O garoto mantinha um sorriso vitorioso no rosto que não mudou mesmo quando os alunos do coral, exceto Raisse, Isabelle e Thais entraram na recepção, lotando a sala.


– O que vocês querem? – ele perguntou com sarcasmo, ele sabia que eles estavam ali para implorar.

Tiago fuzilou o garoto com os olhos e abriu a boca para falar, mas foi interrompido por Daniele:

– Que admitam que vocês são os responsáveis pela destruição da sala do Coral! – ela falou calmamente, mas parecia tão irritada quanto Tiago.

– Não fizemos nada. – o sorriso de Roni aumentou e ele se levantou – E se nos der licença temos que conversar com o diretor sobre dois delinquentes que me atacaram ontem na saída do colégio.

– Ou seja vai mentir novamente. – rosnou Tiago.

– Eu não faria isso se fosse você. – alertou Daniele.

O jogador já estava com a mão sobre a maçaneta da porta, mas se virou para encarar a morena.

– E por que?

– Por isso!

Ela puxou um CD de dentro da bolsa e o sacudiu entre os dedos para que o garoto pudesse ver.

– E o que é isso? – ele perguntou sem interessado.

– Isso. – ela soltou um riso de diversão que preocupou o rapaz – É um DVD com um filminho muito interessante... sobre os jogadores do time de futebol invadindo a escola à noite e destruindo uma das salas.

Ela olhou para Roni com um ar superior e o sorriso do rapaz desapareceu.

– I-impossivel. – ele soltou a mão da maçaneta e arregalou os olhos para a morena.

– Ah... é possível sim! Sabia que a escola tem câmeras de segurança em cada sala?

O sorriso de Daniele aumentou e não era a única que se mostrava feliz, Augusto ria sem pena do garoto enquanto Bruno esboçava um sorriso de escárnio.

– Me da isso aqui!

Ele avançou contra Daniele, mas Tiago e Bruno foram mais rápidos se colocando entre os dois.

– Nem adianta, eu tenho várias copias. – ela falou quando os outros jogadores ameaçaram ajudar o capitão, ela entregou o DVD para Tiago.

– Agora você vai ficar quietinho sobre o que aconteceu. – o moreno sorria vitorioso - E se tentar alguma coisa contra um de nós, ou destruir nossa sala novamente, esse vídeo – ele sacudiu o DVD próximo ao rosto do jogador, que apertava os punhos com raiva – Vai parar nas mãos da professora Yanne e do Diretor.

– Isso não...

– Vai ficar assim. – completou Daniele – Blá blá blá, já ouvimos esse papo antes.

Roni estava vermelho de raiva, saiu da sala a passos apressados e os outros jogadores foram atrás. A sala explodiu em palmas e risos.

– Isso foi demais Daniele! – exclamou Augusto enquanto abraçava a morena – Como? Como conseguiu esse vídeo?

– Bem...


Flash Back On



Daniele e Aline se esgueiravam pelo corredor da escola indo direto para a sala da segurança que ficava no ultimo andar. As duas estavam vestidas em roupas pretas e com gorros prendendo os cabelos.


– Enquanto você distrai o zelador eu entro e procuro alguma coisa nas filmagens desse final de semana. – Daniele sussurrou para amiga que acenou com a cabeça.

Mas ao dobrarem no corredor Daniele esbarrou com o bendito zelador e caiu no chão, o zelador, um homem com idade avançada, também caiu no chão e derrubou a vassoura e o balde que segurava. A água suja dentro do balde sujou todo o corredor.

– Ops! – Daniele se desesperou e tentou ajudar o senhor a levantar – Me desculpe senhor, por favor deixa eu te ajudar.

Enquanto a morena ajudava o homem a se levantar Aline agarrou a vassoura e bateu com força na cabeça do senhor que caiu desacordado.

– Você ta doida? – gritou Daniele, mas rapidamente tapou a própria boca - Eu disse para distrair ele!- ela continuou num sussurro – Não matar o velho!

Aline largou a vassoura no chão.

– Assim é mais rápido e eu vou poder entrar com você. E ele não esta morto!

– Mas quando ele acordar vai lembrar que você...

– Não vai nada!- cortou Aline – Ele é velho.

Daniele respirou fundo tentando se acalmar.

– Vamos logo então.

As duas entraram na sala da segurança do colégio e foram direto para um computador de ultima geração que estava em cima de uma escrivaninha. Daniele ligou o aparelho, tirou um pen drive do bolso, plugando-o no computador em seguida e começou a vasculhar os arquivos e pastas.

– Achou alguma coisa? – Aline perguntou enquanto vigiava a porta.

– Não, espera... aqui! São eles!

– E agora?

– Vou copiar esse arquivo para o meu pen drive! EITA!

Aline se sobressaltou com o repentino grito da amiga e esqueceu que tinha que vigiar e encarou a amiga assustada.

– O que foi?

– Tem um arquivo sobre o Coral também.

Ela demorou um pouco para processar as palavras da morena, mas logo seus olhos se arregalaram de surpresa.

– Copia ele! – falou animada – É sempre bom conhecer a história das coisas, você mesmo diz isso.

– Ta, volta para porta.

Enquanto Daniele copiava os arquivos Aline voltou a vigiar o corredor.

– Eu acho que o velhinho ta acordando Dani! – Aline avisou apreensiva – Temos que sair daqui... eu não quero ir pra cadeia.

– Você que bateu nele pra começo de conversa! Se tivesse seguido o plano original...

– Esquece isso. – Aline olhou para o velho estirado no corredor que parecia estar voltando a consciência – Eu acho que vou ter que apagar ele pra valer dessa vez.

A morena desconectou o pen drive e desligou o computador.

– Não, não vai! – Daniele empurrou a amiga para fora da sala e fechou a porta – Já terminei. Vem comigo.

A morena caminhou até o zelador e o ajudou a ficar em pé, acenou para que Aline se aproximasse.

– Meu senhor, o senhor esta bem? – Daniele perguntou com uma falsa preocupação.

– Ahn? O que? Quem são vocês?

– Somos… - a morena começou a falar, mas foi interrompida por Aline.

– Filhas! – Aline mentiu.

– É... filhas das faxineiras do colégio, viemos ajudar nossa mães! – Daniele confirmou a mentira – Elas nos mandaram esse andar e encontramos o senhor desmaiado.

– Desmaiado? Tem certeza? – o velho encarou as garotas desconfiado, depois se virou para pegar o balde, caído no chão – Eu não dormi direito essa noite, talvez seja o remédio pra memória que eu estou tomando ele me da sono as ve...

O velho caiu no chão desmaiado novamente.

– ALINE! – Daniele gritou com a amiga que segurava a vassoura do zelador nervosa – Por que fez isso?

– Sei lá! Pânico eu acho! – ela largou a vassoura – Será que eu matei ele?

Daniele se agachou próxima ao senhor para verificar.

– Não, me ajuda a colocar ele ai dentro e vamos embora. Ele provavelmente não vai se lembrar de nada.


Flash Back Off



– E depois de colocarmos ele dentro da sala fomos para casa. – Daniele terminou a história sob os olhares de espanto dos colegas.


– Eu não acredito nisso. – Augusto falou com certo entusiasmo e abriu um sorriso maroto.

– Vocês foram incríveis. – falou Manuella abraçando as duas – E contra as regras. – completou olhando para Daniele que corou.

– Quebrar as regras vale a pena quando é por uma boa causa. – falou a morena.

Enquanto todos discutiam alegremente sobre a vitória contra o time de futebol, Raisse, Thais e Isabelle entram no escritório.

– Uau, por que toda essa animação? – Raisse perguntou assim que entrou no local.

– Acabamos com qualquer tipo de ameaça sobre o Coral. – falou Tiago.

A garota se aproximou do namorado e o abraçou.

– Sério?! – ela olhou para o moreno – E como isso aconteceu?

– Ele já ia contar a história da invasão, mas Daniele o interrompeu:

– Inteligência. – ela respondeu.

Raisse olhou desconfiada para a morena, mas não questionou mais nada.

– Temos que comemorar então. – ela falou – O que acham de uma música pra animar o clima? Ainda temos o Auditório.

– Precisamos mesmo? – perguntou Daniele.

– É uma boa ideia. – concordou Tiago

O moreno sorriu e saiu da sala ainda abraçado à Raisse. Daniele lançou aos amigos um olhar suplicante, Aline riu e abraçou a morena lateralmente.

– Não tem jeito amiga, vamos ter que aguentar. – ela sussurrou para Dani.


–- --



Os integrantes do coral estavam sobre o palco do Auditório vestidos todos com camisas brancas, suas calças e sapatos pretos. Ao fundo a banda do colégio tocava.


[RAISSE]

You're not alone, together we stand
I'll be by your side, you know I'll take your hand

[TIAGO]

When it gets cold and it feels like the end
There's no place to go, you know I won't give in

[RAISSE e TIAGO]

No, I won't give in
Yeah yeah!

[CORAL]

Keep holding on

[RAISSE]

Cause you know we'll make it through, we'll make it through

[CORAL]

Just stay strong

[RAISSE]

Cause you know I'm here for you, I'm here for you

[RAISSE e TIAGO]

There's nothing you can say (Coral: Nothing you can say)
Nothing you can do (Coral : Nothing you can do)
There's no other way when it comes to the truth

[CORAL]

So keep holding on

[RAISSE e TIAGO]

Cause you know we'll make it through, we'll make it through

[RAISSE, TIAGO e DANIELE]

Hear me when I say, when I say, I believe
Nothing's gonna change, nothing's gonna change destiny
Whatever is meant to be will work out perfectly

[CORAL]

Yeah, yeah, yeah, yeah

Keep holding on

[RAISSE e DANIELE]

Cause you know we'll make it through, we'll make it through

Keep holding on

[RAISSE e TIAGO]

There's nothing you can say (Coral: Nothing you can say)
Nothing you can do (Coral: Nothing you can do)
There's no other way when it comes to the truth

[CORAL]

So keep holding on

[RAISSE e TIAGO]

Cause you know we'll make it through, we'll make it throughep holding on

[RAISSE e TIAGO]

Cause you know we'll make it through, we'll make it through


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Notas finais do capítulo

Até o proximo capitulo onde as coisas vão ficar um pouco emocionais... ou não.



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