Vampire Heart escrita por Nessan C


Capítulo 2
Capítulo 1




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         O bar estava relativamente cheio, com uma banda tocando covers do Bon Jovi. Até que não estava tão ruim... Poderia ser pior. Qualquer coisa poderia ser pior. O segredo pra quando uma pessoa não estiver se sentindo bem, é pensar positivo. Pelo menos isso sempre funcionara comigo. Fui pedir uma bebida qualquer e me sentar em algum lugar. As coisas pareciam sem importância para mim. Nem reparei no que eu pedi para beber... Nem reparei que sentei em um dos banquinhos em frente ao balcão.

         Mas reparei um homem anormalmente lindo a sorrir para mim de uma mesa distante. Engasguei com a porcaria que eu estava bebendo, e seu sorriso apenas se alargou ainda mais. E que sorriso encantador! Tão inocente... Tão maravilhoso... E ainda não era isso que mais chamava minha atenção nele: era seu olhar faminto pesando sobre mim, me atraindo até ele, chamando-me da maneira mais delicada e sutil para me devorar logo em seguida. Me devorar por inteiro.

         Virei a cara para ele. Eu acabara de terminar com meu namorado e não era certo sair trocando olhares com qualquer galã que me aparecesse.

         Na verdade, eu tinha todo o direito... E afinal, era hora de esquecer Ben de uma vez. Esquecê-lo no mesmo dia em que terminamos seria perfeito demais para ser real. Foram cinco anos de estupidez.

         “Nosso relacionamento não vai nos levar a lugar algum!” – E isso acabou sendo mais uma mentira. Esse relacionamento acabou me trazendo para esse bar.

         Continuei a beber seja lá o que for, quando percebi que aquele homem lindamente atraente não estava mais a me olhar, nem a sorrir para mim. Vasculhei o local, mas não pude encontrá-lo. Fui atingida por uma onda repentina de nervosismo e angústia. Talvez fosse o meu eu egoísta se perguntando o porquê de não ser mais o centro da atenção de alguém tão bonito quanto ele... Ou talvez fosse porque os poucos segundos que levei observando-o foram mágicos.

         A banda que fazia covers do Bon Jovi se retirou do palquinho, dando vez à outra banda que fazia covers do  Aerosmith.

         Eu ainda estava com aquela estranha sensação de angústia. Aquilo me sufocava. O que estava acontecendo comigo? Será que o meu sei lá o que de beber era na verdade um Boa Noite Cinderela? Será que a banda de covers do Bon Jovi era assim tão ruim que me deixou enjoada? Duvidava muito. Mas também não quis culpar o galã de antes. Achá-lo bonito era uma coisa, ter cisma era outra. Fui tentar dar mais uma golada na porcaria que eu estava bebendo, mas já havia acabado. Pelo cheiro identifiquei o que era: Martini de maçã.

         Continuei sentada a sentir todas as minhas emoções me afogarem simultaneamente, quando senti um leve toque em meu ombro esquerdo. O toque foi singelo, porém a concentração que eu vinha mantendo em meu íntimo fez com que eu pulasse de susto. Era aquele homem com o sorriso mais perfeito do mundo e com os olhos mais verdes, mais misteriosos e famintos que eu já havia visto. Era uma visão. Parte de mim se acalmou naquele instante e minha carência por atenção diminuiu. Ele estava ali para interagir comigo e somente comigo.

         Todos os sintomas de bem estar foram substituídos por nervosismo crônico. Ele era bonito demais para que eu ficasse tranqüila.

         -Oi... Ta tudo bem com você?

         Sua voz era... Não era simplesmente “uma” voz... Era A voz. Ele não falava como as pessoas normais... Ele cantava o que dizia de maneira hipnótica. Eu já estava hipnotizada.

         -Tudo bem com você?

         Ele repetiu a pergunta, acordando-me de todos os devaneios absurdos.

         -Ah... Estou bem sim... Estou apenas um pouco...

         Os olhos esmeralda me encarando, enquanto sorria animadamente. Aqueles olhos me convidavam a fazer uma visita íntima a seus lábios... Parei novamente com meus devaneios e lembrei-me de responder.

         -Apenas um pouco tonta. É... É isso.

         -A culpa é do Martini. Não devia ter bebido tanto.

         Concordei enquanto sua voz permanecia ocupada fazendo em mim uma lavagem cerebral.

         -Meu nome é Ville.

         Ville não era um nome americano. Ele tinha sotaque. Não era daqui. Não podia ser daqui. Os americanos, a exemplo de Ben, são idiotas.

         -Eu sou Jessica.

         -É um prazer conhecê-la, senhorita.

         Ele definitivamente não era americano. Era gentil e educado demais para isso. E me deixava sem graça em demasia.

         -Por favor, nunca mais faça isso.

         Seu olhar agora ficou curioso e isso era simplesmente adorável. E eu estava estragando tudo.

         -Por quê?

         -Eu... Quer dizer... Só me chame de Jess.

         -Deixei você sem graça? Desculpe-me.

         -Ta tudo bem.

         Ville voltou a sorrir. Um sorriso ainda mais lindo que todos os outros sorrisos anteriores. Aquilo me atingiu.

         -Você quer dançar comigo?

         Choque. Um trovão me acertou bem no meio da testa e morri naquele momento. Por um lado eu pareceria uma piranha por sair por aí dançando com o primeiro cara bonito que me apareceu. Só que ali, ao lado dele, eu não me importava com o que os outros pensariam ou deixariam de pensar. Eu não me importava com que minha própria mente poderia dizer sobre mim no futuro. Nunca senti tanta vontade de dançar Aerosmith na vida.

         -Claro, por que não?


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Notas finais do capítulo

Yep... Parei aí. Se alguém estiver interessado, né...



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