Something Like Love escrita por Boca de Netuno


Capítulo 6
capítulo seis.


Notas iniciais do capítulo

n/a: se vocês lêem, seria legal deixar um review, mesmo pra dizer que não gostou ;/



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   "O que você vai fazer esse sábado?" Patrick perguntou, enquanto eu o acompanhava pelos corredores da biblioteca, segurando vários livros que ele estava devolvendo às prateleiras certas.


   "Não sei. Nada, eu acho." respondi, confusa. "Por quê?"


   "Minha banda vai ensaiar na casa do vocalista. Você pode vir, se quiser" ele disse, meio nervoso e vermelho.


   "Não vai ser meio estranho se só eu for ver a banda?" perguntei, só para controlar minha ansiedade.


   "Não, não!" ele falou rápido, virando-se para mim. "Vai ter mais gente assistindo, nós sempre temos uma pequena platéia." ele riu. "Mas eu gostaria que você estivesse lá."  completou, voltando a ficar vermelho.


   Acho que jamais, em minha vida, eu tinha ficado tão animada e feliz. Tive que me segurar para não gritar. Era claro que eu iria ver a banda tocar. Eu nem sabia o nome dos outros integrantes, já que eles eram de fora do colégio. Só sabia que Patrick era o baterista.


   "Que horas?" perguntei simplesmente, fazendo-o sorrir de lado.  Depois do seu turno, ele me passou o endereço do garoto e disse para eu estar lá perto das cinco horas.


   Eu estava indo à biblioteca todos os dias após a aula, como voluntária (e usando isso como uma desculpa para passar mais tempo com ele) e, algumas vezes, ele me acompanhava até duas quadras antes da minha casa, onde ele tomava outro rumo.


   "Você já vai pra casa?" ele perguntou enquanto descíamos as escadas.


   "Acho que sim, não tenho mais nada o que fazer." dei de ombros, cansada. Juntamos as mochilas do chão e caminhamos sem a menor pressa. Tiff ia trabalhar até mais tarde, então não importava muito a hora que eu fosse embora.


   Ele assentiu e pôs as mãos atrás da cabeça, olhando para o céu, comprimindo os lábios.


   Ficamos calados por um instante, até que ele quebrou o silêncio tedioso.


   "Por que aquele seu amigo fica o tempo todo seguindo a gente de longe, ou nos observando?" ele perguntou, desconfiado, olhando para trás, vendo Seth sentado num banco, nos fitando atentamente, sem se dar ao luxo de ter o mínimo de discrição.


   "Hum, o Seth é legal, mas ele é bem estranho." eu disse, tentando enrolá-lo. Não dera muito certo. "Ele acha que tem alguma coisa entre nós." suspirei, admitindo o que eu queria que fosse verdade.


   Patrick riu, e eu não entendi completamente o por quê. Então, ele se virou para mim e perguntou "O que você disse pra ele e o que ele entendeu?" ele ainda ria de um modo relaxante, como eu nunca o havia visto fazer. Eu ri quando percebi o que ele queria dizer.

 

   "Só disse que você é legal e bonito, e agora ele já deve estar planejando meu vestido de noiva" lamentei a última parte, fechando os olhos e pressionando a mão na testa. Quando eu olhei novamente para o garoto, ele estava extremamente vermelho e evitava meu olhar.


   "Você mente" afirmou, tentando recuperar a cor normal.


   "Huh?" murmurei, confusa. "Sobre o quê?" franzi o cenho involuntariamente.


   "Nada, esqueça" disse ele, soltando os braços, deixando-os cair ao lado de seu corpo. Nada pior do que deixar uma garota curiosa, foi o que eu pensei na hora, mas sabia que o assunto viria à tona uma hora ou outra.




   "Por que você nunca falou de seus pais?" perguntei descaradamente, enquanto descíamos a rua principal de nosso bairro.

 

   "Eles se separaram quando eu tinha oito anos. Não é uma lembrança muito boa." ele disse, se esforçando para sorrir. "O nome dele é David, e ele só dá notícias sobre a vida de vez em quando."


   "Desculpe." murmurei, envergonhada. "A propósito, qual é o nome da sua mãe?"


   Ele congelou, estremecendo um pouco, com os olhos vidrados à nossa frente. Uma visão que eu havia considerado adorável.


   "É... Patricia." - ele disse naquele tom super  baixo, igual àquela primeira vez em que conversamos em público. "Mas qualquer pessoa que a conhece a chama de Pat." ele continuou num volume um pouco mais alto, ainda sem me encarar.


   "É por isso que você não gosta de ser chamado de Pat?" perguntei, divertida. Ele assentiu, parecendo nem respirar. "Mas Pat é tão bonitinho..." reclamei meigamente.


   "Vou pensar no seu caso" ele sorriu em minha direção, estreitando os olhos. Eu ri, sabendo que ele iria ceder logo.




   Acho que eu nunca tinha prestado atenção no fato de que eu nunca havia trocado número de telefone com um garoto que não fosse o Seth.  Foi bem estranho eu passar pelo número do Patrick na agenda do meu celular. Pensei várias vezes em ligar para ele, durante todo o tempo em que fiquei deitada olhando para o teto do meu quarto, mas acabei desistindo. Eu não saberia o que dizer, e, além do mais, eu odiava falar ao telefone.


   Seth finalmente havia desistido de tentar me persuadir a falar algo, afinal, ele sabia que eu falaria quando achasse necessário. Mas, de vez em quando, mandava indiretas em forma de mensagens de texto, como um teste.


   A semana passou relativamente rápida, mas empacou na sexta-feira à noite, quando eu contei sobre o ensaio da banda. Ele ficou muito mais animado do que eu, o que me assustou um pouco, devo confessar. Mas eu tinha certeza que se eu contasse sábado à noite, ele ficaria muito zangado por eu não ter confiado nele antes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas finais do capítulo

n/a: não sei o nome certo da mãe do Patrick, mas aqui vai ser Patricia



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