The Careerists Games escrita por BrunaBarenco


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Vocês ficam pedindo mais capítulos, aqui está. Mas vou avisando que a fic está acabando (tá, eu falo isso sempre, mas o fim da fic me deixa deprimida demais).
Obrigada pelos reviews, sério. Eu sei que são poucos, mas me deixam feliz e fazem valer mais a pena escrever.
O final começa aqui.



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O dia seguinte amanhece ainda mais frio do que todos os outros dias juntos. Apesar do frio, nós continuamos a subir sem dizer uma palavra. Imagino, mais uma vez, os idealizadores querendo nos apressar para sua emocionante final. Quais surpresas nos aguardariam? Mais bestantes? Armadilhas?

-Tem certeza que Grant ainda está vivo? Que só ele, e bem, nós estamos vivos?- pergunto

-Certeza, certeza... Não. Talvez a garota do 3... Mas no máximo tem cinco tributos na arena.- Dixie responde, dando de ombros

-Então o plano é esperar que eles matem uns aos outros e aí nós matamos uns aos outros?

-É, mais ou menos assim- responde Draco, virando sua lança e cortando uns galhos.

-Acho que estamos mais perto- digo antes que Draco resolva que já fui útil o suficiente e que está na hora de me matar.

Mais alguns minutos de caminhada e um grande portão enferrujado duplo barra o caminho. Á essa altura dos Jogos, as aulas foram canceladas, os empregos que não são de urgência (tipo médicos e tal) também e as pessoas estão grudadas as TVs e telões como se não houvesse amanhã. Para a maioria de nós dentro da arena não haverá mesmo.

Dixie tenta empurrar:

-Está trancado. Que idiota.

Draco tenta quebrar por uns cinco minutos seguidos, ficando frustrado o suficiente para socar o portão e espantar pássaros numa árvore próxima. Eu me aproximo, cautelosa:

-Vocês já pensaram- dou a volta nos dois- Que isso aqui- aponto para o cadeado- Deve ser um desses sistemas de segurança altamente avançados, as mais novas tecnologias do Distrito 3?

-Pare de falar como se fôssemos criancinhas- Draco diz- E então, rainha das facas sabe-tudo, como se abre isso aí para entrarmos?

Dou de ombros, rindo:

-Como é que eu vou saber? Se tivermos que passar de qualquer jeito, que seja por cima- começo a escalar os portões, e não é tão fácil quanto fiz parecer. Escalar portões, mesmo enferrujados, é bem mais fácil do que árvores, ainda mais desse modelo clássico. O difícil mesmo é lá em cima, na hora de virar para o outro lado e descer. Olho para baixo- Vocês não vêm?

Draco xinga e consigo ouvir o que diz para Dixie:

-Essa garotinha gosta de altura, não é?

Infelizmente, como eu previa descer não foi tão fácil. Escolhi um galho firme para me segurar e ir para o outro lado, mais minhas mãos já estavam fragilizadas demais depois de todos esses dias, e as duas estão sangrando.  A esquerda bem mais, acho que vou precisar enfaixa-la, mas continuo descendo. Isso é problema para outra hora.

-Eu me sinto ainda mais presa aqui do que na floresta. - reclamo, enquanto Dixie e Draco tentam refazer o meu (por que não?) bem sucedido caminho pulando o portão.

-Você tem dom para ladra- Draco retruca do outro lado, mal-humorado. Reviro os olhos, pensando que em breve estarei livre dele.

-Só porque não sou uma cabeça de bagre que se vira com uma arma na mão. Inteligência é outro nível.

Consigo ouvir uma discussão rápida entre ele e Dixie sobre me matar ou não, mas não me importo. Tenho que começar a planejar a morte dos dois, o quão confiável eu sou? Ah, sei o que está pensando, aí, sentado do outro lado. Seguro. O quão fria eu também sou. Cruel, egoísta, pense o que quiser de mim. Mas foi para isso que fui criada, para isso que fui doutrinada. Mas eu simplesmente tenho que voltar para casa.

Viro para o portão enquanto os meus aliados tributos do Distrito 2 ainda se esforçam para passar:

-Vou dar uma reconhecida no terreno, hum? Não se preocupem. Não é agora que eu sumo.

-O que houve com você?- Dixie grita visivelmente mal-humorada

-É só... Os Jogos, a arena. Estou aqui há muito tempo. Só estou estressada, tá?- minto e chuto algumas pedras. Nem é uma mentira tão grande assim, se parar para pensar.

Como é que eu vou matar quem não me deixou morrer? Seria mais fácil para eles dois. Dixie e Draco. Se eu tivesse morrido por causa do veneno das formigas assassinas. Aposto que ele pensou isso, e provavelmente Dixie não deixou. Eu fui um corpo inútil ocupando espaço por quatro dias, e ela de certa forma cuidou de mim. O método mais fácil de acabar com isso... Sim. Eles dois não deram a mínima para as seções de sobrevivência. Eu posso envenena-los. E vai parecer um grande acidente. Um grande mal entendido. Eu sei que se matar Dixie, de qualquer forma que seja me sentirei culpada pelo resto da vida, ainda mais culpada do que já me sinto por todos os, por que não admitir?, assassinatos cometidos na arena.

Seguro o impulso de subir uma das escadas em caracol até o alto da torre. Não tem absolutamente nada a não ser musgo, mato e alguns poucos móveis velhos e quebrados para “dar um clima”. Imagino quanto tempo gastaram montando essa arena.

“Bom trabalho, idealizadores” murmuro enquanto escalo uma pilha que um dia pode ter sido uma mesa de pedra bem grande. Estou com fome, cansada, com sede e ainda tenho que matar quatro.

Ainda tenho que matar quatro. As palavras parecem (e são) grandes absurdos em meio aos meus pensamentos. Embora seja a verdade, infelizmente.

Ouço os barulhentos Draco e Dixie reclamando enquanto chegam ao centro da ruína desse castelo, onde eu estou. Só então, ao desviar o olhar deles, percebo uma coisa estranha no céu.

-Parem! Vamos voltar ao portão- eu grito, passando correndo pelos dois, que ainda estão ofegantes da escalada.

-Eu avisei que essa garota era doida- Draco grita de volta, mas os dois me seguem.

-Vocês já vão entender- paro, também ofegante, em frente ao portão, olhando em volta desesperada.

Tento passar a mão pela abertura do portão. Não consigo. Oh não, isso está cada vez pior. Atiro uma faca para cima, deixando Draco e Dixie franzindo as sobrancelhas. A faca bate no campo de força e volta ao chão.

-Não- Dixie diz- Não. Isso não é um...

-Um campo de força- completa Draco, enquanto Dixie tenta desesperadamente passar a mão pela grade do portão e depois atirar uma flecha. Ela grita para o nada, soca o portão, tenta escalar de volta.

-Por que eles fizeram isso?- finalmente ela se conforma, apavorada.

Ergo os olhos e com uma voz sinistra, que parece nunca ter pertencido a mim, respondo:

-Porque a batalha final dos Jogos Vorazes está prestes a começar.


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Notas finais do capítulo

Ficou meio pequeno, mas eu recompenso nos próximos capítulos. Eu já avisei aqui, mas vai ficar difícil postar essa semana porque eu tenho provas até no sábado (28). E amanhã é de Física a matéria em que eu sou ruim.
Só para avisar, eu respondo TODOS os reviews, sei lá se vocês, leitores acham que eu não respondo...
DEIXEM REVIEWS, ME FAÇAM FELIZ E QUEM SABE ESSA FELICIDADE NÃO ME AJUDE NA PROVA DE FÍSICA? Tá, isso não tem nada a ver, mas DEIXEM REVIEWS!
Bruna