The Careerists Games escrita por BrunaBarenco


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Ainda infartando, chocada, com a recomendação que a lorrayne_f fez! "Escrita profissional?" Let me die. Sério, OBRIGADA, MUITO OBRIGADA, MUITÍSSIMO OBRIGADA e ainda não foi suficiente.
Depois do dramático/bombástico fim que teve o capítulo 12, vamos descobrir o que aconteceu... Pode ou não ser o que estão pensando...



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A pouca força que eu tinha foi usada para atirar a faca, mas Draco consegue se desviar com facilidade. O mundo treme mais uma vez e uma Dixie mais cansada e machucada do que antes corre para me segurar.

-Ei! Calma aí, Rainha das Facas- ri Draco, ainda longe.

Dixie, do meu lado, faz uma cara feia para ele:

-Pare com isso. Diana, senta aqui, vamos conversar. Como você saiu da barraca?

Sentar melhora tudo e já posso enxergar novamente. Draco chega mais perto e limpa sua lança tranquilamente. Percebo uma tala no meu pulso e band-aids coloridos no meu pé descalço. Minhas botas, agora vejo, estão num canto.

-O que aconteceu? Onde está... Todo mundo? Desde quando nós temos curativos coloridos assim?

Dixie sorri melancolicamente:

-Uma coisa de cada vez. O que aconteceu? Acho que foi veneno. Leyla estava morta, e você estava surtando. Tinha umas formigas estranhas também, mas elas foram embora rápido. Leyla estava... bem, horrível. Parecia...

-Comida? É, foi veneno- assinto, mas isso me deixa tonta.

-Enfim. Encontramos você caída, desmaiada. Mandaram algum remédio, algo como uma injeção que demos para você. E então permaneceu assim, desmaiada, durante algumas horas e então começou a surtar de verdade. Não dizia coisa com coisa e começou a se machucar com as facas. Por isso a tala no pulso- diz ela- E então mandaram outro paraquedas, com esses comprimidos. Estávamos dando um por dia. E também mandaram curativos coloridos.

-Por dia?-pergunto.

-É... Bem, você ficou, hum, doente por três dias inteiros. Acordou hoje. O quarto dia.

-Isso é impossível- respondo- Não, é impossível. Por quatro dias? Não é engraçado, Dixie. Não podem ter sido quatro dias... Podem?

Ela sorri de novo:

-Eu sei que deve ser difícil, mas foram quatro dias. Mas você voltou!- Dixie me abraça- Ah, por momento achei que tivesse morrido.

Eu consigo sorrir:

-Eu também.

-Enfim. Temos mais uma dose de remédio, e eu acho que deve curar de vez qualquer dano que esse veneno possa ter causado.

Draco termina de limpar a lança:

-Bem vinda à vida real. - ele me estende uma maçã, o que me lembrou do dia em que disse que confiava em mim.

-Obrigada.

Dixie começa a cuidar dos seus ferimentos e dos de Draco. Só então me lembro dos tiros de pouco tempo atrás.

-O que foram esses tiros?

-Mortes- responde Draco. Eu o encaro- Tudo bem. Formaram uma aliança. Alguns distritos aí. 5, 7 e aquele garoto do seu Distrito. Acho que estavam tentando nos atacar. Matamos dois deles, e só o seu companheiro tributo sobreviveu. Agora a arena se resume a nós... e ele. Talvez uma garotinha também, não sabemos.

-Então... Ella e Pete? Eles...

-Morreram. Muita coisa aconteceu. Foram sair para caçar alguém, e acabaram morrendo. Imagino que o pessoal dessa aliança que planejava nos atacar tenha os matado. - responde Draco, se contorcendo de dor quando Dixie tenta limpar um grande ferimento que ele tem na perna.

-É muita coisa para processar- eu digo- Acho que vou entrar na barraca. Preciso pensar um pouco.

-Claro- responde Dixie- Leve o tempo que precisar, mas acho que seria melhor começarmos a subir em direção ás ruínas hoje. De dia. Não deu nem meio-dia ainda. Temos tempo.

-Tudo bem, não vou demorar muito.

Sento-me na barraca. Quatro dias desacordada, quatro dias sendo cuidada por uma pessoa que em conhece a tão pouco tempo. Como posso matar alguém que fez isso por mim? Como posso ser tão fria em pensar assim? Eu devo demais á Dixie. Eu devo a ela a minha vida. Pela primeira vez, eu penso que morrer poderia ter sido o caminho mais fácil. Tudo ia acabar. Minha família é forte, eles conseguiriam se recuperar.

Afasto isso, mas sei que seria mais fácil para mim, embora egoísta. Afinal de contas, eu sou egoísta, certo? Desde sempre. Fui e sempre serei incapaz de pensar em alguém mais do que eu penso em mim mesma. Por que negar? Eu sou uma carreirista. Posso muito bem deixar de lado qualquer emoção humana se quiser. Fui muito bem treinada para isso na PACE, mas essa não seria eu. De um jeito ou de outro, eu só posso esperar que Grant a mate.

Saio da barraca:

-Podemos ir, então.

Desmontar o acampamento, dividir suprimentos e escolher armas dá uma estranha sensação de conclusão. Eu não me sinto mais tão tonta, e depois da última dose amanhã serei como nova, eu espero.

Subir novamente a montanha com a floresta de pinheiros em volta me aterroriza e intimida como na última. Na última vez. Quando fomos atacados por aquelas panteras. Por mais que eu tente, só consigo ver armadilhas por todo lugar.

Por algum motivo, nada mais de conversas. Acredito que Draco e Dixie também sentiam que isso era como uma conclusão. Estávamos caminhando para as ruínas, um lugar que nos deu medo desde o início, e de certa forma sabíamos que seria onde a emocionante final dos 73º Jogos Vorazes.

Dois de nós caminham para a morte, penso. Eu sei que deveria ser mais forte, mas essa floresta me faz sentir presa. Presa na arena, que irônico.

À tarde silenciosa passa rápido, e a noite já chegou quando finalmente encontramos uma clareira decente para acampar.

-Não sei se consigo dormir aqui- digo, tentando encontrar uma brecha para que possa ver o céu.

Draco joga um dos sacos de dormir em mim:

-Por que não?

Tiro o saco de dormir de cima de mim:

-Eu não sei. Não me sinto... Bem aqui. Não consigo explicar. É estranho. Como se eu estivesse presa.

-De certo modo nós estamos.- ele responde, colocando o seu saco de dormir ao lado de Dixie, que já está deitada e diz, sonolenta:

-Não fale assim.

-Eu queria que aqui fosse como as árvores lá de baixo. Perto da cachoeira, onde podíamos subir.

Dixie ri:

-Você podia subir. Nós simplesmente quase caíamos.

Dou de ombros:

-Tem que ter alguma vantagem em ser baixinha. Vão dormir. Eu faço a primeira guarda.

-Sozinha?- ela pergunta, mas não sou eu que respondo:

-Acho que ela consegue, Dixie.

Faço que sim e murmuro um obrigado silencioso a Draco. Ele sorri e dorme também.

Volto a mesma tecla da barraca. Não quero que eles morram. Não quero que mais ninguém morra. Eu quero escapar daqui, quero que as mortes parem para sempre. Mas sei que não vão parar, e é por isso que incomoda.

Fico num estado de transe, entre o sono e a realidade, tentando escapar da arena, tentando voltar para casa.

Quando volta a mim Dixie está me sacudindo, mais ou menos como minha mãe me acorda nas manhãs preguiçosas.

-Vai dormir. Eu monto guarda.

-Não quero dormir.- respondo, mal-humorada como uma criança pequena.

-Um vitorioso tem que estar descansado, não é?

Suspiro.

-Eu não quero dormir mesmo.

Ela ainda não desistiu:

-Só um pouco. Não se preocupe. Eu vou ficar de guarda agora.- continuo encarando Dixie- Se acontecer alguma coisa eu te acordo. Prometo.

Desisto. Estou cansada, e amanhã será um longo e emocionante dia, posso sentir isso.

-Tudo bem. E obrigada.

Ela sorri:

-Obrigada por que?

-Por não me deixar morrer por causa do veneno. Se vocês não tivessem... sabe, cuidado de mim.

-Amigos são para essas coisas- Amigos. Amigos. Eu quero morrer. De alguma forma, sei que nos tornamos amigas, mesmo que por pouco tempo.

-É. Amigos são para essas coisas- entro no meu saco de dormir e durmo em menos de um minuto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Só para avisar que essa semana vai ficar mais difícil postar, é semana de provas... Mas eu prometo que amanhã ou terça tem outro capítulo!
Antes de acabar as notas finais, se eu escrevesse um fic de Percy Jackson (da Reyna, na verdade), alguém leria? Tipo, é uma personagem nova, do "Filho de Netuno", que eu já li em inglês.
DEIXEM REVIEWS? O MINISTÉRIO DA SAÚDE RECOMENDA FAZER O BEM DEIXANDO UM REVIEW NESSA E EM QUALQUER FIC QUE VOCÊ LER! Faça uma autora feliz.
Bruna