“ –Amo-te, mas agora é melhor irmos indo. Antes que eu desate a chorar.”

– Claro, tens razão.

Ambos desceram. Hermione tinha o braço entrelaçado com o de Draco e seguravam cuidadosamente as mãos.

Eram oito horas, estava na hora dos campeões do torneio abrirem o baile com a sua dança. Draco com Hermione, Harry com Parvati, Fleur Delacour e Rogério Davies, Cedrico Diggory e Cho Chang e Vítor Krum e a irritante da Lilá Brown.

Depois de estarem todos sentados no salão, a Professora Minerva mandou os campeões e os seus pares formarem um cortejo, de dois em dois, e a seguiram. Os garotos obedeceram e todos no salão aplaudiram, quando eles entraram e se dirigiram a uma grande mesa redonda no fundo do salão, onde estavam sentados os juízes. As paredes do salão estavam cobertas de gelo prateado e cintilante, com centenas de guirlandas de visco e azevinho cruzando o tecto escuro salpicado de estrelas.

As mesas das Casas haviam desaparecido; em lugar delas havia umas cem mesinhas iluminadas com lanternas, que acomodavam, cada uma, doze pessoas.

Ao chegarem ao grande salão ambos ficaram abismados. O lugar, que anteriormente parecia demasiado rústico, apesar de esplêndido, estava agora mais belo do que nunca.

– Draco?

– Sim?

– Diz – me, acaso não morri e fui parar ao paraíso?

– Não, mas isto está mesmo uau! Bem, uau!

– Sim, tiraste – me as palavras da boa! Uau!

Na opinião da morena, o salão aparentava estar preparado para acolher o próprio rei do inverno. Parecia que o próprio Bóreas havia começado a soprar com mais força nessa altura. Ah, e como admirava e amava o inverno. Gelo, neve e frio! Frio acima de tudo o resto!

Dumbledore sorriu feliz quando os campeões se aproximaram da mesa principal. Karkaroff tinha uma expressão incomodada. Ludo Bagman, esta noite de vestes roxo-berrante, com grandes estrelas amarelas, batia palmas com tanto entusiasmo quanto qualquer estudante; e Madame Maxime, que trocara o uniforme costumeiro de cetim negro por um vestido rodado de seda lilás, aplaudia – os educadamente. O Sr. Crouch não estava presente e a quinta cadeira à mesa estava ocupada por Percy Weasley.

Todos se sentaram e começaram a comer. Krum falava de Durmstrang com Lilá que parecia muito concentrada em enrolar o cabelo e soltar uma gargalhada estridente de vez em quando. Fleur reclamava, coisa que, aliás, tinha feito desde que chegara enquanto Roger a admirava parecendo nem escutar uma única palavra. Harry olhava para tudo enquanto Parvati apenas parecia espetar o garfo na comida, aborrecida. Draco e Hermione conversavam animadamente sobre assuntos banais como quem seria o primeiro a esbofetear Rita Skeeter ou qual seria a próxima música.

Mais tarde,quando Malfoy tinha ido falar com Teodoro Nott, que apesar de ser um pouco mais novo que ele, era extremamente inteligente e de sangue – puro, Jorge apareceu com algo muito parecido a tortinhas de geleia.

– A menina aceitaria? – Ele ofereceu.

– Não obrigado. – Recusou desconfiada.

Nessas férias, Fred e Jorge tinham feito grande sucesso com os seus Cremes de Canário e, nos primeiros dois dias de férias, as pessoas não paravam de explodir em penas por todo o lado. Não tardou muito, porém, todos os alunos aprenderam a olhar a comida que outras pessoas ofereciam com extrema cautela, para a eventualidade de ter Creme de Canário escondido no meio.

Ele sentou – se ao lado dela com uma cara de “pessoa extremamente entediada” e pôs duas tortinhas para a boca.

– Ninguém parece gostar delas. Porquê?

– Talvez por causa da história do creme de canário.

– Isso? Mas está mais do que ultrapassado! Eu e o Fred estamos trabalhando em outra invenção. Além disso já ninguém ia cair!

Ela riu, adorava quando ele fazia aquela cara que era, ao mesmo tempo, de um menino ingénuo a quem aparentava terem tirado a bola e a de um menino traquina que tinha furado a bola e tentava descobrir uma forma de convencer a mãe de que lha tinham roubado.

Esticou a mão e tirou uma das tortinhas que ele encaminhava para a boca. Depois saboreou – a e sorriu:

– Óptimas!

– Claro que estão!

Nesse momento passou Ron com Hermione. Ela estava linda, mas o traje de Ron deixava um pouco a desejar.

– Então Roniquinho, vais a alguma festa de chá? – Jorge gozou enquanto Ron lhe deu um sorriso amarelo.

– Não sejas parvo! Deixa – o em paz!

– Não sei não! Mas mudando de assunto, achas que estás preparada para os desafios?

– Devo estar tudo menos isso, mas agradeço a alma caridosa que propôs apenas começar após o baile! Seria uma pena fazer o baile no meio!

– Sim, suponho que tenhas razão nisso. Mas isso não impediu aquela maldita repórter de nos andar já a torturar.