"Bom, eu acabei por me afundar nesses olhos azuis entorpecentes, e foi inevitável não me apaixonar. Ele não sabe, mas me faz feliz apenas com um olhar..."

Sara recordava uma das últimas frases que escrevia em seu diário. Era domingo, fazia muito frio e ninguém estava com ela. Podia estar acostumada. Mas não. Talvez aquele diário fosse seu único amigo á quem podia contar seus segredos. Segredo esse, que ela tentava á todo custo esconder, mas seu olhar não negava.

Quando o via, seu coração disparava. Ás vezes queria ter o poder de ler pensamentos para saber o que ele estava pensando. Será que pensava nela? Será que tinha desejos tanto quanto ela tinha? Afinal... Grissom a amava?

São muitas perguntas sem ao menos uma resposta. Como ele poderia ser tão confuso? Tão complicado? Se ele imaginasse o quanto ela o amava, o quanto ela desejaria estar com ele agora... No calor dos seus braços.

Olhando para Sara você a define como: Autodestrutiva, emotiva, incompreensível (ás vezes)... Mas nunca percebe o quanto ela é apaixonada por Grissom. Porque ela esconde? Porque ele não demonstra o mesmo interesse.

Tudo bem que, ela nem sabia dos sentimentos dele, mas... De uma coisa estava certa: Viveria para que ele sinta sua falta, e não para que sua presença seja notada. Queria tanto que um dia ele chegasse do trabalho e ela esteja em casa esperando por ele, para tomarem um banho relaxado e se amarem como nunca...

Seu telefone está tocando. Agora.

– Sidle.

– Sara? É o Grissom.

Respiração ofegante. Coração com batidas descompassadas. Mãos trêmulas. Um salto e ficou em pé na sua sala. Com a televisão agora no mudo. Era ele.

– Oi Griss.

– Você está em casa?

Grissom estava nervoso. Não sabia se isso podia acarretar na sua carreira que demorou anos para conseguir, e nem queria saber se isso queimará seu filme na imprensa quando descobrirem. Só queria saber dela, de estar com ela.

– Yeah. Estou sim. O que houve?

– Por favor, Sara... Abra a porta pra mim! – Sua respiração era estranha.

– Claro.

Sara jogou o telefone no sofá e correu até a porta. Abriu e foi surpreendida fortemente por um homem com uma expressão sólida de que estava nervoso, e que... Nada mais, nada menos entrou em sua casa a beijando descontroladamente.

Grissom precisava daquele beijo como todos nós precisamos de ar para respirar. Do mesmo modo que temos que matar nossa sede. E Sara não resistiu. As mãos fortes a apertando, a língua fazendo um trajeto que a estava delirando, o corpo quente encostando-se ao seu. Um fogo indecifrável causando um incêndio de sentimentos entre eles que seria impossível de ser apagado.

– Hey! – Sara disse enquanto tentava respirar.

– Desculpa entrar assim e...

Grissom tentou se explicar, mas Sara já havia tomado sua boca novamente e o empurrado para dentro de sua casa. Com um chute fechou a porta e o encostou-se a ela, aprofundando aquele beijo, com suas bocas trêmulas e ferventes. Ambos nunca haviam sentido uma necessidade como essa, foi algo desesperador.

De repente, Grissom trocou a posição e fez Sara encostar-se a porta e assim manter o controle daquele beijo. Um único beijo que, conseqüentemente, estava dando o ponto de partida para um romance secreto e muito poderoso.

Pararam o beijo, respirando pausadamente.

– Estava pensando em você nesse momento, Gil. – Disse Sara sorrindo e deixando encostar seus lábios nos dele.

– Não sei especificar o momento que não penso em você. Nem na hora de dormir você me dá sossego. – Disse também sorrindo em meio aos lábios. Sara riu.

– Você está cheiroso... – Sara beijou o pescoço dele e aspirou o perfume avassalador que Grissom emanava. – Eu te amo, Griss.

Grissom queria dizer todas as palavras lindas para ela, queria dizer o quanto a amava, o quanto a desejava, e que ela era a mulher mais importante pra ele. Mas nada saia, simplesmente evaporavam de sua mente, travavam em sua garganta.

Só que Sara o conhece.

Ela sabe, meticulosamente, todos os seus defeitos, todas as suas dificuldades, todas as suas qualidades, e tinha em sua mente um tipo de manual de instruções que dizia como lidar com Grissom. Aos poucos ele iria descobrir isso dela... Ela sempre o amou com os olhos, com o coração... Sem ele perceber.

– Não precisa falar nada. – Disse acariciando sua barba. – Porque um beijo fala mais que mil palavras.

– Então me deixe te beijar mais até que termine o livro que quero te dizer. – Disse sorrindo e a segurando pela nuca.

– Com prazer... Pode começar.

Dito isso, começaram a se beijar e nesses beijos, diziam e sussurravam as maiores promessas de amor, e tudo que queriam viver daqui pra frente. E queriam somente ser felizes.

Tudo pode mudar. Basta seu coração não suportar mais e explodir a vontade de querer amar.

*Fim*