Curioso e intrigado eram as palavras que poderiam ser usadas para descrever como Tom Riddle se sentia naquele exato momento. Naquela mesma noite ele havia tudo uma reunião com seus comensais da morte para discutir sobre os possíveis novos aliados em seu circulo e ele ficou completamente chocado ao descobrir que dos oito novos convocados para a entrada em seu circulo intimo, apenas um recusou.

               Hermione Macciocca.

               Era a mesma menina que ele havia tortura em sua propia casa durante cinco horas e que de alguma forma milagrosa, havia conseguido sobreviver. Ela e suas irmãs. Mas no momento apenas ela vinha a sua cabeça.              

               Como ela tinha ousado em recusar um convite tão glorioso como esse? Ela certamente iria sofrer o mesmo destino de seus pais por terem recusado Lord Voldemort. Ela e quem mais ousasse recusá-lo.

               Ele se sentia intrigado porque Bartô Crouch Jr. deu-lhe a memória da recusa da menina e ele ficou transtornado em saber que ela de alguma forma sob a influencia da maldição Cruciatos havia de alguma forma, conseguido empurrar Bellatrix e Bartô contra a parede, e sem varinha mágica.

               Quem era ela? Porque do que ele se lembrava, Hermione Macciocca era apenas uma menina com notas medias estudante de uma boa escola mágica da Italia e que havia gritado, e praticamente implorado para que ele parasse de tortura-la a três meses atrás. A Hermione Macciocca que ele havia visto na memória de sua mais nova adição a sua causa era uma garota completamente diferente. Sim, elas eram as mesmas, mas ao mesmo tempo não eram. Essa Hermione Macciocca possuía uma coragem e determinação tão grande que faria qualquer Grifinório sentir vergonha. Essa Hermione Macciocca possuía uma aura que ele conseguia sentir até na memória.

               Alguma coisa havia acontecido. E algo o dizia que essa coisa que havia acontecido estava diretamente ligada ao pandemônio que surgiu no Departamento de mistérios. Porque ele sabia que as trigêmeas Macciocca haviam morrido naquele dia, ele tinha sentido.

               A grande pergunta presente em sua mente era : Qual a relação entre o pandemônio no Departamento de mistérios e as trigêmeas Macciocca?

~

               Bellatrix e Bartô nunca mais a incomodaram. Lógico, até ela estava com medo dela mesma. Como ela havia conseguido empurrar os dois futuros comensais da morte sob a parede quando ela ainda estava sob influência da maldição Cruciatos? Será que o fato dela ter feito um tipo de magia sem varinha tinha relação com ela ser herdeira de três grandes bruxos? Era provável. Porque não havia outra explicação do porquê ela ter conseguido a habilidade da magia sem varinha e de prever o futuro.

               Céus! Saber que videntes realmente existem ainda a chocava toda vez que ela pensava no assunto.

               Alguns dias se passaram desde a ameaça de Bellatrix, e tudo estava ocorrendo perfeitamente bem. Mas com a sua sorte não duraria muito tempo.

               Oh, como ela estava certa.

~

               - Hermione? – Sussurrou Sirius em seu ouvido no meio da aula de história da magia.

               - O que? – Respondeu sem olhá-lo diretamente nos olhos, já que ela estava ocupada tomando notas sobre o que o professor Bins dizia (Não que ela precisasse, é claro).

               - Hermione? Por favor, dá pra você olhar pra mim? – Ela bufou, mas olhou.

               - O que? – Perguntou exasperada.

               - Você está com raiva de mim? – Sussurrou perguntando.

               - Não. – Respondeu rapidamente e depois voltou a tomar notas.

               - Então porque você não me olha nos olhos?

               - Eu estou olhando nos seus olhos Sirius Black. – Respondeu dessa vez realmente olhando-o nos olhos. Seus lindos olhos cinza.

               - Bom... – Cochichou também a olhando nos olhos. Os dois se fitaram por alguns segundos que na verdade pareceram horas, até que Hermione saiu de seu transe, com medo de que ela fizesse algo mais tarde ela com certeza se arrependeria.

               - O que você quer Sirius? – Perguntou com a voz meio rouca. A tensão entre eles era plausível.

               - Hã? – Ainda fitando-a, seus olhos, Hermione percebeu, derivaram de seus olhos, lábios e o decote de sua blusa. Ela se moveu desconfortavelmente.

               - O que você quer Sirius. Você me chamou para dizer algo lembra? – Perguntou alarmada, quando o viu lambendo os lábios de excitação.

               - Ah sim – Lembrou-se – Bem, er... Esse fim de semana é fim de semana em Hogsmeade, e bem, eu queria saber se você gostaria de me acompanhar até lá.

               - Sirius... – Disse já pensando em nega-lo.              

               - Vamos lá Mione. Pontas, Aluado e Rabicho também irão. Será muito legal, e você nem conhece meus melhores amigos direito. Você só anda com Reg – Sussurrou seu nome – e Snivillus.

               - Sirius! Não o chame assim, Severo é uma pessoa muito boa.

               - Ah sim, eu tenho certeza. – Comentou sarcasticamente. Era verdade. Severus Snape era o melhor amigo de Régulos, então como ela andava com Régulos que era uma das únicas pessoas da Sonserina que eram sociáveis, ela teria também que andar com Snape. E o que ela poderia dizer? Ela tinha gostado do jeito sarcástico de viver do modo adolescente do seu professor de poções do futuro.

               - Se você continuar a insultar Severus eu não irei com vocês e seus amigos à Hogsmeade.

               - Então se eu parar de insultá-lo, então você vai?

               - Talvez.

               - Hermione...

               - Sirius... – Sorriu. E ele obviamente sorriu e volta. – Ok Sirius, eu vou com vocês e seus amigos a Hogsmeade.

               - Você é um máximo, principessa! – Sussurrou em seu ouvido com a voz rouca, e pela segunda vez naquele dia seus olhos se encontraram por alguns segundos. Seus olhares ficaram presos uns nos outros e quando Hermione que eles iriam se beijar em plena aula de história da mágica, o sinal tocou, dando termino a aula.

               - Vejo você mais tarde Sirius. – Disse ela se levantando, dando-lhe um beijo na bochecha e depois saindo da sala, sem lhe dar tempo para formular uma despedida.

~

               Ela realmente o viu mais tarde naquele dia. Ela estava andando com Severo pelos corredores para ir para a biblioteca quando Sirius, James, Remus e Pettigrew – Nota: chama-lo de Petter eventualmente. Pensou.

               - Mione!- Gritou Sirius assim que a avistou. Severo bufou e sussurrou um rápido “vejo você depois” e se virou para a direção oposta dos marotos e foi embora. – Eu não disse nada para ele ir embora. – Disse Sirius levantando seus braços em sinal de paz.

               - Eu sei Sirius. – Sorriu para ele, e ele sorriu para ela em resposta, como sempre – Oi gente – disse se dirigindo para o resto dos marotos (não para Pettigrew, mas ele obviamente pensou que a saudação era para ele também).

               - Hermione – Cumprimentaram eles em uníssono com uma aceno de cabeça.

               - Onde você estava indo, Mione? – Questionou Sirius, mas então ele a interrompeu antes que ela tivesse a chance de responder. – Oh não, deixe-me adivinhar, a biblioteca – Sorriu, recebendo um sorriso dela em confirmação.

               - Eca! A biblioteca! – Grunhiu Pettigrew.

               - Eu gosto da biblioteca. Você deveria ir lá mais vezes, você sabe. – Respondeu ela sarcasticamente insinuando sua falta de inteligência. Sirius limpou a garganta.

               - Er... Você quer nos acompanhar a cozinha Mione? – Perguntou o mais velho dos irmãos Black.

               - Ah... – Ela começou a recusar, mas então ela o olhou nos olhos e não conseguiu negar seu pedido – Ok. – Ele sorriu e agarrou sua mão levando-a para a cozinha. Em suas costas ela ouviu James rindo e assobiando.

               Fingindo que ela não sabia onde era a cozinha, ela seguiu os marotos por todo o caminho e às vezes conversando com Remus. Seu professor do futuro era realmente uma graça. Ele era um típico menino inteligente, porém bonito que era muito tímido perto de meninas bonitas, mas aos poucos com quanto mais ele conhecia a menina, mais ele se soltava. Olhando para o seu rosto com poucas cicatrizes ela lembrou que uma vez por mês esse jovem e inocente adolescente passava um terror que ela quase não desejava a ninguém – A não ser Voldemort e seus comensais da morte – E seguindo essa mesma linha de pensamento, ela lembrou que mais tarde ela precisaria conversar com Luna a respeito de uma fabricação da poção Wolfevane.

               Olhando para a sua esquerda ela viu James Potter tendo uma calorosa discussão com Sirius. As pessoas tendiam a dizer que Harry se parecia muito com seu pai, mas elas estavam parcialmente erradas. Sim, os dois eram semelhantes fisicamente com seus cabelos desgrenhados, seus óculos em volta de seus olhos, seu queixo definido, suas covinhas em ambas as bochechas e seus músculos definidos por causa de anos de quadribol, porém enquanto James Potter era extrovertido, alegre e possuía um ar de inocência que ele provavelmente nem sabia que possuía, Harry era mais tímido e tinha a preocupação em saber que a qualquer minuto ele ou aqueles que ele amava poderiam morrer nas mãos de um monstro que tentara matar ele quando criança. Sim, os dois eram bem parecidos mais muito diferentes ao mesmo tempo.

               Dentre os quatro meninos que a acompanhava até a cozinha, o que mais a intrigava era Petter Pettigrew. Olhando para ele, ela não conseguia saber como aquele menino tímido, porém alegre conseguiria trair seus amigos em um futuro próximo. Ela não sabia o que o tinha feito mudar de lado durante a guerra, mas agora, que ela via que ele não era nada mais que um adolescente assustado que procurava aceitação entre seu grupo de amigos, ela descobriu, não, ela sabia no fundo de seu coração que ela iria impedir que Petter Pettigrew se tornasse o que ele iria se tornar no futuro caso ela, Gina e Luna não tivesse voltando no tempo. Agora dependendo dela, até Petter Pettigrew teria uma chance de viver corretamente. Ela estava dando a ele naquele exato momento uma chance.

               Durante seu lanche com os marotos na cozinha ela viu que ela se sentia ligada a esse grupo em particular, porque com eles ela conseguia se sentir uma adolescente de novo. Com eles ela conseguia rir, conversar, e debater livremente. Com eles ela se sentia feliz.

               - Então James – Começou ela enquanto tomava um gole de chocolate quente – Sirius me contou que você gosta de uma menina chamada Lily Evans. – Durante seu tempo em Hogwarts ela tinha visto Lilian Evans no corredor, mas toda vez que ela chegava perto da Grifinória, ela ou estava com muitas pessoas a sua volta, ou ela simplesmente desaparecia. Então ela realmente não tinha conhecido a mãe do seu melhor amigo ainda. Depois de sua declaração, James corou um gracioso tom de rosa.

               - Oh, pontas está corando! – Riu Sirius, fazendo James corar ainda mais.

               - Cala boca almofadinhas! – Grunhiu – E sim Hermione, eu meio que gosto de uma menina chamada Lily Evans.

               - Ué – Começou Petti... Petter. – Eu pensei que você tinha dito que amava ela Pontas. – Sirius e Remus riram.

               - Rabicho! – Gritou James, fazendo toda a mesa rir. – Bem, eu amo ela. – Ele confessou olhando para Hermione – Mas ela me odeia. Quando eu chego perto dela ela simplesmente dá meia volta e vai embora! Ela me odeia! – Disse ele exasperado, enterrando seu rosto em ambas as mãos.

               - James – Sussurrou Hermione, colocando sua mão direita em seu ombro com um aperto reconfortante – Se Lilian Evans não amá-lo então ela é uma idiota, porque você é um ótimo bruxo. Você é bonito, carismático, legal e pelo que eu ouvi por aí, ótimo em transfiguração. Lilian Evans é uma estúpida por não se apaixonar por você até agora. – Sorriu.

               - Obrigada – Disse ele em meio a um sussurro.

               - Uou, Principessa, eu vou acabar ficando com ciúmes! – Disse Sirius, meio sério.

               - Não há nada para sentiu ciúmes Sirius – Disse bicando seu rosto com seus lábios – E, além do mais, você tem aquela loira da lufa-lufa para afogar as mágoas, não?

               - Er... – Começou Sirius meio sem jeito.

               - É melhor nós irmos – Interrompeu Remus, sentindo o desconforto de seu amigo – Como prefeito eu tenho que dar boa influência. Daqui a pouco passa o horário de se estar fora das salas comuns, então é melhor nós irmos. – Terminou, recebendo gestos confirmativos de todos os outros marotos e Hermione.

               - Há, como se você não andassem pelo castelo depois do horário. – Riu Hermione, fazendo-os rirem de seu comentário. Os cinco se despediram dos Elfos que haviam os servido e então seguiram para suas salas comunais.  

~

               Sábado chegou e logo era fim de semana em Hogsmeade. Ela havia prometido a Régulos que era iria se encontrar com ele mais tarde para que ela pudesse andar com ele pela vila bruxa. Às nove horas da manhã ela se encontrou com os marotos e então eles seguiram para Hogsmeade.

               Gina e Luna tinha dito a ela que elas iriam ambas com os gêmeos Prewtti para um encontro duplo em Hogsmeade, então elas obviamente não iriam se encontrar com ela durante a visita a vila. Não que ela se importasse, ela tinha muito que fazer naquele dia.

               O primeiro lugar que ela foi com os marotos em Hogsmeade – que por sinal não havia mudado nada ( excluindo o fato de que depois que Voldemort reinou, Hogsmeade praticamente acabou – Foi a Zonk’s. Sendo os infames marotos de Hogwarts ele tinham que completar seus estoques de produtos de brincadeiras, e ela realmente se divertiu fazendo compras na famosa loja de piada bruxa. Ela realmente sentia falta de Fred e George nessas horas.

               O segundo lugar que eles foram, foi a Dedosdemel. A loja em si não tinha nada de diferente da loja do futuro, mas os doces eram realmente diferentes. Claro, haviam alguns doces que ela conhecia a partir do futuro, mas haviam alguns que ela nunca tinha ouvido falar na vida dela como, por exemplo, os “Luphs” que eram balas em formato de luas que quando colocadas na boca meio que explodiam com algum sabor desconhecido pela pessoa que pegou a bala. Era praticamente igual aos “feijõezinhos de todos os sabores”, porém os sabores dessas balas em formato de lua eram realmente muito bons.

               Os cinco deles andaram pela vila conversando e ocasionalmente alguém dos marotos apontava para algo, para mostrá-la, já que era a “primeira” vez que ela visitava a famosa vila bruxa. Eles ficaram nessa até que Remus comentou seu cansaço, então para descansar eles resolveram parar nos três vassouras para tomar uma cerveja amanteigada.

               O bar da Madame Rosmerta não era exatamente a mesma coisa, porém havia uma mulher cuidando do balcão que Ra desconhecida para Hermione, provavelmente era a mãe de Rosmerta, que também era muito bonita por sinal.

               Eles se sentaram em uma mesa no fundo do três vassouras e pediram sete cervejas amanteigadas (Sirius e Petter queriam duas) e enquanto esperavam, ele conversara vários tópicos. Ela descobriu que Petter era muito inteligente quando se tratava de encantos, o que a surpreendeu muito. Ela realmente tinha pensado que ele era um idiota total. Coitado.

               A agradável conversa entre eles foi interrompida quando um barulho fora do três vassouras foi ouvido, fazendo com que todos dentro do famoso bar bruxo ficassem calados, então o terror se espalhou quando gritou de dor e flashes de luz foram vistos e ouvidos do lado de fora. Gina e Luna entraram pela porta, acompanhadas de Fabian e Gideon e quando viram Hermione correram até sua mesa.

               - Gina, Luna – Disse ela em meio aos gritos de terror dentro do bar – O que está acontecendo?

               - Comensais da morte, Hermione – Respondeu Luna, com uma expressão transtornada no rosto. Gina estava pálida. – Há comensais da morte em Hogsmeade e eles estão procurando você. Eles estão aqui por você Hermione. O que nós vamos fazer?

Boa pergunta Luna.