Mind Readers escrita por lovemyway


Capítulo 17
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Eu ia postar ontem pra vocês, mas na hora que eu tentei a Internet caiu, e eu perdi o capítulo todo ):
Enfim, espero que gostem *-*



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Capítulo XVI



Quinn Fabray

A conversa com Santana me deixou pensativa. Eu sabia que ela estava certa, e que na primeira oportunidade, Finn Hudson tentaria conquistar minha baixinha com alguma cantada de pedreiro, isso, é claro, se ele ao menos conseguisse se lembrar de uma. Então, para ganhar a aposta, tudo o que eu precisava era não dar espaço para o Hudson. Se ele soubesse que Rachel e eu estávamos juntas, o que aconteceria em breve, ele só chegaria perto dela quando estivesse certo de que ela estava sozinha, mas se ela nunca estivesse sozinha... Bem, era um plano. Mas eu não conseguiria realizá-lo sozinha. Eu precisava encontrar alguém que servisse de "sombra" para a Rachel o mais rápido possível –– e, na verdade, quando eu o vi parado no meio do corredor, com os braços cruzados, e uma cara de poucos amigos, eu soube duas coisas: 1) Ele seria a sombra da Rach, e 2) Algo estava extremamente errado.

–– Sam? – chamei-o, aproximando-me dele. – Cadê a Rachel?

Sam descruzou os braços e desfez a carranca. Ele me lançou um olhar de culpa, e seus olhos praticamente imploravam para que eu não surtasse. Ela vai perder a cabeça –– pensou ele. –– Droga! Como contar isso sem fazer com que ela surte? Bem, talvez seja melhor jogar a bomba de uma vez, e esperar que ela exploda.

–– O que aconteceu? – perguntei, estreitando os olhos.

–– Só não surte, ok? – pediu, e logo depois soltou um pequeno suspiro. – Rach acordou e disse que estava se sentindo muito melhor. A enfermeira liberou ela, e Blair disse que elas precisavam conversar. Eu disse que não ia permitir que ela chegasse perto da baixinha, mas Rachel concordou, e pediu para eu ficar aqui e te avisar que qualquer coisa, elas estavam no ginásio.

–– Mas que vadia! – exclamei irritada. – Se a Blair encostar em um fio de cabelo da Rachel, eu juro que corto as mãos daquela desgraçada!

Sam me lançou um olhar feroz, e suas mãos se fecharam na forma de punho.

–– Pode contar com a minha ajuda – disse ele, e pela primeira vez eu vi muita raiva em seus olhos. – Porque se aquela garota magoar a minha Rach, ela vai se ver comigo.

–– Sua Rach? – perguntei, arqueando a sobrancelha.

Sam ficou desconcertado por alguns instantes, mas eu tive apenas vontade de rir. Eu sabia que ele só a via como uma irmã caçula, e que a protegeria como tal. O que eu não entendi foi seu ódio pela minha irmã. Tudo bem, Blair era uma vadia, mas Santana Lopez também não era nenhum amor de pessoa, e já jogara várias raspadinhas na Rachel, além de insultá-la com apelidos nada agradáveis, mas Sam nunca pareceu ter problema nenhum em lidar com ela.

–– Eu a vejo como uma irmãzinha caçula – disse Sam.

–– Eu sei – respondi impaciente. – Você brigou com a Blair?

–– Sinto muito, Quinn, mas sua irmã é uma verdadeira...

–– Vadia. Sim, eu sei. Eu a detesto.

–– Eu fui contra a conversa dela com Rachel. E ela quis se fazer de engraçadinha. E eu apenas disse que se ela magoasse a baixinha, ela ia se ver comigo depois, isso se você não acabasse com ela primeiro. Foi uma sorte Rachel tê-la puxado para longe, porque do jeito que estávamos, ela provavelmente teria voado para cima de mim.

Balancei a cabeça e soltei uma pequena risada. Com certeza tinha sido uma discussão muito hilária. Suspirei e encarei Sam.

–– Pergunte – disse-lhe.

–– O que? – perguntou ele, franzindo o cenho.

–– O que eu sei que você quer me perguntar. Pergunte.

Eu podia ver que aquilo o incomodava. Ele se debatia mentalmente sobre me perguntar ou não. Uma parte, talvez a que considerasse Rachel como uma irmã, mandava-o perguntar. A outra, que me via como uma amiga, mandava-o ignorar e acreditar que eu jamais faria uma coisa dessas. E na minha opinião, as duas partes estavam certas. Fiquei feliz por notar que Sam não achava que eu estivesse envolvida, e que seu maior dilema era saber se perguntar ia ou não me ofender.

–– Você sabia? – perguntou ele, passando a mão pelos cabelos, o que ele sempre fazia quando estava nervoso.

–– Não – neguei, soltando um pequeno suspiro. – Eu soube ontem, quando ouvi a conversa de vocês.

–– E você sabia que era ela?

–– Não – neguei novamente, balançando a cabeça. – Eu só cheguei a considerá-la quando eu vi na...

Parei de falar e arregalei os olhos. Meu Deus! Eu estivera prestes a dizer "quando eu vi na mente dos pais dela"! Balancei a cabeça. Você precisa ser mais cuidadosa, Fabray. Ninguém pode descobrir isso, absolutamente ninguém. Não, aquele segredo era meu. Aquele era o meu fardo, e eu deveria carregá-lo sozinha... Não deveria? Talvez não –– disse uma voz na minha mente. –– Talvez, se você contar para alguém, você possa ter ajuda em descobrir porquê tudo isso aconteceu. Balancei a cabeça novamente. E de que adiantava contar tudo a alguém? Provavelmente achariam que eu estava louca, e me jogariam em um Hospício. Mas talvez ele acredite –– disse a voz. Será? Será que Sam Evans seria capaz de acreditar em algo do tipo? Eu não acreditaria se me contassem. Mas talvez, se eu contasse toda a minha história, ler mentes não soasse algo tão impressionante. Eu deveria tentar? O que eu tinha a perder, afinal? Se ele não acreditasse, eu poderia dizer que era uma brincadeira. Respirei fundo. Uma tentativa –– disse a mim mesma. – Apenas uma.

–– Sam, nós precisamos conversar.

–– Sobre o que? – perguntou ele, arqueando a sobrancelha.

–– Sobre mim. Eu vou te contar tudo. O motivo de eu ter vindo para o McKinley, o motivo de eu odiar a minha irmã, e, principalmente, o motivo que me fez perder várias noites de sono.

–– O que você quer dizer? – perguntou Sam, parecendo confuso.

–– Quer dizer que eu tenho um segredo, e estou prestes a contá-lo para você.

Ele não fez mais nenhuma pergunta. Passou o braço pelos meus ombros, guiou-me pelos corredores, e me levou até um dos bancos que havia no estacionamento. Sentamos em um deles, e Sam continuava com seu braço em meus ombros.

–– Vamos, Quinn Fabray, conte-me tudo o que eu preciso saber.

E eu contei.

Rachel Berry

–– Precisamos conversar – disse Blair.

Sam e eu tínhamos acabado de sair da enfermaria, e as palavras de Blair ainda soavam altas em meu ouvido, como se ela ainda as pronunciasse. Sam tinha uma mão sobre meu ombro e apertava-o de leve, como se isso fosse me proteger da garota que estava parada a minha frente. Ela tinha os braços cruzados sobre o peito, e não parecia conseguir me olhar nos olhos.

–– Eu não acho uma boa ideia – disse Sam, assim que a porta da enfermaria se fechou atrás de nós. – Talvez você devesse falar com a Quinn primeiro.

–– É só uma conversa – retrucou Blair. – Não é como se eu fosse raptá-la, ou algo do tipo.

–– Bem, acho que de você podemos esperar tudo, não é mesmo? – disse Sam, lançando-lhe um olhar irritado.

–– Realmente – concordou Blair sarcasticamente. – Então você deveria tomar cuidado, não é? Nunca se sabe quando uma bomba vai cair acidentalmente sobre sua cabeça.

–– E quem vai tentar jogar uma bomba em mim? Você? Porque se sua mira for tão ruim quanto o seu caráter, acho que não corro perigo nenhum.

–– Você não me conhece! – exclamou Blair perdendo a pose, e dando um passo na direção de Sam.

–– E você também não me conhece – disse ele, fazendo o mesmo. – Essa garota é como uma irmã para mim. Se você magoá-la novamente, eu acabo com você.

–– Vai bater em uma mulher? – perguntou Blair sarcasticamente.

–– Não vou precisar. Quinn vai ficar muito feliz em fazer isso por mim. Tudo o que eu vou fazer é enterrar seu corpo, caso ainda sobre algum pedaço.

–– Escuta aqui, seu pirralho...

–– Escuta aqui você, sua vadia...

–– Agora chega! – berrei, metendo-me no meio dos dois.

Eu estava tão abismada vendo aquela briga se desenrolar na minha frente, que nem sequer conseguira agir. Mas aquilo já estava passando do limite. Coloquei uma mão sobre o peito de Sam e o fiz dar uns passos para trás, afastando-o de Blair.

–– Não se preocupe comigo, Sam, eu vou ficar bem.

–– Desde que você fique longe das presas – disse ele acidamente. – Ouvi dizer que esse tipo de cobra é muito venenosa.

Tive que me controlar para não soltar uma boa gargalhada. Fi-lo dar mais alguns passos para trás, só por precaução, e tirei a mão de seu peito.

–– Fique aqui, está bem? Quando a Quinn chegar, avise-lhe que Blair e eu fomos conversar no ginásio. Assim vocês vão saber onde eu estou, e se quiserem checar se eu ainda estou viva, é só andar até lá.

–– Ótimo – resmungou Sam, encostando-se na parede e cruzando os braços. – E espero que esteja mesmo, porque senão...

–– Vamos Blair – disse, empurrando-a sem cerimônia para longe de Sam antes que ela pulasse no pescoço dele. – Vamos logo, porque eu não tenho o dia todo.

Blair resmungou alguma coisa sobre os maus modos do povo de interior, fazendo-me revirar os olhos e lhe dar mais um empurrão. A caminhada até o ginásio levou apenas cinco minutos. Entramos na quadra vazia e eu me sentei em um dos lugares no banco da arquibancada. Blair parou de frente para mim, mas seus olhos estavam fixados em suas próprias mãos.

–– E então? – disse, tentando chamar sua atenção. Quanto mais cedo terminássemos, melhor.

–– Você e Lucy estão juntas.

–– Quinn – corrigi automaticamente.

–– Sim, Quinn – disse Blair num suspiro. – Sempre me esqueço.

–– Diga o que você quer, Blair – resmunguei impaciente.

–– Pedir desculpas – disse ela, finalmente parando de encarar as próprias mãos e me olhando nos olhos.

–– Pedir desculpas? – perguntei sarcasticamente. – Pelo que exatamente? Por ter ferrado comigo? Por ter voltado para Lima? Por ter brigado com o Sam?

–– Ele começou! – protestou ela, fechando a cara.

–– E você não mereceu, não é? – retruquei. – Porque você é a Santidade em pessoa.

–– Isso precisa acabar, Rachel. Eu entendo que você não goste de mim, mas não podemos continuar assim.

–– Porque você se desculpou? – perguntei rindo. – Ah, sim. Vamos superar o passado Rach. E daí se eu te usei? E daí se eu te deixei para baixo? E daí se eu te fiz entrar em depressão?

–– Você entrou em depressão? – perguntou Blair surpresa.

–– E daí se todo mundo zoou com a sua cara? E daí se eu não fiquei por perto para te defender? E daí se eu não tive a decência de dizer o porquê de eu ter feito tudo aquilo? E daí se eu não fui capaz de me arrepender?

Nem sequer reparei que estava de pé, meu rosto praticamente colado no de Blair. Minhas mãos estavam fechadas na forma de punho, e tudo o que eu queria era acertar um deles na cara dela. O quão irritada Quinn ficaria se eu metesse a mão na cara da sua irmã? Eu não sabia, mas estava com muita vontade de descobrir. Blair não reagiu. Ficou apenas lá, parada, encarando-me com aquele ar surpreso, não se sentindo ao menos intimidada com meu rosto tão próximo do seu, ou com as gotas de saliva que caíam em sua cara. Afastei-me dela e bufei, tentando controlar meu corpo, tentando impedir que ele continuasse a tremer.

–– Eu te amava, Rachel.

–– Se você tem um pingo de amor próprio, você não vai repetir isso novamente – disse, lançando-lhe um olhar selvagem.

–– É verdade, Rachel. Você ainda não percebeu? Eu sempre faço isso, sempre fodo com as pessoas que eu amo. Foi assim com a Quinn, foi assim com você... Eu queria a atenção de vocês, mas fiz tudo da forma errada!

–– Você não me engana, Blair – disse, sentando-me novamente e colocando as mãos sobre o rosto. De repente, senti-me muito cansada.

–– Eu admirava a Quinn. Meus pais achavam que eu era perfeita, mas para mim, ela é quem era. Eu tinha ciúmes da minha irmãzinha, e ela tenha vários amigos. Amigos de verdade, ao contrário de mim, que só conhecia gente falsa. Quinn era gentil, meiga, educada, e tinha sempre um lindo sorriso estampado no rosto. E então, eu deixei ela pra baixo, achando que isso ia fazê-la se aproximar de mim. Mas foi justamente o contrário, ela foi embora, e eu a perdi, assim como perdi você.

"Rachel, eu te amava, mas você precisa entender que para mim, o que acontecia entre a gente era errado. Então eu topei aquela maldita aposta porque dessa forma ninguém me julgaria. Eu ganharia você, e todos achariam o máximo. E a cada dia que eu passava ao seu lado, eu só me apaixonava cada vez mais. Só que a aposta ainda estava valendo, e eu ainda tinha que fazer você ir pra cama comigo."

Blair suspirou. Tirei as mãos do rosto e a encarei. Quantos anos? Quantos anos eu esperara por aquela história? Quantos anos eu esperara por uma desculpa? E lá estava ela, quando eu menos esperava, dizendo que realmente me amou, e que só tinha uma forma muito estranha de demonstrar. Se eu acreditava? Absolutamente não.

–– Você acha que eu sou manipuladora, mentirosa, falsa... Eu era assim. Entenda, Rachel, se eu quisesse mesmo ganhar a aposta, você acha que eu não teria feito você dormir comigo? Você era ingênua o suficiente para acreditar em tudo o que eu dizia, e eu era vadia o suficiente para convencê-la que você estava pronta para dormir comigo, e que era o momento certo. Você nunca se perguntou porquê eu nunca fiz isso?

Arqueei a sobrancelha. A verdade é que eu nunca pensara daquela forma. Porque, como Blair mesmo disse, eu era inocente, ingênua, mas depois que ela entrou na minha vida, tudo desmoronou. Eu era só a garota desiludida, com um coração despedaçado.

–– Na verdade, não – disse, dando de ombros.

–– Eu fiz de propósito, Rachel. Eu sabia que se forçasse a barra você ia dar para trás, e se você desse para trás naquele momento, você descobriria tudo, e foi o que aconteceu.

–– E então você se mandou – disse, arqueando a sobrancelha em sinal de descrença. – Se você me amava tanto, então porque você não simplesmente veio até mim e disse "Ei Rach, eu fui uma idiota, mas eu quero mesmo ficar com você!". A gente podia mudar de colégio, ou coisa assim.

–– Eu não sou você, Rach – disse Blair, fechando os olhos por alguns segundos. – Eu não sou corajosa, ou forte como você. Se eu fosse, não teria feito nada disso.

–– O que você veio fazer em Lima?

–– Gravar um filme. Não sei se você sabe, mas eu...

–– É uma atriz de Hollywood – disse, acenando com a mão. – Sim, eu sei.

–– E então eu vi a Quinnie. Ela estava correndo, falando coisas sem sentido como "eu preciso ver minha garota" e que alguém ia roubá-la dela – Blair deu um sorriso na minha direção, e eu revirei os olhos. – Está bem claro agora que ela falava de você. Eu só te peço que não a culpe pelos meus erros, Rachel. Quinn e eu não somos parecidas.

–– Eu sei disso – cortei-a. – Quinn é melhor que você.

–– Sempre foi, e sempre vai ser – concordou Blair. – Eu quero uma chance de consertar as coisas com ela. E você... Bem, quando eu te vi, eu sabia que Quinn não era a única cagada que eu tinha que desfazer. Não posso mudar o passado, mas posso garantir que não cometerei os mesmos erros no futuro.

–– E imagino que o meu perdão faça parte do seu plano.

–– Não tem plano, e eu não estou pedindo seu perdão. Na verdade, é algo que eu acho que nunca terei. Tudo o que eu peço é uma chance, só mais uma, e eu prometo que não vou desperdiçá-la. 

–– E você quer uma chance para o que, exatamente?

–– Para provar que eu mudei.

–– E então o que?

Blair deu de ombros.

–– Ter minha irmã de volta? Poder conviver pacificamente com você? É o que eu quero.

–– Eu não estava no pacote. Você só queria a Quinn.

–– O destino pode ser engraçado às vezes. Não, eu não contava com você ainda em Lima. Mas você está aqui, e ninguém está me obrigando a fazer isso.

–– Você sabe que a Quinn nunca vai te perdoar se eu não fizer isso.

–– Eu sei que eu nunca vou me perdoar se eu não fizer isso.

E foi aí que ela me convenceu. Talvez tudo o que ela dissera sobre ter se apaixonado por mim era mentira, mas se Blair estava mesmo disposta a se humilhar para conseguir o perdão de Quinn, então ela não era mais uma completa vadia. Suspirei e estendi a mão.

–– Olá, meu nome é Rachel Berry.

–– E o meu é Blair Fabray. É um prazer conhecê-la, Rachel Berry – disse ela, apertando minha mão.

–– Realmente, o prazer é todo seu.

E então, nós duas rimos. Aquele era nosso novo recomeço.


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Notas finais do capítulo

*OOOOOOOOO*, e então, o que acharam? A briga do Sam com a Blair UHAUAHUHA, eu achei fofo u_u e a Blair e Rachel finalmente se acertaram, e no próximo capítulo a conversa da Quinn com o Sam *o* AUHAUHAUHA. E então, mereço reviews? Críticas? Sugestões? Reclamações? Elogios? Podem dizer, eu não mordo :)