Mind Readers escrita por lovemyway


Capítulo 15
Capítulo XIV


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, minha semana de provas tá chegando. Vou tentar postar o mais depressa possível, mas se eu não conseguir, é porque estou estudando.
Enfim, espero que gostem! Boa leitura :)



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Capítulo XIV

Blair Fabray

Eu vi Quinnie saindo pela porta. Ao contrário do dia anterior, ela não usava o uniforme vermelho das líderes de torcida. Mas ela tinha um sorriso enorme no rosto enquanto caminhava na direção de um New Beatle vermelho. Senti um aperto no peito. Há quantos anos ela não sorria para mim daquela maneira? Como eu fora estúpida em trocar a relação com a minha irmã por algo tão pequeno. O que eu não daria para voltar atrás, e mudar todas as merdas que eu tinha feito. Suspirei. Lamentar-me não ia adiantar em nada. Quando vi o carro de Lucy se afastou, saí do meu e bati na porta de casa.

– Blair! – disse minha mãe, abrindo um sorriso ao me ver. – Entre, entre!

Ela abriu a porta, dando-me espaço para entrar. Escutei a porta se fechar atrás de mim, e senti a mão de minha mãe me empurrando gentilmente em direção ao sofá, no qual me sentei.

– Vi a Lucy saindo – comentei.

– Ah... – disse mamãe, dando um grande sorriso. – Ela agora prefere ser chamada de Quinn. Você viu? Ela entrou para as líderes de torcida. Minha menina...

Mexi-me inquieta. A verdade é que eu tinha medo. Eu sabia como Lucy era quando entrara para as líderes. Quase tão arrogante quanto eu. Mas então ela sofreu aquele acidente de carro, e tudo mudou. Ela pintou os cabelos de rosa, passou a andar feito uma punk, e mamãe começou a se preocupar. No fundo, eu sentia que parte disso era culpa minha. Mamãe sempre dizia como Lucy se parecia cada dia mais comigo, e no lugar de me sentir orgulhosa, eu me sentia culpada. Eu não queria que ela fosse como eu, porque eu fora um verdadeiro monstro. Lucy sempre fora melhor, e eu queria que ela continuasse assim.

– Então... Ela voltou a ser como antes? – perguntei insegura. – Digo, como ela era no Lima High?

– Não – disse mamãe, soltando um pequeno suspiro. – Ela continua agindo como a garota punk.

Senti um pouco de alívio por dentro. Talvez Lucy não fosse mais a mesma de antes, mas pelo menos ainda tinha uma personalidade forte. A mesma personalidade forte que eu sempre admirei.

– Melhor que a Lucy esnobe – comentei.

– Ela era tão parecida com você! – exclamou minha mãe, ignorando o que eu disse.

– Fico contente que ela tenha mudado – admiti. Minha mãe me encarou surpresa. – Eu era horrível, mamãe.

– O que você quer dizer com isso? – perguntou ela, franzindo o cenho. – Você é perfeita, Blair. Sempre foi.

– Não, mamãe, eu não sou perfeita. Ou a senhora esqueceu de tudo o que eu fiz?

– Você era jovem, Blair, e jovens cometem erros.

– Quinn também é jovem, mamãe, e passou por coisas que eu nunca passei. E apesar de tudo, ela nunca fez nada errado.

– Já fui chamada na escola diversas vezes – resmungou mamãe.

– Por que ela cabulou aula? Quantas vezes eu mesma não fiz isso? Mas Quinn nunca foi presa, ou foi?

– Blair...

–– Quinn nunca roubou o namorado de ninguém. Nunca partiu o coração de uma garota só para ganhar uma maldita aposta. E, principalmente, Quinn nunca engravidou.

Minha mãe arregalou os olhos. Aquele era um assunto proibido, e eu sabia muito bem disso.

– Quinn sabe disso? – perguntei, ignorando a expressão no rosto de minha mãe. – Ela sabe que eu engravidei?

– Não – murmurou ela, balançando a cabeça. – Ninguém além de mim sabe.

– Não queria estragar a imagem de filhinha perfeita? – perguntei irritada. – Pelo amor de Deus, mãe! Aprenda a valorizar as filhas que têm, e não as que poderia ter! Quinn e eu nunca seremos perfeitas, estamos longe disso, mas não somos as piores do mundo, sabe?

– Eu... Eu não quis dizer isso! – exclamou minha mãe, numa voz estranhamente esganiçada. – Você é uma excelente filha!

– Só porque sou uma atriz de Hollywood – retruquei. – Só porque consegui fugir de Lima. Mas eu me perdi muito no meio do caminho. E Quinn... Ela foi traída pela irmã que idolatrava. Praticamente abandonada pela própria mãe. Sofreu a indiferença do papai. E ela é tão maravilhosa que ainda arriscou a própria vida para salvar a de outra pessoa. E mesmo depois de quase morrer, a única coisa extremamente terrível que ela fez foi mudar de roupa e pintar os cabelos de rosa. Então me diga, mamãe, quem é a filha perfeita? Eu, ou a Quinn?

Judy ficou calada. Ela sabia que eu estava certa, claro, mas ela não admitiria para si mesma. Por que ela não conseguia ver o que eu via? Como Lucy era forte, inteligente e tão segura de si? Que Lucy era aquilo que eu jamais fora, que ela era melhor do que eu jamais seria. Suspirei.

– Eu tenho medo, Blair.

– Medo de que, mamãe?

– Eu não sei como lidar com ela, não sei o que fazer. Quinn está perdida, ela está perdida há muito tempo. E eu não sei o que fazer para ajudá-la.

– E então você se esconde.

Não era surpreendente. Judy sempre fora fraca, sempre se escondia diante das dificuldades. Eu sabia, porque antes de ir morar em Chicago com meu pai, eu morava com ela. Mas ela e Quinn eram tão diferentes! E tudo aconteceu tão rápido. Mamãe não sabia como agir perto da Quinnie, ela não queria me ver nem pintada de ouro, e papai... Bem, ele estava bêbado demais para se importar com qualquer outra coisa.

– Nós duas temos que consertar isso – disse, olhando minha mãe no fundo de seus olhos, tão verdes quanto os de Quinnie. – Nós precisamos consertar nossa relação com ela.

Judy concordou com a cabeça, e enxugou as lágrimas do rosto. Ela estendeu sua mão em minha direção, e eu a segurei.

– Você tem razão, Elizabeth. Nós precisamos mesmo consertar isso.

E acredito que pela primeira vez em toda sua vida, Judy Fabray estava sendo sincera não só comigo, mas também consigo mesma.

Rachel Berry

Ir à escola e não encontrar a Quinn pelos corredores fez com que eu me sentisse muito solitária. Quarta-feira –– pensei, soltando um pequeno suspiro – só mais dois dias Rachel, você consegue. Tudo seria menos doloroso se ao menos tivesse Glee Club no final do dia. Talvez, se eu cantasse tudo o que estava sentindo no momento, pudesse me aliviar de alguma forma. Só então me lembrei que eu ainda tinha um dueto para fazer com o Finn, e quase bati com a cabeça no armário. Que diabos eu tinha na cabeça para dizer sim àquele idiota?

– Rachel, até que enfim te encontrei!

– Oi Sam – disse sorrindo. – Tudo bom?

– Tudo sim, mas e aí, como foi com a Quinn? – perguntou-me, dando um sorriso meigo.

– Perfeito – respondi, sem tirar o sorriso do rosto. – Nós nos beijamos.

– VOCÊS O QUE? – gritou Sam, dando um pulo para trás.

As pessoas no corredor pararam para nos olhar, e Sam baixou o tom de voz.

– Sério Rachel? Isso é ótimo!

Olhei para Sam. Seus cabelos loiros estavam molhados, e sua franja caía sobre seus olhos, que eram azuis. Eu nunca reparara antes como Sam era bonito, não só por fora, mas também por dentro. Pela primeira vez em muito tempo eu soube que tinha um amigo de verdade, que faria qualquer coisa por mim, que realmente se preocupava. Abracei Sam, impedindo as lágrimas de caírem do meu rosto. Desde Blair, eu aprendera a não confiar totalmente nas pessoas. Mas como não confiar totalmente em Sam? Ele parecia ter sido pego de surpresa com o meu abraço, mas nem por isso o recusou. Separamo-nos depois de alguns segundos, e seus lábios tocaram levemente minha testa.

– Você é especial, Sam – disse, afagando seu braço. – Obrigada por estar sendo um amigo tão leal.

Ele deu um sorriso tímido, suas bochechas ficando ligeiramente mais rosas.

– Não há de quê, Rach. Sempre que precisar, estarei aqui por você, e pela Quinn também.

Concordei com a cabeça.

– O mesmo digo para você. Pode contar comigo, sempre que precisar.

Sam passou o braço pelos meus ombros.

– E então, senhorita Fabray, quer companhia para sua próxima aula?

– Senhorita Fabray? – perguntei rindo, enquanto andávamos pelo corredor, chamando a atenção de todos.

Afinal, Sam ainda era do time de futebol, e eu ainda era a perdedora do Glee Club.

– Bem, agora você pertence a Quinn, não é? – perguntou ele. – Mas ela está mesmo suspensa pelo resto da semana?

– Sim – disse, soltando um pequeno suspiro. – Dois dias inteiros sem Quinn Fabray. É quase uma tortura.

Sam tirou o braço do meu ombro e puxou meus livros para as próprias mãos. Revirei os olhos e ri.

– Bem, você ainda tem a mim.

– Com licença – disse alguém, tocando em meu ombro. – Vocês estavam falando sobre Quinn Fabray? Sobre a Lucy? Vocês sabem onde ela está?

Senti meu celular vibrando no bolso, indicando a chegada de uma nova mensagem. Sam se virou para a pessoa que estava procurando pela Quinn, enquanto eu peguei meu celular, sabendo exatamente de quem a mensagem era.

Quinn: Bom dia, minha linda. Onde você está?

Não pude evitar de sorrir. Meu Deus, como ela era incrível!

Na escola, boba. Onde mais? Bom dia para você também, princesa.

A segunda mensagem levou trinta segundos para chegar.

Quinn: Queria tanto te beijar. Em que parte da escola você está?

Franzi o cenho. Não podia fingir que não queria beijá-la também, mas de que adiantava ela saber onde eu estava, se ela não podia sequer entrar nos terrenos da escola?

Perto do meu armário. Por que amor?

–– Sim, ela foi suspensa – escutei Sam dizer. – Algum problema?

– Mas eu não sabia disso – comentou a pessoa. Só então percebi se tratar de uma garota.

– Acho que ela não contou para a mãe – comentei, ainda de olho na tela do meu celular.

– E o que você é dela? – perguntou a garota, soando interessada.

Virei-me, ainda olhando para a tela do celular.

– Eu sou a namo...

E então, eu levantei a cabeça. Foi aí que meu celular caiu no chão, bem como o meu queixo. Aquilo não podia estar acontecendo!

– Rachel? – perguntou Blair, encarando-me surpresa. – É você?

– B-Blair? – perguntei, quase num sussurro.

– Mas como você conhece a Quinn? – perguntou Blair surpresa.

–– Porque eu sou a namorada dela – disse uma voz suave, logo atrás de mim.

E pela primeira vez em toda a minha vida, eu vi Blair realmente assustada. Ela olhava de mim para Quinn com a boca entreaberta, como se não pudesse acreditar no que estava acontecendo. Senti meu coração apertar no peito, e fiz o possível para não me desmanchar em lágrimas.

– E vocês se conhecem? – perguntei, temendo a resposta.

– Sim – disse Quinn, completamente desgostosa.

– C-como?

Blair me lançou um olhar de pena. Ou seria de culpa? Era difícil saber. Quinn suspirou, e seus olhos encontraram os meus.

– Rachel... – disse ela, segurando minha mão. Estremeci. A expressão no rosto dela não era nada boa. Senti meu estômago revirar, e tudo o que eu queria era sair correndo. Quinn suspirou. – Rach, amor, Blair é minha irmã.

E foi como se todo o meu mundo tivesse desabado sobre minha cabeça. E então, eu desmaiei.


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Notas finais do capítulo

Tadinha da Rach ))):
E então, mereço reviews? Críticas? Sugestões? Elogios? Eu não reclamo UEHUEHUEHEUH :D