Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 42
Capitulo 42


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, espero que gostem.



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Quando cheguei em casa minha mãe estava me esperando com uma faixa de boas vindas bordada a mão. Ela esperava que eu voltasse para casa com Sarah já nos braços. Deu para ver a tristeza em seus olhos. Mas mesmo assim ela parecia feliz por me ter em casa.

–– Nós temos uma surpresa para você. – disse me entregando uma toalha. – Já separei uma troca de roupa, está no quarto.

Franzi o cenho desconfiada.

–– Que surpresa? Perguntei.

–– Se eu te disser deixa de ser surpresa, sabia? Disse meu pai.

Minha mãe deu um riso baixo e me guiou até o banheiro, igualzinho quando eu era pequena.

–– Não demore. – disse antes de fechar a porta atrás de si.

Tirei minha roupa de frente para o espelho e encarei os pontos logo em baixo da minha barriga. Estava um pouco dolorido ainda. Não via a hora de poder tira-los. Incomodava sempre que me mexia.

Tomei o banho com calma, não queria demonstrar estar tão ansiosa assim. E o que quer que fosse não ia desaparecer por eu demorar 10 minutos a mais no banho.

Meus pais estavam na sala, com a TV ligada quando fui para o meu quarto me trocar.

–– Sua roupa está em cima da cama. – minha mãe gritou.

Levei um susto quando vi apenas uma cama no quarto, sem guarda roupa ou cômoda. Em um dos cantos do quarto estavam algumas malas empilhadas uma nas outras.

Me sentei na cama pensativa.

Aquilo só podia significar que eu não moraria mais ali. Que tipo de surpresa poderia ser aquela?

Peguei o vestido azul que minha mãe havia separado para mim e o estendi sobre a cama. Era um vestido idêntico ao que Sarah escolheu para eu visitar Claudia no começo do ano. Sabia que não era o mesmo, pois o outro tinha rasgado no acidente.

Terminei de me vestir e fui para sala. Minha mãe se levantou quando entrei na sala e eu a abracei.

–– Obrigada. Ficou perfeito. – disse.

–– Sabia que ia gostar. Só fiquei com medo de ficar apertado, mas parece que ainda tenho bom olho para isso. – ela sorriu.

–– Vamos comer? Meu pai chamou.

Minha mãe entrelaçou o braço dela no meu e nós fomos até a cozinha comer.

Ficamos conversando um pouco sobre quando eu era criança enquanto comíamos, jogamos conversa fora por uns bom trinta minutos.

–– Já estou com saudade de Sarah. – disse.

Minha mãe apertou minha mão.

–– Não se preocupe, logo você vai poder traze-la para casa.

Dei um meio sorriso tentando não pensar no vazio que estava sentindo sem minha pequena.

O celular de meu pai tocou e ele saiu da mesa para atender.

Peguei mais um pedaço do bolo de laranja que minha mãe tinha feito enquanto esperava meu pai voltar para mesa.

–– Vamos? disse meu pai colocando a mão em meus ombros.

–– Pra onde? Perguntei enfiando o bolo na boca.

–– Para a sua surpresa. – Ele disse sorrindo de orelha a orelha.

Entrei no banco de trás do carro enquanto meu pai colocava alguma coisa no porta malas. Tentei espiar pela janela mas minha mãe não deixou dizendo que estragaria a surpresa.

Seguimos em silencio pelo mesmo caminho que dava para a casa de Claudia.

Dona Ana devia ter convencido meus pais a me deixarem ficar lá por causa de Claudia. Seria muito mais fácil para ela se eu estivesse ao seu lado durante sua recuperação.

Dei um suspiro aliviada ao pensar que Claudia estava realmente disposta a se cuidar. Isso me trazia uma paz imensa por dentro.

Encarei meu pai quando passamos pela casa de Dona Ana.

–– Onde estamos indo? Perguntei confusa.

–– Estamos chegando. – disse.

Meu pai parou o carro na rua de trás em frente a uma casa de portões brancos e muros cor de rosa.

–– Chegamos. – disse.

Desci do carro meio perdida, sem saber exatamente o que era a surpresa.

Minha mãe abriu os portões brancos e meu pai me acompanhou até o interior da casa.

Um coro de surpresa soou assim que pisei dentro da sala.

–– O que é isso? Eu dei risada um tanto quanto nervosa.

Dona Ana e Rubens vieram me abraçar, me desejando os parabéns. Lucas me cumprimentou com um beijo no rosto.

–– O que achou da sua nova casa? Meu pai perguntou.

Minha boca se escancarou. Olhei em volta, para dar uma boa olhada no espaço. Dois sofás, uma estante, uma TV e algumas molduras na parede sem fotos.

–– Como é? Eu gaguejei.

–– Você é uma mulher agora, tem uma filha. Precisa de um lugar só seu. Quer dizer, seu e de Claudia. – Rubens disse.

–– Vocês estão brincando não é? Eu não posso aceitar. – disse nervosa.

–– Nanda, - Ana segurou minhas mãos. – Essa casa é presente nosso e de seus pais, e acredite, eu não deixaria Claudia morar com outra pessoa que não fosse você. Eu conversei com ela, e ela concordou em morar com você depois que sair da clinica.

–– Nós amamos você como nossa filha. – Rubens me olhou nos olhos, com aqueles olhos azuis penetrantes. – É de coração que estamos dando a você a chave dessa casa. – Ele tirou a chave do bolso e colocou em minha mão.

–– Eu – comecei a gagueja sem saber o que dizer.

–– Fernanda, pensa na sua filha, como vai ser bom para ela não ter que ficar mudando de tempos em tempos. Como vai ser melhor para você cuidar dela não tendo que pagar um aluguel. – Lucas finalmente disse alguma coisa. – Claudia ajudou a escolher a casas, ajudou a escolher as cores das paredes e a decorar o quarto da bebe, pense em como ela ficaria magoada se você recusasse.

Eu assenti.

–– Vocês não precisavam ter me dado nada. Eu nem sei como agradecer. – disse.

Abracei primeiro Ana e Rubens que estavam mais perto e depois meus pais. Lucas estava encostado na porta quando fui lhe agradecer.

–– A gente pode conversar um minuto? Ele me puxou para dentro do quarto.

–– Eu tenho escolha? Perguntei quando ele fechou a porta.

O quarto também estava mobiliado. Uma cama de casal, um guarda roupa, uma sapateira e uma cômoda. Parei de prestar atenção nas coisas quando Lucas me fez sentar na cama.

–– Eu sei que você e a Claudia se amam, e eu respeito isso, mas eu te amo Fernanda, e eu sei que você também gosta de mim.

Mordi o lábio inferior enquanto ele falava.

–– Não me importo de ter que lutar por você, mesmo sabendo que tenho grandes chances de te perder. Mesmo se eu perder eu quero que você saiba que eu sempre vou cuidar de você e da nossa filha. Eu te prometo.

Olhei para aqueles olhos que em muitos momentos eram os únicos para mim e suspirei. Sabia que a tempestade tinha passado, e que minha vida agora tomaria um rumo. Mas o arco-íris ainda não estava visível. Olhei para aquela boca, a qual já havia me perdido milhões de vezes, aquele meio sorriso que derretia meu coração.

Minha vida tomaria um novo rumo, e o único rumo do qual eu tinha certeza de que queria era aquele em que estaria ao lado de Claudia. Lucas sempre foi muito bom para mim e se ele estava disposto a não desistir de nos, essa era uma escolha dele e tudo o que eu tinha a lhe dizer era:

–– Obrigada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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