Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 40
Capitulo 40 - Nanda.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capitulo para vocês meus amores. Como estou sem internet não sei quando vou postar o próximo, mas assim que estiver pronto eu já posto aqui.



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Ali, de olhos fechados na sala de cirurgia, ouvindo o murmúrio dos médicos ao meu lado e uma bolsa de sangue ainda em minhas veias eu orava com todas as minhas forças para que meu bebe ficasse bem. Estava muito nervosa, os bipes soavam irritantes perto de meu ouvido. Mas ao sentir o toque suave e delicado pousando em meus cabelos fui ficando mais tranquila, acariciando de leve a minha cabeça. Algo no toque emanava leveza. Podia sentir uma energia muito boa fluindo por todo o meu corpo, deixando-o mais relaxado.

Abri os olhos com um sorriso no canto da boca esperando ver o rosto de Claudia ao meu lado. Mas não havia ninguém.

A sala estava cheia com os paramédicos e enfermeiras, mas ninguém perto o suficiente para me fazer cafuné.

Franzi o cenho um tanto quanto confusa. Podia jurar que tinha alguém ali.

Dei um suspiro resignado. Gostaria que Claudia estivesse comigo. Ela mal olhou para mim na ambulância. Não disse uma palavra.

Um perfume doce encheu o espaço, e imediatamente vi o rosto de minha irmã. Era a mesma fragrância que ela costumava usar.

–– Você está pronta? Perguntou a enfermeira me trazendo de volta para o presente.

Eu fiz que sim e então ela colocou uma mascara de oxigênio em meu rosto e pediu que eu contasse de dez a zero.

–– Dez, nove, oito... – olhei para Sarah ao lado de minha cama e tentei dar um sorriso, mas estava grogue de mais. – sete...

–– Vai dar tudo certo. – ela segurou minha mão apertando de leve as pontas de meus dedos. – Não se preocupe.

Respirei fundo mais uma vez e apaguei.

***

–– Sarah? Chamei baixinho sem abrir os olhos.

Tive medo de ter sido apenas mais uma alucinação. Tive medo de abrir os olhos e me deparar com o nada mais uma vez.

Respirei fundo tentando sentir o cheiro do perfume, e só abri os olhos quando senti o toque quente em minha mão e aroma doce.

–– Como você está? Minha mãe perguntou quando a encarei.

–– Bem. – disse devagar.

Senti algo estranho na garganta. Podia jurar que estava sentindo Claudia ali, mais presente do que nunca.

–– O medico acabou de sair daqui. – disse.

Meu coração disparou de repente.

–– E meu bebe? Perguntei sentindo uma angustia enorme. Um vazio impreenchível .

Levei a mão até a barriga sentindo uma pontada aguda um pouco abaixo do umbigo por causa dos pontos.

–– Está em observação. – a boca de minha mãe se retraiu em uma careta e ela esfregou o braço.

–– Por que?

–– Porque ele é muito pequenininho filha.

–– Ele? Senti um fervor crescer dentro de mim. – Espera, não fala. – pedi.

Senti meus olhos lacrimejarem ao falar. Queria eu mesma ver. Mal podia esperar para sentir o cheirinho do meu bebe, ver o rostinho miúdo e sentir o calor dele junto de mim.

Minha mãe sorriu para mim caridosamente e enxugou uma lagrima que escorria pelo meu rosto.

–– Onde está a Claudia? Perguntei depois de um minuto.

Achei muito estranho não encontrar Claudia ali, empoleirada em minha cama, tagarelado sem parar.

Minha mãe franziu o cenho.

–– O que foi? Perguntei.

–– Tive medo que me fizesse essa pergunta.

–– Por que? Ela foi embora? Perguntei me sentindo um tanto quanto mal.

Senti uma tristeza enorme ao pensar que Claudia não quisesse me ver, ou não quisesse ver seu afilhado. Estava tão animada para ver sua alegria, sua empolgação ao ver pela primeira vez o rostinho do bebe...

O medico entrou na sala dando um pigarro.

–– Com licença. – disse dando um sorriso. – Como está a nossa paciente?

–– Eu estou bem. – disse. – E meu bebe? Quando vou poder vê-lo?

O medico olhou com um sorriso zombeteiro para minha mãe.

–– Já te falaram o sexo?

Fiz que não.

–– Muito bem, você vai poder vê-lo logo. Mas quero conversar com você antes. – ele ficou serio, esperado eu assentir para continuar a falar – Sua gravidez foi uma gravidez de risco, você sabe. Você teve um deslocamento de placenta, e tivemos que adiantar o nascimento pela falta de oxigênio. – eu arregalei os olhos preocupada, mas o doutor ergueu uma mão me tranquilizando. – Ele vai ficar na incubadora por um tempo e depois já vai poder ir para a casa com você. – ele fez uma pausa. – Quanto a você, vai ficar aqui por uns dias também, por causa dos pontos. – ele apontou para minha barriga – Não vai poder ficar fazendo força, por isso vai precisar muito da ajuda da mamãe aqui. - ele deu uma risadinha.

Eu assenti.

–– Agora posso ver meu filho? Perguntei.

Não me aguentava mais de ansiedade.

Ele soltou uma risada gostosa.

–– Vou pedir para a enfermeira trazê-lo aqui.

Eu assenti.

Minha mãe sorriu para mim e se sentou na cadeira ao lado da minha cama.

Poucos minutos depois a enfermeira entrou na sala com um pequeno embrulho nos braços. Um pacotinho minúsculo feito com uma manta amarela. Tentei me esticar para ver melhor mas a dor me fez recuar com um gemido.

–– Você acha que consegue segurar? Perguntou.

–– Claro. – disse. E mesmo se achasse que não, eu ia querer segurar.

Ela colocou em meu colo aquele pacotinho miúdo e quentinho.

Era uma menina. Uma linda menina.

Apertei de leve contra meu peito e a vi esfregar a mãozinha no rosto e franzir de leve o narizinho. Pousei o a boca em sua cabeça lhe dando um beijo de leve, ela tinha cheiro de café.

–– Ela tem um cheirinho gostoso. – disse para minha mãe dando um risinho nervoso.

–– Ela é linda.

Acariciei seu rostinho com a ponta do dedo, passando de leve em sua boquinha e na ponta de seu nariz, até ela se mexer inquieta e começar a resmungar.

–– Eu machuquei ela? Perguntei um pouco assustada encarando a enfermeira.

De repente senti uma mãozinha puxando com força minha roupa para baixo

Ela fez que não e deu um sorriso para mim.

–– Segura ela assim. – Disse me ajudando a posicionar meu braço para que ela conseguisse mamar.

Ela finalmente abriu os olhinhos, daquela cor preta meio esbranquiçada, e encarou o nada enquanto mamava com voracidade.

–– Ela não vai se afogar? Perguntei sem tirar os olhos dela.

Passei a mão nos poucos fios de cabelo em sua cabeça, era tão macio. Ela tinha um cheirinho tão gostoso.

Dei risada sozinha enquanto olhava para ela.

–– Chame a Claudia para vir vê-la também. – pedi para minha mãe ainda sorrindo de orelha a orelha.

–– Filha, eu acho que a Claudia não pode vir agora. – disse pousando sua mão sobre a minha.

–– Por que não? Perguntei sem entender. – Onde está a Dona Ana?

–– Acho melhor você se concentrar aqui Fernanda e deixar os problemas para depois. – a enfermeira chamou minha atenção para ela. – Se você passar por situações muito estressantes pode acabar empedrando o leite.

Eu Franzi o cenho totalmente confusa, mas assenti lentamente.

–– Você já escolheu o nome dela? Perguntou minha mãe por fim.

Pensei um pouco tentando me lembrar do nome que Claudia tinha me dito, mas ao fechar os olhos o cheiro do perfume que provavelmente minha mãe estava usando não me deixou mais pensar, e um único nome gritava em minha mente.

–– Sarah. – disse devagar.

Minha mãe cobriu a boca com uma das mãos começando a chorar imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo.



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