Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

eu definitivamente não sei mais o que escrever nessa fic, quer dizer, eu até sei, mas nunca sei como. Ai demoro uma vida pra escrever '-'
As vezes quero excluir ou só deixar de escrever.
Mas ai eu lembro que tem gente que gosta kk ai eu escrevo só pra felicidade dessas pessoas.
Enfim. Espero que gostem.
Boa leitura pra vocês *-*



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O medico tinha dito que eu precisava repousar. Minha gravidez era de risco e eu não podia passar por mais estresse do que já havia passado e infelizmente Cláudia não estava me proporcionando à paz que eu precisava. Fazia quase um mês que eu não a via e um mês que não falava com ela. Liguei para Dona Ana no dia seguinte ao que tive alta e expliquei para ela a minha situação e ela conversou com Cláudia. Imagino que não deve ter sido nada fácil para ela, mas não estava sendo fácil para mim também. Não sei o que Dona Ana disse a Claudia, mas seja o que for, fez com que ela não me procurasse. Em um mês não recebi uma só mensagem dela.

Eu passava a maior parte do tempo deitada lendo ou dormindo. Mas naquela tarde eu estava tão entediada que decidi fazer uma coisa que queria ter feito há muito tempo, mas estava ignorando como se não fosse importante. As coisas de Sarah estavam intocadas. A única coisa que fora mexida era a cama na qual eu dormia.

Peguei uma cadeira e coloquei de frente para o guarda roupa e comecei a tirar as roupas já dobradas. Dei uma olhada em algumas, nas que ela mais usava, e meus olhos marejaram.

Separei as roupas em pilhas na minha cama, camisetas com camisetas, calças com calças e etc. Quando minha mãe chegasse eu veria o que faria com as roupas dela.

Peguei uma caixa decorada de papelão de dentro de uma de suas gavetas. Dentro da caixa tinha algumas fotos, a maioria era de seus amigos, ela aparecia apenas em algumas. Sorrindo, fazendo pose e caretas engraçadas. Peguei uma em que estava ela e uma de suas amigas. Sarah no fundo da foto encostada na parede sorrindo e sua amiga na frente fazendo uma cara engraçada. Coloquei a foto do lado pra colocar em algum lugar mais visível do que uma caixa escondida e voltei a vasculhar a gaveta. Lá dentro tinha bastante coisinhas como cartas, desenhos, umas fitas de cabelo e mais um monte de bagunça. Tirei uma agenda de baixo de tudo aquilo. Eu me lembrava de vê-la escrevendo nele. Nunca cheguei a lhe perguntar sobre o que escrevia. Mesmo com a curiosidade me corroendo por dentro.

Agora podia saber. Deixei de lado o caderno também e voltei para as roupas.

Muito provavelmente elas serviriam direitinho em Cláudia. Só não sabia se ela iria aceitar as roupas de uma pessoa morta.

Não sei se eu aceitaria. É meio estranho, penso eu.

Minha mãe chegou no mesmo horário de sempre, tomou seu banho e foi preparar a janta. Só quando estava tudo pronto é que ela entrou no quarto para ver o que eu estava fazendo.

–– O que você está fazendo com as coisas da sua irmã? Perguntou surpresa por ver tudo aquilo fora do lugar.

–– Guardar essas coisas está fazendo mal pra nós duas, mãe.

Ela abaixou a cabeça e começou a chorar. E em um dos raros momentos de afeto entre nós, eu a abracei apertado.

–– Vai ficar tudo bem mãe, tenho certeza de que, onde quer que ela esteja, ela está orgulhosa de você. Você amadureceu e cresceu muito nesses últimos meses. E doar essas coisas vai te fazer bem.

Ela assentiu ainda com lágrimas nos olhos.

– Não precisamos dar tudo. Só o que realmente acharmos que não vamos mais querer. – peguei o caderno e lhe mostrei. – Esse por exemplo, eu vou querer ficar, se não se importar é claro.

–– Não, tudo bem. – ela secou os olhos com as costas da mão.

–– você quer ajuda para separar? Perguntou.

Fiz que sim.

–– Mas antes vamos comer que eu estou morrendo de fome. – me levantei e a fiz levantar também.

Enquanto comíamos fiquei falando sobre assuntos aleatórios, só para não deixar minha mãe cair naquela depressão como no primeiro mês.

Eu nunca tinha sido tão próxima de minha mãe a ponto de conversar e rir na mesa de jantar. Isso era muito bom.

Depois do jantar minha mãe pegou algumas caixas vazias que ela sempre deixava guardada por alguma razão, para colocar as coisas de Sarah.

Minha mãe guardou as roupas nas caixas e eu comecei a separar os livros e DVD's.

–– Você lembra da sua irmã usando isso? Ela segurou um vestido cor de creme. – Ela ficava tão linda, não acha?

Eu fiz que sim.

–– Podemos continuar isso amanha? Estou cansada. – ela levantou e beijou minha testa.

–– Tudo bem.

Senti uma angustia de repente. Saudade de coisas que nunca voltariam.

–– Mãe. – chamei quando ela estava na porta.

–– Oi querida. – Ela parou na soleira da porta.

–– Posso dormir com você? Perguntei sentindo as lágrimas em meus olhos.

–– Claro meu bem. – ela veio ate mim e me abraçou.

Antes de ir para a cama peguei meu celular e mandei uma mensagem para Cláudia. Apenas um "sinto sua falta. Te amo", e fui me deitar.

Na manha seguinte eu acordei ao ouvir alguém no portão. Provavelmente minha mãe já estava saindo para o trabalho. Me levantei um pouco desconfortável e fui para o banheiro. Lavei meu rosto e escovei os dentes preguiçosamente. Depois fui tomar meu café.

Quando é que minha vida tinha se tornado tão chata?

Eu estava sozinha, em uma casa que antes vivia cheia.

Olhei meu celular e não tinha nada. Nem uma chamada perdida. Nem uma mensagem de texto. Nem mesmo um daqueles avisos chatos de operadoras.

Pensei em ligar para Lucas, mas ele provavelmente estava na escola.

Estava me sentindo tão sozinha.

Sentia falta de Lucas, mas sentia muito mais a falta de Claudia.

***

Eram quase 15h quando peguei minha bolsa e meu livro para sair e dar uma volta. Tinha falado com Lucas um pouco antes e ele me convenceu de que sair seria bom para mim. Nossas conversas já não eram mais como antes, cheias de mimos e carinhos. Parecíamos apenas dois amigos conversando. Lucas já não parecia tão interessado em mim, e para falar a verdade, talvez, eu também não estivesse. A distancia estava acabando com nós. E estava colocando cada um em um caminho diferente. Parei em uma praça e abri o livro sem prestar atenção nas palavras.

Eu não precisava de alguém que estivesse do outro lado da linha enquanto chorava. Eu precisava de alguém me abraçando, me acalmando.

Peguei o celular e encarei o numero de Lucas.

Não estava certa do que ia fazer, mas era melhor assim, tanto para mim quanto pra ele.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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