E, lá fomos nós, eu e o Nico, atrás dos professores.

Enquanto andávamos ele sussurrou:

- Thay, pegue isso, e não largue de jeito nenhum - E me deu um daqueles mini lasers de brinquedo, só que esse não era feito de latão, era de bronze, com uma gravação em ouro. Estava escrito ” Thayna Furtado ” Em uma caligrafia até que bonitinha - Se algo der errado hoje, e eu der o sinal, aperte algum destes botões - e me mostrou três botões na lateral, um com uma imagem de uma espada, um com um tridente e um com uma bolinha, todas gravadas em ouro - Só não aperta o da bolinha, amenos que você queira brincar de luzinha com o inimigo.

- Ahn?! Inimigo?! Onde você comprou isso?! - Perguntei, sussurrando.

- Não comprei, Quíron que me deu e disse que se eu achasse que você estaria em perigo, eu deveria te dar isso.

- Quí-quem?

- Se acontecer hoje o que eu acho que vai, você vai saber.

- E se não acontecer hoje?

- Vai acontecer amanhã, depois, depois de depois, mas vai acontecer.

- Mas pode não acontecer, não é?

- Não. Vai acontecer.

- Mas e se…

- Porque você é tão teimosa!?

- Nem eu sei, meu querido, nem eu sei.

Ele revirou os olhos, com um leve sorriso, ele fica tão fofo quando revira os olhos….

Mas, bem, voltando ao assunto, eu perguntei:

- E como o senhor sabe disso, Supremacia da inteligencia?

- Eles já sentiram o seu cheiro.

- Como?!

- O Cheiro de semideus. Ou no seu caso, semideusa.

- O que você….

- Chegamos. - Disse a Medd.

Já estávamos dentro do galpão, nos fundos, na verdade, Medd me puxou para um canto, bem longe de Nico.

Então Medd disse para Mino:

- Cuide do garoto, que eu cuido dela.

- Destruir?

- Tanto faz.

E ele partiu para cima de Nico, e enquanto ele corria, ele cresceu, da cintura para baixo ele era como um ser humano, mas da cintura para cima… Aquilo era um touro?! Eu não tive tempo para descobrir. O cara-touro ia chegando mais e mais perto do Nico. E eu, como sou uma coisa inteligente, berrei:

- NÃO!

E, tive que parar. O galpão começou a tremer e o chão começou a rachar a partir de onde meus pés estavam. Todos me olhavam surpresos. Medd perguntou:

- Como você fez isso?!

As rachaduras iam atá a parede, chegando a subir uns dois ou tres centímetros como trepadeiras, e a cada passo meu em direção a Nico, elas subiam mais e mais.

Nico falou:

- Não importa, apenas faça isso de novo, Thay! Ah, e lembra-se da coisa do sinal? Pois é, o sinal É ESSE, ANDA MINHA FILHA!

Eu apertei o primeiro botão, o com um tridente gravado em ouro, e o laserzinho, ele virou um tridente de bronze, com “Thayna Furtado” gravado em ouro e com dois botões, um com uma imagem de uma espada gravada em ouro e o outro com uma linha na diagonal, também gravada em ouro, de um metro e vinte.

O tio-touro voltou a correr na nossa direção, e eu, sem saber o que fazer com aquele troço, que, caso queiram saber, não era exatamente o que pode-se chamar de “leve”, taquei o tridente de bronze na cabeça do maluco-bovino. O bicho caiu como uma pedra no chão, e então, eu cravei o tridente nele. O Touroman virou Areiaman e Nico falou:

- Muito bom! Agora temos mais um monstro pra matar.

- Ahn?

- Medd.

- Coitada, só porque ela é feia de doer, parece o capeta, também não precisa chamar de monstro né? Feios tambem tem sentimentos!

Medd começou a tirar os óculos de sol

- NÃO OLHA! - disse Nico, e me arrastou para trás de uma pilha de caixas, onde estava Louis. Como ele tinha chegado ali, eu não sabia, nem queria saber - Se você olhar vai virar pedra!

- Tá, e como você quer que eu a mate?

- Usa um espelho, seilá!

- Ah, nossa, Nico, você me ajudou muito agora, queria ter ideias tão úteis quanto as suas!

-Ora, obrigado!

Revirei os olhos, sorrindo. O que, tem horas que não dá pra evitar!

Apertei o botão com a espada gravada em ouro, e o tridente se transformou em uma espada.

Peguei meu espelho (Eu sempre tenho um espelho) e fui olhando o que estava atrás, enquanto andava de costas, o que alias é uma habilidade muitíssimo útil quando você vai lutar contra uma fábrica humana de estátuas. Quando cheguei perto o suficiente… Bem, digamos que alguém perdeu a cabeça.

Nico pegou um pedaço de pano e enrolou a cabeça daquela criatura e enfiou na mochila.

- Mas que raios aconteceu aqui?! - Perguntei, me encostando as costas na parede e escorregando até me sentar no chão. Apoiei a cabeça nos joelhos. Eu estava morta de cansaço, e tão confusa que a minha cabeça girava.

- Você sabe o que eles eram. - Disse Nico.

- Não não sei. - Eu respondi. Tá legal, eu sabia o que eram, mas, não podia ser real. Tipo, eles eram Monstros Gregos. Monstros gregos. O Minotauro e a Medusa. Aquilo não podia ser real! Eu não conseguia acreditar! Aquilo não poderia ser verdade, eles eram monstros da mitologia grega, não dava para acreditar que eu matei dois monstros gregos!

-Sim, você sabe. - Ele disse - Você só não quer acreditar. Eu sei, é difícil acreditar que você é uma semideusa… 

- Eu não sou uma semideusa.

- Sim, você é. Você é filha de algum deus. Como conheci sua mãe, eu sei que você não é filha de nenhuma deusa, embora sua mãe seja….

- O Que? A minha mãe é uma mulher normal!

-Não, não é. Ela é uma filha de Afrodite. Nunca se perguntou porque os professores ficam olhando para ela com aquela cara de apaixonado? Ou porque ela é tão linda? Ou porque você é tão linda?…

- Eu sou o que ?! - Ele me chamou de linda? Aaaaaahhhh, ele me chamou de linda!

- Nada! Mas continuando, você é uma semideusa muito poderosa. Dois monstros de uma vez?! E perigosos assim?! Eu tenho meus palpites sobre o seu pai, mas, bem, encare os fatos: Você é sim uma semideusa. Assim como sua mãe. Assim como eu.

- Meu pai? O que você sabe sobre meu pai, minha mãe disse que eles se separaram quando eu tinha três meses! E você é um semideus? E filho de quem, por acaso?

- Hades.

- Hades, o deus dos mortos?

- Quer uma prova? - Ele pegou sua espada de ferro preto e espetou o chão com ela. do lugar onde ele colocou a espada, surgiram alguns ossinhos, que se uniram e formaram um esqueleto de um hamster, que caiu numa fenda no chão. Eu quase não me assustei. Fui tão corajosa que a fenda na qual o hamster caiu, foi causada pelo meu gritinho agudo.

- É, a cada minuto que passa eu estou mais certo de quem é seu pai.

- Quem?

- Não posso dizer, não até ter certeza.

Bufei.

- Vamos, precisamos avisar sua mãe. Dessa vez ela vai ter que concordar em te mandar para o acampamento. - Falou nico, estendendo a mão para me ajudar a levantar. Eu peguei a sua mão e tentei levantar. 

No instante em que me pus de pé eu comecei a ver tudo girando, e escurecendo.

- Que acampamento?… - Consegui perguntar.

Então eu perdi o equilíbrio e caí no chão, sentindo o meu cérebro balançar quando bati a cabeça com força no chão.

A partir daí, eu só lembro de sentir uma coisa quente e pegajosa escorrendo do meu couro cabeludo.

Então, tudo ficou preto.