CAPITULO 4

POV. Sophie

Sai daquela sala de musica ainda mais confusa do que estava antes. Por que me sentia tão diferente quando estava perto de Edward? Fora que, de um tempo pra cá, meu corpo está tendo reações estranhas, coisas que eu nunca sentira antes. Resolvi questionar minhas dúvidas com a pessoa que eu mais confiava em toda minha vida.

Fui andando em direção ao quarto de Didyme. Cheguei lá ofegante, com o coração acelerado, mas porque eu estava desse jeito? Ela talvez pudesse me responder.

  - Didyme, você precisa me ajudar, acho que estou ficando doente. - disse enquanto ela arrumava as flores de seu vaso. Ela me olhou com um ar confuso.

 - Estranho, para mim parece o contrario, sua pele está mais viva, seus olhos com um brilho incrível. Mas me diga o que está sentindo? - ela parou com o que estava fazendo e se sentou ao meu lado na cama.

 - Meu coração tem vezes que parece que vai sair pra fora, sinto uns arrepios de vez em quando e estou me esquecendo de fazer um monte de coisas.

 - E quando começou isso? - me perguntou, não com preocupação, mas com curiosidade.

 - Sei lá, há uma semana mais ou menos.

 - Ai está a reposta que você quer!

 - Didyme, você como minha "mãe”, deveria ser mais concreta no que eu te perguntar. Uma mãe faz isso, responde com clareza as perguntas que seus filhos fazem.

 - E eu estou sendo essa mãe querida, deixando que você quebre a cabeça um pouco com essa nova fase da sua vida. Não se preocupe você não vai morrer, ou alguma coisa parecida. Não no sentido literário. - ela colocou suas mãos geladas no meu rosto e riu para mim como se estivesse feliz por alguma descoberta.

 Encontrei Edward já perto da porta dos fundos, pedi para ele esperar enquanto hipnotizava os dois guardas que a cercavam. Eles ficaram parados feitos estátuas, com os olhos fechados como se estivessem dormindo.

 Edward me olhou pasmo com aquilo.

  - Como você aquilo?Quer dizer, eles estão dormindo de verdade?

 - Não, é apenas uma alucinação, se eu não estiver por perto para controlar, daqui a mais ou menos uma hora isso passa.

 - Mas então o que eles estão vendo? -Perguntou-me boquiaberto com a situação.

 - Digamos que eu tenho o poder de fazer as pessoas pensarem que estão vivendo alguns sonhos que elas desejam. Mas vamos logo, pode chegar mais alguém, e não to a fim de criar mais nenhum conto adulto por aqui.

  Saímos do castelo e atravessamos um beco, até que chegamos ao começo da floresta da cidade vizinha. Ambos sem dizermos uma palavra até agora.

  Senti que sua respiração estava acelerada, mas porque disso? Vampiros não se cansam como humanos e também não precisavam respirar.  Mas se a dele estava rápida a minha estava mais ainda. Não tinha andado tanto assim para estar daquele jeito.

  Continuamos andando quietos, até que eu quebrei o gelo.

 - Como é sua filha? - perguntei com certa curiosidade, afinal, ela era mais ou menos como eu.

  - Ela é linda, tem o cabelo cacheado, olhos cor de chocolate, um pouco teimosa, mas é um amor. - ele disse com um brilho nos olhos. - Ela tem 2 anos,com a aparência de 5 quase 6.

  - Você e sua esposa devem ter muito orgulho de serem pais dela. Você ama muito as duas, não é?

  Ele abaixou a cabeça e deu um suspiro que me fez sentir dor, dor por ele. Mas o que será que eu tinha falado de errado? Pelo o que eu ouvi Aro dizer uma vez, ele era extremamente apaixonado por sua família.

   -Na verdade foi por isso que os Volturi me chamaram aqui também. Eles estavam curiosos em saber o que havia acontecido com a mais nova vampira da família Cullen.

  - E o que aconteceu? - esperei receosa pela sua resposta devido seu tom de voz.

  - Bem, eu acho que ela se cansou de dormir com uma geladeira e foi atrás de alguém mais quente como um... "micro-ondas". - percebi que ele ficou sem jeito em me contar isso.

 - Oh, me desculpe. Eu não devia ter te perguntado nada. Como eu sou estúpida, estou completamente envergonhada pelo que fiz. - o pior de tudo era ver a dor que estava em seus olhos.

  - Você não tem nada do que se desculpar. Você só fez uma pergunta inocente que infelizmente não teve uma resposta tão inocente assim. - ele me disse levantando meu rosto que estava caído de vergonha. Mais uma vez, a sensação de combustão passou pelo meu corpo de novo, quando seus dedos passaram delicadamente por minha face em chamas.

  Pude notar que seu corpo também reagiu a tocar em minha pele.

  - Você é tão quente, mais do que um humano normal. - sua mão ainda permanecia em minha face, que agora estava corada com aquilo. - Você é uma garota muito especial Sophie, e te agradeço pelo que esta fazendo por mim.

  Nesse momento me esqueci de onde estávamos e o que estávamos fazendo ali. A única coisa que sabia, era que iria me lembrar daquelas mãos no meu rosto, por resto de minha vida. Foi quando voltei para realidade e me afastei suavemente dele.

  - Precisamos ir, daqui a pouco os guardas iram despertar e temos que voltar antes que isso aconteça. - já estávamos no meio da floresta e agora teria que deixá-lo ir sozinho. - Fico por aqui te esperando, a partir daqui é muito denso e escuro para uma meio vampira. Você tem 30 minutos e se precisar de mais, amanhã ou depois nós voltamos.

 Ele entrou no escuro da floresta, olhando para trás, me dando um sorriso lindo, antes de desaparecer.                      

 Sentei-me numa pedra para esperá-lo, pensando o quão incomodado ele ficou com a minha estúpida pergunta. A lembrança da dor que se passou em seus olhos era insuportável e eu queria arrancá-la de alguma forma. Mesmo assim, a curiosidade sobre o que havia acontecido entre eles voltou. O que será que quis dizer com "se cansou de dormir com uma geladeira e foi procurar algo mais quente como um... micro-ondas"? Talvez perguntasse para Marcus mais tarde. Não sei por que, mais tudo que se referia a Edward Cullen, me interessava agora.

  - Eu acho que já podemos ir. - aquela voz suave, foi como melodia para meus ouvidos. E ele estava em minha frente, intacto, sem nenhum arranhão, sem qualquer mancha ou amassado em sua camisa.

  - Mas você não ficou nem 20 minutos, não precisava se apressar tanto assim. Apesar de que aqui não há muitas opções para caça, a não serem alces e cachorros do mato. Quem sabe amanhã ou depois, eu te leve para a floresta mais ao sul, lá pelo menos existem animais maiores que saciarão melhor sua sede.

  - Você existe mesmo? - Ele me perguntou, sentando-se na pedra junto comigo, um pouco mais perto do que o normal. - Quer dizer, você nem bem me conhece e mesmo assim, está arriscando a pelo menos levar uma bronca dos Volturi pra me ajudar. Porque disso Sophie?

 Ele estava muito perto de mim agora, podia até sentir o cheiro de sua respiração, (mas espera aí, vampiros não possuem hálito), mas ele possuía e era inebriante. Sua aproximação me deixou confusa, e eu não sabia o que responder, meu coração começou a acelerar e minha pele a queimar. Ele percebeu minha mudança de estado e com delicadeza se afastou um pouco.

 - Creio que te constrangi mil perdões. Vamos mudar de assunto então. Confesso: alces e cachorros do mato não saciam tanto minha sede assim. Mas tudo bem, agora pelo menos já não estou mais a ponto de sair por ai e agarrar o primeiro humano que eu encontrar.

 - Não, nada disso. Se eu te disse que você ira caçar animais maiores, você irá. - disse com certa certeza do meu tom de voz. - Precisa se alimentar mais, seus olhos ainda estão muito escuros. Então, amanhã sairemos mais cedo e iremos para mais longe.

  - Vejo que eu não tenho escolha não é? Mas tudo bem, gosto da sua companhia. Agora acho que devemos ir, antes que o sonho erótico que você fez os guardas imaginarem se acabe e acabemos sendo pegos. - ele se levantou e esticou suas mãos para mim.

  Não aceitei seu gesto e me levantei sozinha. Fomos caminhando pela floresta sem disser nenhuma palavra de novo, até dessa vez, foi ele quem quebrou o gelo.

  - Sei que híbridos não tem as vantagens de velocidade que os vampiros têm. Se continuarmos nesse passo,quando chegarmos lá,os guardas já terão despertado. Então é a minha vez de fazer favores. - ele parou e se agachou, oferecendo suas costas. - Aceita uma carona Senhorita Volturi?

  - Vá na frente,viagens assim me deixam tonta. - mas antes mesmo de eu terminar de falar, ele havia me colocado em suas costas me deixando sem ação.

  - Relaxa, prometo que não vou te machucar, não poderia, mesmo que quisesse, por que... - se ele pudesse corar naquele momento, ele faria isso, estava ofegante. - Sophie, eu... Nada, é loucura.

  Permanecemos calados o resto do caminho.

  - Chegamos e tivemos sorte, porque eles ainda estão babando. - fui me soltando de seus braços, quando eu e ele percebemos que...

  - Mas o que é isso? Eu fiz isso com você? Desculpe-me, acho que me esqueci que não era uma vampira e acabei usando muita força. - ele estava apavorado, olhando para meus pulsos que estavam todos roxos, com as marcas de suas mãos.

  - Não é sua culpa Edward. O problema é que minha pele é muito sensível, como a de um bebê. Sempre foi assim, qualquer toque mais forte, me deixa com alguns hematomas.

- É por isso que você sempre esta de luvas?

- Não, as luvas são por outro motivo, que qualquer dia desses eu explico.

  Então ele fez algo que me deixou sem ar. Segurou meus pulsos e aproximou seus lábios neles. O toque frio de sua boca, em meus braços doloridos foi reconfortante. Ele deu algo parecido como um beijo neles.

  - A suavidade, bondade e delicadeza de um anjo. A fragilidade de uma princesa. E a beleza de ambos.

  Olhei para ele incrédula. O que será que Edward queria com aquilo. Era tudo por gratidão pelo que eu havia feito? Comecei a hiperventilar e ele riu.  Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, eu passei a frente.

  - Preciso entrar, antes que alguém sinta minha falta. Como prometido, te levarei para caçar amanhã...

  - Não, amanhã é a minha vez de te levar para "caçar". Quero que aceite meu convite para jantar e não aceito um não como resposta. Ao pôr do sol esteja aqui, faça o mesmo que fez hoje e o resto da noite, deixe comigo.

  Antes que eu pudesse responder, ele beijou minhas mãos, me deu aquele sorriso encantador, e desapareceu em segundos.

Pov. Bella

- Você já vai? – Perguntou Jacob ainda deitado, enquanto eu me vestia rapidamente.

- Sim, pelas minhas contas Edward chega amanhã de Volterra, e eu preciso estar na mansão para saber o que os Volturi decidiram sobre Nessie.

- Você sabe que ele vai querer saber qual é a sua decisão. E ai? Vai ter coragem de contar pra ele, que você não consegue viver sem minha pegada gostosa, o meu corpo quente.

Jacob foi se aproximando de mim, já excitado, tentando novamente tirar minha roupa.

- Para Jacob, é sério, por hoje chega. Eu preciso mesmo ir. E em relação a contar a Edward, eu não sei o que vou fazer ainda, mas te garanto que eu não vou falar pra ele da forma que você quer que eu fale. Eu o amo demais, e não quero magoá-lo.

Ele soltou uma gargalhada irritante.

- Mais do que você já o magoou? Impossível. E você ainda diz que o ama? Tá finge que acredito.

- Eu o amo sim, o que sinto por Edward é amor verdadeiro.

- Você pode até ama-lo, mas quem te faz ter uma boa foda, sou eu, querida. Você mesmo disse que Edward não sabe satisfazer uma mulher, que mesmo que você passe 2 dias transando sem parar com ele, ele não te faz gozar, do jeito que eu faço em apenas meia hora. Que ele é gelado, não tem pegada, que não sabe usar a língua e os dedos como eu uso, que...

- Chega Jacob. Eu estou indo. Com Edward voltando, não sei quando nos veremos de novo.

- Cuidado, hein. Se você demorar muito pra voltar, talvez seja tarde demais.

- O que você quer dizer com isso?

- Pague pra ver, baby!

Sabia que Jacob estava só me provocando, então sai da cabana abandonada na praia onde nos encontrávamos, peguei Nessie na casa do meu pai, e fui para a mansão.

Depois que meu caso com Jacob foi descoberto, os Cullen estavam me tratando com certa indiferença, só conversavam o necessário comigo. Até Alice, que se dizia minha melhor amiga, minha irmã, me tratava assim.

- Nessie, seu pai pediu pra você ligar pra ele assim que chegasse da casa do seu avô. – Disse Rosalie para minha filha, ignorando minha presença ali.

Renesmée já tinha pegado o telefone e estava sentado no colo de Carlisle pedindo pra ele ligar, quando me lembrei:

- Mas a essa hora Edward deve estar dentro do avião, então o celular está desligado.

- Não, ele ainda está em Volterra, ficara lá por mais algumas semanas. – Disse Carlisle.

- Deu algum problema com o caso de Nessie? – Perguntei já me apavorando só em pensar que os Volturi quisessem fazer algo com ela.

- Não, querida Isabella, o caso de Nessie já esta resolvido, ele está lá por causa do SEU CASO, está sendo punido por sua causa e de Jac...

- Chega Rosalie. – Esme fez um sinal pra ela, tentando dizer que Nessie estava atenta na conversa.

- Bem, o importante é que Aro deu mais uma chance pra Renesmée. A partir de hoje você vai se comportar, não é querida? Promete pro vovô que quando você sentir sede, vai nos avisar.

- Sim vovô, eu prometo.

- O mais surpreendente nessa história é que uma própria Volturi foi quem fez Aro dar essa chance.

- Foi uma Volturi que salvou Nessie, Jasper? – Perguntei, não acreditando numa coisa dessas.

- Sim, pelo que Edward disse, ela é a pupila de Aro, uma protegida, e pelo que eu entendi, a única que consegue amolecer um pouco aquele coração de pedra.

- E pelo jeito, não foi só o coração de Aro que ela conseguiu amolecer. – Disse Rosalie olhando diretamente pra mim.

- E o que você quer dizer com isso?

- É que nunca vi Edward falar de alguém com tanto fascínio assim, como falou dela pelo telefone. Nem quando fala de você.

 Confesso que senti uma pontinha de ciúmes pelo que Rosalie disse, mas eu tenho certeza que ela estava inventando isso. Nunca que Edward se encantaria por outra garota, pois sei que somente eu ocupo sua mente e seu coração.

 - Vamos, Nessie, está tarde, já passou da hora de você ir pra cama. – Disse já a pegando e indo em direção à porta.

- Mas nós não ligamos pra papai.

- Amanhã você conversa com ele, vamos.

Assim que chegamos à cabana, Renesmée adormeceu. A coloquei em sua cama e fui para sala, ainda pensando no que  Rosalie disse sobre essa garota. Precisava esquecer isso, afinal, não faz sentido algum eu ficar com ciúmes de Edward, ele jamais me trocaria, por quem quer que fosse. E não havia melhor maneira de esquecer, do que do lado de Jacob, do que com o corpo de Jacob.

Liguei para ele, tenho certeza que há essa hora ele ainda não estava dormido. Mas seu celular só chamava, já havia ligado duas vezes e nada, até que tentei uma última, e ele atendeu, com uma voz super ofegante.

- Bella, aconteceu alguma coisa? Pensei que não falaria com você durante um bom tempo, afinal, Edward já deve estar chegando. – Disse, ainda com a respiração acelerada.

- Ele ainda vai ficar algum tempo em Volterra. Mas, o que aconteceu com você? Primeiro demora pra atender seu celular, agora, essa voz de quem acaba que correr uma maratona. A onde você está?

- Ah, eu? É... é, eu estou em... em casa. É que eu deixei o celular no meu quarto, e eu estava lá fora, então quando eu o escutei, vim correndo atender, por isso estou ofegante desse jeito.

- Será que você podia vir aqui? Já estou sentindo falta do seu calor.

- Querida, você está sentindo falta é do meu amiguinho super quente aqui de baixo. Mas não se preocupe, daqui a pouco estou ai. Estou pronto para o próximo 3º round do dia. – Ele disse essa última frase achando que eu já tinha desligado o celular.

Mas o que será que ele quis dizer com isso?