Capítulo 3

Pov. Edward

Confesso, estou apaixonado, não, melhor ainda, estou amando uma garota que eu acabara de conhecer. Foi amor à primeira vista? Sim, sem dúvida nenhuma. Nem com Bella foi assim quando a vi pela primeira vez naquele refeitório, só depois de um tempo que eu percebi que tinha um sentimento especial por ela, sentimento que eu julgava ser amor e que só agora descobri que era apenas uma paixão, pois o verdadeiro amor, eu encontrei agora, e ele se chama Sophie Volturi.

Precisava tocá-la de alguma maneira, então, num impulso eu peguei sua delicada mão que era extremamente quente e levei a meus lábios congelados, e mesmo ela estando de luvas, vi que sentiu a grande diferença de temperatura de nossos corpos, mas parece que isso não a incomodou, pois do mesmo jeito que eu, ela não queria que nosso primeiro contato termina-se. Mas claro que Aro fez isso por nós, me afastando dela como se ela fosse a presa e eu o predador. Parecia mesmo que ele gostava dela, pois a olhava com... carinho, e confesso, aquilo me surpreendeu muito vindo de um Volturi.

Quando o assunto sobre Nessie foi encerrado, eu pensei que ele me mandaria voltar para Forks imediatamente, e fiquei desesperado com essa possibilidade, pois não veria mais o grande amor de minha vida e nem ao menos poderia me declarar para ela. Mas parece que alguém escutou minhas preces, pois Aro teve a brilhante ideia de me deixar mais um tempo no castelo para me ‘testar’ em relação à sede a sangue humano.

Mas eu sabia que isso era apenas uma desculpa, o que ele queria mesmo era me castigar por causa de Bella. Todos já sabiam sobre ela e Jacob, e aquilo para os Volturi era uma vergonha; uma vampira mantendo relações com um lobisomem.

Aquilo era demais para eles, e precisavam descontar a ira que estavam sentindo em alguém, e é claro que esse alguém tinha que ser eu, afinal, foi eu quem trouxe Bella par nosso mundo, eu que sou o vampiro idiota que foi trocado por um lobisomem, então, eu que assuma as consequências. Mas sinceramente, eu não estava me importando com isso, pois pelo menos desse jeito eu poderia ficar perto da minha Sophie.

Assim que minha conversa com os Volturi terminou, me instalei em um dos quartos do castelo e resolvi ligar para minha família para contar sobre as decisões de Aro. Expliquei que ele havia dado mais uma chance a Nessie, e que foi graças a sua protegida (lógico que não entrei em detalhes sobre Sophie, e muito menos sobre meus sentimentos por ela), disse também que teria que ficar mais um tempo no castelo por causa de Bella.

- Oh, Edward, nós sentimos muito por isso. – Disse Esme com uma voz de piedade.

- Eu não sinto muito nada, eu avisei desde o começo, mas ninguém me escuta nessa casa, falam que eu sou a malvada da história, mas bem feito, agora sim vocês estão vendo quem é a verdadeira ovelha negra da família Cullen. – Claro que quem disse isso, foi minha adorada irmã Rosalie, mas pela primeira vez eu não tirava a razão dela.

-Não ligue pra Rosalie, Edward. Você sabe como ela é. Mas voltando ao assunto, tem uma coisa que eu ainda não entendi. Alice tentou, mas não conseguiu ver as decisões dos Volturi e nem as suas nesses dias. Você sabe o por quê?

- Não sei, talvez seja um novo vampiro com dons especiais que eles tenham colocado na guarda, pois desde que cheguei aqui, não consigo ler a mente de ninguém, quando eu descobri quem é, aviso vocês. Agora mãe, por favor, passa o telefone pra Nessie, estou morrendo de saudades dela.

Houve um silencio do outro lado da linha, até que Carlisle falou:

- Nessie não está aqui, Edward. Ela e Bella foram visitar Charlie ontem, e não voltaram até agora. Sinto muito.

Lógico que Bella não estava com seu pai. Eu sabia muito bem onde ela estava, mais aquilo não me incomodava mais. Eu só queria mesmo era falar com minha filha.

- Tudo bem, mas quando Renesmée chegar pede pra ela ligar pra mim, precisa ouvir sua voz.

Os dias foram de passando e eu estava começando a sentir sede, mas eu sinceramente não me importava muito com isso. Aguentarei firme e provarei para Aro que eu não sou tão frouxo assim como ele pensa. O que estava me incomodando mesmo, é que eu não tive mais chances de falar com Sophie. Às vezes a via de realce pelos corredores do castelo, mas ela sempre estava acompanhada ou por Alec, ou por alguém da guarda.

Até que tive meu dia de sorte.

Tinha acabado de tocar piano na sala de música, quando estava saindo percebi que ela estava no corredor, sozinha. Ela não me percebeu, então me escondi atrás da porta e assim que ela passou, a puxei pra dentro da sala. Quando vi que pelo impacto ela iria cair, eu a abracei e quando fiz isso pude sentir seu cheiro. Cheiro este que eu nunca senti em toda minha existência, era ao mesmo tempo puro e tentador. Juro que se ela não estivesse me olhando com uma cara assustada, eu a teria beijado naquele momento.

A soltei delicadamente, e disse a primeira coisa que veio em minha mente como desculpa por ter feito o que fiz.

- Não tive oportunidade de te agradecer direito naquele dia, pelo o que você fez por minha filha.

Era impressão minha, ou ela estava admirada com minha voz?

- Eu só fiz o que era o certo, como eu disse a Aro, uma criança não tem noção do certo ou errado, principalmente no nosso mundo. Mas... eu ainda preciso fazer mais uma coisa por você.

- Fazer o que? – Perguntei, mas soube a resposta assim que a vi olhar para meus olhos, que estavam começando a ficar negros de sede. – Eu consigo aguentar, são só mais algumas semanas...

- Não, você não vai, e é por isso que eu planejei uma forma de te fazer beber sangue animal. – a olhei com olhos de descrença, mas antes que pudesse dizer algo, ela me interrompeu. – Me encontre hoje ao anoitecer nos fundos do castelo, lá estarão dois guardas no portão, mas pode deixar eles comigo. O que você vai ter que fazer é sair quando eles parecerem ‘dormindo’.

Ela falou isso de uma forma tão determinada, que eu não pude fazer nada a não ser confirmar com a cabeça.

Tendo a resposta que queria, ela simplesmente saiu da sala, me deixando literalmente de boca aberta.