Safe and Sound - HIATUS escrita por Brubs


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Então,primeira fic de THG.Deem uma chance!



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O sol quente bate em minha cara.Estou em cima de uma das rochas na fronteira do Distrito 13.A luz do sol me da um calor confortável,sendo logo destruido pelas brisas geladas do vento.Levanto meu braço,dando uma olhada no relógio velho de meu pai.Meia hora para às 14h.Meia hora para a Colheita.Meia hora para o juízo final de dois adolescentes.

Me levanto preguiçosamente e me preparo para voltar à casa de minha vó,onde terei que me arrumar para o,como meu irmão custuma chamar,Juízo Final.A neve faz um barulho quando a sola de minhas botas à encontra.Ando lentamente,tomando cuidado com os buracos que aquela massa gelada pode estar escondendo.

Fecho a jaqueta preta de meu pai e aperto mais meu cachecol,tentando impedir que o frio me atinja ainda mais.Mesmo que seja quase primavera,está bem frio por aqui.É sempre frio no 13.

Enquanto ando pelos destroços da usina que explodiu seis anos atrás ,consigo lembrar de meu pai gritando para me afastar,antes dele explodir com a usina e com minha mãe.E não tem um dia que eu não sinta falta deles.

Eu aperto o colar com a aliança de casamento de minha mãe.Foi a única coisa que conseguiram recuperar deles.O resto estava queimado ou coberto por sangue e carne.A aliança de minha mãe ficou comigo e à de meu pai com meu irmão mais novo.

Nós moramos com nossa avó no Distrito 13.A América do Norte,depois de muitas guerras,pessoas passando fome e destruição,virou uma só nação: Panem.Ela é dividida entre uma Capital e 13 distritos.Todos os outros distritos,junto com a Capital,são localizados em diversas partes de um país chamado de Estados Unidos.O 13 fica aonde seria o Canadá,o que nos torna mais excluidos do que nunca.

Mesmo que sejamos o distrito mais longe da Capital,não somos o mais pobre,por causa de nossas usinas.Somos o único distrito que produz energia nuclear e como a Capital precisa,temos dinheiro suficiente para viver como as pessoas do 2 ou do 3.

O pessoal daqui do 13 é bem parecido: olhos negros,cabelos castanhos,o rosto pálido e sujo de grafite,outra coisa que produzimos aqui,e,principalmente,a maioria sempre morre de câncer.Ao invez de irem correndo até um médico,a familia apenas deia a pessoa em casa,para descansar em seus ultimos meses de vida.Os jovens,como são bem mais saudaveis custumam viver mais.A não ser que você seja escolhido para os Jogos Vorazes.

Jogos Vorazes,criados pela Capital para dar um pouco de diversão.Só se for para eles.Os Jogos acontecem de ano em ano,onde um garoto e uma garota de cada distrito,entre 12 e 18 anos,são sorteados para ir para dentro de uma arena,para,basicamente,se matarem.O último que sobreviver é o vencedor.

O 13 só tivera dois vencedores em todos os 74 anos de Jogos Vorazes: Marjorie Satien,uma garota de 19 anos que havia ganhado a 72 edição,quando tinha apenas 17 anos.E o outro,bem,era meu pai.Ele tinha 18 anos quando foi sorteado.A garota,Venus Heill,havia sido morta logo no primeiro dia de Jogos.Meu pai apenas ganhou por ser forte,corajoso e sabia mexer com armas.Mas também tinha outro fato: minha mãe.

Ela era uma espécie  de representante do 13.A Capital à mandava para ajudar os tributos à saberem como se comportar nas entrevistas e esse tipo de coisa.Se apaixonou logo de cara por meu pai.Mas que mulher poderia resistir aos cabelos vermelhos naturais e os belos olhos verdes,da qual exotica aparência nós compartilhamos?Ela devia realmente ama-lo,pois quando ele ganhou os Jogos,ela abandonou o conforto da Capital e foi morar com ele no 13.Mas eles se foram.E nunca mais vão voltar.

Ando pela neve,perto de chegar na estrada,quando sinto algo gelado bater em meu gorro e escorrer até meu cabelo.Viro rapidamente,mas não há nada atrás de mim.Estou prestas à voltar à andar,quando ouço uma voz:

-Ei.Aqui em cima,Tomatinho.

Olho na direção de onde veio a voz,vendo meu irmão,Doug,em cima de uma árvore.Seu cabelo loiro está dourado,por causa da luz do sol que bate nele.Eu aumento o tom de voz,para que ele possa me ouvir:

-Estava me observando,Menino Macaco? - faço um gesto para que ele desça - anda logo.Temos que nos arrumar para a Colheita.

Ele suspira,coloca as mãos no galho que estava em cima e se pendura ali.Depois,pula para o chão e corre em minha direção,parando em minha frente,com um de seus sorrisos elfícos.Mesmo sendo dois anos mais novo, ele é bem mais algo que eu.É incrivel como ele é idêntico à nossa mãe.O mesmo cabelo loiro - quase - branco e os olhos azuis cristalinos.Doug não se parece com os outros garotos de sua idade : enquanto eles pensam em trabalhar, ele passa o dia subindo em árvores ou lendo.Lendo sobre como era a América do Norte,nos livros perdidos nos confins da biblioteca da escola.

Depois de voltar a respirar normalmente,ele falou, com o estupido sotaque da Capital que ele custuma imitar:

- Então vamos logo,Tomatinho.Não quero perder o dia do Juízo Final.

Ele agarra minha mão e me puxa até a estrada.Corremos por ela,até um certo momento em que entramos na Floresta Negra.A maioria das pessoas tem medo de entrar nela,por causa dos bichos esquisitos que sofrem mutações por causa da radiação.Ou seja,o lugar perfeito para minha vó.

Corinna Levisque,ou simplesmente minha avó,não é uma pessoa que gosta de socializar.Por isso,ela mora numa casa construida por meu avô no meio da Floresta.Minha avó deve ser a única idosa do 13 que não pegou câncer, pois ela mora longe das usinas, o que dificulta o contato com a radiação.

Doug e eu paramos em frente a parede de pedras,que faz com quem não saiba do outro caminho não possa chegar à casa de minha vó.Eu e meu irmão começamos a escalar uma das enormes árvores do lado das pedras.Quando chegamos no terceiro galho,subimos em cima dele e começamos a andar,passando por cima das pedras.Depois de alguns minutos,começo a vizualizar a fumaça que sai da chaminé da casa.Chegamos nela,entrando pela janela.Logo que coloca os pés no chão,Doug grita:

-Vovó!CHEGAMOS!

Ela sai da cozinha, segurando duas canecas de chá.Pego uma para mim e quando o liquído quente passa por minha garganta,sinto meu corpo se esquentar.Ela me dá um sorriso adoravel e diz,com a voz rouca:

-Vocês,vão logo se arrumar.Eu quero vocês bem vestidos,caso sejam sorteados.

Doug,olhando sua enorme coleção de livros,diz:

-Vó,é impossivel que nós dois sejamos chamados.4 anos para a Tomatinho e dois para mim e ainda não tiraram nossos nomes.

Vovó bagunça o cabelo dele e diz:

-Nunca se sabe.O destino pode ser cruel.

Deixo os dois conversando e vou me trocar.Coloco um vestido velho de minha mãe,embaixo da jaqueta de meu pai,que ele estava usando nos dias que participou dos Jogos.

Quando volto para a sala,vovó está tentando pentear o cabelo de Doug,obviamente sem resultado,pois ele vai bagunça-lo assim que sairmos de casa.Enquanto vovó arruma meu cachecol,murmuro:

-Tem certeza que não quer ir dessa vez?

Ela nega sorrindo:

-Você sabe que eu não gosto.

Ao mesmo tempo que ela ajeita minha franja,reclamo:

-Mas é obrigatório ir!E os Pacificadores podem vir atras de você!

-Primeiro: eu ja estou bem velha,não sou obrigada a ir nessa maldita Colheita.E segundo: você acha que é possivel alguém me encontrar aqui? - ela ri,enquanto acaricia meu cabelo - vá,meu anjo.São dois papelzinhos no meio de muitos outros.Qual a probabilidade que você e seu irmão sejam escolhidos?

~x~

A Colheita.O dia em que todos do 13 se reunem na Praça Central para a escolha dos tributos.O dia em que duas familias se trancarão em casa para chorar por sua desgraça.

Me dirigo para o lugar onde ficam as meninas de minha idade,parando ao lado de Hazel Satien, a irmã mais nova de Marjorie.Olho para o palco,onde três cadeiras estão colocadas.Em uma delas,está nossa prefeita Coin.Ao seu lado,está sentada Marjorie Satien,com a pele morena, o cabelo negro e a roupa toda branca.E ao lado dela, está Faye Koppitz,a representante da Capital,que mandam para o 13,todos os anos.Ela é uma pessoa sempre feliz.Feliz até demais.Ela está usando um vestido de diamantes feito no Distrito 1,com sapatos combinando.Seu cabelo está branco, com mechas de várias cores.

Como todos os anos,eles passam um video do presidente Snow contando sobre tudo o que aconteceu para Panem surgir, o porque da Capital ter criado os Jogos e todos os assuntos que ja haviamos decorado.E então, a parte mais interessante: a escolha dos tributos.Faye se dirige para a bola das meninas.Quando ela pega o papelzinho,lembro das palavras de minha vó "São dois papelzinhos no meio de muitos outros.Qual a probabilidade que você e seu irmão sejam escolhidos?".Eu te respondo,vovó: Toda.

-Annabelle Levisque! - Faye diz para todo o Distrito 13.

Eu não me movo.Fico lá,paralizada.É preciso que Hazel me empurre para eu voltar a realidade.Ando lentamente e subo,trêmula,a escadinha até o palco.Faye me abraça e sinto o cheiro doce de seu perfume,colocado de um modo exagerado.E então,ela vai até a bola dos meninos.

Quem sabe ela não escolha o garoto que iria se apaixonar perdidamente por mim?Ou um que eu não suportaria e iria mata-lo logo no começo dos Jogos?Mas meus pensamentos são destruidos no momento que ela lê o papelzinho.

Pois o nome que está escrito ali é Doug Levisque.

Meu irmão.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?Deixem reviews,por favor *---*
Imaginem a Marjorie como a Naya Rivera.



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