Can we whisper? escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 22
Capítulo 21 — Personalidade forte.


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente, comentem por favor e leiam a fanfic maravilhosa da minha amiga Briena (ps pode chamar ela assim, ela adora): http://www.fanfiction.com.br/historia/248279/Wiping_Tears. Beijosss e espero que gostme.



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Passaram-se um mês desde o jantar e quase nada havia mudado. Não era falta de vontade de Edward, obviamente. Era falta de vontade de minha parte. Tudo que eu tinha vontade era não me machucar de novo, porque, sinceramente, eu tinha certeza que já houvera sofrido por causa disso o bastante para uma vida inteira.

Aconteceram alguns erros nesse mês. Eu o estava deixando me conquistar de novo, e não era bom perceber isso. Não que fosse uma coisa fácil de lutar, eu gastara todos os esforços presentes dentro de mim para que aquele fato nunca se concretizasse, mas era em vão quando Edward também estava colocando esforços para que ocorresse o que ele queria.

Eu realmente me sentia desconcertada quando Edward tentava alguma coisa, e não mais raivosa. Quando uma coisa acontece várias vezes, passa-se a achá-la normal o bastante para não ficar com raiva ou algo desse tipo. Era isso que vinha acontecendo esses dias, eu estava tentando ficar menos raivosa quando ele tentava algo.

Chegava a ser engraçado algumas vezes, quando ele tentava me puxar para perto dele ou me beijar. Claro que nunca acontecera nada desse tipo. Eu sempre interrompia, fugia do assunto ou fingia que não estava percebendo o que ele estava tentando fazer, mas mesmo assim, eu sabia que Edward sabia o quanto eu estava confusa. Não que ele fosse a pessoa mais paciente do mundo, porém ele sabia fingir muito bem. Eu só esperava que ele desistisse antes de eu ceder a suas tentativas. Só que isso não aconteceu, ele só ficou mais insistente de uma maneira discreta, mas que, infelizmente, serviu para que eu cedesse por completo.

Foi alguma coisa nele que tinha me feito ceder. O modo como ele pareceu ter lido que eu tinha cedido e sorrido ao chegar ao apartamento e ver que, mais uma vez, Alice não estava. Edward parecia estar lendo minha mente, pois estava mais sorridente, não estava hesitando ao tocar meu colar de castelo enquanto eu falava qualquer coisa e perdia o raciocínio.

— Como foi na faculdade ontem?

Eu sorri e ele olhou para os meus lábios, desviando os olhos rapidamente para outro canto da sala.

— A mesma coisa de sempre. — Revirei os olhos. — Todos meus professores são rabugentos. Todo mundo dessa cidade é mal-humorado, não sei como isso acontece. Deveriam ser mais… sei lá, legais, talvez? Todo o lugar que eu vou tem algum problema. — Lamentei-me.

— Se você voltasse para Glastonbury, não teria nenhum problema, você sabe.

— Teria um problema, sim. O da faculdade. As faculdades de Glastonbury são… razoáveis enquanto eu quero uma ótima. — Levantei meus olhos para os dele quando notei que eu fitava minhas mãos. — Eu não quero depender de ninguém, principalmente de Charlie… ou seja, para que isso venha a acontecer, eu tenho que estudar e ser admitida em algum emprego bom.

Ele assentiu e não falou nada por algum tempo. Virei meu rosto para o lado que a televisão estava e tentei me concentrar no programa culinário que passava no momento. Sim, era falta mesmo do que fazer, pois eu sabia cozinhar muito bem e não precisava desses programinhas horríveis que queimam a panela mil vezes antes de dar certo para saberem cozinhar.

Cozinha me lembrava de minha vó. Maddie. Eu tinha que vê-la, fazia tanto tempo e eu não dera nenhuma ligação por sempre esquecer ou não ter tempo para fazer isso. Que neta terrível eu era! Mais tarde eu ligaria, então, sem falta. Deveria estar tudo bem com ela já que Charlie não comentara nada sobre ela. Eu não deveria ficar paranoica ou com o pressentimento que sempre faltara um pedaço enorme da minha memória e agora ele pesava mais que qualquer outra coisa.

Edward passou o braço ao redor de meus ombros quando ficou um pouco mais frio que o normal, e inevitavelmente evitei fazer movimentos bruscos. Eu estava desconfortável ao extremo. Era sempre assim quando ele costumava fazer alguma coisa a qual eu não estava acostumada ou fosse… talvez, em minha mente, íntimo demais.

— Por que você não relaxa um pouco? Você não precisa ficar tensa, eu não vou te agarrar se é isso que te preocupa. — Ele murmurou em meu ouvido, deixando que seu hálito quente batesse em minha pele gelada de propósito.

Eu me arrepiei e tentei mostrar indiferença a esse fato. Eu me arrepiava por qualquer besteira, de qualquer jeito.

— Deixe-me beijar você, Bella. — Ele pediu em meu ouvido, beijando minha bochecha, perto de meu maxilar logo em seguida.

Ele sorriu quando virei meu rosto para ele, protelando sobre deixar ou não que ele fizesse aquilo, porque, por mais que fosse uma coisa boba, envolvia uma confirmação de minha parte. Uma grande confirmação a qual eu tinha receio de dar. Eu não queria me machucar, mas ao mesmo tempo queria beijá-lo, dar outra chance a ele. Essas duas ideias parecem não coexistir juntas.

E então sem hesitação alguma, ele juntou seus lábios com os meus, pegando meu rosto entre as mãos para que eu não escapasse. Como se fosse possível que eu fizesse algo a não ser me concentrar no quanto sentir o calor de sua boca perto da minha era bom, como se eu nunca houvesse sentido em toda a minha vida. Era diferente, ele estava mais intenso do que estivera na primeira vez que nos beijamos e em todos os outros beijos.

Não era como se ele pudesse me machucar a qualquer momento, não era como se… eu fosse frágil. Não tanto, pelo menos.

Meu coração disparou como um louco em meu peito e tentei controlá-lo, apesar de saber que isso não iria acontecer tão facilmente. Edward sorriu quando descolou seus lábios brevemente dos meus, fazendo-me sorrir feito uma idiota também e me inclinar para frente, grudando nossos lábios de novo, entrelaçando minha mão em seu cabelo e puxando seu rosto para o meu.

Era tão bom beijá-lo. Como eu pudera esquecer por tanto tempo?

Nossas línguas permaneceram juntas, em uma carícia que me surpreendia ao ser de modo calmo. Estávamos matando as saudades ocultas, e apesar de lutar contra isso com todas as minhas forças, admita que, sim, talvez eu sentisse um pouco de saudade da maneira em que Edward me beijava e mesmo sem perceber, puxava-me para mais perto até não ter nenhum espaço entre nós.

E então tinha seus braços também que de tanto me abraçar, não deixava que eu me mexesse um centímetro sequer. Edward me beijava com tanta intensidade que eu ficava sem ar facilmente com sua mão em minha nuca ou em minha cintura, acariciando-me como se soubesse que aqueles eram alguns de pontos fracos. Ele me beijou por três vezes até me soltar e olhar nos meus olhos, tentando ver o que eu pensava debaixo das bochechas coradas e do olhar baixo.

— Uma chance, Bella. Eu só quero uma chance…

— Você se daria uma chance? — Perguntei, o olhando não com raiva, mas sim com passividade em meus olhos.

— Não, mas…

— Se você não se daria uma chance, por que eu deveria? — Ergui minhas sobrancelhas e as abaixei, franzindo minha testa ao ver Edward me olhando com carinho, quase reverência.

Ele desfez com os dedos o vinco que minha testa formava e manteve sua mão dentro de meus cabelos.

— Porque você é melhor que eu. E porque eu sou sincero no que falo; se eu não fosse, teria mentido pra você e dito que me daria uma chance, quando na verdade não daria. — Ele respondeu isso sem quebrar ou me deixar sair de seu olhar. — Só uma chance, eu não vou te desapontar.

— E se você o fizer? — Minha expressão era incrédula.

— Você pode ir embora e eu nunca mais me dar uma chance.

— Tem certeza que vai ser assim? Se você fizer alguma besteira e me machucar, me deixará ir?

Ele hesitou por alguns segundos e depois negou com o rosto.

— Não é tão fácil quanto parece para você. — Murmurou, olhando-me por alguns milésimos de segundos e desviando os olhos para a sua mão que estava descansada em meu ombro. — Na primeira vez, também não foi fácil…

Eu ri amargamente.

— Não foi, é? Você saiu beijando outras pessoas enquanto eu ficava que nem uma idiota pensando quando você me ligaria. E o porquê de nada dar certo.

— Não é bem assim, Bella.

— É assim, sim! — Praticamente gritei, afastando-me dele para não perder a paciência e acabar machucando-o. — Você falou. “Uma garota me beijou e eu não a afastei” como assim não foi fácil pra você? Meses depois você chegou e estava namorando ela, com a garota que beijou.

— E você estava namorando Riley!

— Sendo que isso não aconteceu quando ainda estávamos tendo aquilo escondido. Eu não o beijei quando estávamos namorando, eu não te traí. Desculpe-me, é apenas a verdade, Edward.

— Você acha que eu não te amava e que não me causou nada ficar aquele tempo todo longe de você? Acha que eu não me senti um lixo quando percebi que você estava chorando? Eu te falei que te amava um milhão de vezes naquele mês, e você nem correspondeu. — Me acusou, levantando-se enquanto puxava seu cabelo para trás.

— Eu não sou de amar uma pessoa em apenas dois meses.

Wow! Talvez eu tenha pegado pesado demais na minha frase. Talvez o tom de minha voz não tenha saído tão calmo quanto eu queria que fosse e aquilo o machucou, eu pude perceber no modo como sua expressão raivosa caiu e se tornou uma mascara insondável. Depois de me olhar por alguns segundos, abriu a porta do apartamento e saiu pela mesma, batendo-a com uma força maior que o preciso.

O que eu tinha feito? Eu era uma idiota.

E então eu tinha que me colocar no lugar dele, como sempre. Se uma pessoa falasse aquilo para mim, eu tinha certeza que nunca mais olharia na cara da mesma por ter me machucado muito. Edward tinha o direito de agir assim também, e esse era o meu maior temor a respeito disso. Era… eu não queria o perder desse jeito. Eu não queria ficar sozinha de novo.

Eu me lembro de como eu dizia em minha mente que o amava, como queria sempre demonstrar com os meus beijos o quanto eu queria que ele ficasse ali comigo e não fosse para Nottingham, porque, afinal em apenas dois meses eu tinha o amado. Mas com o passar do tempo à ideia de que aquilo era uma mentira do momento foi crescendo em minha mente e tomado parte de todas as minhas ideias de que aquilo realmente foi verdadeiro.

Eu me lembro da primeira vez que ele falara que me amava, de como ele ficara receoso para que eu não gritasse nada e como eu o beijei tentando passar que o correspondia. Aquela minha atitude fora patética, covarde como eu nunca tinha sido em minha vida e incomum. Qual era o meu receio? Talvez, somente talvez, não tenha existido nenhum verdadeiro.

Eu podia ver que aquela minha frase, tinha sido mais dolorosa do que toda a minha indiferença nesses dias.

Fiquei algum tempo em um estado de inércia incompreendida, até que notei que para não chorar de raiva ou algo desse tipo, eu dormira no sofá como se não tivesse dormido há séculos. A televisão estava ligada e eu torcia para que aquilo que se passara fosse um pesadelo horrível que me assombrara. Mas não era. Eu sabia disso por Edward não estar no apartamento.

Era de tarde ainda, quatro horas e estava escuro como não deveria estar. Era a chuva, eu sabia, porém não queria que fosse que escurecesse tanto, eu tinha medo de ficar sozinha em casa em tardes como essas. Poderia ser besteira e infantilidade de minha parte e eu não podia evitar isso. Por que Alice saíra mesmo? Ah! Para me deixar a vontade com Edward e ir ficar com o seu namorado como de praxe. Eu ainda não ia com a cara de Jasper, preferia muito mais o outro que era mais gentil e mais bonito. Zachery.

— Por que você é tão idiota, Isabella Swan? — Perguntei passando os dedos pelos meus cabelos.

E eu nem podia ir à casa de Edward pelo simples fato de não saber onde era. Um mês e eu perguntara tudo menos isso a ele. Congratulações para mim, eu merecia. Eu sempre fazia tudo errado, de qualquer jeito.

Fiquei meia hora pensando em o que fazer e com a televisão ligada porque eu me sentia confortável daquela forma, não tão amedrontada. Nenhuma ideia que vinha a minha cabeça era boa o bastante. Ligar; ele desligaria na minha cara. Eu faria isso, pelo menos. Ir lá; eu me perderia em Bristol já que não sabia onde ele morava.

Perfeito. Eu tinha feito isso na hora perfeita.

— Alice? — A chamei quando ela atendeu ao celular. — Pode fazer um favor pra mim? — Minha voz estava baixa, quase triste.

— Espera um pouco, Jasper. — Ela sussurrou. — Me conte toda a merda que você fez… Isabella Swan! Para estar com esse tom de voz deve ter acontecido alguma coisa muito ruim mesmo. Não, não, me conte se vocês se beijaram primeiro.

Eu suspirei, revirando meus olhos.

— Sim, mas eu fui uma idiota e falei uma coisa que não devia. — Pressionei meu dedo indicador e polegar contra minha têmpora. — Você pode me dizer onde Edward mora, por favor? Eu tenho que… pedir desculpas.

— Ah é? — Ela indagou com a voz sorridente. — Pedir desculpas pra Edward, é? Você deve ter feito alguma coisa muito grave mesmo.

— E fiz. Dá pra dizer logo onde ele mora?

Assim que ela explicou onde ele morava, terminei de explicar detalhe por detalhe como nos beijamos e o que eu havia dito para que ele ficasse com raiva. Ela me chamou de todos os xingamentos possíveis e disse que eu não merecia o esforço que Edward estava tendo. Ela falou somente a verdade, afinal. Concordei com tudo que ela disse.

Eu me vesti com casacos pesados e fui para a casa de Edward de carro, olhando atentamente para não acabar me perdendo. A casa dele tinha um muro enorme e parecia ser grande demais para uma pessoa viver sozinha, entretanto mesmo assim estacionei meu carro de frente e sai do mesmo, colocando o capuz que tinha no casaco.

Estava tão frio. Eu iria congelar se permanecesse mais um segundo ali. De modo hesitante, estendi minha mão e apertei a cigarra duas vezes para que ele viesse logo e não me deixasse morrendo congelada ali. Eu tinha certeza que estava abaixo de zero e as roupas que eu vestia não eram apropriadas para aquilo.

Eu tremi quando o olhar de Edward pousou sobre mim e seus braços me puxaram para dentro de seu jardim, fechando o portão com a chave logo em seguida.

— Eu não sei o que você tem na cabeça para sair de casa nesse tempo. Você vai ficar resfriada.

— Eu preciso que você me desculpe. — Murmurei. — Eu fui uma idiota… e eu… não posso… é… sair falando uma coisa daquelas como se fosse normal. Desculpe-me, desculpe-me, desculpe-me. — Pedi feito uma desesperada.

Assim que saímos do chuvisco, Edward me olhou com as sobrancelhas franzidas, e assim como ele havia feito essa manhã, desfiz os vincos que faziam em sua testa hesitando um pouco antes de estender minha mão. Ele pegou minha mão que estava em sua bochecha e a estacionou lá, olhando-me por mais alguns segundos sem falar nada.

— Fala alguma coisa. — Sussurrei. — Diga que eu sou uma idiota, pelo menos.

Ele sorriu.

— Você é uma idiota, Isabella Swan. Uma idiota mesmo, mas eu não sei o porquê de eu te querer tanto. — Dito isso, puxou a mão que estava sob a sua e me abraçou com força, encostando sua testa em meu ombro. — Uma idiota que tem o mesmo cheiro de antes.

Eu sorri, aliviada, suspirando.

— Pensei que ficaria com raiva por séculos. — Admiti.

— Como se isso fosse possível. Quando eu voltasse do trabalho amanhã, eu iria a sua casa, pedir desculpas, mesmo que fosse você a errada ou vice versa. Você sabe… eu não ficaria tão longe de você depois do que aconteceu hoje.

— O que aconteceu hoje? — Perguntei, franzindo o cenho.

Ele sorriu para mim assim que se afastou de meu abraço e não se deu ao trabalho de responder a minha pergunta, pois sabia que eu tinha conhecimento sobre o que tinha acontecido hoje, com apenas aquele beijo. Tinha significado tantas coisas assim para ele também? Esperava que sim. Edward passou a mão por seu cabelo, tirando a água que o chuvisco tinha colocado no mesmo, escurecendo-o e deixando-o quase castanho ao em vez de bronze.

Não sabia o que era mais fantástico na casa de Edward. Talvez a sala de estar e o jardim? Ou talvez o terraço perfeitamente arrumado? Se me perguntassem, eu não saberia responder com clareza. Era tão impossível e possível ao mesmo tempo em que tenha sido ele a decorar aquilo. Tudo era tão perfeitamente organizado, e também com o gosto dele que eu não sabia o que pensar.

― Você quem decorou a casa? ― Perguntei, não contendo minha curiosidade.

― Óbvio que não. Nunca teria paciência para comprar tudo isso. Olha aquela cadeira ali, ninguém a usa e eu não a compraria em situações normais. Mas foi Esme quem decorou a casa, então… eu meio que não tive como escolher. ― Ele disse me olhando curiosamente enquanto puxava-me pela mão escada acima. ― Essa casa é de Esme e Carlisle, eu só estou aqui porque ela me ofereceu. Eu teria comprado um apartamento pequeno e simples, não tudo isso… só pra uma pessoa.

Eu assenti. Era realmente demais para uma pessoa toda viver. Se fosse eu no lugar dele, certamente ficaria com medo quando fosse de noite.

― Se você ficar com todos esses casacos molhados, vai acabar ficando resfriada, Bella. ― Ele explicou quando me entregou um casaco dele. ― Um guarda-chuva antes de sair de casa seria uma boa, não é? Pessoas normais fazem isso de vez em quando.

Fiz uma carranca para ele e peguei o casaco de sua mão.

― Eu saí apressada.

O casaco tinha o cheiro de Edward, apesar de estar limpo e lavado em alguma lavanderia por estar cheiroso demais. Aliás, se fosse por ele eu sabia que suas roupas acumulariam e ele não as lavaria por um bom tempo até ir procurar alguma lavanderia mais próxima. Era quente e fazia o que três casacos meus não tiveram a decência de fazer.

Eu planejava ir embora assim que pedisse desculpas para ele, mas todos meus planos foram mudados quando ele pediu para que eu esperasse mais um pouco, não querendo ficar sozinho no jantar que ele ainda não houvera comido. Eu também não havia jantado e nem estava com um pingo de fome. Comi mesmo assim, para ser educada como não estava sendo esses dias. A comida favorita de Edward continuava a ser pizza e o jantar dele não poderia ser diferente disso.

Ele estranhou a minha falta de apetite e me olhou com a testa franzida, terminando de mastigar seu pedaço de pizza de atum.

― Está sem fome ou…? ― Se interrompeu. ― Você gostava de pizza.

― Sem fome. ― Eu sorri duramente. ― Não é nada a mais que isso.

― Você tem que se alimentar melhor ― Ele disse e pela primeira vez que estava comigo, assumiu os vinte e seis anos de maturidade que ele tinha.

Eu ri, baixando meus olhos. Mordi meus lábios quando ele me olhou, indagando pelo olhar o motivo da graça que eu via. Era uma coisa idiota, chegava a ser infantil e eu não conseguia me impedir de fazer isso quando ele era tão estranhamente sério como estava.

― É você tendo 26 anos como o normal. Você não parece ter essa idade toda quando… está agindo normal. Já percebeu isso?

Ele sorriu.

Você me deixa imaturo. ― Não pude evitar sorrir, olhando-o por uns segundos e desviando os olhos para meu prato cheio. O pedaço que eu pegara estava na metade ainda. ― Então eu te pergunto se isso é uma coisa boa ou não, senhora sabe tudo.

Dessa vez eu gargalhei, lembrando-me de quando eu tinha dezesseis anos e sempre me perguntava e julgava se isso era uma coisa boa ou não. Em alguns momentos, eu me pegava fazendo isso de novo, e não funcionava como antes pelo simples fato de no passado eu ser mais… exigente.

― Me diga você.

― É bom ser imaturo de vez em quando, sabe. E eu acho que em Glastonbury eu estava explodindo de tanto estresse pela carga horária enorme que eu tinha. ― Ele sorriu de modo simples para mim, levando o garfo de novo aos lábios juntamente com o pedaço de pizza.

― Ser médico é estressante demais, imagino.

― E aposto que você sabe que não foi somente pela carga horária menor e salário maior que eu parei aqui, não é? ― Ele sorriu mais largo.

― No começo eu pensava que era para me irritar. ― Admiti, baixando meus olhos e empurrando o prato, dando-me por satisfeita. ― E depois você veio com aquele papo que queria me conquistar e essas coisas.

― Você não resistiu por muito tempo, querida. ― Ele me informou irônico, rindo quando eu pressionei meus olhos em sua direção. ― Não que um mês de tortura não tenha sido o bastante para mim, claro.

Eu queria continuar com o meu semblante de raiva, mas quando Edward levantou-se e curvou-se para pegar meu prato, roubando um beijo consequentemente não pude evitar rir, puxando a barra de seu casaco em uma leve implicância. Quem era eu? Nos últimos três anos eu não era tão boba quanto estava sendo naquele momento.

Era Edward que causava isso, e era uma coisa boa.



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Notas finais do capítulo

Bom, é isso, gente. Espero mesmo que tenham gostado e eu vou tentar postar o mais rápido possível, sim? Eu meio que... não tenho nada para dizer, psé. Comentem, beijos, e olhem a minha nova fanfic http://www.fanfiction.com.br/historia/245569/Entre_Cacadores_E_Presas/