Can we whisper? escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 15
Capítulo 14 — Gesto.


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeente, mais um novo capítulo para vocês. Hum... eu recomendo que antes de ler... se sentem, respirem fundo e tentem não se estressar por besteiras. Amem o Edward e o Riley ♥ ahhh, eu comecei a postar uma história nova https://www.fanfiction.com.br/historia/237337/Entre_Cacadores_e_Presas



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Eu tive que recuperar o ar por alguns segundos antes de finalmente abrir minha boca para falar alguma coisa e recuar para que eu não estivesse tão perto de Edward e seus olhos frios. Seus lábios estavam fechados em uma linha reta e seus punhos estavam cerrados, como se ele estivesse prestes a socar alguma coisa.

Esse não era o homem de quatro meses atrás, mas não foi somente isso que eu percebi em minha rápida análise. Ele estava um pouco mais forte, o cabelo estava maior, e o seu rosto estava livre da barba, dando-o um aspecto de um adolescente que não tinha mais que dezoito anos. Para acabar com tudo isso, seu maxilar trincado denunciava que ele não tinha menos que 24 anos.

Engoli em seco antes de falar, apertando minha mão no copo.

— Eu sei. — Murmurei.

— Você sabe que não deve usá-lo. Não mais, não é?

Se ele sabia ser detestável e machucar as pessoas com as mais simples palavras, eu também sabia e não era por estar mais calma que me impedia de dar um murro em sua cara por qualquer coisa que ele ousasse falar.

— Não sabe Isabella? — Insistiu quando tudo que eu fiz foi o olhar com os olhos apertados.

— Não devo? Você também sabe que isso, essa merda de castelo não significa mais do que deveria para mim! — Eu disse, começando a me irritar verdadeiramente com toda essa hostilidade.

— Então o que significa agora? — Desafiou erguendo as sobrancelhas.

— Um pingente pendurado em um cordão. Nada mais.

— Você está se iludindo pensando isso. — Ele disse pausadamente.

Revirei meus olhos e deixei o copo na pia, voltando meus olhos para os seus, vendo o quanto ali não havia mais vida nenhuma. Antigamente, há seis meses, os olhos de Edward tinham… um brilho imaturo, como se ele ainda estivesse na adolescência, mas agora tudo que eu via era opacidade.

— Você que está se iludindo. Aliás, essa conversa não tem nada a acrescentar em minha vida, tchau, se é que você vai me deixar sair.

— Não, ainda não. — Ele disse, impedindo quando eu fui passar pela saída estreita da cozinha.

Eu bufei, com o rosto em chamas enquanto cruzava meus braços e erguia minhas sobrancelhas em sua direção.

— Por que você foi dizer a Amber que nós namoramos? Por que foi ameaçá-la dizendo que iria falar que tinha sido ela a rasgar a porcaria de foto? — Um sorriso sarcástico nasceu em seu rosto enquanto ele passava a língua pelos lábios, preparando-se para falar de novo. — Por que você foi dizer que ainda sentia algo por mim?

Tudo que eu fiz foi rir em meu breve estado de choque.

— Você está ouvindo o quanto isso soa patético, Edward? Sinceramente, se acha que eu fui falar tudo isso para ela, é porque você não tem nenhum senso do ridículo em sua mente. Eu não fui falar nada disso para Amber, ela que veio me perguntar tudo isso porque você não se dá ao trabalho de falar tudo de uma vez e falei o contrário disso tudo.

— Você está mentindo.

Você não me conhece mais para saber sobre isso.

Ele riu, cruzando seus braços assim como eu.

— Eu falei a ela que nós nunca namoramos, falei que Esme tinha esquecido a foto na estante sem querer e falei que não estava interessada em você. Tem que ver a sinceridade presente no seu relacionamento com Amber, hã? — Dessa vez, fui eu a sorrir sarcasticamente para ele. — Ela é insegura demais.

— Assim como você era. — Rebateu ele.

Era. Passado.

— Aposto que você está usando aquele seu amigo como estepe para cobrir a falta que você tem de mim. — Ele desviou o assunto.

— Não sinto sua falta. E Riley não é somente um amigo, pra mim.

Ele pegou meus ombros como se estivesse possuído por algum espírito ruim e me bateu contra a geladeira que estava anteriormente ao meu lado, fitando-me como se estivesse com vontade me bater ou alguma coisa do tipo. Eu demorei algum tempo para perceber o que estava acontecendo, debatendo-me contra seus braços e forçando minha voz a sair. Sem sucesso.

— Edward, me solte! — Sussurrei com os olhos marejados.

Onde estava minha voz quando eu precisava?

Eu não sei o que aconteceu logo em seguida, foi muito rápido. Eu estava no chão quando ele me soltou, disparando para fora da cozinha, deixando-me sem ar e com raiva o bastante para que tivesse vontade de matá-lo com a primeira faca que aparecesse na minha frente. Tentei recuperar meu ar, mas tudo que fiz foi soluçar baixo pelas lágrimas que eu sequer sabia o porquê de estarem em meu rosto.

Eu tinha certeza que, dessa vez, eu não voltaria à casa dos Cullen.

Alice não tinha culpa pelo ocorrido, entretanto eu agi como se ela fosse mesmo culpada ao pegar minha bolsa que estava estrategicamente no sofá da sala e sair de sua casa em disparada, passando a mão em meu rosto e limpando as lágrimas. Eu não andei muito até achar um táxi e ordenar que ele fosse para o apartamento de Charlie, onde Riley certamente estaria me esperando com toda sua alegria.

Eu desabei em lágrimas quando já estava no elevador, perguntando-me de modo vago o que o porteiro acharia disso. Riley foi quem abriu a porta para mim, parecendo que já me esperava. Ele não perguntou nada, afinal, apenas deixou que eu chorasse baixinho em seu peito enquanto me pegava nos braços desajeitadamente e me depositava em cima de sua cama, deixando-me em seu colo.

Naquele momento eu não me perguntei o que ele acharia daquilo, apenas me agarrei a sua camisa e solucei o bastante para estar roca assim que as lágrimas secarem. Como se eu fosse um bebê, ele se balançava de um lado para o outro, levando-me junto e tentando me acalmar. Talvez isso fosse apenas um choque, eu nunca tinha tido um para saber.

— Está tudo bem, Bells. Está tudo bem. — Ele me confortou, tirando meu casaco e deixando-me apenas com uma blusa preta, fina, com alças finas. Riley beijou meu ombro, minha bochecha, todo meu rosto, limpando minhas lágrimas e voltando ao que estava fazendo antes.

Minhas costas estavam doendo quando eu acordei, porém eu presumia que aquilo era o mínimo que eu poderia ter já que a pancada foi tão forte que me deixou sem ar. Eu não tivera pesadelos e em compensação as memórias foram muito mais assustadoras do que pareciam ser de início. Os olhos insanos, as mãos apertadas…

Suspirei passando as mãos por meu cabelo e vasculhando meu quarto em busca de Riley. Ele estava no chão, olhando-me de modo atento e cauteloso enquanto cobria minhas mãos nervosas com as suas.

— Ainda dá tempo de ir à festa de Alice? — Fora a primeira coisa que eu o perguntei, soltando uma mão da sua para poder tocar seu cabelo.

— Você só dormiu duas horas e ela ligou umas sete vezes nesse tempo. — Ele suspirou e separou-se de mim, pegando meu rosto entre as mãos e tocando seus lábios com os meus calmamente, acariciando meu rosto.

Meu coração disparou feito um louco dentro de meu peito e eu o abracei quando seus lábios se soltaram dos meus. Eu o abracei tão forte quanto um dia consegui abraçar alguém, me contendo para não chorar de novo por… por algo que eu não sabia e não queria saber enquanto estivesse tão frágil assim.

Eu acabei caindo por cima dele diante a força que eu o abraçava, fazendo-o rir juntamente comigo. Beijamo-nos mais uma vez, e outra que foi bastante longa, no entanto serviu para me acalmar um pouco e ligar uma vez por todas para Alice. Eu tinha que explicar o que havia acontecido e o que não viria a acontecer de novo.

Eu não era idiota para passar pelo aquele vexame de novo.

Riley ficou do meu lado enquanto eu ligava para Alice, beijando minha bochecha e às vezes os lábios. Claro que eu sempre perdia o fio da meada quando ele fazia isso deslizando os dedos por minhas costas, mas a raiva que eu estava trazia-me de volta a conversa com Alice sobre o porquê de eu nunca mais pisar na casa deles.

— O que Edward fez Bella? Ele… sei lá, te beijou? — Chutou.

— Ele me bateu contra a geladeira! Acho que isso já é um motivo bom para que eu não queira mais olhar no rosto dele. — As mãos de Riley ficaram imóveis em minhas costas e eu o olhei cautelosamente, tentando fazer com que ele não ficasse com raiva. — Bom, de qualquer jeito e ainda bem, sua festa não vai ser lá e vai ser em um lugar onde tem pessoas por todo canto.

— Você está com medo dele? — Ela perguntou.

— Mais do que qualquer outra coisa. A expressão dele, Alice, não era normal.

Ela desligou após murmurar que iria conversar com Esme e Carlisle sobre isso, não me dando a opção de escolher coisa alguma porque ela batera o telefone em minha cara, sem dar-me tempo de dizer não. Riley, quando me virei para ele, não tinha a melhor expressão de todas em seu rosto, mas eu o convenci a ir arrumar sua roupa já que ele também iria comigo.

Também o ajudei também a arrumar seu quarto que estava bagunçado minimamente com roupas sujas fora do cesto e alguns sapatos fora do guarda-roupa. Ele permaneceu silencioso quando eu terminei de fazer tudo, e me cansando daquilo, eu mesma sentei-me em seu colo, o abraçando pelo pescoço.

— Não se preocupe com isso. — Sussurrei.

— Como assim não se preocupar? Se ainda tinha algum pingo de respeito por Edward, este mesmo desapareceu no momento em que… — Ele trincou os dentes e se empurrou para o lado, deixando-me deitada de costas para ele, com sua voz em meu ouvido. — E você, Bella, você! Se eu pudesse…

— O que tenho eu? — O interrompi.

— Você é frágil.

Eu balancei minha cabeça, negando. Riley bufou com minha teimosia e ficou em silêncio até que escutamos a chave de Charlie balançando, anunciando que ele estava prestes a entrar no apartamento. Eu suspirei antes de colar meus lábios nos deles, bagunçar seu cabelo e sorrir ao me levantar.

Isso tem que parar. — Murmurei.

— Imediatamente. — Concordou quase de modo instantâneo.

Eu sorri antes de sair de seu quarto e esgueirar-me para o meu, abrindo um livro qualquer em cima da minha cama para caso meu pai quiser fazer uma visita — a qual sempre acontecia quando ele chegava do trabalho com Sue. Seria melhor que ele pensasse que eu estava lendo do que conversando com Riley em seu quarto.

Charlie não me deixava tão livre quanto antes e eu me perguntava o porquê dessa implicância com ele, sendo que não… não deveria acontecer. No final de tudo, Riley se mostrou mais respeitável do que o próprio Edward, o tal filho do doutor Cullen.

— O vestido que você me pediu para pegar na casa de Alice. — Ele jogou uma sacola branca para mim e passou os olhos por meu quarto. — Onde está Riley? — Perguntou ele.

— Acho que no quarto dele. — Dei de ombros.

Ele não pareceu convencido com a minha resposta evasiva e exigiu saber mais sobre o que perguntara ao erguer suas sobrancelhas e cruzar os braços em minha direção, esperando. Eu também esperei, com os dentes trincados e com raiva, e fiquei incrédula por um momento enquanto o imitava.

Ele queria saber o que havíamos feito hoje, mesmo sabendo que eu provavelmente mentiria e não lhe contaria os detalhes que tanto queria saber. Charlie não estava sendo a pessoa mais agradável para se morar nesses últimos meses, admitindo de todas as formas que era por causa de Riley e toda a sua indiscrição quando se tratava do que tínhamos escondido. E eu sabia, sim, que ele não fazia de propósito, era somente… incontrolável. Eu mesma via problemas para esconder, mesmo fazendo o máximo para que nenhum detalhe escapasse.

A expressão dura de meu pai caiu e ele andou até onde eu estava e sentando-se na cama e me olhando por alguns segundos.

— Pelo amor de Deus, Isabella, me diga que você não está tendo nada com Riley. — Implorou, fazendo-me franzir o cenho.

— Não posso. — Balancei meu rosto, olhando para baixo e mordendo meus lábios.

Um riso amargo saiu dos lábios dele.

— Eu deveria saber que… iria ser assim. Fazer dois adolescentes morarem na mesma casa não daria certo, e daria tudo pior ainda se eles fossem amigos de infância. — Ele disse, apertando uma mão contra a outra. — Isso é errado, você não vê? Eu e Sue estamos juntos, vocês são irmãos. Bells… eu pude ter sido tolerante quando se tratou de Edward, mas com Riley não dá para tolerar. Vocês são… quase irmãos.

— Não, não somos. Não temos o mesmo sangue. Quero dizer… não que ninguém tenha nos dito algo assim ou desse tipo. — Minha voz foi irônica e isso fez Charlie recuar um pouco. — Faz sentido, não faz? Sue sempre nos seguiu para onde sempre íamos, ela nunca reclamou, nem você também…

— Você está fantasiando coisas. — Ele acusou.

Eu bufei e cruzei meus braços com força, por dentro aliviada que ele negasse que fossemos mesmo irmãos. Era melhor assim, afinal, eu não tinha que me preocupar em ter que me afastar dele por ser incesto o que estávamos fazendo. Tudo bem que era um pouco engraçado pensar assim, mas se eu fosse mesmo encarar aquilo com toda a seriedade, iria acabar reforçando a ideia ainda mais em minha mente.

— Tem certeza? — Insisti erguendo minhas sobrancelhas.

Parecia que era engraçada a minha insistência, pois um riso escapou de Charlie e eu lhe olhei com as sobrancelhas erguidas em total incredulidade.

— Eu posso ter… errado em estar com Sue no momento errado em que Renée precisava de mim, mas não faz tanto tempo assim que isso vem acontecendo. No máximo oito meses ou algo assim, perto disso. Claro que sempre houve certo interesse…

— Pai, você pode parar de falar agora. — Sussurrei.

Ele não sabia o quanto eu odiava traição, ele não sabia o quanto me magoava pensar desse jeito sendo que eu mesma decidi abandonar Renée com Rosalie da mesma forma que ele fizera. Ele não sabia o quanto eu ficara várias vezes com uma raiva silenciosa dele pelo fato de estar com uma melhor amiga antiga de minha mãe.

Era tão… esdrúxulo. Eu me recusava em um dia, em qualquer circunstância, pensar em fazer isso com alguém.

— Então… tudo bem. — Ele suspirou.

— Por que você não tenta encarar isso que eu tenho com Riley com tanta naturalidade como eu estou vendo o fato de você está com Sue? — Perguntei erguendo novamente minhas sobrancelhas.

Ele ponderou isso por alguns segundos com a cabeça inclinada de leve para o lado e prensou a boca em uma linha reta.

— Vai ser difícil. — Ele admitiu por fim.

Eu dei de ombros, sem me importar com o que ele achava do quanto era difícil ou não, apenas me preocupando que ele não viesse me falar besteira toda vez que me visse de algum modo com Riley. Isso estressava e me desgastava, afinal, e esses dias tudo que eu queria era silêncio e não brigas.

Charlie saiu de meu quarto e quem entrou em seguida fora Riley com aquele sorriso o qual deixava claro que Sue houvera falado com ele também. Tentei lhe sorrir de volta, e como o previsto eu não consegui o fazer, o que saíra de meus lábios fora um sorriso sem-graça e sem mostrar os dentes.

Ele não falou nada por incrível que pareça, nem mesmo quando eu o puxei para que me abraçasse. Talvez já estivesse acostumado com o quanto eu ficava estranha de vez em quando a ponto de não me perguntar o que estava acontecendo comigo, o porquê de eu estar assim e essas coisas que sempre me perguntam.

Riley manteve seus braços apertados em minha cintura e de vez em quando beijava várias vezes a minha bochecha como uma criança ou meu ombro, subindo para meu pescoço. Eu sempre me encolhia com cócegas quando ele fazia aquilo e era impossível não estremecer, virando meu rosto para o seu e beijando-o.

Não me era tão estranho assim beijá-lo sem ser cautelosa ou hesitar com medo de ser mal recebida, eu já me acostumara com o quanto eu mesma me surpreendia com o tanto de desejo que tinha de beijá-lo por horas e horas. Claro que eu já tivera isso antes, quando ainda éramos de Londres, mas não com tanta intensidade.

— Temos que ir. — Ele me afastou rindo quando eu inclinei meu rosto para o seu.

— Por que você sempre foge de mim? — Perguntei.

Essa não era a primeira vez que isso acontecia, era — se eu me lembrava — a quarta. Eu estava começando a considerar o fato de ele ser gay ou algo do tipo, ou até mesmo não me querer, mas eu sempre desistia dessas ideias quando eu percebia suas mãos em minha cintura quando me beijava.

— Porque você é muito impulsiva. — Riley disse sinceramente, pondo uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha. — E você é frágil também.

— Isso não é uma boa desculpa. — Murmurei de leve o olhando nos olhos.

— Não é uma desculpa — Ele disse franzindo o cenho para mim. — É só que… eu quero fazer as coisas direito. Não impulsivamente como você está se deixando levar.

Eu assenti de qualquer jeito, constrangida ao extremo. Suas mãos acariciaram de leve minha bochecha esquerda corada e seus lábios beijaram minha testa de maneira respeitosa até demais. Não pude conter o sorriso incrédulo que saiu de meus lábios instantaneamente, e isso o fez olhar-me como se eu tivesse algum retardo mental.

— Estamos na Inglaterra, se você não se esqueceu. — Ele disse. — As pessoas ainda vivem no século 19.

— Sabe de uma coisa? Estávamos em Londres e eu tinha apenas 15 anos de idade quando você me beijou pela primeira vez, e sabe… isso não te impediu de quase tirar a minha roupa. — Um sorriso sarcástico apareceu em meu rosto. — O fato de estarmos na Inglaterra não afeta em nada. Aposto que muitos britânicos são mais depravados que os americanos.

Dessa vez foi ele a sorrir para mim.

Foi uma tortura me arrumar e eu nunca tinha tido tanto desprazer para executar isso. Eu não queria ir a uma festa onde Edward estaria com toda a sua idiotice evidente, eu não queria ter que o olhar nem por um milésimo o rosto daquela pessoa. O ódio que eu sentia por ele era justificado mais do que era antes e eu não me ressentia por senti-lo.

O meu banho foi demorado e eu ficara muito tempo na banheira, de olhos fechados enquanto me controlava mentalmente para a tensão em minhas costas passar. Não era a tarefa mais difícil do mundo, mas por incrível que pareça eu não consegui, e assim que me irritei, passei para o chuveiro.

Eu por uma parte me achava covarde e por outra corajosa. Eu era covarde por ter medo, receio de simplesmente ir a um mesmo lugar onde Edward. E por fim, eu era corajosa por… estar indo. A parte em que eu era covarde era a que mais me convencia irremediavelmente, no entanto para que eu não ficasse tão áspera com as pessoas ao meu redor (Leia-se: Riley e Alice) e não ser detestável pelo resto da noite.

Era imbecil que eu estivesse tão preocupada com uma coisa mínima como essa, mas eu não podia me deter quando se tratava disso.

A noite estava bonita e fria, com as estrelas cintilando no céu de modo tímido, quase hesitantes. Eu não conseguia ver a lua por causa das nuvens, o que me irritou temporariamente, mas eu logo desfiz meus braços cruzados quando Riley entrou em meu quarto, de novo sem pedir, e elogiou meu vestido.

— Sorria Bella. — Ele levantou uma câmera digital para tirar uma foto minha e eu vir-me-ei para trás, com vergonha. 

Riley gargalhou de meu constrangimento em tirar algum tipo de foto sozinha, mesmo já tendo conhecimento do mesmo. Ele virou meu casaco enorme e longo para frente, fazendo-me virar também e inclinou seu rosto para o meu. Sem hesitar um segundo sequer, eu me coloquei nas pontas dos pés e abracei seu pescoço com meus braços, prensando meus lábios com os seus e sorrindo por algo que tinha a ver com suas mãos em minha cintura.

O beijo perdurou até o ar ser realmente preciso e no final ele me beijou mais uma vez, baixando seus olhos para tirar algo do bolso de sua calça.

— Eu comprei algo para você. — Ele sorriu. — Eu iria te dar antes, mas…

Eu assenti quando ele se interrompeu. Ele iria me dar antes, mas eu estava ocupada demais presa no meu mundo perfeito com Edward para que aquele simples presente pudesse me insultar. Por que as coisas me pareciam tão idiotas agora? Antigamente me parecia tão perfeito, e eu pensava que não estava excluindo ninguém de minha vida quando na verdade estava.

Eu o abracei com força antes mesmo de ele me mostrar o que tinha dentro da caixinha de veludo na cor roxo pastel. Era incrível o quanto esses pequenos grandes detalhes pareciam fazer a diferença, pelo menos para mim. Roxo pastel era a minha cor favorita não fazia nem um ano, no entanto Riley era atento a essas coisas pequenas.

— Desculpe-me. — Murmurei.

Se tivesse um jeito de consertar todas as coisas que um dia eu já errei com ele, eu o faria sem pensar duas vezes.

— Não se desculpe. — Ele disse e em seguida abriu a caixinha, mostrando o anel simples e, para mim, perfeito.

Mas olhando de perto o anel não tinha nada de simples, os detalhes se mostravam na luz. Eram palavras misturadas, embaralhadas e quase ilegíveis a não ser por ser apenas uma repetida várias vezes. Abrigo. Era o que tinha escrito e por esse motivo eu sorri para ele, rindo depois por ser tão… singelo, simples e ao mesmo tempo perfeito.

— Quando você ainda tinha a Bulimia, você me chamava disso, lembra? — Riley sorriu.  

Eu assenti ainda sorrindo feito uma idiota.

— Quero que use e signifique algo para você. — Ele o colocou no meu dedo do meio já sabendo que eu não gostava de usar anel no dedo anelar porque não tinha costume. Seu olhar me avaliou por alguns segundos, dissecando minha expressão para saber se eu aceitava aquilo ou não. O sorriso estampado em meu rosto não fora falso e dizia tudo que Riley queria saber. — Significa que você está comigo, somente. E não só como meros bons amigos.

Eu assenti ainda sorrindo e o abracei mais uma vez, mais forte. Afinal de tudo nossos lábios permaneceram juntos apenas por alguns minutos antes de percebermos que estávamos atrasados e que Alice nos mataria por isso. Pontualidade era um de seus conceitos mais fortes e eu me perguntei se era apenas eu que era atrasada para tudo.

A festa estava perfeita e eu fui assaltada logo de cara assim que entrei no clube onde iria ser, por Carlisle e Esme os quais sorriam para mim, dizendo desculpas com os olhos. Eles não tinham nada o que se desculpar. Na verdade, ninguém tinha porque a única pessoa a qual tinha que o fazer, eu não aceitaria de qualquer forma.

O que houvera acontecido não fora uma coisa mínima, uma coisa fútil ou algo que fosse abstraída com facilidade.

— Então quer dizer que vocês estão juntos? — Esme perguntou olhando para Riley que estava ao meu lado, com a mão presa a minha. — Que romântico! Amigos e agora namorados… — Ela suspirou com um sorriso enorme. — Aconteceu a mesma coisa comigo e com Carlisle.

Eles me desejaram felicidade e saíram para atender os outros convidados. Riley ao meu lado não parecia tão confortável quanto deveria estar no normal, por isso sugeri que ele fosse procurar um lugar para se sentar enquanto eu iria falar com Alice, desejar-lhe parabéns de novo e lhe entregar o presente.

Eu andei pelo clube inteiro sem percebê-la, e às vezes os jogos de luzes faziam-me cambalear para o lado por causa da minha visão sensível. Por fim, eu não achei Alice, mas sim outra coisa a qual eu tentava evitar mais que tudo. Ele estava no balcão de bebida, com um copo de um líquido branco nas mãos.

— Isabella… — Edward me cumprimentou.

O ignorei e esperei que o barman me trouxesse logo a Coca que eu pedira. Ele estava demorando de propósito, eu sabia.

— Desculpe-me por hoje. 


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Notas finais do capítulo

O Edward não está batendo bem da cabeça, pfvr ou a Amber não sabe dar o que ele quer né porque que homemzinho estressado, vish. E depois quer vim pedir desculpas! aff, que idiota. Aff, o Edward... afffffff enfimm espero que tenham gostado e comentemmm. Amem o Riley porque ele é um anjo ♥ ♥ ♥