Um Desconhecido escrita por Daijo


Capítulo 11
Capítulo 11




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O silêncio reinou durante todo o café da manhã.

Estava chateada. Só não sabia explicar se era com Henrique ou com a viagem que ele faria. Meu marido partiria logo após o café.

Henrique tomou o último gole do seu chá, e levantou-se. Como um furacão, Inês apareceu na sala. Eu arregalei meus olhos surpresa.

- O senhor já vai? – indagou ela, com um tom triste.

“Quem ela pensa que é?”

- Sim, Inês. - respondeu meu marido caminhando para a sala principal. A empregada o seguiu como se fosse um cachorrinho.

Eu me levantei num ímpeto para segui-la; afinal aquele homem era meu.

- Algo te perturba? – Me sobressaltei com a pergunta inesperada de Thomas. Virei-me para encará-lo. Ele acabara de sair da cozinha.

- Não. – respondi objetivamente e virei de volta para a porta que levava à sala.

Antes que eu pudesse me mover, senti a mão de Thomas segurar meu braço. Continuei parada onde estava. Apenas meu peito se movia, devido à respiração. Ele soltou meu braço e se aproximou.

- E eu?Te perturbo? – Sua voz era um sussurro rouco em meu ouvido. Não pude impedir que um arrepio percorresse meu corpo.

- Você é tão irritante como uma mosca. – respondi com um tom superior. Caminhei até a sala, deixando o motorista as gargalhadas.

A pergunta dele embaralhou minha mente.

Na sala estavam meu marido e Inês. Ela estendia um casaco a ele. Sem ao menos pensar, corri e me joguei nos braços de Henrique. Ele me amparou sorrindo.

- Não fique assim, logo estarei de volta. – disse afagando meu cabelo.

Eu depositei naquele abraço todas as minhas angústias; queria que de alguma maneira elas desaparecessem. Queria que ele sentisse, através do meu abraço, toda minha confusão. Gostaria que ele pudesse responder todas as perguntas que pairavam em minha mente.

Eu o encarei com os olhos levemente marejados. Ele sorriu. Aquele sorriso me perturbou mais.

Eu não sabia mais distinguir meus sentimentos. A cada momento, eles eram diferentes. Quando estava com Henrique sentia carinho, desejo, e uma devoção, que eram de ambas as partes. Mas quando Thomas chegava perto de mim, era como se um fogo percorresse meu corpo. Uma atração inexplicável.

Era isso que estava me matando. Essa minha indecisão.

Henrique me beijou, fazendo-me esquecer das minhas hesitações íntimas. Suas carícias faziam-me ter certeza que eu amava-o. Isso eu não podia negar. Apesar das sensações provocantes de Thomas, nada me faria deixar de amar Henrique.

Senti um estranho frio, quando o corpo de meu marido se afastou.

- Até meu amor. – disse ele, enquanto a empregada entregava-lhe a pasta. – Obrigado Inês.

Ele saiu pela porta sem dizer mais nada. Um repentino vazio me tomou. Lá estava meu marido, deixando-me sozinha de novo.

Ainda na beirada da porta, observei ele trocar palavras com o motorista.

Os dois.

De um lado o amor de minha vida, do outro um jovem que insistia em me instigar.

Henrique entrou no carro e estava prestes a dar a partida.

- Boa viagem, meu amor! – gritei com todas as minhas forças. Ele escutou.

Um lindo sorriso foi a sua resposta.


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Notas finais do capítulo

Capítulo pequeno. T.T
Eu fiz esse capítulo com o objetivo de mostrar os sentimentos de Ana, e deixar clara a confusão pela qual ela está passando. Por isso o texto é curto.
Bom era só isso.
Até o próximo capítulo então.



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