-Pra onde vamos? – perguntou Skyler

Thalia permaneceu em silêncio. Talvez nem ela soubesse, mas essa hipótese era ridícula.

-Caçar um grupo de fúrias que anda atormentando uma cidade aqui na região – Thalia estava séria e as outras caçadoras também. Apenas Nicole parecia mais calma.

-Ela ficou atordoada com a atitude do Valdez. Ele gostava dela. – sussurrou Nicole. O que fez Skyler sentir uma pontada de ciúmes.

-Hm. – murmurou séria.

Elas caminharam em silêncio até o início de uma floresta. De pinheiros. Skyler lembrou-se do sonho. Ela se perguntava se o garoto sobrevivera, mas uma das caçadoras quebrou o silêncio cortante.

-Thalia. E agora?

-Vamos nos dividir em grupos de dois. Nicole você vai com Skyler. Vejo que vocês já são amigas. – Thalia olhou como se escutasse o que Nicole contara a Skyler, o que deixou-as perturbadas.

Elas assentiram.

-Vocês vão para oeste – continuou Thalia.

As caçadoras se dividiram e Skyler e Nicole começaram a seguir em direção ao oeste, adentrando mais ainda na floresta de pinheiros.

-Será que ela nos ouviu? – Nicole parecia preocupada.

-Talvez não.

Elas continuaram andando até que ouviram gritos. As duas correram naquela direção e se depararam com três fúrias correndo atrás de um garoto. Não , não foi ele quem gritou, foram garotas que aparentemente eram mortais pois gritavam “ Xô águia gigante ! “ . Águia? Aquilo era um elogio para as fúrias, porque de águias elas não tinham nada.

Nicole sacou uma flecha de suas costas e correu em direção a uma das fúrias.

-Mate a outra Sky! Salve o garoto !

Skyler também sacou uma flecha e correu até mais perto. Ela atirou uma flecha em uma das fúrias que se desintegrou e virou pó. O garoto ainda corria e Skyler foi atrás. A outra fúria vinha em direção a Skyler.

-Você de novo queridinha?! – disse a cretina.

Skyler não estava mais sonhando. Ela podia se mover e foi isso o que fez. Sacou outra flecha, mas a criatura foi mais rápida e a atingiu, jogando a garota de lado que bateu em uma árvore. A professora de historia de Skyler vinha em sua direção quando virou pó. A única coisa que viu antes de desmaiar foi um garoto com a adaga dela na mão.

-Ai minha cabeça. – murmurou Skyler.

-Até que enfim você acordou – disse uma voz masculina.

Skyler arregalou os olhos e se deparou com um garoto. O garoto de seu sonho. Ela gelou quando olhou pra ele. Mas quando olhou pro céu, ela voltou ao normal. Já era noite. Como ela ficara tanto tempo desacordada? A garota levantou-se e começou a olhar em volta.

-Calma aquelas coisas já foram embora. – disse o garoto.

-Não me diga?! – murmurou Skyler com sarcasmo – pode me devolver minha adaga?

-Claro – ele a entregou a adaga que ela guardou novamente na cintura – o que eram aquelas coisas?

Skyler voltou-se novamente para o garoto tentando não encará-lo. Ela sentia um frio na barriga ao olhar pra ele.

-O que você viu?

-Umas coisas com garras, muito feias e com asas... – ela interrompeu.

-Tá, ta, ta... aquilo era uma fúria. Mas alguma pergunta?

-Nossa precisa ser tão grossa assim?

-Não.

-O que você tanto olha? – Skyler estava realmente olhando em volta loucamente.

Ela não respondeu. Começou a andar quando ouviu a voz de Hades. Tem certeza que vai deixá-lo mocinha? Disse a voz, que fez Skyler perder o equilíbrio e quase cair se o garoto não a tivesse segurado. Agora ela olhava em seus olhos. Eram castanhos quase pretos, mas algo neles a deixava perdida, como se o mundo parasse.

-Opa! Acho que sua cabeça ainda não está boa. É melhor você ficar sentada.

-Jura?! Pra ficarmos a mercê de mais daquelas benevolentes?

-Benevolentes? Você não disse que se chamavam...

-Não fale! Atrai.

Ele assentiu e deitou a garota que ainda estava em seus braços perto de uma árvore.

-Me solte! Temos que ir!

-Temos? Achei que me deixaria aqui sozinho.

Novamente ela ficou calada. Pensava em como estaria Nicole. Com certeza melhor que ela. Mas como diria as caçadoras que tinha que levar um garoto para o acampamento?

-Descanse garoto, pela manhã partiremos – disse séria.

-Pra onde?

-Já dormiu?!

-Tá bom! Parece até minha mãe – retrucou

Ela o encarou de cara amarrada.

-Como é seu nome? – perguntou o garoto já deitado perto da árvore.

-Skyler. Agora vá dormir. Amanhã será um longo dia.

-Ok, ok. Mandona.