Crônicas do Cotidiano escrita por Goldfield, Darkhealm


Capítulo 13
Capítulo 13




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CAPITULO 13: Família - Dedicação

 

Guto estava calmamente tomando o café da manhã, tinha tempo de sobra porque acordara cedo para ir à academia, hoje não teria luta, mas tinha musculação para fazer e não podia perder.

Nisso, Juca também adentrou a cozinha, tendo acabado de acordar. Apanhou um pão, cortou-o com a faca e passou margarina. Enquanto mordia a refeição, olhou para o irmão mais velho e perguntou:

- A Day vem aqui hoje?

- Talvez mais tarde... Por quê?

- Nada... Eu gosto quando ela vem aqui!

Logo que se sentiu satisfeito, o menino apanhou sua bola de futebol e saiu para brincar na rua.

Guto estava muito distraído naquela manhã, estava pensando em como conseguiria ajudar sua família e também prestar auxílio na academia nesse tempo. Estava trabalhando e ganhava bem, mas sobrava pouco tempo para dividir entre academia, namoro, trabalho e família. Mas no final isso nem era um problema pelo fato de sempre conseguir arranjar algum tempo...

- Bom dia, Guto - saudou sua avó, entrando na cozinha. - Dormiu bem?

- Sim! - sorriu o rapaz. - Estou terminando de comer, logo irei para a academia!

- Oh, a academia? - a senhora parou e ficou olhando para o neto, aparentando estar um tanto contrariada.

- Algo errado?

- É que hoje você tinha me prometido ajudar a esvaziar o quartinho lá dos fundos e limpar tudo, lembra?

- Mas claro que vou te ajudar! Musculação não demora muito, assim que voltar podemos arrumar, não?

- Claro, mas você não tem trabalho depois da academia?

- Tenho, mas dá tempo, é só musculação hoje!

- Certo.

Ela sorriu para o neto e abriu a geladeira para pegar um suco. Observando-a, Guto sentiu uma enorme ternura pela avó, aquela velha e sábia mulher que lhe era tão carinhosa e compreensiva. Terminando de comer, o garoto arrumou-se rapidamente e saiu, despedindo-se da senhora. O avô ainda não havia acordado: era costume seu dormir até mais tarde, por isso a avó de Guto raramente podia contar com ele no exercício das tarefas domésticas.

Ela terminou de lavar a louça, o que demorou um tempo, e se sentou na sala para descansar um pouco. Aquele trabalho lhe cansava muito por causa dos efeitos da idade. Ficava muito feliz quando Guto a ajudava nos serviços domésticos. O neto era um garoto muito dedicado e prestativo. Enquanto passava alguns segundos recuperando as energias, lembrou-se da namorada dele, Dayane. Uma menina igualmente amável e inteligente, fazia um par perfeito com o rapaz! Sorrindo, ela ligou a TV e tentou encontrar algo em um dos canais que a distraísse por alguns minutos...

Só que nessa busca de canais acabou adormecendo. Quando acordou não tinha certeza que horas eram e ficou surpresa ao saber que tinha dormido por tanto tempo. Provavelmente Guto já havia chegado da academia e ido ao trabalho.

Ela levantou-se sonolenta e resolveu ir até o quintal. E foi grande sua surpresa ao ver que o neto havia esvaziado e limpado todo o quartinho dos fundos sozinho! Um sorriso surgiu no rosto da idosa, permanecendo vários instantes a admirar o esforço de Guto. Aquele menino realmente valia por ouro. Mais do que ouro: valia por diamantes.

A velha senhora foi ao quarto de Guto e averiguou se ele ainda estava em casa, como havia esperado o garoto já tinha ido para o serviço. Mas não ficou surpresa em achar Juca deitado na cama de Guto jogando o Super Nintendo do mesmo.

- Oi, vó! - saudou o garoto, sem tirar os olhos da tela da TV.

- Juca, eu estava pensando... Seu irmão é tão dedicado e atencioso... Estou pensando em comprar um presente de Natal para ele, você não quer me ajudar?

- A escolher, ou dar dinheiro para comprar? - riu o garoto.

A senhora também riu.

Ela concordou que Guto era um garoto difícil quanto a se escolher um presente apropriado. Então dar dinheiro para comprar algo poderia ser uma boa idéia para um garoto especial como Guto. Na verdade a senhora estava preocupada com ele e Juca por diversos motivos...

Primeiramente, ela já estava ficando bem velha. Não sabia o quanto mais ia viver, e tinha medo de que, se morresse logo, pudesse deixar os netos desamparados. Por isso se preocupava muito em torná-los independentes, para que pudessem se cuidar sozinhos quando ela e o avô não estivessem mais presentes para auxiliá-los. Até o momento, acreditava que tudo corria bem nesse caminho...

Além disso, Guto estava se esforçando muito para ajudar a família e apesar dele esconder, ela via que os treinos de Hap Ki Do acabavam deixando marcas roxas e doloridas no corpo dele, isso a preocupava demasiadamente. No caso de Juca, estava preocupada com a saúde do garoto, que não se encontrava muito bem nos últimos dias e também a deixava apreensiva não ter dinheiro para comprar remédios.

Mas tinha fé, e acreditava que no final tudo daria certo. Se ela gastasse tanta energia se preocupando com tais problemas, não teria vivido tanto! E, com um sorriso em sua face cheia de experiência, foi cuidar dos outros afazeres domésticos...

 

Continua...


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