Verena escrita por brubs


Capítulo 4
Rumo a mais um almoço repleto de tédio.


Notas iniciais do capítulo

Aeeeeee vorrrrrtei-me *festa no Brasil*
É, eu sei que vocês querem me enforcar enfim... Mas agora é pra valer, já tenho o próximo capítulo quase pronto.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/207278/chapter/4

- Isso, agora fique ai.. – murmura empurrando-me de leve, para que eu ficasse dentro do quarto de um modo... “Oficial”.

- Tudo bem, mas me conta? – esfrego a mão em meu braço, amenizando um pouco do desconforto que o aperto de Gustav proporcionou-me.

- Contar o que? – revira os olhos. – Dorme, vai.

Dito isto, fecha a porta rapidamente, como se quisesse evitar que eu falasse mais alguma coisa. Sento na cama, e despreocupadamente desfaço as chuquinhas que envolviam meu cabelo. Mas, não tão despreocupadamente...

Sentia que algo estava errado, aliás, não é de agora isto...

Gust sempre agiu de uma maneira estranha, sempre. Seu comportamento ia desde a chegar tarde da noite em casa a tentar agredir mamãe. Depois que ela se foi... Depois que ela, morreu... Mudou, tudo parecia ser novo em relação a ele. Gustav não fazia mais nada do que antes lhe era rotina, arrumou um emprego que, não rendia tanto mas era o que nos mantinha, ele não deixou que me levassem pra longe...

- Rashid, da pra resolver cara...! – escuto sua voz. Ruídos, de coisas sendo remexidas e derrubadas, vozes, exclamações de alguém frustrado.

- Pô, para com esse papo. Merda. – dito isto – vindo de alguém que não identifiquei – algo é chutado. – Merda, merda, merda! Dei. Um. Prazo.

- Eu tentei... – várias vozes agora poderiam ser ouvidas. Ruídos de coisas sendo remexidas, continuavam... – Cara, tentei mesmo.

- Tentou! Você apenas tentou. Porque não conseguiu? – era uma voz feminina, porém grossa.

Saio de meu transe e levanto-me rapidamente da cama. Em passos contidos e com as pernas bambas, chego até a porta.

“Não...”

“Oh, mas porque “Não”? “

“Responda, hein? Porque?”

“Não, não... Rashid, gente... Não, não, não...”

“PORQUE?”

“Ahh, não...” Os ruídos ficaram mais altos, ouvia gritos, risadas e algo semelhante a vidro espatifar-se...

Gustav tinha dito para mim ficar no quarto, mas... A agonia havia tomado conta de meu ser, e, sem nem perceber...

Já me encontrava na entrada da cozinha, as mãos melecadas pelo suor. Meus dentes batiam, os olhos imploravam pela saída das lágrimas, que já tinham tirado-me a visão...

Quando elas caíram, foi necessária grande força para ainda continuar em pé. Eu as preferia em meus olhos, dificultando a visão de fitar aquilo...

E eu não fiz nada, nada...! Me senti uma inútil por isto.

Enquanto voltava apressadamente para o quarto, despertando-os... Minha maior vontade naquele momento era arrancar a pele que revestia meu corpo e a lançar para longe, perfurar meu peito e pisotear a porcaria que nele pulsava...

- NÃO! PARA, PARA, VOCÊ TEM QUE FAZER ISTO COMIGO... COM ELE NÃO.

- Verena! Verena... – ouço uma voz doce e acolhedora. – Ei, abra os olhos. – hesito por um momento. Sentia-me embolada em meio a algo e meus olhos ardiam...

- Ah... – arfo – Não, não... – murmuro e lágrimas escorrem de meus olhos.

Ino, envolta em um hobbie observava-me de braços cruzados, enquanto Catrine e Stewart, respectivamente, lavadeira e mordomo, tinham olhares aflitos em minha direção.

- Acalme-se, foi um pesadelo? – pergunta Catrine passando suas finas mãos por meus cabelos. O desconforto que sentia por estar “embolada”, era por cobertas. Minha cama estava toda revirada, o traje de dormir... Colado ao corpo.

- Uhum. – assenti. Stewart entende-me um copo de água, com as mãos tremulas seguro-o e bebo um pouco do liquido açucarado.

- É água com açúcar, acalma. – diz respondendo a minha cara de confusa, enquanto observava pontinhos brancos dançando na água.

- O que foi aquilo? – Ino prontifica-se antes que mais alguém fala-se. Abaixo a cabeça. Contaram a ela, antes de pegar minha guarda. Tão ansiosa para resolver sua vida que poderia levar para dentro de sua casa um feto, que nem iria perceber. Ela nem ligou...

- Que gritaria foi aquela? – Gerald, “papai”, aparece na soleira da porta. Esfregando os olhos.

- Quatro da matina, e ela teve vontade de dar espetáculo. – Ino responde-lhe sarcástica. – O perdido no mundo, você sabe, o...

- Para! – digo abraçando meus joelhos. – Para, para, para. – aperto os olhos com força, ela sabia... Não esqueceu.

Ino Bado Matsuo nunca esquece de algo que ela pode usar para atingir alguém. Nunca. Eu sou a prova viva e – quase – morta, disto.

- Ino. – Gerald a envolve com um dos braços. – Deixa a garota. – não, se vocês estão pensando “Ah, alguém bom pra ela.”, adianto que estão muito enganados.

Gerald Allen, o “lado podre” dos Matsuo. “Ino, minha filhinha empresária perfeita. Uma pena é que não consegue se desenrolar com aquele cafetão” o que Yoshimi, irmã mais nova de Ino, sempre diz.

Apesar de eu obviamente não saber o significado de várias das coisas que ouço por esta casa, deduzo qual seja o significado de cada coisa... Esta frase sempre dita, um elogio não deve ser.

- Ah, vamos dormir. E vê se não grita, ta? – Ino sai pela porta ignorando todos. Gerald se vai atrás, um “pau mandado”, coisa que Yoshimi diz.

- Não fique assim, foi só um pesadelo. – a mulher de cabelos brancos envoltos em um coque, Catrine, sorri e recolhe o copo de minha mão.

- Parece real... – digo cobrindo-me.

- Mas não é, não mais. – docemente Stewart sorri. – Tente dormir, menininha.

- Não vou conseguir, vai continuar de novo. – iria. Sempre que este pesadelo me atormenta, ele volta de novo, e de novo...

- Uma historinha? – levanta-se com dificuldade Catrine. – Quantos livrinhos, qual você quer. – pergunta passando os dedos por cada livro da prateleira sobre a parede.

- Ariel. – digo sem nem pensar nas inúmeras opções de leitura que eu tinha. “A pequena Sereia” de Hans Christian Andersen, era meu conto favorito. Para muitos pode apenas significar “Uma sereia em busca da forma humana para encontrar seu amado príncipe”, mas, para mim é apenas... Em busca de seu sonho, sem importar-se com as conseqüências, mesmo sem saber se daria certo ou não...

Eu queria poder ir em busca do meu...

- Nossa, você gosta desta história, não? – brinca Stewart.

“UM CONTO DE HANS CHRISTIAN ANDERSEN”

- Ei, anda. Acorda. – sou despertada com alguns tapinhas em minha face. Tapinhas, estes, que poderiam ser leves, se não fosse vindos diretamente de uma das mãos de Ino Matsuo. – Sabia que seu escândalo horas atrás resultaria nisto... Levanta, ta empacando.

- Ah, o que? – confusa. Sento-me na cama e devagar pouso os pés pelo chão frio, sentindo um grande choque, ao contato de minha pele quente com um frio chão,

- Que roupa eu boto nessa menina. Devia ter pensado nisto antes, merda, só pensei na minha. – Ino trajava nada mais, nada menos que as clássicas roupas de trabalho. Casaco, camisa e calça.

(http://www.polyvore.com/verena_ino/set?id=49535703)

- Serve. Só espero que não reparem na roupa, escolhida de última hora. – não sabia do que se tratava, apenas tinha certeza de uma coisa: Um evento. E, ela não poderia passar vergonha com uma criança mal-vestida. – Anda, se mexe!

- Onde vamos? – iríamos sair, tenho certeza.

- Não é de sua conta, mas vamos sair. Um evento, almoço de negócios na casa de campo do Sr. Trümper, argh, odeio mato. – “Tudo em nome do trabalho” – Tudo em nome do trabalho. – Veste isso. – apontou em direção de um vestido pendurado no cabide. – E calça isso. – atirou uma sapatilha encima da cama. – Catrine subirá logo para arrumar seu cabelo, então se lava logo.

(http://www.polyvore.com/verena/set?id=49537752&.locale=pt-br)

- Prontinho, vá até o espelho. – Catrine diz, anunciando que meu cabelo estava pronto. Levanto de seu colo e vou até o grande espelho da parede, tinha o cabelo preso do alto por um laço de renda branco, algumas mechas, caiam por meu rosto.

- Eu tenho algo pra você. – aproxima-se e remexe o bolso. De lá tira um pequeno anel, com uma pedra rosa no centro. – Não é chique, como esses que você esta costumada a usar, é simplezinho... Ganhei de minha avó, quando tinha a mesma idade que você.

- É lindo. – digo pegando em minhas mãos o pequeno anel. Era muito diferente dos meus, grandes e espalhafatosos, que machucavam minha pele...

Tiro de meu dedo o anel que havia ganhado de Thalya, uma mulher que tinha fechado um grande negócio com Ino. Ela iria brigar, disto tenho certeza mas... Ah, deixe.

- VERENA! – falando nela... – Alguém chama esta garota por favor? Eu vou sair sem ela.

- Obrigada Catrine, é lindo. – abraço-a e corro até a sala de estar. Ino andava de um lado para o outro, e Gerald, estava estirado em uma das luxuosas poltronas, de pijama. Concentrado em uma partida de tênis.

- Tchau, amor. – Ino beija-lhe o rosto e ele mal tira sua atenção do jogo.

- Tchau. Tchau menininha.

- Tchau Gerald. – digo ajeitando o anel em meu dedo. Ela pega em meu braço e neste momento estremeço, teria visto o anel?

- Vamos, rápido. – leva-me para fora da casa, de encontro ao carro.

Rumo a mais um almoço repleto de tédio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Logo sai o próximo :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Verena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.