Verena escrita por brubs


Capítulo 3
Pesadelo.


Notas iniciais do capítulo

Ok, podem me xingar o quanto quiserem! Eu demorei muito pra postar, eu estava muito enrolada na escola. Tive prova. trabalhos, fiquei doente, enfim não deu mesmo para postar.
Estou fazendo o máximo o possível para que atrasos assim não ocorram novamente.
Boa leitura.



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Fiquei por estática por alguns minutos, parada sem coragens para levantar.

Já havia acostumado-me com isto, era o jeito de Ino. E eu conhecia seu jeito mais do que qualquer outra pessoa poderia sonhar em conhecer.

Poderia rolar pelo chão de tanto rir, ao lembrar do quanto alimentei a fantasia colorida de que teria uma família depois de tudo...

Só não dou risadas, porque o que se passa comigo não é nem um pouco engraçado. A vida não é nem um pouco cheia de motivos para sorrir...Pelo menos para mim, é deste jeito.

De minha cabeça, nunca sai o momento em que passei pelos grandes portões da mansão de minha futura família. O nervosismo tomava conta de mim, não sabia o que iria fazer ao dar de cara com eles...Minha nova família.

O nervosismo passou, afinal não tinha ninguém para dar de cara. A casa estava apenas com empregados, e estes mandaram-me diretamente para o quarto.

– Vim limpar a sujeira. – Betty, uma de várias empregadas que povoam a casa adentrou o quarto sem avisos, fazendo assim, eu dar um pulo da cama.

– Ah, - disse interrompendo-me ao sentir uma grande dor nas costas. – sim. – completei com a voz um pouco falhada. Ela olhou-me estranhamente e largou sua pázinha e vassoura no chão.

– Srta. Ino disse que é aconselhável não ter vestígios de que chorou, sua professora virá logo. – disse em um tom de voz despreocupado e grosseiro. A única pessoa que preocupava-se comigo era Glória, a única que não achava certas as atitudes de Ino. O restante dos empregados da casa, sabiam de tudo e não se importavam nem um pouco.

Glória, agora não há terei mais aqui comigo...Foi tudo por minha culpa, se ela não tivesse trazido lanche para mim, tudo estaria em seu devido lugar neste exato momento.

Assenti e a deixei sozinha, indo para o banheiro. Levantei minha blusa e passei a mão no local onde estava doendo, não tinha ficado marca alguma, mas doía.

Enquanto passava o dedo pelo local dolorido, minhas antigas marcas tomaram toda a minha atenção. Eram muitas, e posso dizer quando, em que lugar porque foram causadas. A marca mais chamativa, tenho certeza de que era a que tinha do lado esquerdo, na parte da frente da barriga. Ela tinha sido provocada por um tombo no quintal de casa, Ino levava-me para dentro de casa puxando-me pelo braço, eu estava gritando, pois doía muito.


– Esta machucando! – exclamei tentando soltar sua mão que apertava fortemente meu braço.

– É a intenção! – Ino disse mostrando a ira em sua voz. – Vê se cala essa boca.

– Mas, ta machucando... – murmurei chorando. Ela arrastava-me para dentro de casa, pois não se agradou em me ver oferecendo um sanduíche ao jardineiro, Sr, Williams.

– Acho que disse para calar a boca! – puxou com mais força meu braço, provocando uma dor muito maior que a anterior. Apertei com força os meus olhos, na esperança da dor passar. Cada vez mais a dor aumentava, e, minhas tentativas de se soltar estavam todas fracassando.

– Por favor...Larga, - disse entre soluços. As lágrimas rolavam sem controle, deixando minha visão completamente embaçada. – dói...

– EU DISSE PARA CALAR A BOCA SUA ORDINARIA! – ela gritou, empurrando-me para o lado. Como estava com a visão embaçada, cai sem poder ao menos achar um meio de evitar a queda.

Apenas senti uma dor pior do que qualquer outra tomar conta de meu braço e algo ferindo minha barriga.

Tinha caído sobre alguns equipamentos de jardinagem, machucando-me gravemente. Tive de levar 7 pontos no lugar ferido, e, o osso de meu braço foi quebrado. Olhei para o braço, ele tinha algumas cicatrizes, devido ao fato da fratura ter sido exposta, o osso havia rompido a pele.

Arrumei a blusa e liguei a torneira, passando a água fria em meus olhos. Observei-me no espelho, meus olhos estavam rodeados do vermelho que as lágrimas causou, como eu era muito pálida, qualquer um poderia deduzir que tinha chorado.

Minha professora logo viria, então seria melhor arrumar-me. Passei a chave na porta e preparei a temperatura da água, deixei a toalha bem próxima a banheira e despi-me.

Não fiquei nem um pouco surpreendida pelo estado em que ele encontrava-se: completamente repleto de cicatrizes. Cada marca que eu tinha, cada qual mais horrível que a outra, foram causadas por um único motivo: nenhum.

Eu não conseguia entender o que fazia de errado. Nunca me comportei mal, nunca fiz nada que pudesse ser considerado maus modos, para ser, seu saco de pancadas.

Um saco de pancadas, estava ali para exercer esta função. Apanhar até ficar com marcas porque ela teve um dia ruim.

A banheira já estava cheia, a temperatura adequada. Mergulhei meu corpo na água quente e fechei os olhos, um costume que tenho há muito tempo. Quando a escuridão tomava conta de tudo, e nada eu conseguia ver, imaginava um lugar igual aos que desenho. Onde todos os dias tem um arco íris, arvores cor-de-rosa, o vendedor de sorvete com seu carrinho que toca belas músicas, nuvens de corações...Pessoas que cuidem de mim, sem machucar e gritar.

Pus um pouco de xampu na palma da mão e massageei meus cabelos ruivos, herança de mamãe. Aquela que me ninava quando eu tinha um pesadelo, que me dava um beijo de boa noite...Aquela que eu não tinha medo, pois não tinha motivos para isto. Ela era alegre, amorosa e acima de tudo, tinha fé. Fé de que passaríamos por todas as dificuldades, para no fim, tudo dar certo, ela melhorar, comprarmos uma casa, e, Gustav parar...

Eu não sei com o que ele deveria parar, mamãe não contava. Apenas sei que deve ter sido algo perigoso...Pois ele se foi, assim como mamãe.


– Onde você vai? – perguntei acordando com alguns barulhos. Levantei e fui até a cozinha, era de lá que o barulho estava vindo.

Ele revirava a caixinha de mamãe, pude ver que em suas mãos estavam o colar que ela havia me deixado. Ela sempre dizia que um dia, ele também seria de meus filhos.

– Gustav? – ele olhou-me rapidamente. Estava estranho, seus olhos estavam inchados, como se não tivesse dormido.

– O que ta fazendo acordada? – perguntou fechando a caixinha, derrubando algumas coisas que tinham dentro. – Vai dormir, vai.

– Mas o que você ta fazendo? – cocei os olhos. – Porque esta com o colar?

– Ah, não é nada. Eu...Só estava cuidando. – disse levando-me novamente para o quarto. – Vai dormir agora.

– Ta, boa noite. – disse lhe dando um beijo na bochecha.

– Boa noite. – Gustav mexeu em meus cabelos e fui para o quarto.

Uma das últimas vezes que o vi.

A última vez, não gosto de lembrar.

– Não quero atrasos. – bateram fortemente na porta, reconheci a voz como a de Ino.

– Ta. – disse enquanto acabava de lavar-me.

Sai do banheiro enrolada na toalha, indo direto ao guarda-roupa. O que foi uma perda de tempo, pois em minha cama estava a roupa que usaria, e, se não a usasse, não seria muito legal...

Ino, apesar de não ligar nem um pouco para mim, sempre procura vestir-me da melhor maneira possível. “Causar uma boa impressão”, é o que ela sempre diz.

Vesti-me rapidamente, estava acabando de por a sandália para pentear os cabelos. Enquanto o cabelo saia de rebelde para comportado, via em mim, mamãe. Sou muito parecida com ela, os olhos, pele pálida, cabelos ruivos...Olhar meu reflexo no espelho é a única maneira de se dizer que ainda estou com ela.

– Verena? – escutei uma voz doce. Bateu suavemente na porta.

– Já vou. – disse largando a escova na penteadeira e indo até a porta. – Entre Srta. Kutchbart. – disse abrindo um sorriso.

– Sabe que pode me chamar de Christie. – sorriu exibindo uma fileira de dentes brilhantes. – Não precisamos de formalidades.

– Ah, sim Christie. – eu há chamava pelo sobrenome por causa de Ino. Antes de eu ter minha primeira aula com ela, tive uma aula de etiqueta com Ino.

Eu não podia tratar os professores como se fossem “amigos de clubinho”.

– Então, estudou os verbos? – perguntou pondo tirando da bolsa um livro.

Estávamos estudando há umas 3 horas. Ela pôs o livro encima da cama e pegou uma caneta.

– Estudei, espere que vou pegar. – disse indo pegar a folha que estava guardada no meio de meu caderno de anotações. – Esta aqui. – disse lhe entregando a folha.

– Hmmm, vejo que melhorou bastante. Parabéns. – ela fez um visto com caneta azul. – Ino deve sentir orgulho de ter uma filha tão inteligente.

Não falei nada, apenas dei um de meus melhores sorrisos fingidos.

– Obrigada. – falei fechando o estojo.

– Então, até depois de amanhã mocinha. – ela deu um beijo em minha bochecha.

– Até. – disse a acompanhando até embaixo. Ino não gostava de me ver fora do quarto, apenas não fazia nada quando o caso era algum professor.

Cobri-me e ajeitei o caderno em meu colo. Depois que Christie saiu, Ino não fez nada. Fui para o quarto normalmente, e Olivia veio trazer-me o jantar.

Quando eu ia ir levar o prato para a cozinha, não consegui de jeito nenhum abrir a porta. Estava trancada, gritei e bati com toda a força que tinha. Nada. Acabei por desistir depois de um tempo.

Tampei a caneta e folheei as páginas do diário, relembrando cada coisa que havia passado. Abracei meu ursinho, Tobby, ao chegar a página que contava como tudo havia começado.

Aos poucos, fiquei com os olhos pesados. Logo adormeci


“ Comíamos sem nada falar.

Gustav, apenas remexia a sopa, pondo um pouco de comida na boca lá de vez em quando.

– Não esta com fome? – perguntei enquanto servia-me de mais um pouco de suco.

– Estou...- ele disse sem olhar-me. – Come tudo que vou te por para dormir.

– Mas esta cedo. – disse olhando para o relógio. – São 7 horas!

– Não importa! Você tem que dormir. – Gustav disse mostrando nervosismo. Ele agora olhava sem parar para a porta.

– Mas ta cedo e eu não to com sono... – ele levantou-se e puxou-me pelo braço.

– Gust, para! Ta machucando! – gritei tentando soltar meu braço.

– Cala a boca! Escuta aqui: Você vai para o quarto e não vai sair de lá por nada! – ele gritou abrindo a porta e me pondo lá dentro.

– O que ta acontecendo? – perguntei chorando.

– Por favor...Faz o que eu to pedindo. Tranque a porta e não faça nem um barulho. – falou diminuindo o tom da voz. – Eu amo você.

– Eu também.



Colar:

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Roupa de dormir:

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Roupa da aula:

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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Quero agradecer aos reviews. fiquei muito feliz com eles!



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