Music In The Dark escrita por LunaCobain


Capítulo 22
Álcool


Notas iniciais do capítulo

A escola voltou, e com a liberdade partiu o meu tempo para escrever.. Mas tô me esforçando mesmo assim.

Espero que gostem! Aproveitem a leitura.



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“-Anna! Você não entende! – ele disse, desesperado –Eu praticamente criei aquela menina. O que eu sinto por ela não passa de um amor paternal. Eu a amo quase como se fosse minha filha, não como mulher. Eu não sinto desejo por ela. Esse sentimentos são guardados só para você.

Ela fez menção de interrompê-lo, mas Erik logo fez um sinal com a mão, cortando-a antes que ela começasse a despejar bobagens sobre ele uma vez mais.

–Acontece que, por algum motivo, ela resolveu que quer ficar comigo agora. E, infelizmente, Christine tem bons métodos para conseguir o que quer. Eu ia tentar pensar em algum jeito de me livrar dela, fazê-la perceber que Raoul é infinitamente melhor, para que nós pudéssemos ficar juntos de novo. Mas, pelo que percebo, você já tem seus próprios planos, e eu não estou incluso em nenhum deles. – admitir aquilo tudo em voz alta doía ainda, e as lágrimas ressurgiram, fazendo seus olhos brilharem.

Será que ele estava inventando tudo aquilo? Será que ele queria ter ás duas, a Anna e a Christine, ao mesmo tempo? Ou queria que Anna sofresse sozinha enquanto ele ficava com outra?

Sempre havia uma possibilidade de que ele estivesse falando a verdade, afinal.

–Eu só estou tentando não me machucar de novo.. – a menina sussurrou.

Fez-se um breve momento de silêncio, enquanto Anna tentava assimilar todas aquelas informações e perceber se ele estava ou não lhe contando a verdade. Ela não sabia se acreditava em seus olhos e seu sexto sentido, ou no homem por quem estava apaixonada.

–Erik- ela falou, baixinho -, eu estou muito confusa. Aconteceu muita coisa no último dia. Preciso de um tempo para pensar.

–Você não acredita em mim? – a voz do Fantasma saiu falha e quase inaudível.

–Não sei. – ela admitiu. Decidiu ser franca. –Não sei se devo acreditar no que meus olhos e ouvidos me levam a pensar que está acontecendo.. Ou se devo confiar em você. Me desculpe.

'Mas é claro que você pode confiar nele, idiota. Ele salvou sua vida mais de uma vez.', a mente da menina gritou. Mas ela estava disposta a dar uma chance a Lui e ver o que aconteceria a seguir. Era mais seguro... Para seu próprio coração. Percebia que estava sendo egoísta, mas não voltaria atrás.

Erik se limitou a assentir, magoado.

–Se é o que você quer, Anna... Não vou mais interferir na sua vida. – ele virou as costas, lentamente, o coração em frangalhos.

–Mas... Mas, não é isso o que eu quero... Eu só preciso de um tempo.

Ele já tinha ido embora.”

–Anna? Você está chorando de novo? –Lui disse, derrotado. O que fazer para alegrá-la? Ele não sabia. Se aproximou da garota, que estava parada em frente a porta de seu quarto, num estado deplorável, soluços chacoalhando seu corpo frágil.

Ela não disse nada. Nem precisava. Em frações de segundos, já estava envolta na firmeza dos braços dele.

–Me conta o que aconteceu. – o menino murmurou, a voz abafada pelos cabelos dela.

Anna não sabia direito como explicar. Não diria tudo, só o estritamente necessário.

–Christine aconteceu. –sussurrou. –Ela e Er... E o Fantasma.. Estão juntos.

–Mas e o Raoul?

A menina chacoalhou a cabeça, sinalizando que não sabia de nada. Mesmo assim, não queria que as notícias chegassem aos ouvidos do Visconde... Relutava em acreditar que tudo aquilo era verdade. Raoul só ficaria sabendo se Christine contasse, se ela não tentasse ficar com os dois homens ao mesmo tempo. E isso significaria que não haviam mais esperanças para Anna.

–Não conta pra ele. Por favor.

Lui assentiu, embora não entendesse o pedido. Tinha ciúmes do que Anna obviamente sentia pelo Fantasma... Mas se, de todos os outros rapazes que dariam tudo para tê-la nos braços, ele – Lui - fora o escolhido, não podia reclamar.

Erik não sabia como se sentir numa situação daquelas. Obrigado a ficar com alguém que estava aprendendo a desprezar, obrigado a ver sua menina nos braços de um moleque.

De quem sentir raiva? Christine? Anna? Ou de si mesmo..?

Talvez todos estivessem errados, afinal.

Mas não podia controlar seu sentimentos. Ser racional nunca fora seu forte. O coração reinava. Não havia como pará-lo. A culpa era inteirinha de Christine. Ela estava revelando ser um ser imoral e vil.

E Anna? Ela não confiava mais nele. Não o ouvira. Duvidara. Isso o magoara, lá no fundo de seu ser. Mesmo depois que tentara lhe explicar detalhadamente o que estava se passando, contar-lhe seus sentimentos sobre tudo aquilo, podia ver a dúvida ainda fixa em seus olhos. E depois, ela admitiu

O que fazer para sair daquela situação?

Ele precisava de respostas. Muitas respostas, muitas alternativas.

O tempo passou, como ainda passa, e o orgulho ficou com o melhor dos dois – Anna e Erik. Ele a observava escondido, ela pensava nele o tempo todo, mas os dois não se falavam desde sua discussão, cinco semanas antes.

Por não saber como se sentir em relação a Anna e sua falta de confiança nele, Erik desistiu de quaisquer planos que antes tentara armar para se livrar de Christine sem perder Anna. Convivia com ela, tolerando sua presença e desejando que ela simplesmente se cansasse daquele joguinho e fosse embora.

Anna estava tendo muita dificuldade lidando com Lui. Não conseguia mais se abrir com ele, ficava tímida e trêmula em sua presença, e seus joelhos quase cediam quando ele a tocava – mas não de uma forma boa. Sabia que Lui tinha sentimentos fortes por si, e não queria magoá-lo, ficando então, sem saber o que fazer. Sentia que já tinha ido longe demais com aquele teatro e que, ao mesmo tempo que a encenação precisava acabar, não conseguia achar um jeito de parar com aquilo sem machucar a Lui e a si mesma.

Ela pensara que não sentiria dor estando com ele, e estava certa. Não sentia dor. Não sentia nada. Absolutamente nada.

A menina sentia-se depressiva, feia e inútil. Não sabia o que fazer para se livrar desse sentimento.

Aliás, ela sabia, sim, o que a faria melhorar. Erik. Mas não podia tê-lo. Não havia mais nada entre eles.

Teria que continuar fingindo até saber o que fazer.

Ouviu duas batidas preguiçosas na porta de seu quarto.

–Quem é? – perguntou.

–Anna. Sou eu, Lui. – as palavras foram pronunciadas de forma arrastada.

A menina andou devagar até a porta, surpresa – Lui tinha saído com os irmãos De Chagny algumas horas antes. Embora já fosse tarde da noite, não passara por sua cabeça que ele já estaria de volta.

Sua mão girou a chave e, com um pequeno ruído, a porta estava destrancada. Lui estava a sua frente, sorrindo, cabelo absolutamente bagunçado, cara vermelha, hálito de álcool.

Não, não, não! Ele estava bêbado. Anna sabia que Philippe seria uma péssima influência.

–Oi, Anna. – a voz dele se prolongou na última sílaba de seu nome. O hálito bêbado roçava-lhe o rosto. –Puxa, como você está linda!

Ele fez menção de entrar no quarto, de forma um pouco alterada.

–Lui, você está bêbado! – exclamou a morena, como se fosse um argumento bom o bastante para impedi-lo de penetrar em seus aposentos. Obviamente, não era. O garoto já estava bem acomodado, com o braço apoiado na poltrona perto da cama, de pé, encarando-a com olhos brilhantes.

–Só bebi um pouquinho... Você tem que aprender a se divertir, menina. – a língua atropelava as palavras, que saíam quase indecifráveis de sua boca. Então, ele a olhou de cima a baixo, observando que ela vestia apenas uma camisola leve, que não era capaz de esconder sua pele macia de pêssego e rosas. Olhava-a de forma gulosa. –Só vim para te dar um beijo de boa-noite.

E ela não pode pensar numa desculpa convincente para recusar seu beijo, enquanto ele se aproximava, aos tropeços. Suas mãos ficaram inertes a seu lado; as dele, se enroscaram no meio daqueles sedosos cachos negros. Lui colou a boca na de Anna, ora lambendo, ora sugando, ora mordendo seus lábios. Ela se obrigou a repousar as mãos na nuca dele e, na mesma hora, sentiu as mãos dele descendo por seu pescoço, nuca e ombros, até chegar em seus seios e apertá-los com vontade.

–Eu te amo, Anna.

Os dedos dele voltaram para os ombros dela, em busca das alças da camisola, que logo caiu no chão, deixando-a nua. Com um longo suspiro, Anna se encontrava na cama, o corpo dele sobre o seu, a língua faminta em seus seios, e simplesmente deixou que Lui fizesse como bem entendesse, por não saber que outra opção tinha.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?

Bjos, Luna :*



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