Music In The Dark escrita por LunaCobain


Capítulo 10
Casal?


Notas iniciais do capítulo

(Editado em 19/10/2016)



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Erik encostou sua testa na de Anna, os olhos fechados, os lábios não se encostavam mais. Anna apenas permitia que ele fizesse o que bem entendesse com ela, sem conseguir processar as informações, mas apreciando todos os toques e carinhos que o Fantasma lhe dispensava. Ofegava, e o coração batia contra o peito como um passarinho que quisesse, desesperadamente, escapar de sua gaiola. As mãos de Erik estavam pousadas sobre a cintura da menina, mantendo-a perto de si, e os braços da menina permaneciam firmemente enlaçados no pescoço do homem.

O Fantasma abriu os olhos, lentamente, olhando para a morena em seus braços como se ela fosse um anjo. Anna percebeu e estranhou, sentindo-se levemente incomodada com aquela atenção– Erik podia não saber, mas ela se considerava apenas uma mera sombra. Parecia muito errado ver alguém olhá-la com admiração ou afeto.

—Anna... - ele sussurrou, a voz falha, e inclinou-se para beijá-la novamente.

Ela recuou um pouco, lentamente soltando os braços de volta de seu pescoço.

Os dois se encararam por um momento, sem saber o que falar. Não demorou muito para que Erik tomasse um ar envergonhado.

—Desculpe. - ele sussurrou.

Anna estendeu uma mão hesitante para acariciar a bochecha visível de Erik.

—Não tem por que se desculpar. – a menina respondeu num fiapo de voz.

—Não minta para mim, Anna. Você me interrompeu. Fiz algo errado?

—Erik. – suspirou, envergonhada -Eu só não estou acostumada com isso. Só isso.

E então Anna deu um pequeno sorriso numa tentativa de animá-lo, algo que Erik nunca tinha visto – era um sorriso tímido, sem dúvida, quase uma sombra de sorriso, mas o coração do Fantasma se aqueceu ao ver aquele bela expressão no rosto da menina.

—Anna! - Erik exclamou, suas mãos segurando o rosto dela. -Seu sorriso é lindo.

Era a mais pura verdade. Ele mal podia imaginar como seria um sorriso de verdade dela. Tudo o que Anna pôde fazer foi sentir o sangue subir à suas bochechas e, depois de um breve momento, conseguiu juntar coragem para ficar nas pontas dos pés e beijar Erik novamente. Ele diminuiu qualquer espaço entre os dois, apertando o corpo frágil dela contra a sua forma forte, suas mãos na cintura da morena.

—Erik... - ela se afastou novamente, após algum tempo, ofegante. - Eu preciso voltar. Madame Giry e Meg já devem ter voltado.

O Fantasma suspirou, sabendo que ela estava certa.

—Tudo bem. - e oferecendo sua mão a Anna, começou a guiá-la pelos túneis confusos e escuros debaixo do Ópera Populaire.

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Assim que Anna chegou no seu quarto e se sentou na beira da cama, tentando refletir sobre o que acabara de acontecer, Meg Giry entrou no cômodo.

—Fez o que eu te pedi? - a loira perguntou.

Anna se limitou a assentir.

—Ótimo. - Meg fez uma pausa, notando a amiga um pouco pálida, os cabelos um pouco desalinhados - Aconteceu alguma coisa?

—Não. – a morena respondeu, rápido demais.

Foi o suficiente para Meg perceber que sua amiga estava blefando.

—Você me parece diferente. Mais contente, talvez. - ela se sentou na cama, ao lado de Anna, sorrindo - O que aconteceu?

—Eu... Nada. Não aconteceu nada. - Anna respirou fundo e ouviu a porta se abrindo violentamente para mostrar uma Madame Giry um pouco nervosa.

—Anna! - ela exclamou. - Acabei de falar com o Fantasma.

Seus olhos se arregalaram ligeiramente, e Meg sorriu ainda mais.

—Então, mãe, pode me contar se aconteceu alguma coisa? Porque Anna não vai me dizer nada.

—Eles se beijaram. –Antoinette falou, parecendo irritada, olhando fixamente para Anna.

Meg pareceu confusa, gaguejando.

—Eles quem?

—O Fantasma e Anna, minha filha.

Anna sentiu suas bochechas corarem, encolhendo-se. Não entendia porque Antoinette estava brava. Será que o que fizera era indecente? Mas ela se sentira tão bem! A menina não compreendia.

—Não vai dizer nada, Anna? – a mulher perguntou, Meg curiosa atrás de dela, ambas a observando.

—Não tem nada ser dito. - Anna murmurou.

—Não quero que fique com ele, Anna. Isso não é um comportamento adequado.

A morena suspirou, chateada por não ter apoio da mulher que a salvara.

—Madame Giry, não acho que esteja certa. Não vejo como poderia ser errado.

Antoinette a observou um pouco mais, fuzilou-a com os olhos e saiu, com Meg em seus calcanhares, fechando a porta atrás de si.

Talvez Mme. Giry sentisse algo por Erik mas, obviamente, ele não estava interessado.

Anna respirou fundo, e saiu do seu quarto, andando sem rumo, explorando os domínios da Ópera e descobrindo uma porção de escadas, que a levaram até o terraço.

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—Anna?

A morena observava o bonito dia que fazia, o sol iluminando as ruas parisienses, apesar do frio, quando ouviu uma voz vindo de trás dela, e sentiu uma mão em seu ombro.

—Erik! – ela reconheceu o tom de voz e virou-se para vê-lo em sua glória mascarada.

Anna tirou a mão dele de seu ombro, segurando-a e entrelaçando os dedos nos dele. Ela nunca podia imaginar que ter outra pessoa por perto pudesse ser tão bom.

—Ela ficou muito brava? - Erik perguntou, receoso.

Anna não precisou perguntar para saber que ele se referia a Madame Giry. Ela apenas assentiu, nervosa, o corpinho tremendo de medo de não poder ver aquele homem tão fascinante novamente.

—Não se preocupe com isso, Anna. Vai passar. Ela só ficou surpresa. - Erik sussurrou.

Ele abraçou Anna, envolvendo-a com os seus braços, o rosto da menina no seu ombro. Ela ficou parada por um instante, mas logo correspondeu ao abraço. Assim os dois ficaram, até que o sol começasse a sumir no horizonte, oferecendo a dupla a bela visão do pôr-do-sol parisiense.


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Notas finais do capítulo

Só pra constar, Antoinette é o nome da Madame Giry...
Deixem reviews, por favor (:
Bjos, Luna :*