Subi, abrindo a porta do meu quarto, encontrando roupas jogadas para todos os lados. Estava realmente uma bagunça!

-Nossa, passou um furacão por aqui? - disse, pensando que Caitlin estava no banheiro. Porém, algo começou a se mexer de baixo de um monte de roupas, e Caitlin levantou com o cabelo totalmente bagunçado, me fazendo gargalhar. -Ai...Meu...Deus...Para...- disse entre risadas. - Você...está....hilária. - continuei rindo e ela fez uma cara emburrada.

-Ha-ha, que engraçado! Ta vendo o quanto eu to rindo? - perguntou apontando para sua cara. - Já pode ir pro circo, palhaça. - ela se virou e pegou um monte de roupas, logo achando sua roupa. - Agora, vá procurar seu vestido, vai. - sorriu cínica. Já disse que odeio quando ela faz esse sorriso?

-E como é que eu vou achar algo nessa bagunça? - peguei algumas peças de roupas que estavam no chão e taquei na cara de Caitlin, a deixando mais mal-humorada.

-Não sei, dá seu jeito. – riu irônica. Bufei.

-Aliás, como isso aconteceu?

-Bem, eu fui pegar as sacolas que estavam em cima do seu closet e elas acabaram caindo em cima de mim. - comentou ainda mais emburrada, me fazendo gargalhar.

-Ta né – continuei rindo, até Caitlin fazer uma cara ameaçadora para mim, que me deu medo –Só mais uma coisa...eu ainda não entendi o porquê da sua roupa ser toda rosa, afinal, você odeia rosa.

-Eu posso mudar de opnião por, pelo menos, uma noite, não? - disse entrando no banheiro.

-Que bipolar. - sussurrei para mim mesma, pegando peças de roupa do chão, na tentativa falha de tentar achar meu vestido. Vi uma peça de roupa azul, perto do banheiro e a peguei, achando minha roupa. Sinceramente, eu havia gostado daquela roupa na hora que Caitlin a escolheu, mas lógico que não pensei em como ela ficaria no meu corpo. Ela era um pouco chamativa, digamos assim, e não era um modelo que eu costumava usar, isso me preocupava. E se não ficasse bom em mim? Quase nenhum vestido fica....O pior, é que minha mãe ama esses tipos de roupas, tanto a roupa que Caitlin escolheu, assim como a minha, e quando ela vai comprar alguma roupa para mim é como se estivesse comprando para ela mesma. Por isso, eu quase nunca deixo ela comprar roupas para mim, isso foi uma exceção porque eu não sabia.

-Pronto. – Caitlin saiu do banheiro, já vestida e foi para meu closet.

-O que você vai fazer ai? –disse confusa.

-O que você acha? Arrumar o cabelo e fazer a maquiagem né, palhaça. – bufei.

Entrei no banheiro, com minhas roupas, e as coloquei em cima da pia.

-Não precisava ser grossa. – gritei alto o bastante para ela ouvir.

Fechei a porta com um pouco de força e tranquei-a. Meu celular começou a tremer, no bolso de trás da minha calça. O peguei vendo no visor “mamãe” e atendi, mal-humorada.

-Oi, querida. – disse aquela voz que eu tanto conhecia.

-Oi, Meredith. – falei seca. Tudo bem, ela era minha mãe mas nunca me tratou como se fosse, ela sempre me tratou como um troféu e eu já estava cansada disso.

-Já estão se arrumando, não é Alison? – ela respondeu no mesmo tom, como eu suspeitava.

-Sim, Meredith. Já estamos nos arrumando.

-Ainda bem, não quero ficar esperando vocês se arrumarem tanto só para sairem como duas... – ela se interrompeu.

-Duas o que, Meredith? – a provoquei.

-Você já sabe. Se bem, que Caitlin parece bem menos que você, lógico. Aliás, olha para você! – Minha mãe queria dizer que eu e Caitlin sairíamos como duas piriguetes, mas provavelmente ela não falou essa palavra porque meu pai estava do seu lado.

-Pelo menos as pessoas olham para mim, Meredith, ao contrário de você. E além de não olhar, ainda te acham vulgar. – revidei e ela pareceu nem se importar.

-É o seguinte, queridinha: nesse jantar você terá que interagir com o filho de nossos sócios, se vocês se beijarem, melhor. Imagine se namorarem então...Vai ser perfeito. Mas, o combinado mesmo é você não deixá-lo com tédio e ser amigável com ele. Seu nome é James. – ela deu um risinho. – cuide bem dele e agarre ele a vontade.

-Primeiro: tirá-lo do tédio e ser amigável com ele, eu posso até pensar em ser. Segundo: não sou vulgar para agarrá-lo que nem você faria se não tivesse o papai e terceiro: te vejo no jantar. – desliguei na cara da minha querida mamãe.

Finalmente, fui tomar um banho que me relaxou muito. Sentir a água quente em contato com minha pele, me esquentando enquanto lá fora estava um frio, é realmente muito bom. Após uns 20 minutos, mais ou menos, sai do banho já vestida.

Vi Caitlin sentada em minha cama, colocando seus sapatos beges, já maquiada e de cabelo pronto. Ela estava muito bonita.

-O que você está fazendo parada ai, me encarando? Vamos, ainda temos que te arrumar! – Ela levantou da cama, me empurrando até o closet.

[...]

 Sai do closet, seguida por Caitlin após ela ter feito cabelo e maquiagem em mim. Me olhei no espelho e podia afirmar que estava bonita.

-Você está linda, não se preocupe. – Caitlin disse, como se lesse meus pensamentos.

Uma buzina soou de fora da casa, me fazendo pensar que eram meus pais. Murmurei um “vamos” para Cait e a mesma assentiu, pegando uma bolsa bege e jogando seu celular lá dentro. Peguei uma bolsa pequena, azul-bebê, e joguei algumas coisas lá dentro, como gloss, carteira, celular, essas coisas que eu sempre acabava levando. Arrumei a fivela de meu salto e desci as escadas logo depois de Caitlin.

Abri a porta, esperei Cait sair, e em seguida, a fechei trancando-a. Abri a porta traseira da BMW preta e entrei, sendo seguida por Caitlin. Joseph, um motorista que meus pais haviam contratado para mim, estava dirigindo o carro.

-Oi Joe. – o chamei pelo apelido, por conhece-lo a anos já.

-Oi senhorita Truscott. – ele virou para trás, olhando para mim e Caitlin, sorrindo. – Ah, e olá senhorita Beadles, não sabia que você vinha.

-Pois é Joe, surpresa. – nós gargalhamos. – E por favor, me chame só de Cait. Não precisa dessa formalidade enquanto estamos longe de Meredith, porque eu sei que ela que pede pra você falar assim. – Ele assentiu.

-Isso mesmo, e por favor, me chame de Ali, ta bem? – ele sorriu.

-Tudo bem então, meninas. – ele deu um riso pelo nariz, fazendo eu e Cait rirmos logo em seguida. – Podemos ir? – nós assentimos e ele deu partida no carro, saindo rapidamente da frente de minha casa.

Durante o caminho, ligamos o rádio. Eu e Caitlin dancavámos e cantavámos, ou melhor, gritavámos animadamente, arrancando gargalhadas de Joe.

Depois de algum tempo, Joe parou o carro em um restaurante bem bonito, que me chamou muito a atenção.

-Chegamos, meninas. Vamos começar com a formalidade. – Joe riu, junto de mim e Caitlin.

Ele desceu do carro, abrindo nossa porta e dando a mão para Cait, que era a primeira a sair. A mesma pegou a mão e desceu. Ele repetiu o que fez com Caitlin, comigo e assim descemos do carro.

-Estão entregues, senhorita Truscott e senhorita Beadles. – ele sorriu para a gente e se virou para umas pessoas que nos olhavam. – Aqui elas estão, senhor e senhora Truscott.

-Obrigada Joseph, está dispensado. – aquela voz irritande e feminina ecoou nos meus ouvidos. Joe assentiu e entrou no carro, dando partida.

-Papai! – sorri e corri em sua direção, o abraçando forte.

-Olá meu amor. – o mesmo respondeu, me fazendo sorrir ainda mais. – Estava com saudades da minha princesinha. – ele murmurou em meu ouvido e eu assenti.

Ele se soltou de mim e olhou para Caitlin, sorrindo mais ainda, enquanto minha mãe continuava com cara de nojenta. Meu pai era como o segundo pai de Cait, por isso nos tratavámos como irmãs, e por sempre querermos ser irmãs. Cait saiu correndo, também sorrindo, em direção ao meu pai, enquanto o mesmo abria os braços. Eles se abraçaram e meu pai fez o mesmo que havia feito comigo, com Cait.

-E eu, não ganho abraço? – Meredith perguntou, coma maior cara de pau.

-Quando você merecer algo, quem sabe...- a respondi e puxei Cait pelo braço, entrelaçando-os. –Então, aonde estão seus sócios? – perguntei plhando para meu pai.

-Lá dentro, vamos.

Meu pai entrou no enorme restaurente, nos guiando, até parar em uma mesa aonde tinha uma mulher loira, muito bonita, com várias jóias e um vestido vermelho mais vulgar que o da minha mãe. O homem tinha cabelo um pouco mais chegado ao castanho claro, com olhos azuis-esverdeados.  O menino, que devia ser o James, ao qual eu devia tirar do tédio, olhava para mim e Caitlin, alternando seus olhares. Até que seu olhar resolveu parar em mim e eu o observei. Ele possuia a mesma cor de olhos que o pai e o cabelo castanho mais chegado ao loiro, que eu acredito que foi mistura da cor do cabelo da mãe com o do pai. Ele era realmente muito lindo, mas agora eu estava com Chaz, não é? E afinal, eu não iria virar uma piriguete, que nem minha mãe diz, não me jogaria para cima dele. Nunca fui de fazer isso e não vai ser agora que eu vou fazer.

-Prazer, sou Robert – o homem se levantou e puxou a mulher. –Essa é minha esposa,Evelyn. – ele puxou o menino com força, pelo que parecia, e o mesmo se levantou rápido, sem nem resmungar, diferente do que eu faria. Eu resmungaria aos montes. – E esse é meu filho, James. – sorri para eles, e consegui arrancar um sorriso dos três.

-Prazer, sou Alison e essa é minha amiga, Caitlin. – apontei para Caitlin e ela sorriu, envergonhada.

-Sentem-se, por favor. – Robert pediu e quando eu ia puxar uma cadeira, para sentar, ela tocou em minha mão. – Vocês duas podem sentar naquela mesa, junto com meu filho. – Ele apontou para uma mesa de quatro lugares, que ficava perto da mesa deles. James se levantou sem dizer nada e se sentou naquela mesa. Puxei Caitlin e sentamos na mesa, eu do lado de James e Caitlin, do meu lado.

-Hum...Desculpe pela atitude superior de meus pais. – James se pronunciou, revelando uma voz linda.

-Ah, ta tudo bem. To acostumada, meus pais sempre foram assim comigo. – sorri confiante para ele e o mesmo retribuiu.

-Então, é Alison e Caitlin, não é? Me desculpe, sou meio desligado. – Ele coçou a nuca e eu ri.

-Sim, mas eu prefiro que me chame de Ali e não precisa se desculpar.- sorri para ele e ele retribuiu, mais uma vez.

-E pode me chamar de Cait, eu deixo. –Caitlin disse, meio convencida, fazendo eu e James gargalhar junto com ela.

E assim, seguimos uma conversa extremamente engraçada.